Amada escrita por juuh_lautner


Capítulo 5
Sensações


Notas iniciais do capítulo

Peço miiiil desculpas pela demora, espero que gostem, compensei com páginas a mais nesse



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Capítulo 4 - Sensações
"I was in love that`s what it was when I met
In love and no one could ever talk about you"

Estava atrasada, dava para perceber só pelo modo no qual seu olhar ia de um lado a outro na estação. Tinha menos de meia hora para chegar no trabalho e sabia que não ia conseguir devido a quantidade de estações que tinha que percorrer... e o metrô simplesmente não passava.

Existem dias em que tudo parece dar errado. Acontece com todo mundo, mas considerando a vida que a menina levava, hoje era apenas um que começou um pouco pior.

Seu marido sumira. O carro continuava na garagem, mas ele não estava em casa quando acordou. Imagina-se que ele esteja com a tal 'Victória' que o liga sempre. Não que fizesse alguma diferença para ela, traição quando não se ama seu parceiro não faz realmente diferença alguma. A tv estava ligada, então provavelmente ele saíra de madrugada, deixara a geladeira aberta e muitas, muitas latinhas espalhadas pela casa.

Não foi por esse motivo que ela se atrasara e, sim, pelo fato de que não conseguia achar seu uniforme, e quando o achou - no freezer - vinha com um bilhete:

" Pra ver se você se atrasa e perde essa merda de emprego "

Como ele tinha pensado nisso, ela realmente não sabia. Quer dizer, ele nunca pensa, esse era o tipo de coisa que a vagabunda dele pensaria. Provavelmente imaginaram que ela ficaria em casa cozinhando e limpando o chão para os dois... Aham, bem provável sim.

Entrou pela porta assim que esta abriu, sendo empurrada pela legião de pessoas que, apesar de estarem no horário, ao contrário dela, estavam completamente decididos em pegar esse metrô.

Contava os segundos que se passavam, a cada estação que o metrô parava. Como podia isso demorar tanto? Não podia crer que iria chegar atrasada logo no segundo dia, isso era inadimissível para ela obviamente, que nunca faltara em nenhum compromisso, por mais complicado que fosse nele chegar, principalmente agora que tinha um em que vidas dependiam dela.

Respirou fundo mais vezes do que o necessário, continuando nervosa. Faltavam agora 10 minutos e 4 estações. Não, ela não conseguiria. Estava bem certa disso.

Desencanou, já prevendo sua demissão. Era bem provável - aliás, era óbvio - que isso iria acontecer.

Soltou um pouco sua mão da barra em que se segurava, prevendo marcas onde apertara tão forte suas unhas. Já não estava tão nervosa.

Esboçou um sorriso triste de lado. Gostava de seu trabalho. Aliás, gostava de ter algo para fazer, algo que dependesse dela.

Estava tão ansiosa para ver seu paciente hoje, agora já... não o veria mais.

Retirou o blusão que usava, por cima do uniforme e tomando cuidado para não cair, o dobrou e colocou na mala.

Alguns olhares voltaram para si, quando o fez. Não que ela tenha notado, isso era o tipo de coisa que não costumava ocorrer o tempo todo, então certamente, ela não iria reparar, ou, mais provavelmente, acharia que não era com ela. Mas era, com toda certeza.

Não é todo dia que se vê uma medica, ou uma enfermeira andando de metrô, ainda mais com o uniforme. Normalmente eles tem seus próprios carros, ou moram suficientemente perto do hospital para não precisar disso.

Não que Bella fosse se encaixar em qualquer esteriótipo. Ela era o tipo de mulher que não fazia parte de nenhuma sociedade em especifico, ela só tentava... viver a vida que lhe restava do melhor jeito possível. Então, se tivesse que pegar metro todos os dias para ir para o trabalho, era isso que ela faria.

Assim que pararam na próxima estação o senhor que estava sentado no banco a sua frente levantou-se e saiu. Sentou em seu lugar, conferindo o relógio só pelo costume. Ainda lhe faltavam oito minutos... quem sabe, talvez desse tempo.

