Já se passaram 1 semana desde que os treinamentos começaram. Posso dizer que me sai bem na maioria, mas não virei muito fã ainda daquela parede de escalagem. A treinadora James ensinou a gente o básico da sobrevivência em qualquer lugar. Sinto que irei esquecer da metade mas vamos ignorar esse fato.

Bem, hoje iríamos para a Capital. Eu não estava nem um pouco contente porque era meio que "mais um passo para a minha morte". Minha mãe tinha saído do hospital faz 2 dias, como ontem foi dia de folga do treinamento aproveitei e passei ele todo com minha mãe, foi meio que uma despedida já que vou embora hoje.

Bateram na minha porta. Fui abrir, e quando vi eram os pacificadores pra me levarem para o trem.

Chegando na porta do trem, olhei para trás e vi minha mãe tentando controlar-se. Rapidamente abracei ela com todas minhas forças. Lágrimas começaram a cair.

– Eu vou ficar bem mãe. Prometo a você e prometi ao papai.

– Vou rezar pelo seu bem todos os dias. Sei que você sempre estará lutando como seu pai. Eu te amo minha pequena Finnie! - ela disse se afogando em suas lágrimas.

– Eu te amo muito mais mãe! E prometo que voltarei para você. - eu disse gaguejando.

Entrei no trem e encontrei a treinadora James, que pelo visto ia nos acompanhar a viajem toda e ia ser meio que nossa mentora. Também vi Max com a cabeça baixa e o rosto meio vermelho. Sentei no lado deles e fiquei observando o trem. Que era muito bonito mesmo heim. Era mil vezes mais chique que minha casa inteira.

A treinadora se levantou e foi para um outro lugar do trem. Max ainda não tinha levantado a cabeça, pelo visto ele devia estar chorando e não queria que ninguém visse.

– Você está bem, Max? - eu disse tentando puxar assunto e acabar com o silêncio.

– Acho que sim. - ele respondeu normal

– Como que você acha que vai ser lá ? - tentei parecer o mais calma possível.

– Sinceramente, acho que vamos sobreviver por um longo tempo.

– Sério??? - perguntei espantada, afinal ele disse NÓS, e eu não acho que eu sou muito boa.

– Sim, você é uma especialista em sobreviver naturalmente, e eu sei me dar bem em matar animais e essas coisas. - disse ele se achando um pouco - Seríamos uma dupla perfeita.

– Claro que sim. - confesso que corei um pouco. Fiquei envergonhada e com as bochechas vermelhas.

– HORA DO JANTAR !!!!! - disse uma mulher entrando na sala e quase me matando de susto. Espera um pouco, eu conheço ela. É aquela mulher de cabelos verdes da colheita!

Ela fez um sinal de "venha com a gente" e claro que seguímos ela. Chegamos em um vagão com uma mesa enorme, lá estava a treinadora e mais 3 cadeiras que eu posso suspeitar pra quem são.

Sentamos e veio umas pessoas servindo nosso pratos já prontos. Confesso que aquela comida me dava naúsea, por causa de seu formado gosmento. Mas arrisquei e fui prová-la. Era a coisa mais deliciosa que eu já provei na vida. Era realmente muito bom. Não conseguia explicar o gosto dela, era tão original. E pelo visto Max também se deliciou na comida.

– Nossa, qual o nome dessa comida divina? - perguntou Max

– Isso não tem um nome específico. - dizia a mulher de cabelos verdes - Isso é uma mistura magnífica que nossos cientistas inventaram. Ela consegue ter o gosto da comida que você mais deseja no momento, por isso é muito gostosa e agrada a todos.

– Uau, essa Capital me surpreendeu. - eu disse espantada com tanta inteligência.

Depois do jantar, comemos também uma sobremesa, perfeita também. Gianne ( mulher de cabelos verdes ) me disse que amanhã de tarde chegamos na Capital. Ela me levou ao quarto e eu me despedi de todos.

Olhei dentro da gaveta e tinha um pijama para mim. Vesti ele e deitei com tudo na cama. Não estava com sono, apenas fiquei pensando em o que seria de mim agora. Minha vida mudou completamente. Será que eu ia ficar louca igual minha mãe? Tenho certeza que depois disso eu ia mudar, não tinha dúvida. Isso é o que mais me assombra.

Fiquei fazendo carinho no meu colar e o beijei. " Boa noite Mãe e Pai "– pensei.

E aquela noite tive pesadelos sobre o que iria acontecer. Mal chegamos lá e já comecei a ter problemas.