A Caçadora E O Vampiro escrita por Dory


Capítulo 22
A missão (Parte III)


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!!!
O fim da fic fica cada vez mais próximo, isso ainda esta sendo algo estranho para mim, mas estou feliz já que vou conseguir terminar a fic nestas férias...

Queria agradecer muuuito a Kika Pichsterzy pelos reviews que me motivaram a postar esse capítulo o quanto antes...

Agora vamos falar sobre o capítulo:
Ele é muito importante para o desenrolar da história, é a última parte da missão da Millie e é a partir dele que os planos de Dean começam a surtir algum efeito na vida das personagens (seja esse efeito bom ou ruim)

Não vou ficar dando muitas informações e vou deixar vocês descobrirem por si mesmos lendo o capítulo...

Espero que gostem!!!
Boa leitura



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Estar de volta a casa era uma sensação muito boa. Poder me jogar no sofá da sala enrolada no edredom com um balde de pipoca, chocolate quente e um bom filme de suspense eram tudo o que queria, mas como minha vida não é simples assim, não podia fazer isso, tinha que me encontrar com meus amigos para contar sobre minha viagem e tinha um jantar para comparecer no dia seguinte no qual iria discutir o futuro de todos que amo. Estava na hora de enfrentar Dean novamente, obter as informações para a última parte da minha última missão e viver feliz para sempre ao lado do meu vampiro.

Estava estranhando o fato de D não pedir a Mike para ir também, mas somente eu. E dessa vez não seria em um lugar público com várias pessoas por perto, mas na nova casa que ele havia comprado para poder me vigiar mais de perto. A idéia de ficar sozinha com ele na sua casa sem pessoas inocentes por perto me assustava, no entanto não podia reclamar, queria me livrar de tudo isso o quanto antes e tentar mudar a situação só iria fazer com que a missão demorasse ainda mais para ser concluída.

Me pegava a noite imaginando como seria este ritual que teríamos de realizar para obter a cura que todos acreditavam não existir, imaginando as piores coisas que poderiam acontecer com as pessoas envolvidas, algo que sempre me deixava depressiva por um bom tempo.

Na noite que chegamos na cidade, fomos à casa de Alice para a atualizar sobre nossas viagens. Fiquei chocada ao saber sobre a viagem de Mike e Laureen, estava aliviada de vê-los bem tanto fisicamente quanto emocionalmente. Ally se mostrou muito interessada nas minhas viagens com todas as conversas com bruxas mortas e redemoinhos de folhas. Conforme ia relatando tudo nos mínimos detalhes, mais parecia que era invenção minha, era tudo muito fantástico para ser real, mas todos ali pareciam estar aceitando tudo que falava perfeitamente bem. Não pude deixar de reparar que Alice parecia estar com vontade de visitar os mesmos lugares ao qual eu fora para poder presenciar o mesmo que eu, mas não sei se mais alguém notou.

Estava preocupada com Sophie, que não foi nos ver naquele dia, mas Alice me assegurou de que estava tudo bem, ela só estava querendo um tempo sozinha para se habituar com a idéia de se transformar em uma criatura peluda todas as noites de lua cheia. De acordo com Ally, Sophie estava tendo problemas em aceitar o que acontecera com ela e a chegada da lua cheia a estava deixando cada vez mais depressiva e distante, mas tirando isso tudo estava na mais perfeita ordem. No entanto saber que ela estava depressiva já era o suficiente para que eu me preocupasse ainda mais com ela, afinal ainda me culpava por tudo que acontecera a ela.

 ***                

Naquela noite estava em meu quarto me arrumando para sair quando uma leve batida na porta se fez ouvir. Mike entrou no cômodo parecendo preocupado, se sentou na cama e ficou me observando enquanto escovava os cabelos. Ele ficou calado até que eu desliguei o secador e o encarei pelo espelho.

“Tem certeza que não quer que eu vá?” perguntou, sua voz provando que ele estava realmente preocupado.

“Tenho. Não vai acontecer nada, vou entregar os objetos a ele, conseguir as informações para a terceira parte da missão e voltar para casa o quanto antes.” Respondi, colocando o secador em cima da pia e me olhando no espelho antes de ir até a cama buscar minha bolsa.

“Você não acha estranho ele ter chamado só você?”

