Andrew

A carta voara da mão da Meredith, assim ela torceu o pé. Tive que levar ela nos braços para o posto de saúde, ela era tão fofa e tão... Meiga.

Estávamos voltando para o parque quando eu a contei que a amava. Beijamo-nos até ficarmos na colina até que eu descobri que hoje completava seis anos que seu pai faleceu, mas ela me disse que eu tinha transformado em um dia feliz. Ainda bem que, se for para namorar, eu só vou pedir daqui algumas semanas, vê se nos conseguimos ser um casal.

É uma segunda, vou ao seu prédio, como normalmente, buscá-la para irmos juntos para a escola.

- Meh! – Falei enquanto me aproximava do portão.

- Andrew!

Como sempre lá estava ela, a mulher da minha vida, vestida casualmente perfeita, com um jeans, blusa verde clara, cabelo solto caindo sobre os ombros e com um sorriso lindo no rosto.

A caminhada infelizmente não foi uma das melhores, estava muito envergonhado para falar de algo com ela, será que ela realmente me ama? E se ela só continuar a me beijar para não me deixar triste? Sei que devo dizer algo, e manter a conversa normal. Eu sou um completo idiota, a única menina que eu quero é ela, e eu não consigo falar com a mesma.

- Então... Eu e você... – ela começou.

- Er... Meh, sabe, é por que eu te amo e sempre te ame...

- Não! Não fale “eu te amo” todos os que me falaram isso me deixaram, não sabemos os nossos sentimentos de verdade, por favor, eu gosto muito de você para cair nessa ilusão, promete para mim que só vai dizer “eu te amo” quando tiver certeza e quiser ficar comigo para sempre.

Foi uma facada no meu coração, eu realmente não soube como responder aquilo, sei que ela estava certa, mas como eu irei saber quando estou certo dos meus sentimentos por ela?

- Tudo bem pequena, você tem razão.

A beijei assim que terminei de falar, queria deixar claro que ela ainda é minha... Minha ficante? É uma palavra muito estranha de se falar, mas infelizmente ela é isso por enquanto, menos que namorada, mais que amiga.

Ela me beijou de volta, e ficamos por um tempo daquele jeito, na esquina do colégio, encostados na parede, como se eu estivesse “trancando” ela, cada vez ela me puxava mais, chegou um momento que nós estávamos colados.

Paramos de nos beijar quando o celular dela tocou, era Kate sua melhor amiga da escola perguntando a onde ela estava, pois o sinal já tinha tocado e o professor em breve chegaria na sala.

Corremos em direção a entrada do colégio, e eu me senti muito mal, se eu não tivesse a beijado ela não teria chegado atrasada.

- Meredith, eu sinto muito, eu não queria que você chegasse atrasada.

- Que besteira- ela falou sorrindo e depois me deu um selinho- agora tenho que ir para a aula e você também.

 Infelizmente minha aula de Química não é no mesmo horário que a dela, eu daria qualquer coisa para observá-la escrevendo enquanto seus cabelos caiem lentamente para o rosto.

As aulas se passaram devagar, quase que uma vida, geografia é a pior de todas, por que insistes em ser tão chata? Porém o horário do almoço tocou, e lá estava eu, com a Meredith, em um banco conversando com os amigos dela. É como se fosse uma regra, se você tem uma namorada, ou uma pessoa que você esta se envolvendo, você começa a ter vários amigos.

- Então Andrew, você não sabe o quanto a Meredith fala de você! – Kate falou.

- Cala a boca Kate!

As duas riram e eu soltei um sorriso de vergonha.

Meredith é de certa forma popular, não tanto quanto o trio de estranhas, ricas e mimadas que eu não sei o nome, uma loira, uma ruiva e uma morena. Mas ela tem amigos, e sentar na mesma mesa que o time de futebol e com algumas lideres de torcida, só as inteligentes, é muito esquisito e confortante.

- Ela, no almoço, é só falando de você! – Jonatthan, o capitão do time de futebol, falou.

