A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Sei que desculpas não é o que vocês querem ouvir agora *chora* então simplesmente irei postar... Boa leitura, queridos!



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Quando cheguei em casa, Kaoru estava do lado de fora, aparentemente esperando a nossa vinda. Marin passou um braço de Castiel em seu ombro e eu fiz o mesmo, levando-lhe para dentro de casa.

Minha preocupação já passava dos limites, uma vez que Castiel se mostrava delirando, balbuciando coisas sem conexão com a situação e coisas sem sentido. Minha consciência pesava cada vez mais... isso foi por minha culpa? Por quê...? Isso não importa agora. Fizemos com ele se deitasse sobre minha cama, eu pretendia ficar observando-lhe por mais algum tempo, porém, Kaoru pôs-se em minha frente e começou a examinar Castiel.

– Ele não tem uma simples doença... Ehh, na verdade, não se pode chamar isso de doença. Ele foi amaldiçoado.

– O quê? – Exclamei, em choque. – Tal coisa existe?

– Espíritos existem? Os humanos perguntam... e cá estamos nós. – Ele suspirou.

– Eu preciso que todos saiam do quarto, exceto por Angelique e Demon, preciso do apoio dos dois. Farei o melhor para retirar a maldição. – Marin então passou o braço por trás de minhas costas, me guiando para fora do quarto. – Traga-me um pote com tampa, grande, se possível. – Deu sua última ordem, e quem fez as honras foi Marin.

Após alguns minutos, Demon e Angelique saíram, eu estava aos soluços, chorando desesperadamente.

– O Cas... Cast... iel só está assim por mi...minha culpa... – Falei aos soluços – S...se nã..não fosse por m-m...im... – Suspirei e voltei a chorar.

– Uh, não precisa ser tão dramática, Nora. – Demon reclamou, mas veio me consolar, brincando com meu cabelo. – Ele está bem, ok?

– Está? – Limpei as lágrimas com minhas mãos e parei de chorar no mesmo instante, Demon suspirou em decepção – Posso ir vê-lo?

– Ainda não. – Angelique disse pacientemente – Kaoru irá dizer quando for o momento.

Assim que Angelique concluiu a frase, Kaoru abriu a porta e me encarou.

– Eleonora. – Ele me chamou. Eu me levantei rapidamente e o encarei de volta. – Eu preciso de você aqui.

Caminhei rapidamente para dentro do quarto e encontrei Castiel na mesma posição, mas estava acordado. Ele jogou a franja para trás e moveu seu rosto, olhando para mim.

– Yo. – Ele disse, sério. Pensei em chorar de novo, mas a imagem de Demon reclamando me veio a cabeça e eu consegui me controlar.

– Preciso que você foque em mim. – Lembrei da presença de Kaoru quando ele voltou a falar. – Eleonora – Ele segurou minhas mãos. – Você possui um poder espiritual de purificação, no entanto, esse poder está guardado em mim, pois temíamos que você nunca precisaria usá-lo.

Purificação?! Poder espiritual? Minha cabeça doeu por um instante... como é que é? Engoli a seco.

– Eu preciso agora conceder o poder a ti, pois eu não sei e não possuo autorização para usá-lo. Feche seus olhos e, peço que não se assuste, isso é algo comum no mundo espiritual.

– Certo. – Fechei meus olhos. O que ele iria fazer? Furar nossos dedos com agulhas e fazer um pacto de sangue? Estremeci com a ideia. Foi quando senti os dedos macios de Kaoru tocarem meus lábios, eu os abri por reflexo. Eu podia sentir algo se aproximar do meu rosto cada vez mais, mas não me assustaria, a pedido de Kaoru, afinal, esse seria o único jeito de ativar meus “poderes”, não é? A coragem que arrumei foi necessária para aceitar os lábios do espírito que se encaixavam aos meus, lábios quentes, macios, doces, que transmitiam uma sensação de força que preenchia o meu corpo, fluindo pelas minhas veias, artérias, arteríolas, por todas as ramificações de mim. Nossos lábios agora estavam separados, Kaoru soltou minhas mãos gentilmente e entregou o pote em minhas mãos, dei uma olhada para Castiel e ele estava com a cara fechada, com seu rosto bravo de sempre, eu me sentiria acuada se eu não estivesse em meio a algo tão sério.

– Preciso que você purifique a maldição que aí está presa. Apenas se concentre e o faça. – Ele deu a deixa e fez como se fosse embora, mas algo o fez voltar – Castiel precisa de descanso, então não peguem muito pesado com o rapaz. – Ele desapareceu assim que terminou de falar. Me concentrei inteiramente no pote largo em minhas mãos, mas nada havia acontecido com aquela “fumaça” quase incolor. Tentei mais uma vez, mas mais uma vez não adiantou. Olhei para Castiel mais uma vez.

