A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru
Notas iniciais do capítulo
Revelações nesse capítulo! *-* Espero que gostem
Agora são 13h... sinto que eu devia ter visitado Castiel pela manhã para preparar-lhe café da manhã. Enfim, não há necessidade de pensar nisso agora, guardei minhas coisas no armário da escola, quando algo caiu lá de dentro... Ah, é a foto do Castiel... é quase impossível não sorrir ao olha-la. Guardei-a em minha mochila e fechei o armário, pronta para ir embora.
Passei no Mercado de Tudo e comprei ingredientes para fazer o almoço. Pela primeira vez na vida consegui tirar algumas palavras de Lysandre, perguntei o que Castiel gosta de comer, mas acho que não inspirei tanta confiança até contar que ele estava doente e eu estava aos seus cuidados.
– O que você comprou, Norinha? – Demon estava puxando as sacolas com curiosidade, tentando observar o que havia dentro.
– Ingredientes para o almoço, aparentemente, é o favorito de Castiel, Den. – Dei um sorrisinho para ele.
– Parece nojento, eca! – Ele fez uma cara de nojo.
– É porque ainda não está pronto, besta. Agora vem cá. – Bati de leve em meu ombro – Você pode se machucar aí embaixo. – Ele pulou em meu ombro.
Eu já estava na frente da casa de Castiel.
– E se a Peggy passar por aqui e vir você entrando? – Demon falou.
– A cidade é grande o suficiente e tem muitas pessoas, a probabilidade de isso acontecer é muito pequena.
– É! Mas cuidado.
– Pode deixar!
Abri o portão com a chave que Castiel havia me dado e entrei sem preocupações... até o momento. Assim que tranquei o portão de novo, dei de cara com Dragon, que estava rosnando para mim com uma cara não muito amigável, o cão continuou a rosnar e se aproximar.
– Cuidado com o cachorrinho! – Ele falou dando risadas e começou a brincar perto de Dragon.
Eu tentei andar tranquilamente, tentando inspirar um pingo de confiança, mas não foi o suficiente: o cão pulou em cima de mim e me derrubou no chão, eu deixei um grito escapar. O fato de eu estar debaixo de um Pastor-de-Beauce enorme, com dentes afiados e a saliva quase caindo em meu rosto. Escutar o rosnado e ficar imóvel, sem poder fazer nada... me deixava com medo.
– Dra... drag... – Eu mal conseguia falar. Olhei para o lado e vi Demon rolando no chão de rir.
– Não é engraçado! – Aumentei meu tom de voz e Dragon rosnou mais alto.
– Boa, garoto! – Aquela voz conhecida alcançou meus ouvidos, suspirei em alívio: era Castiel. Meu grito deve ter feito ele acordar. – A gente joga um graveto e você me traz de volta uma tábua! Que cãozinho ambicioso. – Ele estava abaixado atrás de minha cabeça, eu abri os olhos e o vi acariciando Dragon.
– C-c-c.....nho? – Qual o problema de vocês? Cachorrinho, cãozinho...
– O quê?
– C... – Eu ainda estava em choque para falar. A última vez em que vi esse cão, ele não estava tão agressivo... bom, talvez seja porque eu não havia entrado em seu território sem o seu dono.
– Você consegue levantar? – Castiel se posicionou em minha frente e me ofereceu sua mão, foi quando percebi que ele estava apenas com uma calça de moletom cinza e sem camisa, tentei desviar o olhar, mas... aquilo estranhamente me atraia. Eu alcancei a sua mão e ele me puxou, me abrigando em seus braços quando levantei. Ah, o corpo dele estava quente e confortável... olhei para cima e seus cabelos estavam bagunçados, será que ele estava dormindo? Ele começou a analisar o meu corpo assim como fiz com ele.
– Ei... – Falei envergonhada.
– Só queria ter certeza de que você não estava machucada. Além do mais, você fez o mesmo comigo. – Castiel levantou meu queixo com seu dedo indicador e acariciou meu rosto com a mesma mão, ele tinha aquele sorriso rotineiro no rosto, o que me fez corar ainda mais. – Assim Dragon irá confiar em você. – O seu rosto se aproximava mais e mais... ahhh. Olhei de canto e percebi um Demon com as expectativas nas altas... era hora de parar. Eu me livrei de seus braços e segui até a porta.
– Você já se esforçou demais. – Pressionei meus lábios. – Ponha mais roupas e vá se deitar. – Falei imperativa.
– Por mais roupas? Por quê? A casa é minha, não é? – Ele riu, parecia estar se divertindo com a situação.
– Porque sou sua visita... – Meu rosto deve estar totalmente vermelho a esse ponto.
Demon’s POV
– Você não acha que esses dois estão mais próximos ultimamente? – Falei com desconfiança, Angelique balançou a cabeça enquanto olhava Nora e Castiel conversando e comendo bem vivamente.
– Uhum! – Ela estava sorrindo, aproveitei para sentar mais perto dela. – Eu conversei com Castiel há um tempo, dizendo que ele deveria pedir a Nora em namoro. O que você acha?
– Eu acho demais! – Fiz um sinal de joinha para ela e sorri, ela riu. – Nora dá de 10 a 0 na Debrah!
