A Caçadora E O Vampiro escrita por Dory


Capítulo 23
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!!!

Eu tava super empolgada para postar esse capítulo logo, só não postei antes porque tive que fazer backup no meu computador e só instalei o word agora de noite... Felizmente não perdi tudo que havia escrito pra fic!!

Não sei se vão gostar desse capítulo, mas realmente espero que gostem... Será que algum de vocês vai sentir uma leve sensação de Déjà vu lendo o final deste capítulo? Comentem depois...

Vou tentar terminar a fic até sábado, que eu vou viajar e ficar uma semana fora e não quero deixar vocês muito tempo sem capítulos, mas acho que dá pra terminar até lá sim...

Enfim, boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322597/chapter/23

            Dean me levou de volta para casa no meu carro já que não me encontrava em condições de dirigir, era como se tudo a minha volta não existisse mais, como se apenas a dor que sentia fosse real. Mike ao me ver chegar com D ao meu lado veio correndo ao nosso encontro, seu rosto parecia preocupado e confuso ao mesmo tempo.

            “O que você fez a ela?” perguntou rispidamente, me puxando para perto de si tentando me proteger, mas ele não sabia que, não importa o que fizesse, seria inútil, ele não podia mudar o que iria acontecer em dois dias.

            “Nada, eu juro” falou D, levantando as mãos como um gesto de redenção e inocência. “Acho melhor nós conversarmos, ela esta muito abalada, não vai conseguir te contar o que aconteceu com detalhes, mas eu não fiz nada a ela, juro, apenas contei sobre a missão”

            “O que aconteceu?” perguntou a mim delicadamente, mas apenas balancei a cabeça, não conseguia formar palavras, tudo que existia dentro de mim era aquela dor excruciante que nenhum remédio poderia curar. “Vou levar ela para o quarto e depois conversamos” falou, se dirigindo a Dean, dessa vez sua voz estava mais calma.

            Mike me ajudou a andar, não estava enxergando direito por causa das lágrimas que embaçavam minha visão. Subimos as escadas devagar, meu irmão estava praticamente me carregando já que fazer minhas pernas responderem era uma ação muito complicada naquele momento. Me deitei na minha cama, repousando a cabeça em meu travesseiro o encharcando com minhas lágrimas rapidamente. Mike me cobriu com o edredom, beijou meus cabelos e saiu do quarto fechando a porta ao sair.

            Pude escutar seus passos apressados na escada e ouvi-lo mandar Dean explicar tudo que havia acontecido, mas depois disso resolvi parar de prestar atenção, não precisava ouvir tudo novamente, ouvir tudo aquilo uma vez já me deixara completamente inútil, não agüentaria passar por tudo de novo, isso só iria duplicar a dor em meu peito.

***     

            Acordei no dia seguinte me sentindo pior que no dia anterior. A dor ainda estava lá, mais intensa do que antes, mas já não conseguia chorar, tinha acabado com meu estoque de lágrimas durante a noite. Tinha dormido muito mal, meus sonhos se tornavam pesadelos me fazendo lembrar as palavras de Dean, estava me sentindo levemente entorpecida e desorientada ao acordar. Ouvi barulho de panelas na cozinha, Mike devia estar fazendo o café da manhã. Resolvi levantar e ir vê-lo, não podia deixar essa dor me consumir e me impedir de pensar em algo para proteger meus amigos mesmo achando que nada poderia ser feito.

            “Bom dia” murmurei, me sentando de frente para o balcão.

            “Bom dia. Como você está se sentindo?” perguntou, colocando as panquecas em dois pratos e os trazendo para perto de mim. Ficou um tempo estudando minha expressão antes de ir até a pia para buscar mais coisas.

            “Péssima” não tinha porque esconder isso dele, era óbvio que estava me sentindo assim.

            “Dean me contou o que aconteceu” ele trouxe para o balcão um prato com bacon e outro com ovos mexidos e foi até a geladeira buscar suco de laranja para nós. “Eu sinto muito, Millie. Mas vamos conseguir pensar em algo para evitar tudo isso, não se preocupe” ele beijou minha bochecha antes de se sentar de frente para mim e começar a se servir.

            “Não tem como, Mike, precisamos dessa cura” meu apetite parecia nulo, mas peguei um pouco de comida para não deixá-lo triste por estar rejeitando seus esforços para preparar nosso desjejum matinal ou deixá-lo ainda mais preocupado comigo.

