Meredith

Depois de uma longa semana de provas, férias! Como é bom estar livre de lições, tempo suficiente para sair com as amigas, com o Andrew, com a minha mãe... Ou antes, eu não saio com ela há muito tempo, mais ou menos um mês. Mas eu estou com medo do meu terceiro ano, logo depois é a faculdade. E isso é bastante pertubardor. Mas eu não vou ficar preocupada antes do tempo.

 E eu estou com suspeitas que ela está saindo de novo com alguma pessoa, bem, sorte a dela, eu tenho pena do ser que deve estar com a minha mãe, pois a mesma mulher que entrou pela a primeira vez pela a porta da nossa casa, essa mulher é totalmente diferente da que saiu pela a mesma da última vez.

O seu jeito arrogante de falar comigo, seu olhar superior quando olha para mim, e eu não suporto passar mais dois segundos no mesmo cômodo que ela, e minha mãe, provavelmente, têm essa mesma opinião, pois aquela senhora não faz nada para mudar, eu sinto falta da minha mãe.

Meus pensamentos são totalmente perdidos quando eu escuto o meu celular tocando, era a Andie, na mensagem dela constava um convite que me chamava para ir para sua casa, eu ia adoraria ir, então falei com a minha mãe.

- Mãe, eu posso ir? Para a casa da Andie?

- Pode.

- É. Você não gosta de ficar comigo mesmo.

- O que você disse?

- Você me ouviu, tchau.

- Menina mal-educada.

Ignorei, sei que não estou agindo corretamente, não tenho nada para falar que estou certa, mas ela é a pior pessoa do universo, antigamente eu nunca falaria, nem sequer passaria pela a minha cabeça, porém, suas ações de hoje em dia são completamente diferentes da do passado.

À noite com a Andie foi bastante divertida. Ela confessou que o Jason a pedira em namoro e ela concedeu, os dois estão muito felizes, eu nunca pensei que o meu ex-namorado, sairia de um namoro fracassado, para começar a namorar a minha melhor-amiga.

Porém, enquanto estávamos comendo brigadeiro vimos um carro buzinando, estava bastante tarde. Então, impulsionadas pela a curiosidade, fomos até a janela ver quem estava chegando às três da manhã.

Uma mulher com um vestido branco e com salto alto saiu de um carro e esta estava acompanhada de um homem, a mulher o beijou com muita ternura, e o homem entrou no carro e a deixou em pé na calçada. A mulher era a minha mãe.

Eu olhei para Andie e sua expressão estava exatamente igual a minha, eu nunca imaginava minha mãe fazendo algo do gênero e a Andie também tinha o mesmo pensamento, nós duas ficamos a se olhar por um tempo. E nenhuma de nós duas tínhamos algum comentário para aquela constrangedora situação.

- Então... Bem, vamos terminar de comer?

Ela estava querendo mudar rapidamente de assunto, pois realmente estava um clima desconfortável. Eu dei um sorriso leve, eu não estava com raiva dela, eu nunca contei do Andrew e ela nunca contou do... Do seu novo namorado desconhecido.

- Vamos terminar sim!

Comemos até termos uma sensação de que irmos passar mal de tanto doce! Eu sou bastante chocólatra então eu podia comer todos os dias, Andie era do mesmo jeito que eu, não conseguia ver um chocolate que já queria ir comer. Mas qual é a pessoa que não ama um chocolate?

Conversamos até o sol nascer e quando já estávamos prestes a desmaiar de tanto sono decidimos ir, finalmente, dormir. Adormecer no colchão de visitas da Andie é bem confortável, a cama é totalmente leve e você se sente nas nuvens.

Quando acordei eu recebi uma mensagem do Andrew, droga, eu esqueci totalmente que hoje iria fazer três meses que os pais da Madison faleceram. Eu tinha prometido que ia dar um apoio moral, e dizer que tudo ia passar. Afinal meu pai morreu do mesmo jeito.

Eu liguei para o Andrew avisando que já estava chegando, detestava sair da casa dos outros antes que alguém acordasse, mas era necessário. Deixei um bilhete, na cabeceira da Andie agradecendo por tudo que aconteceu que eu tinha me divertido bastante, mas eu precisava ver a prima do Andrew e já estava atrasada.

