The Second Noah Clan escrita por Second Noah


Capítulo 2
A cela dos Noah - Narrado por Bianca




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Eu pisquei. Bem, o fato de Komui não ter dito aquilo para eles me deixou chocada. Uma ideia me ocorreu à cabeça, e imediatamente eu dei um sorriso.

 - Ah não, lá vem. – Samantha suspirou.

 - Vocês querem ver os prisioneiros? – ela inclinou um pouco a cabeça para frente. – Eles estão bem guardadinhos em meio a Corvos, mas minha amada mestra Kathy dá um jeito de nós entrarmos lá.

 - Primeiro. – Lenalee perguntou. – Quem são esses prisioneiros?

 - Ninguém mais que cinco Noahs. – respondi, me colocando de pé e tirando a poeira da minha jaqueta. Eu ajeitei o bracelete dourado em meu pulso esquerdo, minha Innocence em forma desativada. – Querem vê-los ou não? Eles estão sobre custódia da Central, de qualquer modo.

 - Noahs?! Na Ordem?! – berrou Lavi, se pondo de pé. – Por que não mataram eles?! E como vocês três conseguiram capturar CINCO Noahs?!?!

            Júlia e Kanda pararam de duelar. Um com a espada tocando a garganta do outro. Eles baixaram as armas e nos encararam.

 - O que você disse? – Kanda grunhiu.

 - Eu vou chamar Kathy. – eu apoiei minhas mãos na parte de trás do meu pescoço, ignorando o escândalo deles e chamei por meu Golem. – Hey! Hey! Kath! Tá me ouvindo?

 - Que merda você quer, pivete? – A voz dela respondeu através do Golem.

 - Eles querem ver os prisioneiros. – respondi.

 - Agora?

 - Sim, senhora. – assenti.

 - Pirralha chata da... Eu estou terminando aqui com Komui, estou ai em alguns minutos. – ela suspirou e desligou a conexão.

 - Vocês ouviram o que ela disse. – eu dei de ombros.

 - Você não me respondeu! – Kanda rangeu os dentes.

 - Calma, calma. – Samantha falou, suas palavras foram seguidas por um breve suspiro. – Eles não foram mortos porque eles tinham afirmações muito estranhas e não tentaram nos atacar.

 - E vocês os deixaram vivos? – Lavi disse raivoso.

 - Eles foram bem convincentes, Júnior. – eu disse, sentando novamente no chão.  – E eles estão bem guardadinhos lá embaixo. Então, não se preocupe.

 - Vocês parecem estar bem calmas. – Allen afirmou. Ele ficou de pé e me encarou. – Que “afirmações” seriam estas?

 - Pergunte a eles. – respondi. – Minha mestra é uma pessoa legal quando quer. Quando quer. Ela provavelmente vai nos levar.

            Eu levantei do chão de novo. Pode me chamar de problemática, já to acostumada. Eu olhei de relance para os rostos lá presentes. Sem reação, essa era a expressão deles, provavelmente achavam que eu estivesse mentindo. Eu sorri, mas meu sorriso não durou por muito tempo. Bem, desde que Katherine tinha se tornado minha mestra eu vinha me acostumando a dardos. Se aquela mulher tinha uma paixão, era o alvo da sala dela. Meu sorriso se acabou quando eu vi aquela coisa voando na direção do meu rosto. Num impulso, joguei minha cabeça para a esquerda até ela tocar meu ombro. Pude sentir o vento passando por perto da minha orelha. O dardo se fincou no chão ao lado da bota de Samantha. Eu olhei na direção do dardo.

 - Você engordou, Mestra. – eu sorri.

 - E você continua a mesma porca de sempre. – ela grunhiu, enquanto andava em nossa direção.

 - Qual foi a última vez que elas se viram? – esse foi um sussurro, que pela voz e distância, era de Lavi para Samantha.

 - Três horas atrás. – Samantha respondeu sem nenhuma cerimônia.

            Eu decidi ignorar e levantei o olhar para minha mestra. Aquela mulher é do tipo de pessoa que irrita pra caralho e isso é o que faz você gostar dela. Ela tinha 29 anos, e não tinha uma, eu repito, uma ruga. Os olhos dela tinham um tom claro e puro de azul. O cabelo parecia a própria escuridão a lambidas de boi. Isso não fez sentido então vou explicar melhor, ela tinha um cabelo longo, extremamente preto e muito liso. A jaqueta dela tinha detalhes dourados como a de qualquer general, mas ela usava um par de sapatos vermelhos com laços brancos tão grandes que suas pontas arrastavam no chão. Sua Innocence. Ela revirou os olhos ao ver-me.

 - Hey, porca. – ela disse, parando na minha frente. – Você não devia ter contado isso a eles. Não agora, isso era coisa de Komui.

 - Pensei que eles já soubessem. – eu dei de ombros. – A propósito, cadê Komui?

 - No elevador, esperando a gente. – ela resmungou.

 - Ele vai levar porrada se tiver ali quando a gente chegar. – eu apoiei de novo as mãos atrás do meu pescoço. – Esses aí não tão muito felizes com isso não.

 - Eles querem mesmo ver os prisioneiros? E eu vou levar Komui lá de qualquer jeito. – ela perguntou, prendendo o cabelo em um rabo-de-cavalo.