            “A Sophie não vai querer essa cura se para isso alguém tenha que... se sacrificar por ela” hesitou ao pronunciar as últimas palavras com medo de minha reação.

            “Mas não posso deixá-la assim para sempre, é minha culpa ela ser o que é agora Mike” sentia a depressão tomando conta de meu ser cada vez mais, se apoderando de cada parte de meu corpo, me perguntava se era assim que Sophie se sentia, sem vontade de fazer nada, querendo apenas ficar sozinha com seu sofrimento.

            “Nós podemos tentar adiar até a próxima lua cheia, até lá conseguiremos arranjar outro vampiro, um que não conhecemos e que não merece continuar vivendo para conseguirmos a cura. Ela pode agüentar mais uma semana, tenho certeza disso, principalmente se souber o porquê de ter que esperar. E ela nem sabe sobre a cura, então não vai fazer diferença para ela esperar mais um pouco”

            “Mas o Dean quer a cura agora, ele não está disposto a esperar mais” mesmo não tendo dito tal coisa, sabia que era assim que D pensava. Para ele ter o Mark fora de minha vida seria bom, ele acharia que teria uma chance comigo, mesmo eu tendo certeza de que nunca aceitaria tê-lo ao meu lado, só de imaginá-lo me tocando já era o suficiente para me deixar enojada e com raiva. Na verdade, imaginar qualquer pessoa que não fosse o Mark me tocando me fazia sentir assim.

            “Ele não precisa saber disso, podemos pensar em um jeito de fazer tudo dar errado desta vez sem que ele saiba, então ele não terá outra alternativa a não ser esperar até a próxima lua cheia e quando ela chegar já estaremos preparados para uma nova tentativa de realizar o ritual.”

            “Você acha que isso daria certo, Mike? Enganar o Dean não é algo fácil, assim que ele descobrir vai querer se vingar e vai machucar alguém, não vou suportar isso Mike, não quero ver ninguém sofrer”

            “Então teremos que planejar muito bem antes de colocarmos o plano em prática, se ele achar que foi tudo um acidente ou coisa parecida, não vai precisar se vingar e terá que esperar até a lua cheia do próximo mês e até lá já teremos um vampiro substituto” ele parecia estar realmente convencido de que essa idéia daria certo, mas ela parecia fantástica demais para mim, as coisas não seriam tão fáceis como ele estava pensando, mas só de saber que poderíamos criar um plano que nos daria mais tempo para resolver as coisas me ajudava a não afundar de vez na depressão que sentia me dominando a cada segundo que passava.

            “Espero que você consiga um plano realmente muito bom então”

            “Não se preocupe, vou pensar em algo, temos dois dias para planejar tudo. Nós vamos conseguir, Millie” afagou minha bochecha “Agora come alguma coisa, vou precisar de você em forma para colocarmos o plano em prática e conseguirmos salvar todo mundo” isso me fez sorrir, havia uma chance de conseguirmos, uma chance de salvar a todos que amo.

            “Está bem, mas esse plano não vai envolver o Mark, daremos um jeito de deixá-lo de fora, não vou poder suportar se algo acontecer a ele”

            “Vamos pensar em algo para mantê-lo afastado, agora come ou não vou deixar você participar do plano tampouco” disse. Ele sabia que queria participar, que queria ajudar a manter todos a salvo, e ele estava usando isso para não deixar a depressão me dominar de uma vez por todas.

           

            Tenho que admitir que, mesmo a idéia sendo perigosa e tendo uma grande probabilidade de não dar certo, eu me sentia melhor sabendo que estaria tentando fazer algo para impedir que o plano de Dean fosse levado adiante. Não me importava de ter que prolongar minha missão por mais um mês desde que eu conseguisse proteger Mark e Laureen dos planos de D.

***     

            Mais tarde naquele dia, fomos até a casa de Ally para termos uma breve reunião e decidirmos os detalhes do plano para impedir o Dean. Mas apenas Laureen, Alice, Mike e eu estávamos presentes. Não queria que Sophie soubesse, preferia deixá-la no escuro quanto a tudo isso – e ela estava em um humor péssimo conforme a semana de lua cheia parecia mais perto – e não poderia chamar Mark para a reunião, se ele soubesse da verdade nunca conseguiria tirá-lo da cidade para podermos fazer o ritual fracassar.