Arrumou-se no banco, prendendo o cabelo em um rabo alto e pela primeira vez no dia, olhou para frente para, finalmente, reparar que havia dois homens e duas mulheres a encarando. As duas, notou, com lenços na mão e olhos marejados, os dois, silenciosos, mas olhando-a como se quase pedissem ajuda.

Um deles, com cachos loiros compridos caindo pelo rosto limpou a garganta, ainda olhando para ela.

- Oi, err... Você trabalha no hospital, não trabalha? - perguntou receoso olhando para o símbolo nada chamativo no uniforme. Assentiu sem-graça, vendo os outros três olharem ainda mais interessados - Hmm, meu irmão... nosso, irmão - corrigiu apontando com a cabeça para o homem ao seu lado - Bom, ele está internado e nos ligaram hoje de manhã dizendo que ele havia piorado... eu não sei, teria como você nos ajudar? A vê-lo, ou com alguma informação?

Não tinha como recusar, o jeito que aquela família estava, bom, talvez não uma família, mas os irmãos estavam preocupados, muito, por sinal. As mulheres, enfim, elas pareciam ser as namoradas, ou algo do tipo.

Bella se viu concordando, sorrindo tímida.

- Eu... posso, sim, se chegar a tempo para meu turno, obviamente - respondeu cabisbaixa cruzando os braços - Qual o nome do pacien... do seu irmão ?

- Cullen. - respondeu o outro com uma voz grossa - Edward Cullen.

"Ah, não!" Foi tudo que sua mente conseguiu pensar antes de entrar em choque. Era seu paciente, SEU! Como simplesmente não ligaram para ela? Como não a avisaram?

Abriu a bolsa aflita, talvez preocupando ainda mais os que estavam na sua frente, mas nem se tocando. Procurava um pequeno aparelho irritante que fazia 'bips', e que se mostrava silêncioso desde o dia anterior de manhã.

O achou, segurando com as mãos trêmulas, suando frio... Nada. Estava ligado, mas em branco. Nenhum chamado recente.

Sentiu-se inútil. Era seu paciente, como simplesmente ele havia piorado e ninguém lhe avisara? Tudo bem que era nova e só tinha um dia de experiência, mas pelo menos queria estar lá, sentir que podia de fato ajudar em alguma coisa. Mesmo que não fosse totalmente verdade.

Duas estações haviam se passado, era a próxima e ainda lhe restavam 3 minutos. Ela conseguiria e iria direto conversar com Angela ou para o quarto do paciente, o que lhe aparecesse primeiro na frente.

Antes de chegar na plataforma, levantou a cabeça novamente olhando para os dois homens a sua frente. Respirou fundo acalmando-se, forçando sua voz a sair.

- Eu... hmm, vou entrar e ver o que descubro, eu sinto muito, mas se o estado dele... piorou, não posso autorizar que o vejam antes de checar - disse de uma vez, soando nada confiante, mas pelo menos o disse.

Eles assentiram, obviamente que entendiam o que ela falara e não iriam contestar somente porque ela não estava tão confiante de si.

O metrô parou e antes que as portas pudessem se abrir completamente ela já corria estação afora segurando a bolsa em uma das mão e colocando o bip na cintura da calça.

Se apressou a chegar na porta do hospital, o ponteiro do enorme relógio indicava que ainda faltava um minuto.

As portas automáticas se abriram e sem nem parar para respirar ela continuou correndo, subiu as escadas e adentrou seu departamento a tempo de ouvir seu bip avisa-la que eram exatamente oito horas.

Sim, ela conseguira.

Avistou Angela encostada na recepção com uma prancheta em mãos, olhando-a sorrindo.

- Precisamos.... conversar - foi tudo que conseguiu dizer, colocando a mão na cintura e se apoiando na parede antes que a falta de ar a antingisse.

Seguiu quieta para o vestiário, largando sua bolsa no armário, pegando seu estetoscópio e uma prancheta vazia, junto com a caneta.

