Fiquei espantada com o que as meninas tinham me contado, saí correndo até a sala de aula para pegar meu material e ir atrás de Tomiko. Enquanto corria, os piores pensamentos passavam em minha mente e eu queria acreditar que era tudo apenas minha imaginação. “Ela está bem, eu vou encontrá-la!”, repetia isso para mim mesma, até eu chegar perto da casa dela.
Olhei para a porta da casa de Tomiko e parecia que não havia ninguém em casa. Recebi uma mensagem em meu celular, dizendo: “Olhe para a janela.”
Olhei e a vi, ali chorando, acenando e me mostrando que estava bem. Meu celular vibrou avisando que recebi outra mensagem: “Espere-me perto da padaria, na esquina da sua casa.”
Acenei positivamente para ela e fui para perto da padaria esperá-la.
Cheguei perto do local e logo a vi chegando com uma mochila nas costas.
— Tomiko, você está bem? Sua Mãe não bateu mais em você? — dizia isso, abraçando-a.
— Estou bem sim, Nari, mas queria te pedir um favor... – ela mexia na alça da mochila, enquanto falava — Me ajude a fugir, minha mãe quer se mudar para outra cidade e eu não quero ficar longe de você.
— Mas, Miko-chan, para onde eu posso ajudar você a fugir? Minha casa seria a primeira opção de sua mãe. — estava desesperada em ajuda-la, mas nada vinha à minha mente.
— Eu tenho minhas economias, não é muito, mas me ajuda a me esconder de minha mãe até ela mudar de ideia. — dizia Tomiko, mostrando-me sua bolsinha de moedas com todas suas economias.
— Então, vamos fazer o seguinte: eu fujo com você, sei de uma cidade perto daqui que aceitam meninas da nossa idade para trabalhar, e lá podemos construir nossa própria vida. — falei, segurando sua mão.
— Você faria isso por mim, Rinari? — os olhos de Tomiko começaram a se encher de lágrimas.
— Se for para ficar ao seu lado, eu faço qualquer coisa. — disse a ela.
— Obrigada, Rinari-chan. — Tomiko me abraçou forte, ali mesmo.
Nesse momento, Giruno passava ali e nos avistou, vindo em nossa direção.
— Oi, Tomiko-san, Rinari-chan. Aconteceu algo com vocês duas? — perguntou ele, encarando a mochila nas costas de Tomiko e o fato de nos duas estarmos abraçadas.
— Não, Hii-kun, está tudo bem. — disse sorrindo a ele.
— Eu, junto da Nari-chan, vamos fugir! — disse Tomiko, toda animada.
— Miko-chan, era para ser segredo. — tampei a boca dela com minha mão.
— Vocês duas são hilárias. — Hiiro não parava de rir. — Ai, se vocês duas quiserem, podem passar a noite na minha casa, já que está muito tarde para duas meninas como vocês ficarem na rua.
— Vamos, Nari-chan, minha mãe não conhece o Giru-kun, daí amanhã de manhã a gente pega o metrô para essa cidade que você me falou. — Tomiko estava empolgada com a ideia da fuga.