            Achei que fosse ter problemas em falar tudo que Dean me contara sobre o ritual, mas foi mais fácil do que imaginara, contei todos os detalhes que ele havia me dado e minhas preocupações a cerca de meus vampiros. Laureen se manteve impassível durante o relato, mesmo sabendo que ela ou Mark teriam que morrer para conseguirmos ajudar Sophie, era como se ela estivesse conformada com tudo isso, poderia até dizer que ela estava disposta a se voluntariar para isso, só não conseguia entender o porquê de ela estar assim.

            Quando terminei de contar tudo que tinha que dizer, Mike começou a contar sobre a idéia que tivemos mais cedo, sobre criarmos um plano para podermos proteger a todos até conseguirmos outro vampiro para realizar o ritual. Ally e Laureen pareciam aprovar a idéia, apesar de que Laureen não parecia realmente animada com tudo isso, mais uma coisa que estava me intrigando quanto a ela, era como se ela não conseguisse reagir da maneira correta naquele momento.

            “Então vamos começar a planejar” falou Alice animada saltando do sofá e indo até um armário ali perto, pegou algumas folhas sufite e canetas de dentro dele, nos entregou os materiais que estavam em suas mãos e nos levou até a sala de jantar para que pudéssemos escrever as idéias e juntá-las depois para montar o plano que precisávamos.

            Passamos a noite em claro à base de café, tínhamos pouco tempo para pensar em todos os detalhes de nosso plano. O tempo era muito escasso para conseguirmos um plano sem possíveis falhas, mas estávamos todos muito empenhados para que o tempo não nos atrapalhasse. Enquanto todos pensavam em como atrapalhar o Dean sem que ele soubesse que tudo havia sido planejado, minha cabeça só pensava em uma coisa: como tirar Mark da cidade sem que ele suspeitasse do que iríamos fazer. Ninguém parecia estar se preocupando muito com essa parte do plano que, a meu ver, era a parte mais importante de todas.

            Minha mente vagava entre diversas possibilidades de modos para levá-lo para longe sozinho, mas nada que me vinha à mente parecia bom o suficiente. Ele não iria querer sair da cidade sem mim, iria querer saber o que iríamos fazer sem ele por perto e se ele soubesse o que estávamos pensando em fazer nunca sairia da cidade, nunca sairia do meu lado, tentaria me proteger, mas quem precisava de proteção desta vez era ele, só que ele nunca aceitaria que eu o protegesse de um caçador como o Dean, ele tentaria me proteger e se machucaria no processo.

            Senti lágrimas enchendo meus olhos novamente, mas não devia chorar, não queria compartilhar meus pensamentos com ninguém, preferia sofrer sozinha, não queria ver ninguém sofrer comigo, já havia causado sofrimentos demais desde que chegara na cidade para realizar minha missão. Enxuguei meus olhos disfarçadamente e voltei a pensar, não podia perder tempo chorando, tinha que proteger meu amor.

***     

            Estava tudo pronto. Executaríamos nosso plano finalmente, não tínhamos muito tempo, já que aquela noite seria a primeira lua cheia do mês. Tinha sorte de que Mark não sabia sobre os detalhes do ritual assim seria mais fácil colocar o plano em prática. Me sentia mal só de pensar em mentir para ele, mas era o único jeito de mantê-lo a salvo até conseguirmos adiar tudo por um mês.

            Mike veio até o meu quarto ver se estava pronta para sairmos. Assim que me viu veio ao meu encontro, ele sabia que estava me sentindo péssima naquele momento, era como se estivéssemos interligados, ele sempre sabia quando me sentia assim.

            “Não fica assim, a idéia foi sua e ele vai ficar bem” me abraçou tentando me fazer sentir melhor, mas não estava adiantando. Estava aliviada de ter finalmente pensado em algo para tirar Mark da cidade por algum tempo, mas estava me sentindo mal por ter que enfrentar tudo isso sem ele, deixá-lo ir, sair da minha vida, mesmo sendo por um curto período de tempo. Não queria passar esses dias sem ele, mas era necessário, tentava me fazer acreditar nisso cegamente, mas meu cérebro se perguntava se não seria possível mantê-lo perto de mim e seguir adiante com o plano mesmo assim.

            “Espero realmente que tudo dê certo, Mike” murmurei, apoiando minha cabeça em seu peito, relembrando de vários momentos que ficamos assim, ele me consolando depois da morte de meu pai ou sempre que me sentia deprimida.