- Eu demorei muito, e ela não ajudou com o babaca do Jason.

Todos riram. E começaram a concordar e dizer que ele era um idiota. Ela olhou para mim, estava rindo! Então ela me beijou, e quando nos voltamos nossos olhares estavam todos nos observando, era muito legal saber que os amigos que eu tanto tive ciúmes, são bem legais e, na verdade, posso até virar amigo deles!

O sinal tocara, a próxima aula era física, também não era com a Meredith, mas era com todos do futebol, e acho que hoje eu não teria que ficar de sobra. Como eu tinha falado, Jonatthan me chamou para ser sua dupla.

- Ei, você é legal, o Jason só aceitamos por que era namorado dela, mas você é irado, gostei de você, só me faz um favor, não a machuque, mesmo não sendo muito próximo dela, ela anda no mesmo grupo, e se alguém machuca qualquer pessoa do meu grupo, eu mato ela. E você é legal demais para eu fazer isso!

- Pode deixar! Se eu a magoá-la eu mesmo me mato!

Nos dois rimos, ele falou o quanto era bom escutar isso, e que eu realmente eu parecia apaixonado, não hesitei em concordar, eu realmente estava! 

Passamos a aula de física inteira estudando e conversando, o professor quase nos mata com os olhares de reprovação, mas nada que um sorriso não resolva.

Na hora da saída, eu fiquei esperando pela a Meredith, ela veio até mim, me deu um selinho e continuamos a conversar, mas eu notei algo de estranho nela, quando chegamos ao seu prédio ela começou a chorar o que me preocupou muito. Subi com ela, não ia deixá-la naquele estado.

- O que foi? Pequena?

Com os olhos verdes cheios de lágrimas, ela levantou sua cabeça, e uma faca atingiu meu coração, Meh estava chorando e eu não posso fazer qualquer coisa!

- É por que... Tinha umas...Umas...

Ela voltou a soluçar, por isso a abracei forte e fui até a cozinha para pegar um pouco de água para a mesma.

Como de costume tinha um bilhetinho da Sra. Amada pedindo para ela aproveitar os bolinhos e que voltaria tarde por causa do trabalho, peguei um bolinho para Meredith, coloquei em um prato e junto com a água levei para seu quarto.

Quando ela se acalmou, sentou de pernas cruzadas na cama, enxugou os olhos, suspirou fundo e começou:

- Tinha umas meninas fofocando sobre mim  no banheiro e elas começaram a dizer que você traia e não me amavam, e que eu era feia, gorda, ficava com qualquer um!

- Oh minha pequena, fica assim não! – A abracei, encostei sua cabeça no meu ombro e fui deitando até me escorar na parede- Beijei a sua cabeça e fiquei alisando seus cabelos- eu nunca, nunca te trairia, eu  só não digo o que eu queria dizer por que eu te prometi que só seria quando eu tivesse a certeza que ia ser para sempre, mas eu vou estar sempre ao seu lado.

- Promete? – As lágrimas começaram a aparecer nos olhos dela.

- Prometo. – beijei sua testa.

- Elas são muito estranhas! A gente se beijou ontem e como elas fazem isso?! 

- Calma Meh, eu to aqui, to aqui.

Mesmo tendo muito que fazer, ficamos lá, em silêncio, e a única ação era minha mão acariciando seus cabelos, mas depois de um tempo ela livrou-se dos meus braços, enxugou as lágrimas.

- Você tem que ir, eu sei que você tem muito que fazer! Você falou-me hoje de manhã que não tinha nem tempo de respirar, quanto mais cuidar de uma chorona!

- Eu realmente tenho que ir, mas não se esqueça, qualquer coisa me ligue!

Ela me levou para a saída, eu a beijei e disse:

- Faz um mês hoje.

- De quê?

- Que eu parei de fumar.

Um sorriso lindo brotou das lágrimas, a beijei na bochecha e sai.