Capítulo um - A Swan.
"I didn't know the girl, but I knew her family
All their lives were shattered in a nightmare of brutality"

- Bella? Bella! Levanta logo, primeiro dia de trabalho porra !! Se eu não te chamo, ninguém faz nada nessa merda!

Abriu os olhos mal humorada, chingando seu "despertador"de todos os nomes nos quais sua mente sonolenta pode pensar, os quais para tal situação eram consideráveis.

Levantou-se da cama, jogando o cobertor na porta, forçando-a a se feixar, abafando os 'ruídos' que vinham da sala. Procurou seu chinelo esfregando os olhos, e sem achá-los seguiu para o banheiro.

Já não podia mais aguentar tudo aquilo, a vidinha miserável, o apartamento imundo, o marido insuportável e ser obrigada a arranjar um emprego que odiaria, só porque seu conjuge estava desempregado e precisava de alguém pra pagar suas cervejas.

Enfiou a cabeça debaixo d'agua gelada da pia, e contorceu o rosto em uma careta devido ao choque térmico.

Mais batidas na porta, indicavam que Jacob voltara.

- Vai demora mais vagabunda? - urrou surrando a porta do lado de fora.

- Vai embora! - gritou em resposta apertando as têmporas.

Desligou a torneira assim que teve certeza que ele havia ido mesmo embora. Provavelmente já estava bêbado, ou drogado, não via mais a diferença. Olhou o relógio de pulso, constatando que estava, no mínimo, meia hora adiantada. Ponderou voltar para a cama, mas sabia que não iria dormir, não agora que podia ouvir o maldito trem passando pela sua janela.

Suspirou, respirou fundo e ligou o chuveiro. Tirou a roupa devagar, tomando cuidado com os machucados ainda não cicatrizados e sofrendo com a falta de curativos, os hematomas, arranhões e até resquícios de uma mordida antiga que deixara sua marca.

Passou as mãos pelo cabelo, num gesto nervoso, mordendo o lábio e deu uma última olhada no espelho, estava péssima.

Já não era sem tempo de algo novo - mesmo que obrigado - acontecer naquela rotina desagradável e monótona, além do que não havia feito sua mãe pagar faculdade a toa.

Era uma inútil, de fato que era. Nunca trabalhara, nunca tivera nenhum conforto extra na vida, mas nunca fora largada às sarjetas. Casara obrigada, pelo bem de sua família, pela ascenção social da família Swan, mas aprendera a amar. Sim, aprendera a amar acreditando tolamente que era retribuída, mas dois anos foram o suficiente para sua mãe lhe abandonar e o marido mostrar as verdadeiras intenções, as quais, desfizeram toda a vida perfeita que montara em sua mente, quebrando pedacinho por pedacinho o amor que criara com tanto esforço.

"Pelo menos", pensava, "Mamãe está melhor agora".

Em sua convicção, era parte de seu destino viver a vida deplorável que vivia, em pró dos outros. Após a morte de sua mãe e última parente viva, mudara-se com o marido para um apartamentozinho nojento ao lado dos trilhos do trem E era tudo que tinha.

Tomou coragem e se enfiou embaixo do chuveiro. Frio, porque o Black não pagara as contas,

" Pra quê água quente? Deixa de ser mimada mulher!" respondia rindo do pedido da mulher - quando essa o fazia - enquanto refletia entre espancá-la pela falta de respeito pelas regalias que lhe dava, ou a mandava fazer o jantar.

A mulher fechou os olhos derrotada, deixando a água escorrer pelo seu corpo, ignorando o frio ou a dor causada por esta. Suspirou ao olhar a janela e ver uma ambulância passar. Estava indo para o hospital. O seu hospital a partir daquele dia.

Só via seu novo trabalho com um lado bom, teria tudo que precisasse para se cuidar antes que o corpo sucumbisse às fraquezas.

Apresou-se ao se trocar, guardando o uniforme na bolsa e saiu de casa passando pela sala onde Jacob encontrava-se, despercebida. Morava realmente ao lado do trem, e esse era - infelizmente - seu único meio de transporte já que não lhe era permitido encostar no carro.

Lotado como sempre, nem se importou em ir em pé, tantos anos para cima e para baixo pela cidade já a fizeram criar habiliades. Foi lendo o livro doado pelo hospital, qual continha as regaras gerais e internas. Examinou atenta cada ala e corredor, decorando-as de primeira. Não gostava da idéia de trabalhar, mas se fosse, que fosse direito.

Desceu, treze estações depois, dando já de cara com o " Life Hospital Los Angeles". Suspirou e caminhou decidida, tomando conciência que chegara cinco minutos adiantada segundo o relógio enorme em cima da porta de entrada.

Entrou e seguiu os olhos pelas placas indicando os caminhos. Não que precisasse, sabia que a enfermaria era a primeira ala a esquerda. Seguiu para ela.

- Sra. Black!

Virou-se espantada com o seu nome de casada sendo chamado e deu de cara com o homem que a havia contratado.

- Err... Oi - cumprimentou sem-graça - Sr. Newton, certo?

- Só Mike - respondeu-a o loiro com os olhos azuis brilhando.

Bella assentiu com a cabeça enquanto seguia o chefe, que a chamava, pelas escadas.

- Nós vamos pegar seu crachá que ficou pronto agora de manhãzinha e te levarei até sua ala, ok? - explicava o Newton enquando andava - Hoje é simples, nada de turnos duplos, Angela vai te tutoriar.

- Sim... - respondeu simplesmente tentando não esbarrar nos médicos e enfermeiras e sabe-se o que mais no caminho - Mas sr... Mike, eu não vou trabalhar na enfermaria como você me disse semana passada?

- Não - respondeu divertido, passando por uma mesinha pegando um cartão, antes de parar em frente a duas portas brancas.

Estendeu a mão, com uma animação exuberante. Bella pegou o cartão agradecendo e admirou o novo "acessório", onde lia-se :

Isabella Swan Black

Enfermeira - Ala pós-trauma

- Pós-trauma? - exclamou nervosa.

- Sim, estamos precisando de internos por aqui, e seu trabalho não será nada além de apoio. Será bom para sua experiência.

- Certo - murmurou receosa, enquanto caminhava trêmula em direção as portas, abrindo-as sob o olhar cuidadoso do chefe.

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N/A: Surto, muito surto.

Team Jacob, não me matem, escrever ele malvadinho quase me matou, mas enfim.
Valeu a idéia? Continuo? *---*