Hostility escrita por wade


Capítulo 5
Como alguém que não sabe o que quer


Notas iniciais do capítulo

aaaaaaaah *-------------*
desculpa pela demora :x
tava meio sem ideia para esse capítulo... acabei de terminar, então qualquer erro, desculpa, okay?
obrigada pelos comentários *-*
boa leitura!!!



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Acordei com o despertador tocando e me avisando que eu tinha que ir para a aula. Abri os olhos e vi que estava com a cabeça não no travesseiro, mas sim no peito de Nathaniel. Ele acabou acordando também e viu que eu o encarava.

– Bom dia. – ele sorriu graciosamente.

– B-bom dia. – eu respondi, mas meu sorriso não tinha nada de gracioso. Estava mais para uma careta estranha.

– Você tá melhor? – eu assenti. – Dormiu bem?

Com você me abraçando, queria que eu dormisse mal? Minhas bochechas ficaram vermelhas só pelo meu pensamento.

– Dormi, e você?

– Muito bem.

Tentei me levantar, mas um cobertor enrolou no meu pé e eu acabei meio rolando, meio caindo em cima do Nathaniel de novo. E eu fiquei muito, muito vermelha mesmo.

Não me chame de retardada, mas Nathaniel provavelmente já dormiu com algumas garotas, por agir assim, como se fosse normal. Mas eu não. Era a primeira vez que eu dormia com um garoto. Eu sei! Não aconteceu nada. Mas é estranho, pode ter certeza.

– Desculpa. – começamos a rir. Até que enfim ser desastrada serviu para alguma coisa. O clima ficou bem melhor depois disso.

Levantei e fui preparar o café. Emprestei uma toalha para Nathaniel e ele aceitou tomar um banho. Quando ele terminou, eu fui para o banheiro. Tomei banho e me vesti. Calça, uniforme, casaco, tênis e deixei meu cabelo solto, já que estava molhado.

Tomamos café e eu entreguei o casaco dele que estava comigo. Estava limpinho e okay, não fui eu que lavei. Foram as empregadas da minha tia que vinham aqui em casa todos os dias e deixavam tudo em ordem. Ele ficou feliz porque o casaco que ele estava era fino e não resolvia muito para o frio de Madison.

Saímos da minha casa e ainda faltavam 22 minutos para a aula começar, então fomos andando devagar mesmo. Coloquei minha toca na cabeça e perguntei para Nathaniel se estava bom e ele riu, concordando.

– Ainda não se acostumou com Madison? – ele perguntou.

– Bom... Londres era frio, mas sei lá... Aqui é um frio diferente. – ele sorriu.

– Eu não gosto muito do frio, na verdade. Prefiro um lugar mais quente, sabe?

– Sei sim, mas o inverno sempre foi minha estação preferida...

– Você vai gostar de Madison então. Faz frio o ano inteiro, principalmente de novembro a maio. O resto do ano esquenta um pouco, e o clima fica muito bom.

Continuamos conversando sobre Madison até a escola. Lá encontrei Íris e fiquei com ela, enquanto Nathaniel ia resolver seus assuntos como representante.

– Vocês vieram juntos? – Íris perguntou.

– É... A gente se encontrou perto do portão mesmo.

Okay, me julguem e me chamem de mentirosa, mas eu não podia falar que Nathaniel estava lá em casa sem dizer o motivo, então inventei essa desculpa de última hora. Íris pareceu acreditar e nós fomos para a sala, já que a aula ia começar.

Entrei na sala e vi Lysandre e Castiel conversando. Acenei e sorri para eles. Lysandre acenou de volta e Castiel fechou a cara. Entendi aquilo como um bom dia!

Não me pergunte nem de que eu tive aula, porque eu não sei. Meu déficit de atenção se juntou à noite passada e eles não me deixaram atenta. Fiquei pensando em Nathaniel e em como ele saiu de casa às três horas da madrugada por causa de um pesadelo de uma garota que ele havia acabado de conhecer.

Passei o intervalo com Lysandre e Castiel que ficaram tirando sarro da minha cara por ficar distraída, mas ainda sim foi divertido.

Não me lembro muito bem do resto, só que Lysandre me chamou quando o sinal bateu.

– Hey, vamos embora, Srta.

– Hum? – e só então percebi que só estávamos nós dois na sala. Ele sorriu e minhas bochechas ficaram vermelhas. Juntei minhas coisas e coloquei na mochila, saindo da sala junto de Lysandre.

