The Darkness is Coming escrita por Liran Rabbit


Capítulo 7
A lei de causa e efeito tem inicio




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Coelhão não conseguia assimilar como tentaria colocar um plano tão louco e quebrado em partes, sem contar nas partes que sacrificaria o bem maior de uma única pessoa para a maioria de outras. Não era o poder que essa pessoa teria, a influência ou seguidores, mas a dignidade. A muitos séculos atrás ele foi um guerreiro pooka, um exímio espadachim de seis braços e depois disso, um estudioso, nunca foi do contato com os seus semelhantes. 

Agora, os dias iam passando e cada vez que visitava o abrigo da grandiosa Mãe Natureza e encontrava por vezes ou não Karma por lá, indo de lá para o Polo Norte e fazendo companhia para a mesma e por incrível que pareça, sentia esperança irradiar dela, algo novo. 

Reparava nisso ao vê-la sorrir quando ele chegava, dando risada dos duendes quando se atrapalhavam com algum item humano e artesão que ela pedia que trouxesse para si, mas isso nunca afetava ela ou a machucava, o que chamava a atenção de Coelhão. 

Vezes ele a levava a pedido dela para o mundo dos humanos e ele recusava, não queria causar problemas para Norte e ela entendia, apenas sorria marota como Jack muitas vezes fazia. Karma lembrava Jack de alguma forma, mas o que os tornava diferentes era a dor. Jack a odiava pelo que ela fazia, por nascer, mas Karma... Ela não entendia nada e apenas ficava lá. Sorria. 

Coelhão se sentia um monstro cada vez que ela sorria para ele, como se ele fosse a esperança em pessoa... 

— Poderíamos ir até Punjam Hy Loo visitar a Dentiana — Sugeriu assim que colocou biscoitos quentinhos na mesa de Norte. 

A sala dele estava vazia e Coelhão apenas a acompanhava e a ajudava. Tentava conquistar a confiança dela e dessa maneira ele se sentia sujo, um guardião da infância sendo um manipulador a nível do avô dela, um ser sem remorso de seus atos. Mas ele sentia e estava tentado de viajar ao futuro, mas se visse o que o aguardava, poderia mudar tudo e não teria forças para voltar são. 

— E teria um motivo para isso? — Indagou, curioso e a seguindo, perguntando ao olhar para os pés dela como essa não sentia frio, como seus pés não estavam roxos ou até mesmo suas mãos estavam normais e seu rosto corado — Fada irá adorar nossa visita, mas isso é tão de repente — Deu uma risada e ela virou par si. 

— Queria conversar com ela sobre algumas coisas... 

Era fácil de ler suas expressões, estava envergonhada com algo e queria orientação de uma figura feminina que não era a própria mãe. Sentia que não deveria interferir, talvez a deixaria acuada com sua pessoa. Apenas concordou e ela sorriu para ele, contando que iria para o quarto onde dormia pegar algumas coisas e feliz, ela o deixou perto da lareira. 

A visita seria rápida, mas com a frequência que as crianças acreditavam ou não, Fada era a guardiã que ainda tinha mais crentes, os dentes ainda eram entregues ao palácio de Pujam Hy Loo. Os pais ainda semeavam a crença nos mais pequenos e eles alimentavam a habilidade da Dentiana de voar. 

Se aproximando da prateleira em cima da lareira, observou o famoso globo de Katherine e Noiteluz, ambos abraçados. Será que a história poderia se repetir? Coelhão imaginava que por Jack Frost ser o herdeiro legitimo do guardião do Homem da Lua e Karma ser meio humana e filha de uma entidade poderosa, esse ódio e medo que ambos tinham um do outro poderia vir a se tornar outra coisa. 

Não gostou da ideia e nem do pensamento, os medonhos poderiam contamina-la caso ele sequer a... Beijasse? Era isso o que os humanos faziam para demonstrar carinho, eles demonstrariam assim caso se entendessem, não? 

Negou com a cabeça, se afastando do globo de neve e se voltando para outra coisa mais interessante. Aquilo não estava sendo tão fácil como imaginou e nem seria, estava com medo de falhar e ceder, cair diante de algo que proferiu com todas as letras para Norte que faria sem recuar, custasse sua forma atual. 

Então ela apareceu. Trajada de outra forma e com uma sacola de pano consigo, estava ansiosa e dessa vez ela não sorria mostrando seus dentes, mas seu olhar brilhava e ele se aproximou, virando-se de costas para Karma e se ajoelhando, a sentindo subir em si e com um leve temor de deixa-la cair, voltou a levantar e bater com a pata no chão. 

Caindo no túnel que criou, ele ia com toda a velocidade que tinha e se guiando pelo que lembrava até a Índia. Karma era leve demais e mesmo não querendo admitir, aceitava que ela e apenas ela por momento ficasse em suas costas. Envolvendo firmemente em seu pescoço, segurando sua pelagem acinzentada, Karma se viu confiante o suficiente para gritar em empolgação e Coelhão gritou com ela, ambos rindo e suas vozes ecoando. 

Ao saírem do túnel, estavam envoltos de árvores e ar puro, o som da natureza os envolvia e Karma olhava para cima, apontando para o palácio que era apenas visível para eles, andando na frente e Coelhão apenas a seguiu. 

— Temos sorte de o Rei Macaco não estar nas redondezas — Coelhão refletiu, vendo Karma o olhar, curiosa — Ele nos causou grandes problemas no passado, mas Dentiana arrumou um jeito de deixa-lo longe. 