– Sim, sim! Tenho que concordar. Ela é gentil, linda, carinhosa e realmente se preocupa com o Cas.
– Eu sei, eu sei! – Concordei com entusiasmo – Isso é porque eu cuidei dela direitinho nesses anos. Uma pena você nunca ter ido visita-la.
– Você sabe que tenho medo de fazer viagens longas, não é?
– Sei! – Segurei sua mão e voltamos a observar o casal.
Eleonora’s POV
Comecei a recolher a louça assim que acabamos de comer, para a minha surpresa, Castiel havia elogiado a minha comida e parecia contente ao comê-la. Ah, então ele sente saudades de comida caseira, hm? Ah, agora eu é que fico feliz. Recolhi a louça da mesa e já estava me aprontando para lava-las.
– Deixe elas aí, eu lavo depois. – Castiel estava encostado no arco entre a copa e a cozinha... ainda sem camisa.
– Não mesmo. – Reclamei – Kaoru disse que você precisa descansar. Você não vai me enganar fingindo que está bem, ok? – Falei com uma entonação brava, escutei risada da parte de Castiel.
– Eu estou bem, perfeitamente bem. – Pensei que não sentiria arrepios por meu corpo novamente tão cedo, mas eu estava enganada, foi a primeira coisa que senti quando Castiel subiu minha blusa até a cintura e a tocou com suas mãos grandes, macias e quentes. – Eu estou bem. – Ele sussurrou no meu ouvido e acariciou minha barriga com a ponta de seus dedos, eu estava estática. – Bem... – Eu podia sentir sua pele quente em contato com a minha, criando um misto de sentimentos dentro de mim. Sua testa foi de encontro com meu ombro em um movimento brusco, o que indicava que ele não estava tão bem quanto dizia.
– Bobo. – Falei com desespero, minha voz estava trêmula. – Você não está bem.
– Nora... – Eu podia sentir dor em sua voz. Eu virei bruscamente para frente e Castiel estava cabisbaixo.
– Cas... olha para mim... – Sem resposta. Eu toquei seu rosto de leve e o levantei com delicadeza, eu estava olhando para os seus olhos, tentando encontrar alguma resposta, mas ao olhar para o resto de seu rosto, encontrei um sorriso sarcástico.
– Bu! – Ele falou e caiu na gargalhada. Meu coração que estava a mil começou a bater no ritmo normal, eu senti o meu corpo ficar mole e leve, estando completamente aliviada. Foi preciso que o ruivo sem vergonha de minha frente me segurasse com mais força pela minha cintura, para que eu não caísse. Quando me recompus, serrei os punhos e comecei a bater no peitoral dele, mas mesmo que eu quisesse, eu não conseguia colocar força. Ele foi andando para trás, até parar e encostar suas costas na parede.
– Isso não doeu nadinha. – Segurou meus pulsos ao falar. Ele ainda tinha o mesmo sorriso de antes, eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, então virei o rosto para que ele não percebesse.
– Mas deveria! – Exclamei com urgência. Respirei fundo. – Eu achei que você realmente estava mal... – Respirei fundo mais uma vez, tentando me acalmar. As lágrimas que jorravam não eram de raiva, mas de puro alívio. Ele puxou meus pulsos vagarosamente e me envolveu em seus braços mais uma vez, suas mãos acariciavam meus cabelos, o que fazia o meu choro perder o ritmo.
– Me desculpa, ok? – Ele beijou o topo da minha cabeça. – Eu não achei que você se preocupava tanto assim comigo.
– Como não, seu bobo, idiota, louco! – Eu olhei para ele. – Eu amo você! - Sua fisionomia preocupada havia se transformado em uma fisionomia surpresa. Suas mãos me soltaram... opa... eu falei algo errado?
“ Eu amo você!” não... eu não disse isso... eu amo ele, mas... eu não estava pronta para dizer isso. Antes que ele me segurasse de novo, eu corri, mas não o suficiente, meu pulso havia sido agarrado por ele.
– Se você me ama, então por que estava saindo com o Dakota? – Ele parecia estar processando as informações ainda.
– Era só como amigos... ele é meu amigo de infância, sabe... eu só queria... não quero mais...
– Certo. – Ele não estava olhando para o meu rosto.
– Eu me dei conta agora. – Confessei... não há mais necessidade de esconder seus sentimentos, Eleonora. Agora é a hora de falar o que sente, não é? – Achei era algo que todo amigo faria, se preocupar demais... eu me assustei comigo mesma, como fiquei tão preocupada com você, não só agora, mas nos últimos dias. – Falei enquanto encarava o chão. – Uma vez me disseram que eu tenho tudo o que você odeia em uma garota, então sempre que eu percebia que gostava de ti, eu esquecia, porque seria em vão...
– Pare de dizer besteiras. – Ele finalmente falou algo, levantei meu rosto por reflexo e encontrei um Castiel vermelho, olhando para mim.
Eu já não conseguia dizer mais nada, toda a minha coragem havia se esvaído nos segundos em que eu confessava.
– Eu vou ligar para o médico... vá se deitar. – Me apressei para ir atrás de meu celular.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!