– Então... Qual o problema? – ele perguntou.

– Que problema?

– Bem, você ficou distraída a manhã inteira. Você é meio avoada mesmo, mas hoje superou.

– Eu, bem... Lys, por favor, sem bullying comigo, mas eu tenho...

– ALLIE! – fui interrompida pelo grito de alguém. E depois fui meio que atropelada por esse alguém que me abraçou. Senti o cheiro de biscoitos de chocolate e olhei aquele cabelo castanho e retribui o abraço do alguém que eu conhecia muito bem.

– Oh! Não acredito! Ken, o que você está fazendo aqui?

Ele me olhou e sorriu, mas depois pareceu meio triste.

– Você está um palito, Allie. E está com olheiras também, e seu cabelo já foi mais bem cuidado. – o encarei atônita. – Mas você ainda está linda. – ele corou

– Pensei que ia abusar mais um pouquinho de mim. – eu ri e o abracei de novo.

– De modo algum, mas enfim, eu vim estudar com você. Eu disse que não iria te deixar.

Me perguntei se eu conseguiria chorar de novo, ou se ontem havia sido apenas uma exceção mesmo. Ken foi o único que não me julgou depois do acidente. O único que tentou ficar perto de mim. Sim, tentou, já que meu pai não queria que sua filha problemática recebesse visitas. Pensando nisso, acabei me lembrando dos homens do aeroporto... Será que eles ainda estavam me vigiando? Resolvi ignorar isso e prestar atenção no que meu amigo dizia.

– Obrigada, Ken. De verdade. – sorri e encarei Lysandre que não falou nada. – Hum, Lysandre esse é o Ken, meu amigo de Londres... E Ken, este é Lysandre, meu amigo também.

Eles trocaram um “oi” e depois Lysandre foi embora, dizendo que queria encontrar Castiel. Enquanto eu e Ken íamos para minha casa, já que eu o convidei para almoçar comigo.

– Você e o Lysandre são só amigos, certo?

– Sim, por quê?

– Porque pelo olhar dele eu fiquei pensando... – arqueei uma sobrancelha e o encarei. – Bom... Ele ficou me olhando tipo sai-daqui-porque-eu-cheguei-primeiro. – eu comecei a rir e Ken ficou sem graça.

– Foi impressão sua, Ken. Somos só amigos, okay?

– Hum, okay. Então... Podíamos pegar um táxi, pelo o que você falou, a casa da sua tia é bem longe.

– E-eu, bem... Eu moro sozinha, Ken.

– O que?! Como sua tia deixa você sozinha depois do que aconteceu? E...

– Ken, tá tudo bem, okay?

Ele assentiu, mas foi falando mal da minha tia e de Lívia até chegarmos em casa, era impossível não rir. Almoçamos e ele passou a tarde inteira comigo, enquanto assistimos filmes e comíamos besteira. “Você precisa comer mais” – ele falava enquanto enfiava mais um biscoito na minha boca. No fim, ele acabou dormindo lá em casa, no quarto de hóspedes.

~

Acordei tentando me lembrar do meu sonho, mas quanto mais eu tentava, mais minha cabeça latejava de dor. A única coisa que me vinha à mente era um rosto, mas eu não sabia se era o de Jason ou o do Lysandre.

– Aqui, toma.

Olhei assustada para o lado e encontrei Ken já vestido para a aula. Ele segurava um copo d’água e um comprimido. Eu nem havia percebido que ele estava ali.

– Ken! Obrigada. – tomei o remédio e massageei minhas têmporas, tentando aliviar a dor de cabeça.

– Toma um banho, okay? Eu vou buscar alguma coisa para a gente comer. – assenti e ele saiu.

Levantei e fui para o banheiro, pensando em como Ken me conhecia bem, ao ponto de me desejar bom dia com uma aspirina. Depois do banho, me vesti e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Encontrei Ken na cozinha e tomamos café.

Como ele tinha buscado suas coisas ontem, fomos direto para a escola. Encontramos Íris e Violette no portão e eu o apresentei para elas, depois seguimos para pegar a ficha de Ken com Nathaniel.

– Bom dia, Allie.

– Hey, Nath. Tudo bem?

– Sim, mas e você? Quase não falei com você ontem.

– Ah... Pois é. Então eu to bem sim, e bom... Este daqui é o Kentin, ele é meu amigo de Londres e vai estudar aqui também.

