Yoso Wa . escrita por Shippou


Capítulo 8
Uma nova velha amiga.




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_Eu não devia estar fazendo isso... Mas... Vamos! Pegue meu martelinho! - dizendo isso, arremessou um grande martelo na direção de Teena que se desviou para não se ferir.

_Nossa, Be! Pra que tanta violência? Sabe que ainda não sou boa com isso!!!

_Ah... Ok - ao mesmo tempo, a velha senhora já a havia imobilizado, desarmado e estava com uma adaga junto à sua garganta. - Senhorita Teena, você ainda tem muito o que aprender... Não está em condições de enfrentar uma guerra.

_Mas, Berroma! Você vai me treinar, né? E se a gente vier para esse local treinar todo dia? Da pra aprender muita coisa no período que agente fica juntas!

Foi dito e feito. Todos os dias as duas iam para a divisa do deserto com a cidade e ficavam treinando o dia todo sem que o imperador tomasse conhecimento. Teena evoluía rápido em combate armado e desarmado. Berroma se surpreendia com a facilidade da garota aprender. Muitos tinham a esperança de que Teena fosse a criança da profecia da terra, mas ela nunca havia apresentado capacidade de manipular a terra.

Mas, num certo dia, ao chegarem na divisa do deserto e começarem o combate, um filho de um soldado viu as duas lutando e saiu correndo para avisar seu pai. O soldado comunicou a um dos principais capangas de Barrabás e também foi ver as duas.

_Hahaha! Eu achava que o Grande Barrabás tinha proibida a Senhorita de fazer atividades masculinas, princesa!

Quando Teena viu o capanga do pai dizer isso, saiu em disparada na direção ao deserto e se escondeu numa cabana secreta que ficava em um oásis que apenas ela e Berroma conheciam.

Enquanto à velha, os soldados a levaram até o imperador Barrabás.

_Então eu coloco minha filha sob seus cuidados e você desafia a minha confiança assim?! Você colocou a vida da princesa em risco!

_Perdão, grande Barra...

_Não pronuncie meu nome! Você não é digna nem disso! - exclamou o enfurecido imperador - Levem-na para o calabouço! A execução será daqui três dias! Em praça Publica!!! Para todos os habitantes do MEU Império verem que não se desafia as ordens do Grande Barrabás! E vocês, seu soldados de mer... Vão procurar minha filha!

Enquanto isso, Teena ainda estava na cabana do oásis, pensando alto enquanto arrumava sua sacola com suprimentos, armas (inclusive o martelo gigante de Berroma) e ingredientes para suas poções.

_Como eu fui uma idiota covarde! Com essa atitude eu nuca vou conseguir proteger meu irmão numa guerra! Provavelmente Berroma está no calabouço! Se eu conheço bem papai, ele vai executá-la! Mas a lei manda que esperem três dias até a execução... Ainda dá tempo de ajudá-la!

A garota jogou a mochila nas costas, e prendendo o martelo na cintura, saiu em um camelo na direção do palácio. Na penumbra da noite a garota não seria reconhecida, ainda mais porque sempre usava roupas simples, e comuns.

No calabouço, Berroma assistia o anoitecer do seu segundo dia de agonia sem comida e nem água. Estava a espera a machadada do carrasco dali 24 horas. Quando ouviu um barulho na pequena claraboia que permitia uma pouca entrada de luz e, em seguida, um grande estrondo.

_O que é isso?! Quem está aí! - gritou a velha quase sem forças.

_Não faça barulho! Sou eu - cochichou Teena enquanto soltava Berroma das correntes e a colocava nas costas. Elas saíram pela parede derrubada fugindo de uma saraivada de flechas incandescentes atiradas pelos soldados.

Contudo, Teena foi mais esperta! Provocou uma nuvem de poeira com uns leques que possuía, mas os soldados acabaram por matar a pedradas o pobre camelo.

_Quem será que viria resgatar a velha?- perguntou um soldado.

_Não sei. Ela não tem família! A única pessoa que poderia ser amiga dela é a princesa Teena, mas ela não tem habilidade o suficiente para isso! Ela só sabe fazer uns remedinhos. Hahaha!

_É verdade! Hahaha!

_Vamos informar o ocorrido para a Inteligência!

_Ok - dizendo isso, se retiraram do local.

No caminho até a cabana, Berroma perguntou:

_Minha princesa, por que você foi me salvar? Sabe que você colocou a sua vida em risco!

_Eu só fiz meu dever, Be! Porque eu te abandonei quando você foi presa. Isso foi covardia minha e agora eu compensei te tirando do calabouço, afinal, você é minha amiga!

_Sou?! Mas você é uma princesa e eu sou uma reles dama de companhia!

_Berroma, me faz um favor? Não me chame mais de princesa!

_Sim, senhora! Mas, por que, prin... Teena?!

_Porque eu não tenho o mínimo orgulho desse título e, também, acho que não sou uma princesa legítima. Você conhece a história, né?

_Sim! Quando seu pai conquistou Earth Imperor, que era governado pelo pacífico imperador Mokoi, ele matou toda a família e parentes do antigo imperador. Mesmo eu sendo uma moça na época, não me lembro de nada! Apenas do que me contaram.

_É... Na minha opinião, não é justo se tornar imperador só por ter matado o antigo. Se eu achasse pelo menos um herdeiro do imperador Mokoi!

_acho que você é a única princesa que pensaria em destronar o pai.

_eu acho que seria mais feliz, se fosse assim... mas precisaria achar um herdeiro.

_Mas seu pai disse que matou todos!

_É... Mas, Be, você já teve uma família?

_Teena, essa é outra coisa que está bloqueada da minha memória! Só lembro de quando seu pai me acolheu até agora. E eu já devia ter mais ou menos a sua idade. E todos sempre me disseram que minha família foi morta quando uma manta descontrolada derrubou a minha casa e eu fui a única sobrevivente.

_Nossa... Isso é bem triste. Morrer sob os pés de uma manta. Me estranha só o fato de você não se lembrar de nada!

_ Estranha a mim também...

As duas chegaram à cabana secreta e Teena logo se prontificou para empurrar a pedra que tapava a entrada.

_Teena, se você fosse a garota da profecia não teria dificuldade para fazer isso.

_Eu não consigo, Be! Não quero nem tentar mais! Eu fico lembrando daqueles vexames que eu passei tentando...

Disse isso enquanto entrava e fechava novamente a "porta". A cabana, se vista por fora, parecia um simples rochedo, mas por dentro era uma confortável residência toda esculpida por Berroma em sua juventude.

Teena deitou a velha mulher sobre a cama e trouxe comida e água, mas quando se aproximou da cama, a mulher já estava em sono profundo. Foi quando Teena resolveu deixá-la descansar. Deixou a água e a comida sobre o criado mudo e os armários cheios de suprimentos, pegou sua mochila e só deixou o martelo de Berroma encostado na cama.

Quando ia saindo, a velha mulher disse:

_Leva o martelo. Ele vai ser mais útil pra você do que pra mim.

_Ah... Mas... Ok! - a menina pegou o martelo e se aproximou da porta, que abriu e fechou deixando a amiga sozinha.

_Tchau, tia... - disse Teena.

_Tchau, amiga... - se despediu a velha.

E seguiu seu caminho pelo deserto, sem saber ao certo pra onde ir...


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