Sombras escrita por Angel Bell


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Disclamer : Se Crepúsculo me pertencesse eu seria rica e famosa e o Edward se casaria comigo...Isso aconteceu? Não, então Crepúsculo não me pertence, eu não sou rica e nem famosa e o Edward não se casou comigo.



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Hoje era o dia de ir á escola. Eu era a garota nova, a filha ficou cega do chefe de polícia com a ex-mulher que o abandonara. Eu já conseguia escutar os sussurros ao meu respeito. Argh!

Assim que o despertador tocou eu sabia que Charlie não me deixaria matar aula, mesmo que só por um dia. Mas eu sabia que por mais que adiasse, seria a mesma coisa: um inferno.

Me levantei da cama resmungando com Sombra no meu encalço. Pelos sons que aquele cachorro fazia, parecia se divertir com o meu mau humor. Traidora. Não era para ela estar do meu lado?

Seja o que for, caminhei para o banheiro – não sem dar alguns tropeços. Tomei um banho revigorante, e na água quente quase me esqueci do propósito de estar zangada. Quase. Quando o ar frio do quarto me atingiu, meu humor já ficou três vezes pior.

O focinho de Sombra me cutucou. Me abaixei, pegando o tecido macio e tateei até encontrar a etiqueta.

Quando eu fiquei cega, minha mãe ficou com medo de que a sua filha não conseguisse identificar os modelos de roupa e saísse na rua com um casaco como saia e uma calça como blusa. E assim, pela primeira vez, eu concordei com algo que ela sugeriu: criar etiquetas codificadas para as minhas roupas – nessa época Renée lia muito *Segunda-feira De Luto. E assim, agora eu não corria o risco de sair por Forks como uma palhaça.

Vesti uma calça jeans, uma blusa e um casaco bem fofinho para o frio chato de Forks. Coloquei também meus óculos escuros favorito. Peguei a minha bengala e deixei que Sombra me guiasse para a cozinha .

Sem nenhum momento de hesitação, decidi fazer o café, uma vez que estava lá. Eu amava trabalhar com alimentos. Sentir os sabores, os cheiros...

– Isabella! O que você está fazendo? – meu pai falou alto. A partir do som de sua voz, ele estava ao lado da porta da cozinha, respirando pesadamente. Eu olhei na direção da sua voz.

– Fazendo o café – disse simplesmente enquanto pegava um copo de água para o café. – Ah, pai, temos de ir ao supermercado – Acrescentei. Eu ainda podia ouvi-lo. Ele estava tomando respirações lentas.

– Bella, não me assuste assim. Você não consegue enxergar. Você não sabe o que está fazendo – Charlie falou comigo como se eu fosse uma criança com mau comportamento. Como Renée costumava falar. De volta para casa.

Eu suspirei alto.

– Olhe para mim. Eu posso fazer isso – eu disse teimosamente soando como uma criança de cinco anos.

Charlie suspirou também.– Basta ter cuidado, Bells. – ele hesitou por um momento, e com o som de sua voz, virou a cabeça para longe de mim. – Eu te amo. Eu só não quero perder você também. – ele me disse, timidamente.

Minha mãe tinha deixado o meu pai quando eu ainda era um bebê. Charlie não gostava muito de compartilhar seus sentimentos.

– Olha pai, eu posso fazer isso – eu disse pausadamente. Mesmo com a escuridão ao meu favor, eu também não gostava de compartilhar meus sentimentos r13; Eu também te amo, ok? Só não duvide de minha capacidade.

Depois de o café terminar – o que levou Charlie a ser obrigado a me parabenizar com a minha eficiência culinária –, peguei a minha bengala ao lado da bancada e deixei que Sombra guiasse pelo o meu caminho até o carro de Charlie.

Ele me deixou na frente do escritório do colégio com pouco mais que um adeus. Algumas pessoas passavam e eu já tinha ouvido uns sussurros ao meu respeito que indicavam era apenas o começo.

– Por que ela tem essa bengala? E o cachorro?

– Ela é cega?

r13; Alguém tem que avisá-la que cachorros não são permitidos aqui.