“Acho, mas não sou eu quem vai contrariar o Dean, você sabe como ele é quando não consegue o que quer” meu tom de voz estava mais calmo do que me sentia naquele momento, estava hesitante quanto a ir à casa de Dean sozinha.

“Eu ainda acho que você não deveria ir, ou pelo menos deveria levar alguém com você”

“Você quer ir por que está com medo do que ele pode fazer a mim ou por que está curioso sobre o porquê de ele não ter te chamado?” perguntei desconfiada. Seu rosto se fechou, ele não havia gostado de minha pergunta.

“Porque estou preocupado com você! Eu sei que você vai me contar tudo depois quando voltar, não preciso me preocupar com curiosidades!”  ele parecia estar realmente ofendido com as palavras que dirigira a ele, mas ele não podia me culpar por perguntar isso.

“Tudo bem, desculpa, não quis te ofender, mas você sabe que eu sei me defender sozinha e o D nunca seria capaz de me machucar fisicamente. Psicologicamente até poderia, mas para isso ele precisaria machucar alguém que eu amo e não vai fazer isso porque você vai estar aqui para protegê-los e sabe se proteger muito bem sem mim” ele sorriu para mim feliz por causa das minhas últimas palavras, ele gostou de saber que confiava nele para cuidar de todos enquanto estava fora. Fui até ele e beijei sua bochecha “Te vejo mais tarde” sai do quarto indo o mais rápido possível sem correr -- já que estava usando sapatos de salto alto -- em direção a porta da entrada antes que ele tentasse me impedir de sair.

Entrei no carro e dirigi através das ruas escuras e desertas da cidade. O endereço que Dean havia me mandado por mensagem ficava do lado oposto ao que eu morava, distante o suficiente para que eu pudesse dormir tranqüila naquela noite. Saber que ele não estava morando tão perto assim de mim me reconfortava.

Dez minutos depois estava estacionando em frente a uma casa antiga e pequena de apenas um andar com suas janelas iluminadas pelas luzes que haviam sido deixadas acesas. O jardim da frente parecia bem cuidado, mas não tinha flores ou árvores para enfeitá-lo, um estreito caminho de cascalho levava a porta de entrada. Toquei a campainha e esperei, pensando se aquela casa sem muita decoração do lado de fora significava uma moradia temporária, me perguntando se Dean deixaria a cidade logo. Depois de um tempo longo que me fez considerar dar meia volta e ir para casa, a porta se abriu. Dean estava parado lá, enxugando as mãos em um pano de prato e sorrindo para mim, aquele sorriso que outrora me parecera tão bonito, mas que agora só me deixava enojada.

“Millie, entre! Desculpe a demora, estava ocupado na cozinha” ele deu espaço para que pudesse entrar e fechou a porta atrás de mim “Deixe-me guardar seu casaco” ele estendeu o braço para que entregasse meu casaco preto para ele, que o guardou em um armário perto de onde estávamos. “Vamos para a cozinha, ainda estou terminando de preparar o jantar”

“Desde quando você cozinha?” perguntei o seguindo até a cozinha, um ambiente pequeno de azulejos brancos e piso de granito. Os eletrodomésticos prateados brilhavam com aparência de recém adquiridos. Uma pequena mesa com quatro cadeiras ficava em um canto, D fez sinal para que me sentasse enquanto servia-me uma taça de vinho tinto.

“Sempre cozinhei, mas, desde que minha noiva morreu, eu acabei parando de fazer isso, era algo que gostávamos de fazer juntos. Faz tempo que isso aconteceu, tenho que deixar o passado para trás e resolvi tentar cozinhar alguma coisa, ver se ainda consigo fazer algo bom” seu sorriso em nenhum momento vacilou, nem ao menos quando mencionou a morte da noiva. Ele nunca gostara de conversar sobre este assunto, nem mesmo comigo, a pessoa mais próxima que tinha – pelo menos enquanto ainda gostava de trabalhar para ele.

“E o que vamos comer?” perguntei desconfiada, não estava certa de que ele realmente sabia cozinhar.

“Capeletti de quatro queijos com molho a bolonhesa” ele foi até o fogão e começou a mexer em algumas panelas, sua taça de vinho repousava em cima da pia quase completamente esvaziada. Dei um gole no vinho degustando seu sabor suave e marcante, D sempre teve um ótimo gosto para vinhos.

