Beauty and a beat

"Gosto de esquecer um pouco da vida, abstrair meu estudos e focar-me em aproveitar"

Quando as aulas acabam sinto novamente um ar de alívio e me dirijo para o ponto de ônibus, onde tem uma ferrari branca parada bem perto, onde um casal está se beijando, quer dizer, se comendo praticamente. Foi o que eu pensei, é Justin e Jasmine, eles estão grudados um ao outro e ela se encontra inclinada no carro. Ele passa a mão pela sua bunda milhares de vezes, e ver aquela cena, me da nojo. Como uma menina que conheceu o menino hoje pode esta ali se entregando para ele?

 - Vamos Mad - grita o motorista, o ônibus chegou e eu nem percebi, de tão edestraída que eu tava. Subo as escadas e sento no mesmo lugar de sempre. Continuo olhando a janela e percebo que Justin está me encarando enquanto conversa com a loirinha metida.

Desvio o olhar e passo a encarar minha unhas, meus cadernos ou qualquer coisa que não seja ele. Sinto o freio sendo solto e estamos em direção de casa. Tento pensar que roupa vou na festa de hoje a noite, já combinei com Julie e ela vai me buscar com Math, no seu carro. Abro a porta e vejo aquela bagunça na cozinha, na sala e em toda a casa, resolvendo que vou ter que fazer uma faxina, porque senão eu, quem irá fazer? Pego tudo que preciso e vou a luta.

Duas horas depois, as seis horas, eu acabei tudo, finalmente. Tirei todos os cabelos jogados no banheiro, lavei a cozinha e arrumei a cama do meu pai. Até amecei entrar no escritório, mas quando fui abrir a porta papéis interrompia a passagem, olha que legal. Meu pai vai chegar sei lá que horas, o que me deixa tranquila para ir para a festa e voltar.

Subo para meu quarto e vou tomo um banho bem gelado. Pego uma roupa não muito elegante, aliás vai ser uma festa na casa de alguém, nada muito chique. Faço uma maquiagem bem rápida e percebo que estou meio atrasada. São exatamente sete e meia,o horário que a Julie disse que viria, então pego umas jóias e desço para esperar. Enquanto ela não chega tomo um copo de água, estou meio enjoada, não como nada desde o café, pego um remédio e engulo.

Ouço a buzina de longe, incrível como ela sempre faz isso, mal chega na esquina e começa a buzinar. Pego o dinheiro que meu pai deixou e tranco a casa, tendo que fazer força, porque essa fechadura nunca colabora comigo. Julie está linda, a roupa dela é não muito chamativa, e Math, confesso de novo, está lindo. Ele fez alguma coisa no cabelo, penso, mas não comento nada.

- Nossa, mas que gatinha é essa - ela fala pra mim enquanto eu entro no carro - Ulalá - todos começam a rir do jeito que ela falou.

- Vocês também estão bem bonitos por sinal - vou no meio do banco de trás para que eles possam me ver - Onde vai ser a festa?

- Na casa do Jonathan, conhece? - Math me fala com uma voz duvidosa

- Aquele do segundo ano? - tento adivinhar

- Esse mesmo - Julie se intromete - Ele terminou com a namorada viu Mad - ela da uma risada meio exagera

- Ha-ha - olho pra Math, que está no mundo da lua, ou apenas fingindo que está, olhando para a janela.

Chegamos na casa de Jonathan e logo percebo que tem muita gente aqui e onde estariam seus pais. Vejo vários rosto conhecidos, mas resolvo que não vou cumprimentar ninguém, e quando eles vierem falar comigo eu digo que não os vi. Não que eu esteja querendo ser anti-social, é que estou preocupada se meu pai chegar e estou enjoada, álias, nem queria vim.

- Caralho Mad, eu te trago pra uma festa e você fica nesse banquinho sentada? - ela me olha com suas mãos na cintura - Vamos dançar, beber alguma coisa, se move!

- Eu deveria estar em casa, meu pai disse pra eu ficar por la - digo enquanto olho no relógio, mas não se passou nem vinte minutos que estamos aqui. - Olha, tem uns meninos super bonitinhos aqui, alguns até mais velhos - diz sorrindo. Julie é uma amiga de verdade, mas está sempre querendo jogar alguém em cima de mim, falando que eu preciso beijar na boca. Sabe, eu tive um namorado na minha vida toda, namoramos três anos e eu terminei com ele, pois queria me focar nos estudos - Vai se mexer! - ela pega meu braço e me leva pra pista de dança.