Saí da casa dela e fui até a minha, lá eu tomei banho e vesti a primeira roupa que eu vi, uma calça jeans escura, com uma blusa creme de uma manga só que não marcava minha barriga, uma bota marrom com um pequeno salto. Eu me maquiei muito rápido e fui andando até a casa do Andrew.

Olhei no meu relógio antes de bater na porta, eu estava quase uma hora atrasada, eu tinha combinado de estar lá oito horas, mas já eram nove e vinte cinco! Toquei na companhia e quem atendeu foi o Andrew. No momento que eu o vi, relaxei. Ele estava com o seu cabelo castanho desarrumado e ele vestia uma blusa com mangas que só iam até os cotovelos. Estava totalmente lindo. Não hesitei em beijá-lo, mesmo com o meu salto ele precisava se abaixar um pouco.

- Desculpa. Eu estou atrasada – falei entre o beijo.

- Não tem problema. – sua voz era doce.

Dito isso ele me abraçou e disse que Madison tinha saído por algum tempo, mas ela já estaria de volta, e que era melhor quando ela chegasse, ele saísse para nos deixar sozinhas.

- UAU! – eu gritei quando eu vi que suas marcas tinham saído totalmente.

Eu puxei o seu braço para ver mais de perto, nesse momento eu percebi que ele era bastante branco e sem nenhuma marquinha, eu não acreditava que ele tinha conseguido!

- O que?! – ele perguntou como se algo sério tivesse acontecido.

- Seu braço, não tem mancha! – Eu não sei por que eu estava tão feliz, acho que era por que era como se fosse uma conquista dele.

A Madison chegou pela a porta da cozinha e na mesma hora que ela entrou na sala, Andrew saiu. Eu a abracei e perguntei onde ela iria querer conversar.

- No meu quarto.

- Tudo bem! Vamos lá.

Ela disse que eu iria poder sentar onde eu quisesse, escolhi a poltrona perto de sua estante enquanto ela se sentava na sua própria cama. Ficamos em um silêncio, não por falta de assunto, pois nós duas sabíamos exatamente o propósito de eu estar lá.

- Então, seu quarto é lindo.

- Obrigada – ela falou rindo.

E depois ficamos de novo sem nenhum barulho, naquele clima tenso, resolvi quebrar, pois eu iria precisar falar de algum jeito.

- Olha Madison, eu sei que é horrível, só faz três meses, é muito chato o período, eu não vou falar que vai passar, pois até depois de seis anos eu continuou chorando de noite, eu não estou falando o que todos falam, pois eu sei que você está escutando isso toda hora, mas não ajuda de jeito nenhum. Eu pareço estar sendo grossa, mas no fim é exatamente isso que vai acontecer. Com o tempo você não vai mais sentir tanta falta e vai se lembrar dos momentos felizes.

Ela ficou estática, eu resolvi sair do quarto, ela provavelmente estava esperando o que todos falam invés de falar o que eu realmente senti e ela merecia ouvir a verdade.

- Eu vou indo, eu espero que você não fique com raiva, não fique com raiva, depois você vai me agradecer.

Eu saí do quarto dela lentamente e quando eu estava indo para o cômodo do meu namorado, ela saiu e me abraçou e sussurrou no meu ouvido “obrigado” ela estava chorando, mas eu não consegui ver o seu rosto, pois na mesma velocidade que ela saiu do quarto ela entrou nele.

- E então? Como foi?

- Eu disse a verdade para ela.

- Ótimo, então... Quando vamos falar para os nossos pais?  - Ele perguntou.

- Eu não sei, amanhã?

- É, já faz o que? Dois meses que namoramos escondido?

- Eu queria falar para a minha mãe, mas ela anda tão estranha, eu perdi minha confiança nela.

- Eu sei pequena, eu sei.

Ele me envolveu nos seus braços e beijou minha cabeça e ficou repetindo “eu sei”, o Andrew era um ótimo namorado.

- Amanhã a gente fala para eles, tudo bem, Meredith?

- É... Eu acho que eu consigo, a gente os reúne em um restaurante aqui perto, e conta. Agora eu tenho que ir para casa. Eu te amo.

Eu o beijei e fui embora. Seria ótimo falar com o pai dele, sabendo que ele tem noção do nosso relacionamento.