O olhei cozinhar lembrando-me do dia em que Mark fizera isso para mim, um jantar. Me perguntava se D estava tentando ser romântico, mas resolvi não pensar muito no assunto para não querer sair correndo dali naquele instante, algo que já queria fazer desde que colocara os pés dentro daquela casa.

“Como foi a sua viagem?” perguntou, ainda mexendo nas panelas.

“Não foi das melhores, mas deu tudo certo” respondi sem querer dar muitos detalhes.

“Presumo então que você conseguiu o que te pedi”

“Pode-se dizer que sim” tomei mais um gole de vinho.

Queria ter concordado em trazer Mike comigo, estaria me sentindo bem melhor com ele ao meu lado. Sentia falta do tempo que podia passar junto com meu irmão sem nada com que nos preocupar a não ser matar vampiros, mas essa era a parte que eu não gostava mais em meu passado. Vingar a morte de meu pai matando vampiros já não era a mesma coisa e depois de ter conhecido Mark passara a me arrepender de ter concordado em caçá-los. Pelo menos o fato de que eles matavam inocentes para se alimentar me fazia sentir um pouco melhor com suas mortes, mas não apagava a carnificina que encobria a parte da minha vida que estava lutando para esquecer.

Uma coisa tinha que admitir: sentia falta da sensação de ver o espanto em seus rostos ao descobrirem o que era enquanto enfiava uma estaca em seus corações, sentia falta da ação, de sentir seus corpos ficarem rígidos e acinzentados como pedras conforme seus corações paravam de bater. Minha vida parecia pacata comparada com a vida que levava antes, mas os recentes acontecimentos com Sophie não estava me deixando morrer de tédio por ter uma vida tranqüila que não combinava com meu jeito de ser – sei que deveria estar triste por tudo que acontecera a ela, e realmente estava, mas não podia deixar de perceber que isso estava deixando minha vida ligeiramente mais interessante.

Pouco tempo se passara desde que estava ali e logo Dean colocou o conteúdo das panelas em travessas transparentes e as levou para a sala de jantar que ainda não havia descoberto onde ficava. Não demorou muito para que ele voltasse para me levar até a sala. Fez sinal para que levasse minha taça comigo e o segui-lo. A sala de jantar era pequena, como achava que eram todos os cômodos da casa, uma mesa de madeira escura com seis cadeiras tomava grande parte do espaço, do lado da mesma ficava um armário baixo e tão comprido quanto a mesa. A mesa estava arrumada para dois, as travessas colocadas no espaço entre nossos pratos.

            Dean puxou a cadeira para mim e foi até o outro lado da mesa. Me serviu com um pouco de tudo que havia nas travessas e depois se serviu, se sentando a minha frente.

            “Então, como está sendo sua vida desde que Sophie se transformou?” perguntou, tentando iniciar uma conversa. Não era um assunto sobre o qual queria conversar, mas ele estava sendo tão fofo comigo que resolvi não contrariar seu aparente bom humor, para ser sincera, estava com saudades do Dean carinhoso.

            “Difícil, mas estamos conseguindo ir em frente” respondi sem dar muitos detalhes novamente, não queria dar-lhe informações que poderiam ser usadas contra mim posteriormente. Levei um pouco de macarrão a boca e pude comprovar que Dean realmente era um bom cozinheiro, algo que nunca imaginaria que ele fosse, mesmo o conhecendo há muito tempo.

            A conversa foi se tornando mais leve conforme íamos bebendo o conteúdo de nossas taças. Ele queria saber o que estava achando da cidade, sobre as diferenças entre Nova York e ali, como estava minha vida com meu irmão e assim por diante. Ele queria ficar a par de tudo que estava acontecendo na minha vida ultimamente, parecia estar realmente preocupado com meu bem estar, algo que era suspeito vindo dele, alguma coisa ele devia estar tramando, mas não quis interromper o ataque de fofura que ele estava tendo

            Depois do jantar, Dean me levou até a sala de estar para podermos discutir a missão confortavelmente. Sentei-me no sofá de couro marrom e D veio se unir a mim, se sentando mais perto do que gostaria.

            “Vamos aos negócios” falou “Trouxe os objetos?”

