Target 03 - Itália

No dia seguinte eu realmente desejava não ter saído da cama, mas imaginei que o Reborn ia acabar achando um jeito de levar a cama comigo dentro do avião, e não ia ser legal acordar a não-sei-quantos quilômetros do chão.

Fiz minha higiene matinal como sempre, coloquei minha blusa preferida (Uma preta com a capa do Black álbum do Metallica) um short jeans preto e um all star preto um pouco abaixo do joelho, se eu fosse conhecer meus pais, queria que eles realmente soubessem quem eu era.

- Sora? Já está pronta, querida? - chamou minha tia.

- Quase. Só falta eu arrumar minhas coisas e fazer brotar um vestido de festa de algum lugar.

- O Reborn-chan falou para você não se preocupar com a última parte.

- Se o Reborn mandou eu não preocupar, agora que eu estou MUITO preocupada.

Eu joguei as quatro primeiras mudas de roupa que eu achei na bolsa, enquanto escutei passos vindos do corredor.

- Ta pensando em fugir? - a voz eu não poderia errar. Era da minha melhor amiga.

- Com toda certeza - falei fechando a bolsa - eu não aguento mais isso!

- Já olhou pela janela?

Olhei pra ela com o cenho franzido, eu realmente não tinha feito isso... Caminhei até a janela e olhei direito... Não sei o que me assustou mais: o fato de ter uma limousine preta maravilhosa parada na frente da minha casa, ou de que ninguém mais e ninguém menos que RIKI HIBARI do lado dela.

- O que o Riki ta fazendo aqui?

- Vamos explicar tudo quando formos.

- Tudo vão me explicar depois! Eu já cansei disso sabia? Eu vou fugir agora mesmo!

- Não mesmo, você vai até amarrada - olhei para trás e de fato, lá estava o Reborn.

- Te desafio a me levar amarada - abri a janela ameaçando pular.

- Você não me deixa escolha.

Dito e feito. E aqui estou eu em um voo particular para a Itália, e ninguém me explicou nada, e eu estava amordaçada. Junto estavam indo o Reborn, a Lal, o Colonnello, a Akane, o Hoshi, o Hikari (a partir daqui as coisas perderam todo o sentido pra mim), minha tia, o Riki Hibari, Hyou Hibari, um gato, Kyoya Hibari, Fon, os garotos gêmeos do meu ano, Kawa e Leon Yamamoto e o pai deles.

Já que eu nunca falei sobre os gêmeos deixe-me descreve-los: A Kawa tinha o cabelo preto longo, com a franja quase chegando aos olhos, os olhos roxos e a pele bem clara, seu irmão Leon era bem parecido com ela, tinha o cabelo preto repicado pra cima, os olhos amendoados, e a pele um pouco mais escura do que a dela, ambos adoravam piadas, e eram sempre muito animados.

Chegando na Itália, notei que não havíamos parado em um aeroporto normal, e sim no quintal de um mansão (poker face eterno). O Reborn me soltou e eu cogitei fugir, mas estava no meio de um pais estrangeiro, num lugar desconhecido, cheio de pessoas que não falam minha língua, e por cima de tudo, perseguida pela máfia...

Agora não tinha mais jeito. Segui o resto do pessoal, e notei que a Akane se manteve ao meu lado o tempo inteiro, talvez para evitar uma possível tentativa de fuga.

Entramos na casa, e meu deus do céu! Parecia que tinha saído de um filme de tão lindo.

Hoshi assobiou.

- Caramba, Sora, isso tudo aqui é seu? - perguntou Hikari.

- E-Eu acho qua sim... - de fato eu estava mais surpresa do que eles.

Meus olhos seguiram até a escada, que estava simplesmente LOTADA de pessoas, mas na frente haviam apenas um casal.

Eu nunca os tinha visto antes, nem mesmo por foto, mas sabia que eram meus pais, isso faz sentido?

Meu pai fez menção de correr na minha diração, mas acabou tropeçando nos proprios pés, caindo igual uma jaca.

- Ai meu deus, você esta bem? - por algum impulso eu corri para o ajudar a levantar.

- Isso foi ridiculo ao extremo, Sawada. - falou um dos caras mais da frente.

- Eu passo 15 anos sem, ver minha filha e quando vejo eu pago esse papel de idiota. - disse ele aceitando minha ajuda.

