A Garota E Os Sete Irmãos escrita por Keelvin2
- O que vocês dois querem ? - perguntou a moça e estranhou ao ver aquela garota.
- Senhora Estelar, nós queremos falar com o Mestre Soleil.
- O que vocês querem comigo ? - perguntou uma voz rouca e serena saindo de trás da moça.
Dali surgia um homem alto com uma aparência gentil, os seus cabelos eram na altura dos ombros e eram dourados. Seus olhos eram finos e da mesma cor que o cabelo. Ele usava uma grande armadura dourada com uma capa branca por cima da mesma.
- Senhor Soleil. - disseram Sisfício e Caronte em uníssono e logo se ajoelharam.
- O que vocês querem ? - perguntou ele sentando em um grande trono ali naquela sala.
- Trouxemos esta intrusa aqui senhor. - disse Sisfício de cabeça baixa.
- Onde a encontraram ? - perguntou Soleil olhando para Helena.
- N-Nós, estavamos... - Caronte começou a suar.
- Nós vimos algo suspeito vindo de fora daqui senhor então fomos averiguar. Quando estávamos voltando encontramos ela.
- Hum... Entendo – dizia Soleil ainda olhando para Helena.
- O que você irá fazer com ela Soleil ? - perguntou a moça ficando ao lado do rapaz.
- Ainda não sei, Severa.
Helena olhava para Soleil estática, parecia ficar maravilhada com a beleza daquele rapaz. Severa a olhava com um olhar de raiva, enquanto o próprio Soleil a olhava com indiferença. “Está meio calor aqui...” pensava Helena enxugando o suor com o braço.
- Sentindo calor garota ? - perguntava Soleil.
- ... Um pouco. - respondia ela.
- Entendo. - Soleil soltava um leve riso. – O que você quer aqui ?
- Vim procurar meus irmãos. - disse ela olhando para os olhos do rapaz, mas logo uma irritação a atingia e então ela se abaixava e coçava os olhos.
- Não olhe diretamente para os olhos dele. - disse Sisfício em tom baixo para Helena.
- P-Por que ? - perguntava Helena ainda coçando os olhos.
- Senhor, permita-me... - Sisfício se levantava. - Garota, este homem é o próprio Sol. Você já tentou olhar diretamente para o Sol sem sentir esta irritação ?
- O Sol ? - Helena o olhava novamente, mas agora com mais cautela.
- O que você dizia com procurar seus irmãos ? - perguntava Soleil olhando para Helena.
- Há um tempo meus irmãos saíram de casa e foram presos, mas então eles foram eles conseguiram fugir. Me falaram que eles vieram para o fim do mundo, e então disseram que aqui era o fim do mundo.
- Aqui parece o fim do mundo para você garota ? - perguntava Soleil.
- Er... - Helena olhava para baixo.
- Sim ! - Soleil começou a rir. - Chamam aqui de o fim do mundo e acho que seus irmãos passaram por aqui sim.
- S-Sério ? - perguntava Helena levantando-se com um semblante alegre.
- Sim, e você irá ter o mesmo destino deles ! Levem ela ! - exclamava Soleil.
Aquela calmaria toda dele parecia que havia sumido. Severa sorriu ao ver aquela cena. Caronte a segurou e foi junto a Sisfício para a prisão dali.
- Pensei que ia manter aquela pose por muito tempo. - disse Severa sorrindo e olhando para Soleil.
- Onde já se viu o Sol frio como a Lua ? - riu Soleil.
Severa o olhava com admiração, ao tocar seu braço ela era repelida pelo próprio rapaz.
- Você sabe que não pode ficar me tocando ! - disse ele.
- Me desculpe Soleil.
Soleil se levantou e então foi em direção ao quintal do seu castelo. Severa ia logo atrás dele.
- As vezes é ruim ser o Sol. Ninguém pode olhar diretamente em seus olhos sem se incomodar. Ninguém pode tocar sem se queimar. - Soleil ficava olhando para o horizonte onde estava aquele lado escuro que Helena vira mais cedo.
Enquanto isso, Caronte segurava Helena a caminhando em direção a prisão.
- Sorte, quase nós nos encrencamos, hein Sisfício. - dizia Caronte com um grande sorriso no rosto.
- Sim, muita sorte.
- Por que aquele homem tão calmo ficou daquele jeito do nada ? - perguntou Helena.
- Você já viu o Sol ser frio como a Lua ? - retrucou Sisfício. - O Senhor Soleil por ser o Sol tem um temperamento um tanto quente, se é que você me entende. Ele também é até assim para esquecer as coisas que são proibidas a ele.