Eles sentiam a mesma coisa. Curiosidade. Depois, quando descobriam sobre a minha condição, pena. Eu já havia aprendido a ignorar pessoas que agiam dessa maneira. Quando entrei no escritório, ouvi a Sra. Cope na mesa prender a respiração.

– Ah – antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu me apresentei:

Olá. Eu sou Isabella Swan, a aluna nova. E esta é Sombra, meu cão guia.

Eu esperava que a mulher não tivesse morrido com o tempo que ela prendeu a respiração.

– Ah, sim Isabella. Temos os livros de texto em Braille entregues para todas as suas classes e providenciamos um guia para ajudá-la em seus primeiros dias.

A última coisa que eu precisava era um guia que me tratasse como uma inválida.

– Obrigado, mas não vou precisar de um guia. Apenas gostaria de saber se não tem nenhum problema de o meu cão ficar comigo.

Eu a ouvi gaguejar, meio perdida.

– S-s-sim, claro. Vou informar o diretor e os professores.

Só respondi com um "Ótimo" e sai do escritório que parecia ser um lugar pequeno e abafado. Corri meus dedos sobre o mapa em braile para encontrar a minha primeira sala de aula. Várias pessoas pararam para me oferecer ajuda ao longo do caminho e eu começava a me perguntar se estava tão ruim assim encontrar o caminho certo.

– Oi, eu sou Mike – uma voz masculina falou. Eu não estava prestando atenção, então eu não sabia que direção virar o rosto.

– Fale – ordenei e provavelmente soei um pouco estranha.

– Uh... – o rapaz resmungou. – Oh! Você é cega – Mike disse estupidamente.

Eu ignorei isso.

– Você pode me indicar... – passei a mão sobre a minha agenda – Jefferson, edifício quatro? – Olhei suplicante no que eu esperava que fosse a sua direção.

– Claro – disse ele um pouco sem jeito e pegou meu cotovelo. Eu enrijeci e me afastei um pouco.

– Que direção é? – perguntei incisivamente.

– Ah – ele declarou e virou-me vários graus para a esquerda. – Ande para frente e você provavelmente vai encontrá-lo – ele foi bastante duro para alguém com essa instituição confiante. – Bem-vinda a Forks.

Eu segui com a mão na parede da sala de aula e do nada uma mão calejada agarrou a minha e me puxou para a sala de aula.

– Olá Isabella, eu sou o Sr. Jefferson, seu professor. Você pode sentar aqui mesmo – ele me levou sete passos para a esquerda e me sentei em uma cadeira de madeira. Algumas pessoas se apresentaram e tomei notas da aula em minha máquina de escrever em braille. Também coloquei o meu gravador para de noite poder ouvir as aulas. Isso praticamente se repetiu nas próximas duas aulas até o almoço.

Deixei Sombra ao meu lado, como sempre.

– Você vai sentar com a gente Bella? – uma voz que eu reconhecia como a de Angela chamou. Ela parecia genuinamente amável, não apenas interessada em jogar com o brinquedo novo.

– Claro – dei de ombros.

Forks era uma cidade tão pequena que eu tinha esperança de encontrar o meu caminho de volta. Tenho certeza de que não vai ser nada como na escola para a “deficiência visual” em Phoenix. Pelo menos existia uma chance de ser normal aqui.

Angela e vários de seus amigos se sentaram em uma mesa para o almoço. Coloquei Sombra do lado da minha cadeira e ela latiu para mim. Eu corei de vergonha e esperava que ninguém tivesse ouvido.

– Edward Cullen está olhando para você! – uma garota de voz nasal gritou.

– Quem está falando? – eu perguntei para a escuridão.

– Meu nome é Jessica – respondeu a garota.

– Quem é ele? – tentei iniciar uma conversa. Minha tentativa foi, na melhor das hipóteses, patética. Mesmo antes do acidente, não me relacionava bem com as pessoas da minha idade. E pessoas mais velhas. E pessoas mais novas... A verdade era que eu não me relacionava bem com seres humanos.

