Hostility escrita por wade


Capítulo 4
Fique comigo, isto é o que eu preciso, por favor?


Notas iniciais do capítulo

heeey *-----*
voltei rapidinho dessa vez u_u
obrigada pelos comentários, suas lindaaas :3
boa leitura e espero que gostem *-*
ps: geeeente, eu não sei vocês, mas eu consegui imaginar o Jason, assim muuuuito parecido mesmo com o Lys.. fui procurar uma imagem para postar aqui e a única que eu encontrei que fosse pelo ou menos um pouquinho parecida com minha imaginação foi essa aqui:
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Cheguei à escola com calma para tentar não esbarrar em ninguém dessa vez. Acordei mais cedo hoje e não precisei correr, então ainda estava arrumada, e meu cabelo estava em ordem.

Fui procurar Nathaniel, não me pergunte por que, eu só queria vê-lo mesmo. E assim, segui para a sala do representante. Confesso que depois de ir parar em uma sala da turma do primeiro ano, perguntei para um garoto onde poderia encontrar Nathaniel.

Quando ia bater na porta, a mesma se abriu e eu quase bati em Ambre. Ela estava furiosa, provavelmente havia brigado com Nathaniel. Para minha felicidade, é claro.

– O que você está fazendo aqui? – ela fez uma careta e eu quase respondi “cara feia para mim é fome, queridinha”.

– Allie? – Nathaniel surgiu atrás de Ambre.

– Hey. – eu sorri.

– Hum, Ambre, depois a gente se fala, okay?

– Você se atreve a me trocar por esta garota? – ela não gritou, mas falou alto o suficiente para algumas pessoas olharem.

– Ambre, você já estava de saída.

– Primeiro a diretora, agora isto?! Papai vai ficar muito feliz em sa...

– Você é insuportável assim sempre, Ambre? – eu a interrompi. – Nathaniel foi claro, e agora eu vou conversar com ele, você querendo ou não! – puxei Nathaniel pelo braço, pensando qual seria a próxima cor de tinta eu levaria. Amarelo, não, Ambre! Não fico bem de amarelo!

Não sei quem me encarou mais assustado, Ambre ou Nathaniel, mas acho que ele, no fundo, estava pelo ou menos um pouquinho feliz pela discussão que eu evitei.

– Você tá okay? – eu perguntei e ele assentiu.

– Sinto muito por Ambre. Ela é meio difícil de controlar, às vezes.

– Tudo bem – sorri. – Só não entendo como você namora com ela. – falei baixinho.

– Não entende o que?

– Como você namora com Ambre, oras.

Ele começou a rir e eu fiquei com raiva. Sempre ficava com raiva quando não entendia a graça.

– Para de rir, não tem graça! – eu disse tentando parecer irritada, mas não tive muito sucesso. Já disse que risada contagia?

Depois da crise de risos de Nathaniel e minha um pouquinho, ele se acalmou e voltou à pose de representante.

– Ambre não é minha namorada, Allie.

– Não? – Alison, não começa a dançar de alegria aqui. Por favor, corpo, se controla.

– Ela é minha irmã.

– Poxa, eu jamais iria imaginar isso. Vocês são tão...

– Diferentes? – ele me completou.

– Muito diferentes.

– Mas e você? Como está? – ele mudou de assunto.

– Estou bem. Muito bem, na verdade.

– Isso é bom... Fiquei preocupado com o que aconteceu ontem. Queria te ligar, mas não tenho seu número.

– Isso não está na minha ficha? – eu perguntei e ele ficou vermelho.

– Bom, só tem o número do seu pai e da sua tia.

Sorri e passei o meu número para ele, e ele me passou o dele também. Conversamos mais um pouco e depois fomos para a sala, porque a aula ia começar. A primeira aula era de matemática, e eu me sentei perto de Íris, Violette e Nathaniel. Conversamos bastante nos intervalos que a professora dava, mas eu tentava prestar atenção, o que não deu muito certo. Lysandre e Castiel não apareceram para as duas primeiras aulas – que eram de matemática -, mas apareceram na terceira que era de literatura. Lysandre sorriu para mim, mas Castiel fingiu que não me viu e eu dei um sorrisinho.

Logo entendi porque eles apareceram para aquela aula. A nossa professora era brasileira e realmente divertida. A aula foi ótima!

No intervalo, Nathaniel foi falar com outros representantes – eu pensei que só havia um – e eu fui com Íris e Violette para a cantina. Comprei três sanduíches e as meninas me olharam com uma cara de nossa-como-você-come e eu disse que não eram para mim.

Fui para o pátio encontrar Lysandre e Castiel, e eu consegui chegar lá sozinha, okay? Por favor, palmas para mim.

– Hey! Não desmaia dessa vez. – Castiel falou quando me viu e deu mais um dos seus típicos sorrisos irônicos.