- Sim? - Angela perguntou-lhe assim que saiu de lá, recuperada e caminhou em direção onde a chefe se encontrava, a qual não movera um dedo, desde que a menina chegou.

- Por que eu não fui avisada que me... - ia falar meu, mas certamente não era a melhor palavra para ser utilizada - Que o paciente que eu observei ontem teve pioras?

A mulher a sua frente olhou-a assustada, não contava com o fato dela saber dessa informação antes de chegar lá. Nunca se espera encontrar familiares de pacientes no metrô. Muito menos conversar com eles.

- Bom, - ela começou após um tempo - Nós achamos que essa informação não era de suma importância para você no momento. Ele já está melhor e de volta ao quarto, foi apenas uma pequena complicação na cicatriz da cirurgia.

Bella a encarou, silenciosa e bem mais calma. Assentiu com a cabeça e retirou-se em direção ao quadro que indicava o que ela faria no momento.

Viu seu nome em três lugares diferentes, sempre com o mesmo paciente. Checagem as 8 e meia, entrega do almoço e  troca de curativos a 1 da tarde e uma nova checagem as 5.

Isso significava três coisas.

Uma, ficaria até mais tarde hoje e provavelmente Jacob teria um ataque de nervos... se ele lembrasse o caminho para casa, porque seguramente, ele está bebado.

Duas, teria tempo livre de sobra e ainda não fazia a minima ideia do que faria com ele.

Três, estava atrasada para a primeira checagem.

Saiu apressada, indo para o quarto já conhecido, tentando parecer o mais calma possivel, dessa vez sem correr. Ao chegar na porta, retirou o prontuário do encaixe prendendo-o na sua própria prancheta e adentrou a sala o mais silenciosamente que pode.

Decidiu que assim que saísse dali, iria para a recepção ver se encontrava os parentes e cumpria sua palavra de lhes dar as novidades. Felizmente, elas eram boas.

Deparou-se com seu paciente encarando-a sorrindo. Não fazia ideia do porque ele estava feliz com o fato dela ter aparecido, mas tinha certeza que era por ela estar lá. Soube disso quando ele começou a falar.

- Achei que não tinha gostado de mim - ele disse ainda sorrindo, vendo-a se aproximar dos monitores, fazendo com que a menina não entendesse nada olhando-o com uma sombrancelha levantada - Você não trouxe meu café ontem. - completou piscando.

Ela riu do comentário dele, fazendo uma careta em resposta.

- Você não devia estar acordado, teve complicações essa madrugada e deveria descansar - respondeu terminando suas anotações na prancheta e virando-se para afofar seu travisseiro ou qualquer coisa parecida.

- Não estou com sono. Eu sou forte. - disse novamente, inclinando a cama, até estar sentado. - Além do mais, eu sei que se eu dormir você vai embora e não vai voltar como fez ontem.

Ela sorriu, sem ter uma resposta boa o suficiente para dar.

Sentia-se bem ali, ela era... necessária. E pelo visto, Edward gostava da sua companhia. Ou ele era apenas educado. "O que é bem mais provavel"

- Eu não posso ficar aqui no momento, eu volto mais tarde para ver como você está. - terminou por dizer, se afastando.

Sentiu uma mão em seu pulso a segurando e voltou-se assustada para ele.

- Por favor, promete mesmo que volta? Não é justo me mandarem uma enfermeira bonita e depois sumirem com ela. - pediu-lhe com os olhos cansados.

Sabia que ele só estava acordado porque ela estava lá. Aproximou-se da cama ainda meio sem-jeito pelo pedido, mas sorriu sincera, sentindo-se bem como não fazia a tempos.

Ele a achava bonita. Era tão... mágico isso.

Não queria que ele visse o quanto esse pequeno comentário tinha significado para ela, então simplesmente deitou a cama novamente, afofando seus travisseiros, como pensou em fazer anteriormente.

Ele parecia uma criança necessitando de ajuda, de alguem ali com ele. Não importava como ele havia chegado ali, mas a partir daquele momento, prometeu a si mesma que faria de tudo para que ele saísse bem.