            “Nós temos que ir”

            Quinze minutos depois estávamos estacionando em frente à casa de Mark. Havíamos marcado de nos encontrar lá para conversarmos sobre as últimas atualizações na minha missão, que seria onde entraria a parte que o tiraria da cidade por no mínimo três dias, o suficiente para colocarmos nosso plano em prática e arrumarmos tudo antes dele voltar para casa, antes dele voltar para mim.

            Antes de descer do carro, tentei me recompor, precisava fazê-lo pensar que estava tudo bem ou então nada daria certo. Respirei fundo e fui até o jardim dos fundos onde tinha certeza de que o encontraria. Ele estava sentado no balanço olhando para a floresta imerso em pensamentos enquanto esperava por nós. Vê-lo ali tão calmo fez meu coração saltar, queria tanto que ele não precisasse sair do meu lado por esses dias, mas meu cérebro me lembrava que era o melhor a ser feito. Tentei me recompor, me sentia a beira das lágrimas e não podia deixá-lo me ver assim.

            “Mark” chamei. Ele se virou e sorriu para mim. Meu peito doía ao saber que se algo desse errado aquele poderia ser nossa última conversa. Ele caminhou até nós calmamente.

            “Vamos conversar lá dentro, está frio aqui para vocês” falou após me beijar delicadamente. O seguimos até a sala de estar, nos sentamos no sofá e senti meu corpo começar a tremer com medo de falhar, de não conseguir levá-lo para longe o quanto antes “Então, o que vocês tinham para me falar?” parecia genuinamente curioso.

            “Nós precisamos de um favor seu” comecei a falar tentando fazer minha voz permanecer estável ao tentar iniciar a conversa que havia ensaiado inúmeras vezes em minha cabeça, mas tinha a sensação de que não conseguiria seguir o roteiro que criara.

            “Tudo bem, o que eu tenho que fazer?” sabia que ele aceitaria isso rapidamente, mas ainda não tinha chego na parte difícil.

            “Tem mais uma coisa que precisamos achar, mas não vou poder ir com você, quero estar aqui para a Sophie depois que ela se transformar, já que não pude ficar com ela por causa de nossas viagens”

            “Você vai ficar bem aqui sem mim? Não vai tentar nada perigoso enquanto eu estiver fora, vai?” perguntou, era como se ele já soubesse que estava tramando algo e estivesse querendo se certificar disso.

            “É claro que não, Mark, preciso de você aqui para me ajudar” sorri, tentando fazer com que ele acreditasse em mim, todo meu plano dependia disso.

            “Promete?” ele ainda parecia desconfiado, tentei dar meu sorriso mais inocente, mas não tinha certeza de que estava fazendo isso certo.

            “Claro, pode confiar em mim, amor”

            “Mike, toma conta dela, não quero que ela se meta em confusões ou se machuque” falou olhando meu irmão, acho que minha promessa não era o suficiente para ele.

            “Pode deixar, vou cuidar bem dela” assegurou Mike.

            “Então o que devo fazer?”

            Deixei que Mike cuidasse dessa parte por mim, não tinha certeza de que conseguiria mentir para Mark convincentemente, ele me conhecia bem demais para acreditar em minhas mentiras.

            “Como a Millie disse, temos que achar mais um objeto, mas não temos nenhuma foto dele, apenas uma descrição. Conversamos com a Alice e ela já nos deu a localização dele, está tudo escrito neste papel” entregou uma folha sufite para Mark que começou a analisa-la. Depois de um tempo ele tirou os olhos do papel e nos olhou.

            “Acho que tudo bem então” concordou, dobrando a folha e guardando-a no bolso dos jeans. Ouvir estas palavras tirou um peso que esmagava meu coração, Mark estaria a salvo, menos um problema com o qual me preocupar. Sabia que quando ele voltasse e ficasse sabendo do que fizera e soubesse que havíamos mentido, ele iria ficar bravo e magoado com todos nós, principalmente comigo, mas isso era algo para me preocupar depois, no momento tinha outras coisas com as quais me preocupar.

            “Você vai quando?” esperava que a resposta fosse o quanto antes.

