Eu senti o sangue correr para meu rosto. Corei. Ele estava esperando uma resposta e eu não sabia oque responder. Já estava perdida em meus pensamentos.

– Ahm...– engoli em seco - Eu adoraria ir – sorri, tentando esconder meu desespero.

– Ah, que ótimo– disse e sorriu.

– Sexta? Que horas?– perguntei.

– Pode ser às oito horas?– disse, e eu assenti.

Fui para casa com Paulo, como de costume. Cheguei, tomei um banho, vesti uma roupa (primeira) boa, pois iria sair. Desci, almocei e avisei a Rosa que iria na casa de Vitor vê-lo. Ela disse para eu ir com Paulo, mas eu preferi ir sozinha, à pé.

Peguei meu iPhone, o fone e fui caminhando até lá. Quando cheguei vi Clarisse e John sentados na varanda como sempre faziam. Como eu já era quase da família, fui entrando. Cheguei a varanda e eles sorriam para mim.

– Olá Clarisse, olá John!– sorri, simpática (eca).

– Olá, Julia!– disseram.

– O Vitor está?– perguntei.

– Esta sim. Lá no quarto, com uma amiga – disse ela com um tom de sarcasmo.

– Amiga?– pensei alto e ela apenas riu.

Como é que Vitor poderia estar com uma amiga? Eu era a unica amiga dele! Por mais que a gente tivesse brigado, ele era meu melhor amigo ainda! Subi as escadas silenciosamente. Não ouvi muita coisa, apenas sussurros. Pareciam gemidos. Meu coração acelerou. Eu estava quente. Senti meu corpo estremecer. Cheguei a porta e abri-la rápido. Fiquei paralisada com a cena que acabara de ver.

Vitor estava sobre Giovanna na cama. Transando! Que coisa horrível. Meu melhor amigo transando com a menina que eu mais odeio.

– Julia?– chamou-e Vitor muito assustado e muito constrangido.

– Eu tenho nojo de vocês– disse, com raiva e nojo mesmo.

Sai correndo e Vitor nem se atreveu correr atrás de mim. É claro, estava pelado! Eu estava quase vomitando de tanto nojo! Passei pela varanda correndo e pude ouvir Clarisse e John me chamar. Corri pela rua e agora meus sentimentos eram outros. Era tristeza e não raiva. Eu chorava. Oque estava acontecendo comigo? Por que eu estava me sentindo assim?

As lágrimas que se formavam em meus olhos tampavam toda a minha visão e eu não sabia muito bem aonde estava indo. Sem perceber muito bem oque estava fazendo foi quando ouvi um barulho de pneus se arrastando no asfalto quente. A escuridão reinou.