Sentia que seu pulso ainda estava sendo segurado. Arrumou o cabelo rebelde que caia no rosto de seu paciente e sorriu.

- Prometo que volto. - respondeu segura de si de que sim, ela voltaria.

Saiu do quarto ainda com o sorriso nos lábios, com o pensamento voando, longe de todos os problemas, tudo que ela era obrigada a aguentar. Quase esquecera de devolver o prontuário a seu devido lugar, tendo que voltar quando já estava a meio corredor de distância.

Se recompôs, concluindo que andar por ai com um sorriso bobo no rosto não ia ajudar em nada.

Seguiu reto para a recepção onde, como já imaginava, os quatro a esperavam. Bagunçou o cabelo de Eric a passar por ele, que respondeu com um sorriso seguido de palavras não muito bonitas por ela ter estragado... como ele dizia? O penteado mais na moda que ela já havia visto.

Passou pelas portas de vidro, se aproximando das cadeiras que o hospital oferecia para os parentes se sentarem enquanto esperavam por... bom, seja lá o que a maioria lá esperava.

Pigarreou, para ser notada, incrivelmente mais confiante do que nunca fora, e sorriu para a família que a encarava.

Uma das meninas, baixinha, dos cabelos espetados e nariz arrebitado sorriu junto, caindo no choro mais uma vez.

- Ele está bem não está? - perguntou-lhe o loiro, no qual ela simplesmente assentiu.

- Está ótimo, foram apenas algumas complicações com a cicatriz da cirurgia, ele já está recuperado. - respondeu por completo. - Mas sinto em informar que não poderam visitá-lo ainda.

O loiro sacudiu a cabeça.

- Nós sabemos. - o outro respondeu por ele. - Só, queriamos noticias concretas ao invés de telefonemas.

- Obrigada. - soluçou a menina que chorava apertando a mão do loiro.

Bella voltou para dentro de sua ala bem mais calma do que chegara e parou para conversar com Eric que a olhava divertido.

- Hmm, fazendo amizade com gatões em menina, to sacando você.

- Ah cala boca Eric, são só parentes e se você não percebeu eles estavam acompanhados. - respondeu rindo. Ela realmente não havia prestado a mínima atenção nos irmãos, que agora caminhavam para fora do hospital.

- Então tá, né? - ele pareceu desapontado. - Fiquei sabendo do teu paciente. Ele tá ok? Seria um disperdício gigantesco se alguma coisa acontecesse com aquele ali.

Rindo novamente ela não se deu ao trabalho de retrucar só respondeu com um 'tá tudo bem' e refez seu caminho para o quarto, cumprindo sua promessa de que voltaria.

Ao entrar, reparou que novamente ele dormia. Também, era de se esperar depois de tudo que passara, ou pelo menos o que ela imaginara que ele passara.

Curiosa, ainda sem saber o motivo dele estar no hospital, Bella pegou a ficha de atendimento que se encontrara aos pés da cama e pos-se a ler.

Nome completo, idade, alergias, medicamentos receitados, causa da internação ...

- Não ... Não pode ser, não ...

 

N/A: Eu sei que depois de toda essa demora eu não podia terminar assim né, mas enfim, eu posso, haha. O próximo vem em pouco tempo, promeeeessa, e comentem, please.

 

E espero que realmente não fiquem muito chateados quando eu disser que bem... a fic não tem muitos capítulos pela frente.

 

 

N/B: PERAÍ, PARA TUDO.

EU TAVA AQUI MAIOR FELIZ COM O CAPÍTULO E O BANGS TERMINA ASSIM? ASSIM?

JULIANA, SEU ENDEREÇO A-GO-RA, ME PASSE! -OQQQQQQQ

 Ta, parei com o caps lock. hm2/

E não me faça morrer de esperar pelo capitulo novo outra vez, sacou? u_u

Também não to mais conversando com você ¬¬

 

E comentem, vocês que estão lendo, huh.

BL


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