- Só você pra me fazer sair de casa em uma quinta-feira - falo enquanto movo meus braços em uma tentativa fracassada de copiar pessoas de clipes na tv.

Eu danço um pouco e vou até o bar, onde tem uns meninos muito bonitinhos fazendo aqueles negócios com os copos e servindo batidinha. Peço um suco qualquer pra ver se meu enjoo passa, então pego ele, tomo de uma vez só. Quando tento voltar para a pista de dança, eu meio que tropeço no pé de alguém, e quando vejo é Justin. É óbvio que ele estaria aqui, como eu não pensei nisso?

- Nossa princesa, você ta uma delícia hoje - ele fala enquanto morde os lábios me encarando

- Tenha um pouco de respeito comigo, não sou uma de suas putinhas oferecidas - digo com raiva tentando passar por ele

- Mas como assim, não vai querer dançar comigo? Vamos subir, tem mais gente lá em cima - não sei como ele consegue ser tão sexy e perigoso ao mesmo tempo. Assumo que ele me faz derreter, mas não posso me entregar - Quer ir comigo?

- Olha, eu vim com a minha amiga e ela está me esperando - aponto pra Julie, que nesse exato momento resolve pegar um guri bem na frente dela - Er...

- Bom, pelo visto ela não está te esperando - ele me puxa pelo braço e que força. Não consigo me soltar, pois ele me aperta muito forte. Passo por algumas pessoas que estão totalmente exaltadas por causa do álcool.

- Acho melhor você me deixar sair senão eu vou gritar. Isso é assédio - digo assim que entramos em um quarto - Vai comer Jasmine que ela tá louquinha por você - as palavras saem da minha boca antes mesmo que eu consiga pensar no que dizer.

- Tá com ciuminho? - ele pega no meu pescoço e eu sinto um arrepio. Vejo seus olhos que como sempre estão vermelhos e seu hálito de vodka me faz enjoar.

- Me solta, eu tenho nojo de você - Pego sua mão e a tiro do meu pescoço - Me deixe sair!

- Você não vai a lugar nenhum enquanto não me der o que eu quero. Porque comigo é assim, tudo que eu quero eu tenho, as garotas tem que cair ao meu pé - ele fala em um tom agressivo demais que eu juro, fiquei com medo.

- Você não tem futuro Justin, você bebe, fuma e só quer saber de curtição... - antes de terminar a frase sinto um tapa na minha cara, o segundo do dia.

- Me respeita porra - agora ele está bufando, e não só os olhos, mas seu rosto está todo vermelho de raiva.

- Eu não respeito quem não me respeita - falo baixo, sentindo minhas bochechas arderem pelo tapa que levei. Ele levantou meu queixo e depositou um beijo na minha bochecha - O que foi isso ?

- Eu não sou esse menino mal que você está pensando, eu só parei de ligar para os sentimentos das pessoas pelo o que ela fizeram comigo, por tudo que eu sofri - ele pega minha mão calmamente e deposita em seus ombros.

- Me deixa sair daqui - não sei por que eu disse aquilo, sendo que eu estava totalmente louca para beijá-lo. Pera, eu queria beijar um menino que a cinco minutos atrás tinha me batido.

- Você não quer sair daqui, eu sei que não quer. - então vejo que ele chega cada vez mais perto e me beija. O gosto da vodka invade minha boca, mas eu não ligo, eu sinto que ele me pertence, mas eu estou apenas delirando.

Ele me leva até a cama me joga nela, então sobre mim ele fica me beijando por um longo tempo. Eu tenho que sair dali. Mas não consigo. Com sua facilidade naquilo começar a tirar minha blusa, mas ai eu acordo.

- Para Justin, eu te conheci hoje - levanto da cama me arrumando - Preciso ir

- Você só vai sair daqui quando eu mandar, porra - ele me puxa de novo e me beija mais intensamente do que a primeira vez. - Tem alguma coisa em você que me faz delirar, Madison.

- O fato de eu ser ingênua talvez? - me distancio dele e me arrumo outra vez - Eu concordo.

- Não pensei nisso - ele fala bravo

- Mas eu pensei - abro a porta e viro-me pra ele - Tchau, Justin.