            “Agora mesmo, só vou arrumar uma mochila para mim, não posso ir sem nada”

            “E você vai como? Quer que eu te leve até o aeroporto ou até a rodoviária?” perguntei, querendo conseguir um pouco mais de tempo com ele. Apesar de estar contente que ele estaria longe daqui enquanto o ritual estivesse sendo realizado, me sentia triste com a perspectiva de deixá-lo ir sem mim, principalmente sabendo que havia uma grande chance de tudo dar errado.

            “Não, vou correndo, vai ser mais rápido e vou conseguir estar de volta o quanto antes” isso fez meu coração perder uma batida e voltar a bater descompassado.

            “Quanto tempo você acha que vai ficar fora?” perguntou Mike, tentando ter certeza de que essa parte que não havíamos pensado não atrapalhasse em nada.

            “Se achar esse negócio que vocês querem for tão fácil quanto os outros que tivemos que procurar, algo em torno de dois ou três dias” fiquei feliz em saber que isso não influenciaria nossos planos, estava tudo dando certo até então. “Vou arrumar minha mochila” beijou minha bochecha e se levantou.

            Mark deixou a sala em direção aos quartos me deixando a sós com Mike. Meu irmão me olhou esperando alguma reação de minha parte, mas não estava conseguindo pensar em nada para dizer, me sentia em uma confusão de emoções. Por um lado estava contente de ter dado tudo certo com Mark, conseguiríamos tirá-lo da cidade – estava surpresa que ele aceitara a história que inventáramos facilmente, ainda mais não tendo uma foto do novo objeto inexistente que ele teria que procurar. Por outro lado, estava me sentindo mal por ter mentido para ele e estava com medo do que estava por vir, nosso plano estava parecendo cada vez menos eficaz, mas não dava tempo de pensar em algo mais elaborado, tínhamos que seguir adiante.

            Não demorou muito para que Mark voltasse carregando uma mochila preta de tamanho médio nas costas.

            “Estou pronto para ir” falou, olhando para mim preocupado “Tem certeza que você vai ficar bem sem mim?”

            “Tenho, Mark” respondi o abraçando.

            O acompanhamos até os jardins dos fundos. Mike ficou parado perto da porta para nos dar algum tempo a sós. Me sentia desolada vendo-o pronto para partir, mas era necessário. Acho que meu rosto demonstrava o que sentia por dentro já que, quando chegamos perto do balanço, Mark parou e ficou me olhando. Senti meus olhos se encherem de água e não tive como escondê-las dele.

            “Tudo vai ficar bem” falou, me abraçando.

            “Como você sabe?” perguntei, apoiando meu rosto em seu peito, encharcando sua camiseta com minhas lágrimas. Estava com medo, pela primeira vez na vida estava realmente com medo. Não posso perdê-lo, pensei desesperadamente.

            “Nós vamos conseguir, eu tenho certeza” afagou meu cabelo. Suas palavras tentavam consolar a nós dois, ele também estava com medo, podia sentir isso emanando de seu corpo, mas o medo dele era porque achava que eu poderia me colocar em perigo enquanto ele estava fora e o meu era por algo totalmente diferente, estava com medo de algo dar errado no meu plano e o perdesse para sempre.

            “Eu te amo” falei, precisava que ele ouvisse isso pelo menos uma vez mais.

            “Eu também te amo” falou, pousando seus lábios em meus cabelos com ternura.

            Não queria deixar o conforto de seus braços, mas era preciso, eu tinha que salvá-lo, salvar nós dois, nosso tempo estava acabando.

            “Hora de ir” falei, enxugando meus olhos com a manga de minha blusa.

            Ele me puxou para mais perto sem tirar seus olhos dos meus. Quando nossas bocas se tocaram meu corpo estremeceu, sentindo o calor que emanava de seu corpo, fazendo-nos um só. Estava sem fôlego e sentia as lágrimas voltarem a encher meus olhos rapidamente assim que nos afastamos. Ele enxugou uma lágrima de meu rosto e beijou minha testa.

            “É hora de ir” falou, afrouxando o abraço. Caminhei para junto de Mike. Olhei uma última vez para trás, mas ele já não estava mais lá. Senti uma dor dentro de mim, como se parte de meu coração tivesse sido arrancado, o que era verdade, essa podia ser a última vez que o veria se algo desse errado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviews??

Pra quem não percebeu o Déjà vu que eu mencionei, o final do capítulo é igual ao que está escrito no prólogo...

Beijinhos e até breve!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Caçadora E O Vampiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.