– Hum, claro. Eu sou Nathaniel, o representante...

– E eu sou Ken, amigo da Allie. Enfim, ela me falou de você.

Fiquei com tanta vergonha do modo como Nathaniel me olhou que, por um momento, fiquei até com um pouco de calor.

– Falou, é?

– Só um pouquinho. – respondi, antes que Ken me deixasse com mais vergonha ainda. – Então... Será que você poderia pegar a ficha dele, por favor?

Nathaniel sorriu e pegou a ficha do Ken.

– Obrigada, Nath.

–Hum, Allie... Será que você não gostaria de...

– Allie, precisamos ir antes que a aula comece. É meu primeiro dia, não gostaria de chegar atrasado.

– Ah, claro. Então, até mais, Nathaniel. – ele olhou para Ken, depois para mim e sorriu.

– Até, Allie.

Saímos da sala de Nathaniel com Ken me puxando pela mão.

– Ken! O que foi aquilo?!

– Você gosta dele, né?

– Não! –respondi. Respondi rápido demais. E minhas bochechas não colaboraram, ficando vermelhas.

– Como ainda consegue falar não?

– Ken... Olha, eu, hum... O Nathaniel é meu a-amigo, okay? – isso mesmo Alison, fica nervosa e começa a gaguejar.

– Pensei que depois do Jason você daria um tempo de garotos! Sabe-se lá o que pode acontecer com o próximo... Que tal afogamento? – o encarei incrédula. Como ele podia falar assim? Mas no fundo eu sabia. Sabia que ele ainda gostava de mim e estava com ciúmes.

– Vou dar um tempo dos garotos e partir para as garotas, o que acha? – tentei dar uma risada sarcástica, mas foi em vão e o que saiu foi uma risada meio chorosa.

Ken então se esqueceu do ciúme idiota e me olhou, com vergonha e compreensão.

– Allie... Olha, me desculpa. Eu não queria falar isso.

– Esse é o problema, Ken. Você queria.

Saí andando e ele não me seguiu. Ken me conhecia o suficiente para saber que eu precisava ficar sozinha. Resolvi ir até o pátio, se lá não estivesse vazio, pelo menos teria pessoas agradáveis. Felizmente não havia ninguém e eu fiquei lá, olhando para o nada, pensando em Ken.

Ele era um ótimo amigo, mas seu único defeito era ser apaixonado por mim desde... Bom, desde sempre. Ken era um nerd incorrigível. Não era nada parecido com Nathaniel. Os únicos momentos em que ele realmente se “defendia” era quando o assunto era eu e um garoto.

Fiquei ali até o intervalo, que foi quando Castiel apareceu.

– Não foi pra aula... Aconteceu alguma coisa, Srta? – ele deu um dos seus típicos sorrisos, mas parecia um pouco preocupado.

– Posso te pedir uma coisa, Cast?

– Tanto faz. – ele disse indiferente, mas com um meio sorriso.

Levantei e o abracei. Ele resistiu no início, mas depois retribuiu o abraço.

– Não gostei desse seu lado sentimental. – Castiel disse e depois me entregou um pacote com jujuba.

– Também não gosto dele. – rimos. – Cadê o Lysandre?

– Não sei... Ele disse alguma coisa de ajudar o irmão, mas não prestei muita atenção.

Ficamos lá até o intervalo acabar e depois fomos para a sala. Evitei Ken, o que foi difícil, já que ele não parava de me encarar.

No fim da aula, Castiel me acompanhou até em casa.

– Então... Hoje é sexta. – ele disse.

– É...

– Vai fazer alguma coisa hoje?

– Bom, e-eu não sei. Acho que não.

– Okay. Eu tenho que ir, até. – ele se virou e foi andando. Segurei sua mão e ele se virou novamente.

– Espera. Castiel, eu sou nova na cidade e... Estava pensando, será que você poderia... Sei lá, me levar para conhecer algum lugar? – ele sorriu.

– Hey, isso é um pedido para um encontro? – não fique vermelha, Alison! Não fica vermelha!

Dei o meu melhor sorriso irônico e ele o retribuiu.

– Conhece os lagos de Madison? – eu neguei. – Okay, mas o melhor horário para ir lá é de manhã... Pode ser amanhã, então?

– Claro! Você me liga? – ele assentiu e depois foi embora.

Entrei, almocei e fui dormir, estava com sono. Acordei com o meu celular tocando.

– Alô?