– Okay. – Respirei fundo, dramatizando. - Estou pronta. Lys, pode olhar. – Lysandre sorriu e se virou.

– Hum, quem é Lys? – Castiel perguntou.

– Lys de Lysandre, ué. – sorri e eu juro que Lysandre ficou meio envergonhado. Castiel começou a rir do mais novo apelido do amigo.

– Hey, é bonitinho, Cast. – Lys falou e nós dois começamos a rir.

– Ah, deixa para lá! Estou com fome, Allie.

Entreguei os sanduíches para os meninos e fiquei ali com eles o intervalo todo.

A quarta aula era de história e ainda não tínhamos professor, então fomos dispensados e eu revezei entre Lysandre-Castiel e Íris-Violette. Não vi Nathaniel, então nem falei com ele.

Quando o sinal bateu, fomos todos para a sala de artes do professor Marcos. Todos mesmo, incluindo Castiel e Lysandre. Eu e Castiel entregamos a nossa redação e o professor, ainda com aquele olhar entediado que sempre me encarava, falou que havia ficado muito boa, principalmente pela falta de atenção que tínhamos. Eu sabia que ele estava falando aquilo para mim, mas resolvi deixar para lá.

O resto da aula foi normal, entenda normal como sem-nenhum-acontecimento-catastrófico, e a tarde eu passei com minha tia, fazendo compras. Ficamos umas quatro horas para encontrar um vestido para mim. Meu pai ia vir no sábado e ia ter uma daquelas festas que eu sempre era obrigada a ir vestida como uma princesa que eu não era. Mas ainda pior que a notícia da festa era o que viria com ela. Se papai ia dar uma festa, Lívia viria com ele. E as notícias do delegado também.

Mas vou confessar que gostei muito de passar a tarde com Mary, principalmente por causa da loja em que encontramos o vestido que eu precisava.

Leigh, o dono da loja e estilista – e lindo também, anota aí – encontrou o vestido que eu de cara, amei. Ele era comprido, tomara que caia, rosa claro, com babados e segundo Leigh, inspirado no estilo vitoriano. Lysandre provavelmente gostaria do vestido.

Quando estávamos saindo do shopping, sem o vestido, já que Leigh disse que faria alguns pequenos ajustes para mim, encontramos Íris. Ela estava sozinha e eu fiz as apresentações. Minha tia a amou, só digo isso. No fim, Mary foi embora e eu fiquei com Íris que estava indo ao cinema, sozinha porque Violette nem Melody puderam ir com ela. Não conhecia Melody, então Íris me disse que ela era de outra sala. Assistimos Anjos da Noite 4, e eu recomendo porque é muito bom. Depois fomos para a praça de alimentação e eu comi tanto que até pensei em Castiel. Okay, eu estava pensando nele desde o dia em que ele não me ajudou com as malas.

Despedi-me de Íris e peguei um táxi para casa. Fiz algumas tarefas da escola, algumas só porque matemática estava uma boneca de porcelana. E eu morro de medo de boneca de porcelana. De verdade, tenho muito medo mesmo.

Tomei um banho e peguei mais um cobertor, já que estava mais frio que ontem. E rezei para mais uma noite sem pesadelos, o que eu não tive, é claro.

– Não acredito que perdeu a chave, Jason! Como vamos entrar agora? – eu perguntei olhando para a porta da cabana.

– Calma, Wade.

– E não me chame assim! – Jason tinha a mania de irritar as pessoas, as chamando pelo sobrenome, como se ele fosse um apelido. Mas a forma que ele falava “Wade” me fazia esquecer de ficar irritada com isso.

– É só um empurrãozinho. – e logo a porta da cabana estava no chão.

~

Meus olhos ardiam por causa da fumaça, mas eu não podia sair dali sem Jason. Caralho! Onde ele estava? Gritei por ele que logo apareceu atrás de mim.

– Vamos sair daqui! – eu gritei.

– Não, Wade. Eu vou sair daqui.

Ele me empurrou e eu bati meu braço em uma madeira em chamas. Tentei gritar de dor, mas o pânico me tomou quando olhei para o lugar onde o fogo encostou e meu braço estava em carne viva, e eu fiquei sem voz, sentindo o fogo consumir todo o resto do meu corpo.

~

Acordei completamente suada, como se eu realmente tivesse acabado de sair de um incêndio. Olhei para meu braço e não havia nada ali. Apesar de quase três meses de sonhos com aquela noite, eu ainda não estava acostumada. Minha mente distorcia completamente a realidade e eu via coisas que não aconteceram, mas hoje havia sido pior. Nunca havia sonhado com Jason me machucando, e eu estava muito assustada. Peguei meu celular e vi que ainda eram três horas da madrugada.

E então fiquei com medo por estar sozinha naquele apartamento. Queria que minha tia estivesse ali, ou meu pai, até mesmo Lívia... Não, espera, sem exageros. Podia ser Íris, Violette, e até minhas amigas de Londres que se afastaram depois do acidente.