 - Nem nós vimos esses carinhas aí. – respondi. – Só sei do que você me disse.

 - Você vai me obedecer. – ela rosnou para mim. Ela apontou pros outros. – E vocês também, senão perdem os dedos, tão ouvindo?

 - Sim, senhora! – responderam todos, exceto Kanda. –

            Nós a seguimos até o elevador, onde Komui nos esperava. Eu como já conhecia aquele lugar há algum tempo, corri o mais rápido possível para a borda e me agarrei numa das barras. Eu não quero descrever os olhares mortais lançados a ele. Depois que todos entraram, Katherine pressionou um botão abaixo do sessenta no painel.

 - Recomendo que se segurem. – Kath disse, indiferente.

            Um milésimo de segundo após todos segurarem as barras o elevador desceu tão rápido, que parecia estar caindo. Senti meu cabelo batendo contra o vento até ele ficar solto.

 - Meu prendedor! – eu lamentei, enquanto descíamos. Provavelmente ele tinha se perdido na descida.

 - É com isso que você está preocupada?! – berrou Allen do outro lado do elevador.

 - Na verdade... – eu ia protestar contra aquele comentário, mas me calei.

            Com um jeito suave e nem um pouco agressivo o elevador parou num andar que eu julgava ser 66, e eu bati minha testa na barra na qual me segurava. Previ um lindo hematoma surgindo em minha testa.

 - Merda... – resmunguei.

 - É aqui onde eles estão presos? – perguntou Lenalee.

 - Sim. – respondeu Komui, sério. – Esse lugar está infestado de Corvos, então é melhor nos escutarem.

            Ninguém respondeu. Eu podia até conhecer o elevador, mas nunca tinha ido naquele andar. Era tenebroso. As paredes eram feitas de pedra, o corredor era muito largo, as porta de aço eram gigantes e muito reforçadas em cadeados. O corredor podia ser largo, mas era pequeno, só havia cinco celas até onde eu vi. Outra coisa, lá era quente com o inferno. Eu tirei minha jaqueta e amarrei na cintura. Quase todos fizeram o mesmo, colocando-as sobre o ombro ou amarrando em torno dos ombros, exceto a exceção, Kanda. Voltando, Katherine nos guiou para fora do elevador. Eu quase nem via as pedras da parede por causa da enorme quantidade de Corvos.

 - Eles são cinco e estão distribuídos em três celas. – disse Katherine. – Uma deles fez questão de ficar só. E eu também achei melhor. Qual das celas querem visitar primeiro? – ela deu de ombros. – Opções de um a três.

 - Você fala como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, né vadia? – resmunguei.

            Ela deu uma tapa das boas na parte de trás da minha cabeça.

 - Número um, então. – Katherine se dirigiu ao portão um e disse para o Corvo. – Podemos entrar? – O Corvo balançou a cabeça e Katherine começou a discutir com ele. – Vocês colocaram todos em uma cela só?! Isso é coisa de JUMENTO!!! – ela continuou a gritar com ele enquanto ele continuava imóvel. Depois de alguns minutos, o Corvo teve de concordar com ela. Ela assentiu e ele começou a abrir o portão. Ela nos lançou um olhar mortal. – Fiquem. Atrás. De. Mim.

            Assentimos. O portão abriu levemente. Minha mestra entrou primeiro e fez um gesto pra nós a seguirmos.

 - Nós já dissemos trilhões de vezes que se a gente quisesse sair daqui a gente já teria saido... – uma voz masculina reclamou na cela. – Huh?

            Quando entrei lá, um calafrio percorreu o meu corpo. Era uma sala imensa e terrivelmente escura. As paredes cobertas por selos e Corvos em tudo que é canto. Mas o que me deu mais agonia foram as cadeiras no meio da sala. Eram cadeiras de aços presas ao chão. No total, cinco. Elas estavam organizadas em uma circunferência pequena. As figuras que repousavam sentados estavam cobertas por selos até o pescoço deixando apenas sua cabeça a mostra. Os outros estavam sem reação, eu acho que eles realmente haviam achado que eu era mentirosa.

 - Isso não é justo, eu queria ficar sozinha. – reclamou uma voz feminina, cuja dona estava sentada na cadeira. – É um sofrimento dividir a cela com vocês dois!

 - Vai te danar, Road!! – a mesma voz masculina de antes berrou. – Isso aqui não hotel cinco estrelas, não! Tá ficando burra igual ao Tyki, é?!

 - Vocês poderiam em silêncio, por favor? – outra voz feminina falou calmamente. – Temos visitas.

 - Visitas, Mitsuki? – outra voz masculina perguntou.

 - Essas vozes... – Allen murmurou, em choque.

 - Hey, cara de tábua, liga a luz ae! – outra voz masculina berrou, com essa eram cinco vozes diferentes.

            A sala ficou iluminada e pude ver os rostos dos prisioneiros. Pelos relatos de muitos Exorcistas, reconheci rostos. Jasdevi, os gêmeos Noah, Tyki Mikk, o Noah do prazer, Road Kamelot, Noah dos sonhos, porém o que realmente quase me fez perder toda a cor que levei uma vida pra ter, foi um rosto de uma mulher com cabelos ruivos. 


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