            “Sim” peguei minha bolsa que estava carregando junto de mim desde que chegara ali e tirei três embrulhos de papel pardo dela, os entregando a Dean logo em seguida. Ele os colocou em cima da mesa de centro sem ao menos espiar o conteúdo dos pacotes. “Não vai olhar?” perguntei apontando para os pacotes com a cabeça.

            “Não, acredito em você, sei que você quer essa cura tanto quanto eu e não me enganaria” sorriu.

            “Então podemos conversar sobre a missão agora e acabar logo com isso” não consegui conter minha vontade de ir embora dali. Isso pareceu tê-lo deixado irritado, mas logo se recompôs.

            “Claro, claro, a missão. Está finalmente chegando ao fim. Imagino que você esteja feliz com isso” ele me olhou, esperava uma resposta. Apenas assenti positivamente e o esperei continuar. Ele suspirou antes de falar. “Sabe, eu não estou muito feliz com isso, assim que terminar essa missão vou perder a melhor caçadora que já tive” ele tentou pegar minha mão, mas a tirei de seu alcance. Sua expressão se tornando triste.

            “Então, o que devo fazer?” perguntei tentando acabar com tudo aquilo o quanto antes.

            “Você não pode me odiar para sempre Millie, não fiz nada de mal a você, sempre te protegi, nunca deixei que te machucassem. Você não pode ficar brava com o cara que quer o seu bem, com o homem que te ama” ao ouvir estas palavras minhas suspeitas de que ele estava apaixonado por mim se tornaram reais, mas nunca trocaria Mark por ele, disso tinha absoluta certeza. Para não arruinar o clima de vez, resolvi ignorar essa última parte.

            “Não te odeio Dean, você me deu uma escolha anos atrás e eu resolvi aceitar, mas não posso mais fazer isso, não tem nada haver com você” tentei explicar da forma mais honesta que pude.

            “Ainda assim, Millie. Não entendo, depois de tudo que presenciou, como pode amar um vampiro? Aceitar conviver com uma lobisomem? Não se importar de que sua amiga é uma bruxa e a outra uma vampira? Você odiava vampiros quando nos conhecemos, me simpatizei por você já que nossas histórias tinham coisas em comum, mas você resolveu voltar atrás. Com a vida que teve, nunca achei que você consideraria fazer tal coisa” ele parecia estar evitando tocar no assunto amor novamente e estava grata por isso, talvez ele tenha reparado que me senti muito desconfortável quando ele se declarou.

            “D, até mesmo estas criaturas merecem uma segunda chance, elas não escolheram ser o que são, elas lutam a cada dia para evitar serem os monstros que acham que se tornaram, se esforçam para não machucar pessoas inocentes” falei, tentando defender minha nova família adotiva, especialmente Mark.

            “Mas nunca pensaram em tirar sua própria vida para não ferir as pessoas, pensaram? Se elas não gostam do que são, deveriam ter cogitado esta idéia”

            “Por mais que eles sejam o que são, eles ainda tem um pouco de humanidade dentro de si, um humano sem problemas de depressão ou problemas mentais não tiraria sua própria vida. Você se mataria para poder proteger pessoas que nunca vira na vida?” perguntei, esperava que ele me respondesse que não podia compará-los com humanos ou algo do tipo, mas sua resposta me pegou de guarda baixa.

            “É, acho que não... você está certa.” Parecia pensativo, mas logo voltou a ser o homem frio que conhecia “Mas isso não justifica o que fazem, isso não quer dizer que devemos aprender a conviver com eles ao invés de matá-los, é nosso dever proteger as pessoas mortais desses monstros. Os lobisomens até tudo bem, enquanto se manterem longe das pessoas durante a lua cheia não podem machucá-las, mas os vampiros são perigosos não importa a época em que nos encontramos, não importa quanto eles pareçam inofensivos ou quanto os amamos” seus olhos brilhavam como se estivessem cheios de lágrimas represadas a muitos anos, não entendi o porque de se encontrar em tal estado. Tentei estudá-lo melhor para conseguir compreender o que se passava dentro de sua mente, mas ele desviou o olhar do meu para que não pudesse ver seu rosto.