— O baniu — Ela exemplificou e Coelhão negou. 

— Ela poupou sua vida com a insistência minha e de Norte, mas ela o deixou sofrer mais do que a forma de macaco dele — Explicou sem detalhes e a garota apenas concordou, seguindo caminho enquanto afastava as plantas do caminho; 

Chegando a uma relva, Karma tirou a bolsa de pano do ombro e abriu, pegando um amendoim e o erguendo para os céus, balançando o braço poucas vezes para a reação surgir. O seu poder influenciar o grande Elefante de Pujam Hy Loo e o desejo de comer amendoins. Primeiro o barulho do animal soou como um alerta entre as nuvens e então, Coelhão viu primeiro a trompa surgiu entre as nuvens. 

Era maior que um elefante comum e suas asas conseguiam mudar a direção dos ventos, balançava a roupa que Karma usava e ao pousar, a recepcionou feliz e ela caminhou na direção do mesmo, oferecendo o amendoim sem medo.  

— Se a Dentiana souber que você está comprando o silêncio e carona do ser mais sagrado das Fadas Dentarias... — Coelhão engrossou um pouco a voz. 

— Ela não precisa saber a não se que você conte a ela, bobinho — Sorriu, pegando mais amendoins e oferecendo para o elefante — Me ajude a subir nele, Coelhão. 

Como se ele fosse ajudar, pensou. 

E ele acabou ajudando mesmo, acabando por também subir na criatura e tremer mais do que o costume ao ver que começaram a ganhar altitude até o grande palácio. Por um momento, o treno do Norte não parecia uma má ideia de locomoção depois de ver e sentir o balançar enjoativo do elefante. 

 O movimento dentro do palácio estava menor do que a toca, mas ainda tinham várias fadinhas voando para organizar os dentes que traziam de sua jornada pelo mundo. Mas um barulho de algo caindo as fizeram recuar assustadas para em seguida, voltarem a sua rotina. Atrás deles o Grande Elefante partia, voltando para fora do palácio e aceitando antes de ir alguns amendoins restantes. 

Coelhão reconhecia aquele resmungar e de longe em uma pilastra distante pôde ver o cabelo branco de um pirralho irritante e logo, as penas de Dentiana, não mais as asas como de libélula. Com dificuldade, Frost voou até eles e Fada chegou primeiro, sendo graciosa como sempre ao pousar, diferente de Jack. 

— Como chegaram até aqui sem o trenó? – Fada perguntava surpresa e Coelhão apenas apontou para Karma, essa que sorria orgulhosa e a outra não se impediu de sorrir também – Deixe-me adivinhar, amendoins, certo? – Indagou e Karma acenou positivamente. 

— Perdoe vir sem avisar, mas precisava conversar com você, Fada – Falava e ao lado dela, Jack a encarava descrente e de cenho levemente franzido, parecia controlar a vontade de dar uma risada – É algo de mulher... – Completou e dessa vez, Jack riu fracamente. 

— Claro... – Fada concordou, levemente confusa e censurando Jack com o olhar, voando até Karma e a pegando no colo, voando para uma pilastra mais distante da qual Coelhão estava. 

Sozinho novamente com Jack, o garoto ainda estava desconfiado e rondava Coelhão de forma cômica, mas ele não estava para humor. Tinha feito tudo o que Karma queria, incluindo sair voando em uma criatura mística e antiga, não estava com clima para piadas. 

— Você está diferente... – Comentava e Coelhão rolava o olhar – Você não é de voar, gosta do Breu menos do que eu e se arrisca em vir a lugares distantes sem o globo de neve ou o trenó... – Contava o óbvio, mas Coelhão não estava ali para explicar nada. 

— Desde quando isso é da sua conta? – Franzia o cenho, desconfiado. 

— Não é, mas não é do seu feitio “isso” – Apontava para Coelhão. 

— Mas você está apontando para eu todo – Fez uma leve careta, ficando essa maior com a risada de Jack – Olha, estou apenas acompanhando Karma e ela me pediu para vir aqui e... 

A marca de Jack estava tão visível que conseguiu calar Coelhão por algum tempo. Ele estava cumprindo os caprichos de uma garota pra salvas a todos, salvar o seu amigo Jack. Iria terminar aquilo nem que o outro não quisesse olhar na cara dele. Teria que fazer... 

Vendo o olhar do outro em si, levantou o capuz para esconder a marca, parecendo se encolher e trazendo o silêncio perante a discussão que estava tendo. 

— Sandy trouxe alguns sonhos para mim – Jack murmurou, trazendo a surpresa de Coelhão – Eu não costumo dormir, mas eu sonhei que tudo estava diferente e eu ainda vivo, feliz demais, em êxtase... – Contava – Era como se tivesse viajado no tempo ou visto a melhor das ilusões que essa maldição está deixando em mim... 

— Se você conseguir viajar no futuro, vá pelos túneis certos e eles mostraram o que você irá desejar nunca ter visto – Contava, cruzando os braços – Isso irá sumir, Jack, sonho nenhum precisa confirmar isso para deixa-lo com esperança. 

Afinam, ele era o guardião da esperança e estava lutando a favor dela através do imprevisível. 


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Notas finais do capítulo

Demorei um pouco e peço desculpas por isso, maaas... Gente! A fanfic recebeu uma linda e maravilhosa recomendação da incrível Christianity100! Gente, eu tava no estágio e quase dei um berro na frente das crianças... Olha só o nível da criança shuasuhas *rindo de nervoso* muito obrigada, Chris. Obrigada mesmo!



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