– Bom dia, Julia!– disse-me ele vindo me abraçar.

– Bom dia!– respondi correspondendo o abraço.

Sorri para ele, e notei que corei um pouco. Não era normal eu me sentir assim perto de Vitor. Passamos muito tempo juntos e eu já tinha me acostumado com sua presença, mas desta vez foi diferente. Acho que eu estava mesmo sentindo a falta dele nas férias.

Eu não gosto de me apaixonar. Na verdade, acho nojento esses casais que ficam se beijando na frente de todos. Mas sim, havia um cara em especial que, pelo qual, eu estava apaixonada. O nome dele é Luan. Ele é lindo, engraçado, gentil, doce e etc. Tudo que eu mais odeio em uma pessoa só, mas o incrível era que eu amava ele. Alguma coisa nele me fez amar coisas que eu odeio. Eu ainda estava envolvida nos braços de Vitor quando despertei de meus pensamentos e vi Luan, do outro lado do corredor com a namorada dele. Sim, infelizmente ele tem namorada, e ela se chama Giovanna. Ela é uma patricinha nojenta que se acha melhor que os outros. Eu odeio ela, sim, ela também me odeia. Faço de tudo pra ferrar ela, mas ela sempre se livra. Incrível.

– O que ouve? - perguntou Vitor quando percebeu que eu estava distraída.

– É ele. E esta com ela, aquela nojenta.– respondi, grossa.

Me soltei de Vitor e fuzilei Giovanna com os olhos. O sinal tocou, eu e Vitor fomos caminhando pelo corredor e conversando. Ele me contou tudo sobre sua viajem perfeita com sua família. Eu apenas escutava e assentia. Na maior parte do tempo nem prestei atenção no que ele estava falando e me senti um pouco culpada por isso.

– Julia, você esta me ouvindo?– perguntou quando percebeu que eu não estava prestando atenção.

– Ahm, claro! Pode continuar.– menti.

– Já acabei.– e fez com que eu me sentisse uma idiota.

– Perdão.– desculpei-me por ser tão idiota.

Seguimos juntos em silêncio até a sala de aula. Pelos corredores e salas, todos me olhavam. Talvez por me odiarem de outros anos, talvez pela minha maquiagem ou minhas roupas. A questão era que eu era o centro das atenções. Uns me olhavam e cochichavam, outros olhavam e faziam uma cara esnobe e etc.

Chegamos a sala e nos sentamos no lugar de sempre: as ultimas carteiras das primeiras fileiras próximas a parede. Ótimo lugar para nós dois. Separados de todos.

Quando estávamos sentados esperando o professor chegar ele se virou para mim e disse:

– Você não esqueceu ele, não é?

– Ele quem? – perguntei me fingindo de confusa, é claro que eu sabia de quem ele estava falando.

– Luan, é claro.– respondeu com uma expressão despreocupada.

– Não. Algum problema?– grossa, como sempre.

– Nenhum, só continuo achando que ele não serve pra você – me perguntei por que ele estava voltando nesse assunto, já que já conversamos muitas vezes sobre esse assunto.

Ele sempre me parecia muito estranho. Uma vez, tive um pensamento louco. Fiquei imaginando que Vitor podia estar gostando de mim. É loucura, eu sei. Ou não...