- Mas esta tudo bem? Você machucou?

- Não, mesmo que seja ridiculo acontece muito. - ele sorriu e me abraçou - da última vez que eu te vi, você era menor que um saco de arroz e olha só agora...

- Na-não exgera - eu nem sabia o que falar.

- E eu vou ficar aqui sobrando? Olá filha - Kyoko se juntou ao abraço.

- O-Oi... Mãe.

Serio que alguem tinha que escrever um livro do tipo "como conhecer o seus pais sem nunca ter visto eles" e é claro com um cápitulo do tipo "apresentação se o seu pai é um super-máfioso". Eu simplesmente não sabia o que fazer!

- Espero que o Reborn não tenha te assustado - falou Tsuna depois de um tempo.

- Assustar? Ele é um monstro.

Todos na sala riram, imaginei que eles concordavam comigo pelo menos.

- O que você fez com ela, em Reborn? - perguntou Tsuna (sim, eu estou com problemas para chamar eles de mãe e pai).

- Eu atirei duas vezes nela com a Shinu ki dan. - respondeu ele como se fosse a coisa mais normal do mundo atirar nas pessoas.

- Imagino que ela tenha passado alguma vergonha em publico... Assim como eu.

- Sawada-sama, eu poderia de informar tudo depois, mas como braço direito da Sora, imagino que ela esteja cansada depois de uma viajem até aqui amarrada. - disse a Akane dando um passo a frente... E que historia de braço direito foi essa?!

- A-amarrada? - perguntaram varias vozes ao mesmo tempo.

- Foi o único jeito - Reborn deu de ombros e eu revirei os olhos.

- Mas tudo bem, Akane, pode levar ela ao quarto dela? - pediu Tsuna - Hibari-san, Yamamoto, vocês conhecem o de vocês, e o dos seus filhos, Colonnello e Lal também, Hoshi e Hikari, vocês ficam nos quartos ao lado do da Sora, a Akane pode mostrar para vocês, e Akane também já tem um quarto, e Reborn faz o que você quiser.

- Vem, Sora! - Akane pegou minha mão e saiu puxando, e o mágico era que as pessoas abriam caminho para a gente passar. Hoshi e Hikari vieram atras de nós.

Subimos mais dois andares (esse lugar era grande...), num andar que tinha algumas portas espaçadas.

- Aqui estamos - Akane abriu a última porta.

O lugar era simplesmente mágico... Como se tivesse saído de algum conto de fadas. Para começar, as paredes deveriam ter uns cinco metros de altura, de cada lado tinha dois janelões, que pintavam as paredes com a cor do dia, já que estas eram brancas, ao fundo não tinha parede, só uma grande placa de vidro, com uma porta que dava para uma varanda, e nessa placa de vidro estava encostada uma cama king size com aquelas cortinas por cima, realmente igual de uma princesa, mas não havia nem um móvel, eu me perguntava o porque.

- Não tem nenhum móvel? - perguntei ainda com o queixo meio caído.

- Não precisa. Por aqui - Akane me puxou para dentro do quarto, e do lado da porta que dava para o corredor, haviam mais três portas.

Abri a mais da esquerda, e nela havia um banheiro E-N-O-R-M-E com banheira de hidro massagem, com uma fonte dentro, um milhão de vidros com sais de banho, uma fileira com quatro pias, tudo em mármore branco. Sai de lá e abri a segunda porta da esquerda, já com medo do que poderia ser... Um closet... Seria normal se não tivesse a possibilidade de ficar PERDIDA lá dentro com tanta roupa, sapato, vestido, coisas do qual eu nem sabia a utilidade... TUDO. Já estava totalmente perdida, mas a porta mais a direita de todas simplesmente me fez perder o rumo. Tinha alguns puffes gigantes, um tapete totalmente macio, uma televisão maior que tinha com certeza mais de um metro e meio de comprimento, também havia um home theater espalhado pela sala, além de que no contrario da televisão tinha um mini-bar, com um micro ondas, um frigoba, e alguns armários onde deveria ter comida.

- Só faltou o 3D - brincou Hoshi.

- Na verdade... - Akane começou a falar.

- TEM 3D?! - perguntamos Hoshi, Hikari e eu ao mesmo tempo, e Akane acenou um sim.

- Será que eu morri? Isso parece um paraíso - falou Hikari num sorriso.

