Hoje não era dia de prova, então podíamos ficar calmos sem nada acontecer. Eu espero. Voltamos tão exaustos da prova de ontem que nem conversamos direito, todos foram dormir logo. Agora que estávamos bem descansados íamos discutir o porque eles deram armas para a próxima prova. Todas eram diferentes. Eu e Max tínhamos tridentes, Anna e Peter tinham arco e flechas lindos e Jack tinha um machado grande. Caramba, era tanta arma mortal que eu não sei como nós não nos acidentamos sem querer.

– Podem se preparar, aposto que querem um banho de sangue agora, já que quase ninguém morreu nas outras provas. - disse Jack.

– Logo o meu ponto fraco. - lamentou Peter com um biquinho tão fofo.

– Não fica preocupado, nada vai acontecer com você. - Anna tentava consolar o irmão.

Eu ainda estava admirando meu tridente, ele brilhava tanto, era quase igual o de Max, mas o dele era maior e não brilhava tanto.

Estávamos sem comida, hoje era o dia da caçada. Peter ia encher as garrafas com água, Anna e Max iam colher algumas frutas e eu e Jack iríamos caçar. Peguei o tridente e Jack o machado e fomos atrás de animais.

Acho que estávamos sem sorte, a única coisa que conseguimos foi um coelho. Mas estava muito bom, tinha gente que morria de fome.

– Vamos logo voltar pra caverna, Jack. Está escurecendo. - eu disse.

– Tá né, fazer o que. - a gente estava andando quando Jack ouviu um barulho. - Não, espera.

Nós ficamos encarando o as árvores de onde vinha o barulho. Quando ouvimos um rugido, e logo depois alguma coisa dourada pula em nossa direção. Corremos iguais uns loucos. Eu estava tão nervosa que esqueci o caminho de volta. Jack ia me seguindo e eu não fazia a minima ideia para onde estava indo. Era um leão enorme atrás da gente. Eu era muito devagar, e toda atrapalhada. Não foi atoa que eu cai. Pensei que ia morrer ali. Ferrou, eu já estava morta.

Quando do nada fica tudo em silêncio. Eu estava suando frio quando resolvo olhar para trás e vejo Jack em pé, com o machado na mão todo cheio de sangue. E a sua frente o leão caído no chão sem cabeça. Levantei ainda pasma e abracei ele. Não me pergunte porque eu fiz isso, eu acho que estava tão assustada que não sabia o que fazer. Ele retribuiu o abraço, ainda meio pasmo pela minha reação, mas logo entendeu que eu estava tão apavorada quanto ele.

O pior é que não sabíamos onde estávamos, realmente estamos perdidos.

– O que vamos fazer agora? - eu falava tão estérica que acho que o leão teria pena de me matar.

– Acho melhor esperarmos até amanhã. Teremos prova e já sabemos que por milagre vamos parar na Cornucópia, e encontraremos eles. Demos sorte que estamos com nossas armas. - o pior era que ele tinha razão, o único jeito era deitar e esperar.

Sentei no pé de uma árvore e tentei me distrair. Sem sucesso. Fiquei pensando de novo no que iria acontecer amanhã, e se eu e Jack íamos conseguir chegar lá. Será que eles estão preocupados com nós?

– Vai ficar tudo bem. - Jack disse ao mesmo tempo que olhava dentro dos meus olhos e segurava minha mão.

E foi com essa frase que eu consegui dormir um pouco.