            “Dean, nem todos eles são monstros. O Mark e a Laureen, por exemplo, viveram muito tempo tentando achar uma maneira de evitarem ser o que eram, se culpam até hoje pelo que causaram, por todas as mortes que não deveriam ter ocorrido. Mas eles não podiam evitar, era a única maneira de sobreviverem. Agora eles não matam mais, existem outros meios de garantirem sua sobrevivência”

            “O fato de eles não matarem não quer dizer que eles não possam voltar a fazer isso. Eles continuam sendo perigosos, Millie”

            “Humanos também matam e você não tenta matar eles, tenta? Não, você fica pensando somente no sobrenatural. Pessoas também podem ser perigosas, talvez até mais perigosas do que certos vampiros, mas você não parece preocupado em livrar o mundo dessas pessoas” estava começando a ficar brava com ele. Por que ele tem que ser tão cabeça dura?, me perguntei.

            “É diferente”

            “Diferente? Por quê? Assassinos são tão perigosos quanto vampiros na minha opinião”

            “Podemos voltar a conversar sobre a missão, por favor?” seus olhos me fitavam suplicantes. Suspirei me dando por vencida.

            “Claro” concordei, sabia que não o convenceria naquela noite.

            “Bem, agora sobre a missão então. Deixe-me avisá-la de antemão que essa parte vai ser fácil de ser arranjada, mas ao mesmo tempo vai ser muito difícil para você” ele parecia inseguro conforme falava, como se estivesse com medo do modo que iria reagir a tal informação.

            “Como algo pode ser fácil e difícil ao mesmo tempo?”

            “Deixe-me explicar e você vai entender” falou, enchendo nossas taças novamente “Vou direto ao ponto, não tem porque adiar”

            “Então fala logo!” o apressei, ele estava me matando com toda aquela conversa, precisava voltar para casa.

            “Para o ritual, além dos objetos que você trouxe, é preciso mais quatro coisas muito importantes. Mas é aí que tudo complica. Você se envolveu com a missão, algo que te disse para não fazer, sabia que seria difícil se você se envolvesse. Porém agora não tem mais como voltar a trás, não posso mudar o que já está feito, mas consegui dar um jeito de diminuir seu sofrimento, você sabe que não quero te ver sofrer” estendeu a mão para tocar meu rosto, mas o impedi.

            “Como assim sofrimento? Você está me assustando falando assim Dean. Explica tudo de uma vez, por favor” pedi.

            “Para podermos conseguir realizar o ritual e obter a cura, precisamos de sangue, mas não qualquer sangue, não é um sangue fácil de se conseguir. E não é só o sangue, temos que ir além para que dê certo.

            “Precisamos do sangue de um humano, de um lobisomem e de um vampiro. Mas não podemos apenas pegar um pouco de sangue e deixá-los ir, o ritual exige que ambos os três morram depois de obtermos a quantidade de sangue desejada. E tem que ser direto da veia, não tem mesmo como achar um caminho alternativo para tudo isso, ou seja, não tem como evitar estas mortes, mas elas vão ser por uma causa nobre.

            “Continuando. Vamos precisar de uma bruxa também, para realizar o ritual. É onde a Alice entra, mas não se preocupe, não precisamos do sangue dela. O lobisomem eu já consegui para você, não poderia pedir a você que me trouxesse Sophie, principalmente por ela ser a única razão para você estar tentando concluir esta missão. E agora chega a parte difícil.

            “Nesta região só existem dois vampiros e preciso que você me traga um para o ritual que tem que ser realizado daqui dois dias, não dá tempo de arranjarmos outro vampiro em alguma outra região” terminou seu relato me estudando, esperando por minha reação.

            Suas palavras no começo pareciam não fazer sentido para mim, era como se meu cérebro se rejeitasse a processar tal coisa, mas depois de alguns minutos em silêncio comecei a entender o que teria que fazer e logo que isso fez sentido para mim as lágrimas começaram a fluir em um fluxo ininterrupto, era como se meu coração estivesse sendo arrancado de meu peito sem dó nem piedade.

Eu entendi o que teria que acontecer para podermos salvar Sophie e era isso que estava me matando lentamente por dentro.

“Mark ou Laureen tem que morrer” sussurrei em meio as lágrimas.

“Eu sinto muito, Millie” falou, passando o braço pelos meus ombros tentando me consolar. E desta vez não tentei afastá-lo.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Tinham pensado algo parecido para os planos do Dean? O que acham que vai acontecer agora?
Deixem um review e me façam feliz!!!
Beijinhos...



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