- Vai ser um paraíso estrear essa cama - falou Hoshi com um sorriso safado. - ta afim, Sora?

- Nem um pouco, Ero-baka. - eu já estava mais do que acostumada em dar fora nele.

- Agora deixem a Sora em paz no paraíso dela, vamos para o quarto de vocês. - Akane puxou eles para o corredor, fechando minha porta.

Eu simplesmente não sabia o que fazer, então fui para a varanda, que tinha uma vista magnífica... No início tinha apenas um jardim, mas ele se alongava até se tornar uma floresta pouco densa, havia um lago totalmente cristalino e então as montanhas ao longe... Simplesmente lindo.

Voltei para o quarto, e me sentei na cama, era tão macia que parecia uma nuvem quadrada (muito poético da minha parte, eu sei disso).

- Sora? - olhei para a porta, e lá estava o Tsuna.

- Pai?

- Então... Gostou do quarto? - ele entrou e fechou a porta.

- Sim... Ele é meio grande para uma pessoa só, mas sim.

- Que bom... Eu fico imaginando o que você pensa sobre tudo isso... Máfia, seus pais desaparecidos, a delicadeza do Reborn para fazer as coisas...

- Eu não sei direito... Eu... - já ia completar a frase, mas a porta do meu quarto foi praticamente arrombada:

- Judaime! Como você vem falar com ela sem o seu braço direito?! Eu quero apoiar sua família nesse tempo difícil!

- Gokudeira-kun! Isso é jeito de entrar aqui?

- Gomen nassai, Judaime! Gomeen nassaaaaaai - antes que eu pudesse notar ele já estava socando a testa no chão, o que me assustou muito.

- Err, senhor? Porque está fazendo isso?

- Eu tenho que me desculpar do seu pai - ele parou, o que me aliviou.

- Antes de socar a testa no chão do meu quarto, eu poderia saber o seu nome? - perguntei oferecendo mão para ele.

Ele olhou para mim e começou a chorar e me abraçar.

- Tão gentil! Como esperado da filha do Judaime!

- Gokudeira-kun... Poderia ser discreto? - pediu Tsuna a ele.

- Go-Gomen nassai, Judaime - ele virou para mim de novo - Meu nome é Hayato, Gokudera Hayato.

E então me caiu a ficha.

- Estamos mesmo falando em japonês?

- Sim - eles riram.

- Eu sou japonês, Sora, o Gokudeira é italiano, mas passou um bom tempo no Japão também... Alias, eu acho que todo mundo daqui acabou aprendendo japonês.

- E você é um guardião do meu pai, Hayato-san?

- Sim, da tempestade, e também sou o braço direito dele.

- O que vocês estão fazendo, ao extremo? - o mesmo cara de antes perguntou.

- Estou conhecendo a filha perfeita do Judaime - respondeu Hayato-san.

- Ah! Minha sobrinha ao extremo!

- Sobrinha? - perguntei um pouco corada pelo "perfeita" do Hayato-san.

- Sou irmão mais velho da Kyoko.

- Ah, sim.

- Yo minna, vocês estão fazendo o que? - chegou Yamamoto.

- Vendo a minha filha, mas isso já está virando uma bagunça... - respondeu Tsuna vindo para o corredor também - Sora, o Ryohei, seu tio, e meu guardião do sol...

- Ao extremo!

- Sim, meu guardião do sol ao extremo - falou Tsuna com uma gota na testa - e Yamamoto Takeshi, meu guardião da chuva.

- Quem são seus outros guardiões, pai?

- Tem o Lambo, o Mokuro, e o Hibari-san.

- O Hibari? Tipo... O pai do Riki?

- Sim, porque?

- Po-po-po-por na-nada... Eu... - estava tão vermelha que não consegui falar nada.

Corri para o quarto e tranquei a porta.

- Até no baile! - gritei para eles de dentro do quarto.

- Impressão minha ou ela é pior do que a I-pin quando era nova?

- Talvez ela só precise de um tempo... Bem, vejo vocês no baile...

O pai do Riki era um mafioso? Um guardião do meu pai ainda por cima...

Era coisa de mais para encarar de uma vez só... Mas esse baile, não estava parecendo uma idéia tão ruim agora... Fui até o closet escolher um vestido, o que era melhor do que alguém acabar escolhendo para mim.