Queria que Lysandre estivesse aqui e sorrisse, porque quando ele sorria, eu sabia que estava tudo bem. Ou então Castiel, que iria rir de mim e me chamar de medrosa, mas ainda sim ficaria comigo, fazendo companhia. E tinha Nathaniel, que era um amigo tão bom que mesmo se eu ligasse para ele agora, eu tinha certeza que ele viria até aqui, ficar comigo.

Ei... Espera! Eu posso ligar para ele.

Reuni toda a coragem que eu tinha e que eu não tinha para ligar para ele àquela hora. O medo ajudou um pouquinho também, confesso.

Procurei pelo nome dele na minha agenda e liguei. Acorda, por favor... Preciso de você, Nath.

Chamou uma, duas, três, quatro vezes; e na quinta ele atendeu.

– A-alô? – e só de ouvir a voz dele, eu me acalmei um pouco.

– Nathaniel?

– Allie? – ele meio disse, meio bocejou, mas eu consegui entender.

– Sou eu. Então tá fazendo o que agora? – depois dessa pergunta, quase comecei a rir, de tão absurda que ela era.

– Eu, hum, estava dormindo.

– Sei que não é uma boa hora para ligar, mas... Preciso de você.

– Okay. Pode falar. Já estou acordado mesmo. – falei meu endereço para ele. – O que é isso?

– Meu problema. Quer dizer... Esse é meu endereço. Preciso de você aqui, comigo.

– Allie, se eu sair de casa agora, meu pai vai me matar.

– Nathaniel... Por favor. Não ligaria se não fosse importante.

Ele respirou fundo.

– Tudo bem. Espero que tenha café da manhã, okay? – eu ri.

– Okay, estou te esperando.

Desliguei o celular e fui trocar de roupa. Apesar do frio, eu odiava dormir de calça e blusa de frio. Dormia com um short e uma regata e com milhões de cobertores. Coloquei uma calça de moletom preta, continuei com a regata, coloquei um casaco e uma toca. E minhas pantufas de coelho também. Fui ao banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes. Eu ainda estava com medo, mas depois que Nathaniel disse que viria, parte do medo se foi.

Estava fazendo chocolate quente e cantando quando alguém bateu na porta. Corri para atender e quando o vi, pensei que ia desmaiar, tamanha era minha gratidão. Ele sorriu e eu o abracei.

– Obrigada. – eu aspirei profundamente o cheiro dele que era reconfortante e tive vontade de chorar, mas sabia que não conseguiria.

– Tudo bem, Allie. Estou aqui. Agora você pode me contar o que aconteceu? - Essa seria a pior parte.

– Okay, mas primeiro entra.

Ele entrou e eu percebi que ele estava com a sua mochila. O levei até a cozinha e bebemos o chocolate quente em silêncio. Mas como sempre, o silêncio perto dele não era desconfortável.

– Então... Pode começar a falar, Srta Grenwood. Você não vai escapar do meu interrogatório dessa vez. Acho que tenho direito de saber o que me acordou.

– E-eu tive um pesadelo. – decidi ser direta. – E eu não queria ficar sozinha.

– E eu aposto que eu não posso saber com o que você sonhou.

Pensei em como Jason me jogara no meio do fogo e foi como se eu o sentisse me tocando agora mesmo. O toque dele queimava ainda mais que as chamas. Neguei com a cabeça para Nathaniel, porque eu sabia que se falasse alguma coisa, não conseguiria segurar o choro, e naquele momento, nada me impediria.

– Tem alguma coisa relacionada com o que aconteceu na escola? Com Lysandre e... E Jason?

Eu assenti, mas não consegui segurar as lágrimas, eu as havia guardado desde o acidente. Há quase três meses eu as guardava porque não conseguia chorar. Meu próprio corpo me punia, não deixando que toda a dor e a raiva se fossem com as lágrimas, mas talvez eu merecesse isso.

Senti braços me envolvendo e uma voz sussurrando que tudo ia ficar bem. Sabia que era Nathaniel, mas não conseguia olhar para ele por vergonha. Ele não sabia do acidente, mas se soubesse, provavelmente falaria que eu merecia aquilo, e me empurrasse ao invés de me abraçar.

Ele me pegou no colo e começou a andar, logo percebi que ele me colocou na cama e se deitou ao meu lado. E enquanto eu chorava, ele acariciava meu cabelo. Adormeci com a voz de Nathaniel dizendo mais uma vez que tudo ia ficar bem. E, por um momento, eu quase acreditei.


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Notas finais do capítulo

final bem dramático, eu sei, mas não pude evitar kkkk no próximo capítulo... novos personagens e ***spoiler***
"resolvi que aquele era o momento de tirar minhas dúvidas e fiz algo que surpreendeu até mesmo a mim. Eu o beijei"
so... reviews? por favor, preciso deles!! obrigaada ♥



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