– Foi bom para você, é? Beijar Kaoru? – Ele continuava sério.

– O quê? – Eu senti meu rosto corar no mesmo momento e, automaticamente, desviei o olhar do “ruivo”. – Não... eu... aquilo foi algo totalmente diferente do que você tem em mente.

– E no entanto, a sua expressão naquele momento dizia o contrário. – Eu fiquei surpresa... como é que ele conseguia falar coisas tão vergonhosas tão... espontaneamente? Soltei um muxoxo e voltei a me concentrar naquele pote... purificar, purificar, purificar, puri... ao por toda a minha atenção naquele pedaço de objeto, eu senti novamente aquele poder fluir em meu corpo, eu me sentia leve, como se não houvesse peso, eu sentia meus cabelos se esvoaçando... mas, no meio dessa boa sensação, o rosto de Dake veio em minha mente, o que me fez perder tudo o que eu havia alcançado. Abri meus olhos me sentindo um pouco cansada, talvez isso consuma energia...? Eu olhei para Castiel e ele estava com os olhos arregalados.

– Oi. – Castiel falou com uma voz monótona, tentando disfarçar sua fisionomia anterior – Não se esforce muito. – Deixei a maldição em cima da minha cômoda e caminhei na direção da minha cama, então me agachei ao lado de Castiel e o olhei ternamente até demais.

– E você também não. Você está bem? – Perguntei, eu ainda estava preocupada. Eu não conseguia tirar da minha cabeça o estado em que ele estava antes de vir pra cá.

– Estou. Pare de se preocupar comigo, é irritante. – Ele olhou para o outro lado, eu podia perceber que ele estava corando. Sorri com a cena.

– Você mal se recuperou e já está rabugento. – Ele voltou a olhar pra mim com as sobrancelhas franzidas.

– E você acha que pode falar assim comigo só porque eu estava... – Ele se sentou na cama sem nenhuma dificuldade - ...doente? – Ele completou a frase ao se levantar por completo da cama, como se nada houvesse acontecido. Eu estava ainda abaixada, me equilibrando sobre a ponta de meus dedos e me segurando na cama, meus pés estavam bambos e eu poderia cair a qualquer momento... e bem... Castiel se abaixou da mesma forma, ficando da minha altura, e empurrou o meu ombro de leve. Foi o suficiente para eu me desequilibrar. Eu estiquei meus braços em um movimento rápido e me agarrei aos ombros de Castiel, que acabou por cair junto comigo e por cima de mim.

– Ah, sua pestinha. – Ele disse com um sorriso malicioso no rosto. Aquilo me fez voltar ao meu eu acanhado. – Vai pagar pelo o que fez.

– Eleonora? – A voz de Marin se aproximava, percebi que a posição em que estávamos era suspeita.

– Se afasta... – Falei para Castiel, mas por pura vingança, ele soltou o seu corpo para que caísse sobre o meu, causando um impacto doloroso, não muito, mas doloroso. Marin abriu a porta.

– Eleonora......? – Ela me perguntou com uma interrogação em seu rosto.

– Ele caiu da cama. Ainda não parece estar muito bem. – Eu apertei minhas unhas em suas costas, de volta, escutei um gemido baixo bem próximo ao meu ouvido, o que fez meu coração palpitar.

– Você precisa de ajuda? – Ela me perguntou, a preocupação em seu rosto era visível. Balancei a cabeça negativamente.

Já havíamos levado Castiel para sua casa, Kaoru pediu que checássemos o “enfermo”, segundo ele, diariamente, até que ele se recuperasse por completo. Para mim, Castiel parecia 100%, ele conseguia andar, falar... mas se ele conseguiu disfarçar tão bem durante a maldição, pode ser que ele esteja apenas atuando agora também.

– Querida. – Marin entrou em meu quarto após dar toques na porta. – Só quero te lembrar de que amanhã cedo eu viajarei e ficarei uma semana fora. Não esqueça de visitar o Castiel todos os dias, ok? – Ela estava saindo, mas voltou por um instante. – Não traga garotos em casa enquanto eu estiver fora, viu? – Ela falou brincalhona, aposto que corei no mesmo instante.


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Notas finais do capítulo

Eu planejo voltar a postar logo depois da minha recuperação, que começa amanhã ;; Mesmo assim, farei o possível pra escrever nos meus intervalos, porque agora eu tô realmente ansiosa pra voltar a postar



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