- Proibidas ? - indagava Helena.
- Sim ! Você mesmo viu. Ninguém o olha diretamente sem ter aquela irritação. Quem o toca se queima. Ele é o Sol ! - respondia Sisfício.
- Eu vou encontrar meus irmãos aqui ? - perguntou ela.
- Que irmãos garota ?
- Meus irmãos... Eram sete... Agora não sei se eles estavam como humanos ou corvos.
- Ah sim... Aqueles corvos... Eles fugiram daqui há um tempo. Aqui era quente demais se é que você me entende – ria Sisfício.
Helena escutou aquilo e então ficou com um olhar vago. “Não vou ficar aqui. Ser presa novamente ? Nem pensar !” Pensava ela consigo mesma.
- E para onde eles foram ? Você sabe ?
- Devem ter ido para o outro lado... Aquele lado frio e escuro. E chega de perguntas !
- Entendo... - disse Helena em um tom sereno.
A garota abaixou a cabeça e tentou pensar em algo para sair dali. Ela olhou para frente e viu que já estava chegando na prisão. Helena sentiu que as mãos de Caronte já não estavam mais firmes, foi então que usando seu corpo empurrou o homem na parede e se soltou. Sisfício sacou sua espada e foi para cima dela. A garota esquivou-se do ataque se abaixando e então chutou as pernas de Sisfício.
Caronte se levantou mas logo foi nocauteado por Helena que deu uma cotovelada em seu rosto. Helena sacou sua espada e então antes que Sisfício se levantasse, ela furou a barriga dele em um espaço que achou na armadura.
- Desculpe... Você é bonito, mas tive de fazer isto. - disse Helena correndo para fora dali.
Helena começou a correr. Havia outros soldados por ali e eles viram que Helena estava fugindo.
- De onde aquela ali saiu ? Ela é uma fugitiva ? - perguntou um soldado a um outro que estava ali.
- Sim, é claro, idiota !
Os dois começaram a correr atras dela.
- Ei ! Pare ai ! - gritava um deles.
Helena viu que estava sendo seguia e então começou a correr mais rápido. Outros soldados viram a situação e foram atra dela. Chegando naquele salão onde estivera, Helena foi encurralada pelos outros soldados.
- Ora ora, vejo que você é mais esperta do que pensava. - disse uma voz saindo dentre os soldados, era Soleil.
- Maldito ! Me deixe passar ! Vou atrás dos meus irmãos !
- Oh, infelizmente não vou deixar.
- Maldito ! - Helena ia para cima de Soleil.
Os soldados se espantaram com tal ação. Soleil desviou do ataque com uma facilidade incrível e logo retrucando o ataque da garota segurando seu pescoço e a erguendo. Helena começou a suar e espernear.
- Está quente não é ? - perguntava ironicamente o rapaz.
Helena bateu com as solas dos pés no peito de Soleil que a soltou. A garota passou sua espada no peito dele mas conseguiu apenas arrancar a grande capa branca que ele tinha. Os soldados ficaram assustados com tudo aquilo e então começaram a se afastar. Helena ficou confusa com tal ação e então olhou para Soleil. O rapaz estava com a cabeça abaixada e então começou a rir. Aquela risada que de começo era baixa começou a ficar alta e um tanto diabólica. Soleil levantou a cabeça e olhou para Helena. Seus olhos que antes eram vagos agora pareciam criar vida.
- Você é boa garotinha... Mas já chega !
Soleil sacava uma grande espada que fazia uma curva na ponta. A espada possuía alguns detalhes dourados. Helena passou a mão no pescoço que ainda queimava e ficou ali olhando para Soleil. Ela tentava não olhar diretamente para os olhos dele. Soleil partiu para cima de Helena que tentava desviar dos golpes com sua espada.
Soleil surpreendeu a garota dando uma solada nela. Helena foi atirada para longe parando em uma parede. O rapaz continuava com aquele riso diabólico. Helena andava com o corpo tremendo. Soleil foi para cima dela novamente, mas Helena o parou batendo no queixo do rapaz com o cabo da sua espada assim que ele se aproximou.
Helena sorriu mas viu que o rapaz se levantava sem nenhuma dificuldade. Helena se assustou e então Soleil deu uma cabeçada na garota que ficou tonta. O rapaz socou o peito de Helena que foi para a parede novamente. Helena começou a cuspir sangue.
- Obrigado garota, estou me divertindo muito ! - exclamava Soleil.
Helena caía no chão ajoelhada e olhava para Soleil com dificuldade.
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