– Bem... – Jessica começou. A voz dela estava sendo projetada para o outro lado de mim, talvez estivesse olhando para Edward – Edward Cullen é o cara mais gostoso do planeta, mas ele não namora. Gostaria de saber o motivo – ela fungou. Um caso claro de dor de cotovelo. Secretamente me perguntei quando este menino Edward á rejeitou. – Ele mora com os pais, o Sr. E a Sra. Cullen. E os irmãos adotivos, Alice e Jasper e Rosalie e Emmett. – Jessica completou com algum esforço.

Uma sensação um pouco cruel de que Jessica era uma fofoqueira querendo assunto me atingiu.

– Você está dizendo que eles estão juntos, juntos. – notei.

Jessica riu.

– Dr. Cullen é o pai casamenteiro ou algo assim. Como a Sra. Cullen não pode ter filhos, eles acabaram adotando, tipo, todos eles – ela falou como se isso diminuísse a bondade da mulher. Mas tinha que admitir que uma situação como essa também causaria conversa no Arizona.

– Você pode descrever suas aparências para mim, por favor? – queria saber como as pessoas ao meu redor eram.

Jéssica hesitou e eu suspirei.

– Eu sofri um acidente a algum tempo que me deixou cega – expliquei brevemente. – Mas sei como são as cores – adicionei um pouco sarcástica.

– Claro! – Jessica continuou, imperturbável. – O grupo todo é muito pálido, e eles possuem olhos dourados. Ouvi um boato de que são lentes de contato coloridas do Alasca, de onde os Cullen se mudaram para cá... Enfim – ela começou rapidamente – Emmett é extremamente alto e musculoso, com cabelo castanho encaracolado. Jasper é o mesmo, exceto um pouco mais magro e possui cabelo loiro. Está o tempo todo com uma expressão de dor. Eles me assustam um pouco.

Fiquei em silêncio tentando imaginar o que Jessica descrevia.

– Ooh! – alguém gritou. – Vocês estão falando sobre os Cullen? – a voz da garota jorrou.

– Posso perguntar quem está falando? – pedi o mais educadamente possível.

– Eu sou Lauren! Então você quer saber como são os Cullen, não é? – ela perguntou, a voz estridente.

Tive a sensação de que ela e Jessica se davam bem. Angela estava silenciosa, mas eu conseguia sentir a sua presença.

Lauren começou a falar novamente, sem esperar a resposta.

– Rosalie é a imagem da Barbie e isso é o suficiente para você saber que ela é perfeita. E Alice é um pouco assustadora. Ela é muito pequena, com cabelo preto e curto. Parece com a Tinker Bell, mas um pouco mais misteriosa. – Lauren fez uma pausa antes de continuar – E Edward ainda está olhando para você. – ela esbravejou.

Pelo jeito que Jessica e Lauren falavam dos Cullen, tive a sensação de que esta família era um tópico quente da cidade. Senti pena deles.

– Como este Edward é fisicamente? – perguntei um pouco hesitante. Eu não estava realmente no clima para uma longa conversa, mas a curiosidade vencia qualquer vontade de ficar em silêncio que eu possuía.

Foi Jessica quem respondeu:

– Ele tem cabelos cor bronze, é pálido e lindo! – sua voz subiu duas oitavas na palavra lindo.

Uma vontade imensa de voltar a enxergar me atingiu. Como fiquei em silêncio, a conversa mudou para a moda – um tema que eu não conhecia muito bem. Quando o sinal tocou, Angela se ofereceu para me levar para a minha aula de Biologia. Concordei e segurei o braço dela com Sombra no meu encalço.

Na classe ela já tinha um assento e o Sr. Vanner me guiou para o último lugar vago. Coloquei meu gravador na mesa e posicionei Sombra – com sempre – ao meu lado. Ouvi uma respiração ficar tensa, um corpo enrijecendo ao meu lado. Pulei quando algo gelado tocou meu braço.

– Sinto muito. – uma voz masculina como veludo murmurou muito tensa.

Eu olhei para a escuridão e ignorando meus instintos para me afastar do cara com problemas com a respiração, estendi a mão.

–Quem é você? – questionei com a voz baixa.

– Eu sou Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Ei o que acharam? Tava bom? Comenteeem para me deixar feliz!