– Allie? Aqui é o Nathaniel, tudo bem?

– Oi Nath! Tudo sim, e você?

– Tudo okay. Então... Eu tava pensando se você não queria... Sei lá, dar uma volta comigo.

– Claro!

– Passo aí na sua casa daqui uns 30 minutos, pode ser?

– Okay.

Desliguei o celular e saí correndo para o banheiro. Tomei um banho rápido e fui escolher uma roupa. Peguei um vestido de lã azul, uma meia calça preta, um cachecol preto também e minhas botas. Quando estava terminando de pentear meu cabelo – resolvi deixar ele solto – a campainha tocou.

– Hey, Nath.

– Alison! Você está muito bonita.

– Obrigada. Então... Vamos?

Primeiro fomos ao parque, onde Nathaniel disse que havia vários gatinhos que ele sempre alimentava. Realmente eram muitos e todos muito fofos. Apesar de eu preferir cachorro, fiquei encantada com eles. Depois ficamos um pouco no parque, conversando e brincando, até que Nathaniel sugeriu que fossemos ao cinema.

Assistimos a um romance policial que estava passando e acabei descobrindo uma paixão que eu e Nathaniel compartilhávamos, que era os livros de Dan Brown. Quando estávamos indo embora, lembrei do meu vestido e pedi que Nathaniel fosse buscar comigo.

Cheguei à loja e só encontrei uma garota de cabelos longos e brancos e de olhos violetas, bem parecidos com os meus. A diferença é que ela era incrivelmente linda. Muito mesmo.

– Hey. Hum, estou procurando o Leigh... Ele está?

Ela me lançou um olhar furioso.

– O que você quer com meu namorado? – a olhei assustada.

– E-eu só quero... – não consegui terminar de falar, já que uma voz calma me interrompeu.

– Rosa, se acalme. Deve ser só mais uma... – Lysandre apareceu no balcão. - Alison?

– Hey Lys. – eu sorri.

– Olá. – ele sorriu. – Hum, o que você precisa com o meu irmão?

– Seu irmão? Leigh é seu irmão? – ele assentiu. – Bem, eu comprei um vestido aqui e ele ficou de fazer uns ajustes.

– Claro. E me desculpe por Rosa, ela é meio ciumenta mesmo. – a garota sorriu.

– Sinto muito. Então, Lys-fofo, essa é a garota da qual você me falou? Ela é mesmo bonita. – e pela primeira vez, e acho que será a última, Lysandre ficou vermelho! Okay, eu também fiquei.

– Hum, é sim. Eu vou lá pegar vestido. – ele saiu e Nathaniel apareceu.

– Olá Rosalya.

– Oi, precisa de alguma coisa?

– Na verdade não. Eu só estou com a Allie mesmo. – Lysandre voltou com uma sacola.

– Vocês estão saindo? – Rosa perguntou e Lysandre ficou olhando de mim para Nathaniel.

– Não! Quer dizer... A gente só resolveu dar uma volta.

– Espero que goste do vestido, Alison. Leigh diz que foi uma das maiores obras dele.

– É realmente lindo. Bom, temos que ir agora. Até mais Lys. Foi um prazer, Rosalya.

– Até. – os dois falaram e Rosalya sorriu enquanto Lysandre virou as costas.

Pedi para Nathaniel me levar para casa e a volta foi silenciosa. Fiquei pensando em como Nathaniel era presente na minha vida, e em como eu gostava dele. Talvez Ken estivesse certo... Não! Eu não podia gostar dele. No fundo, eu realmente queria ficar longe dos garotos, queria evitar pensar em Jason e no que aconteceu. Principalmente nos que pareciam se importar tanto comigo, como Nathaniel.

Estava tão distraída com meus pensamentos que nem percebi que estávamos em frente minha casa.

– Então... Boa noite, Allie.

– Você quer, hum, entrar?

– E-eu... Bem, já está tarde. Melhor deixar para outro dia.

–Okay. – ele se aproximou e me abraçou.

– Gostei muito de sair com você.

– Eu também. – olhei para cima, já que Nathaniel era uns 20 centímetros maior que eu, e olhei para aqueles olhos dourados. Resolvi que aquele era o momento de tirar minhas dúvidas e fiz algo que surpreendeu até mesmo a mim. Eu o beijei


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Notas finais do capítulo

entãao, o que acharam? *-----*
pfvr deixem comentários, preciso da opinião de vocês ♥



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