Percebia o medo em seu olhar, não soube como reagir àquela situação.
— Tudo bem, Nari-chan, vamos para a escola. — Tomiko limpava seus olhos, evitando contato visual direto comigo.
— Mas, Tomiko, eu preciso saber por que isso aconteceu. Se quiser, eu converso com sua mãe e resolvo isso. — disse a ela.
—Não, deixe como está, minha mãe nunca entenderia. — senti a tristeza dominar a voz de Tomiko.
Quando chegamos à escola, Nashisi veio logo me abraçar, e eu sabia que aquele não era o melhor momento para deixar Tomiko com ciúmes.
— Nashisi, depois tenho que conversar uma coisa com você. — sussurrei em seu ouvido.
Tomiko já tinha ideia do que se tratava, então, não fez muito caso em eu conversar com Nashisi a sós.
Na hora do almoço, falei para Tomiko que iria conversar com Nashisi, e fui ao encontro dela. Quando a encontrei, pedi que fôssemos a um lugar calmo.
— Nashisi, tenho uma coisa para te contar, mas tenho certeza que você vai se magoar. Não tenho outra escolha a não ser dizer diretamente para você. — comecei a explicar a ela o porquê de estarmos tendo aquela conversa.
— Tudo bem, Rinari-senpai, eu já sei o que você vai me falar... — falou ela, abaixando a cabeça e segurando o choro. — Tomiko-senpai se declarou para você, não é?
— S-sim... e você sabe que eu a amo há muito tempo, mas parecia tudo uma fantasia da minha cabeça pensar que um dia eu poderia ficar junto dela. — eu tentava escolher as melhores palavras para não magoar Nashisi.
— Já estava na hora de Tomiko-senpai fazer algo sobre o sentimento guardado, eu sabia que uma hora ou outra ela acabaria te falando, ela tem uma foto sua no armário do clube de natação e sempre a via olhando sua foto. Seu olhar era de uma garota apaixonada, e antes de ela fechar o armário, sempre fazia um carinho em sua foto. — Nashisi disse, olhando diretamente para mim, como se ela estivesse feliz com o acontecido.
— Obrigada por me contar, eu não sabia disso, mas, além de tudo obrigada por me entender. Isso me alivia. —dei um abraço rápido nela — Vamos voltar, está quase acabando o horário do almoço.
Nós duas voltávamos para a lanchonete, quando não vi mais Tomiko onde eu a tinha deixado. Perguntei para algumas meninas que estavam perto dela no almoço, e elas me disseram que a mãe dela tinha ido lhe buscar, e que Tomiko começara a chorar.