Agarradinha a Yusuke, Harumi passou a noite toda chorando até que aproximadamente de 2 da manhã o cansaço finalmente venceu e ela caiu no sono. Yusuke demorou mais alguns minutos para dormir enquanto tinha certeza de que Harumi havia realmente dormido. Apesar de tudo, parecia que eles conseguiriam ter uma noite tranquila até o sol os despertar... Mas se pensaram nisso alguma vez, haviam errado.

Eram 4:42AM quando Harumi acordou com uma forte dor de cabeça. Ela segurava a própria cabeça e mordia o travesseiro com uma cara de dor. Tentava não fazer barulho para não acordar Yusuke apesar de a dor de cabeça insuportável que ela sentia. Quando conseguiu se acalmar mais, ela só pensava em uma coisa: tinha que conseguir pegar seu remédio. Trêmula e sem força nos braços enquanto tentava aturar a dor de cabeça, ela ficou de quatro na cama e começou a andar engatinhando lentamente tentando sair de lá apesar de Yusuke estar no caminho, mas isso fez com que Yusuke acabasse acordando.

– Haru? - disse ele sonolento - o que foi?

– D-Dor.... d-de cab-beça... - estava piorando cada vez mais, ela se jogou na cama do jeito que estava. Agarrou a cabeça novamente e já estava chorando e tentando reprimir gritos.

– H-HARU! HEY! - Yusuke ficou desesperado ao vê-la daquele jeito.

– R-rem-médio... m-moc-chila... d-dentro d-de.... uma bolsinha. - respondeu ela.

Ele se levantou da cama às pressas e abriu a mochila desesperadamente jogando tudo que tinha para fora. Bichinhos de pelúcia, calcinhas, sutiãs, escova de cabelo, absorventes.... até que achou uma pequena bolsinha rosa. Ao abrir, encontrou duas caixas de remédio. Um deles era de tarja preta, no desespero ele nem parou para se perguntar direito para que ele fosse, pois o outro remédio era o de dor de cabeça. Mas então o que viu o fez gelar... comprimido... e dos grandes.

Ele foi correndo até ela e lhe deu o comprimido.

– A-AGUENTE FIRME HARU!

Ele então foi correndo desesperado o mais rápido que conseguia até a cozinha pegar um copo d'água. Não se importava em acordar alguém no caminho. Chegando ao quarto ofegante e com metade da água que havia colocado na cozinha, pois o restante havia caído no caminho, ele entregou o copo para ela e ela engoliu o comprimido de vez com a ajuda da água.

Yusuke abraçou Harumi com força enquanto ela, ofegante, esperava lentamente o remédio fazer efeito agarrando-se fortemente a roupa dele e chorando. Depois de uma hora ela relaxou mais o corpo e se conteve em ficar fungando agarrada a blusa dele. Ele não queria arriscar acariciar a cabeça dela então acariciava seu rosto gentilmente.

Com ela mais calma, ele pegou a caixa do remédio de dor de cabeça e o olhou mais atentamente e arregalou os olhos ao descobrir que era um dos fortes.

– Hey Haru - disse ele tentando manter a voz o mais calma e doce possível.

– Hum?

– Porque você toma um remédio de dor de cabeça tão forte? Não é de mais para você.

– Não.

– Você está melhor agora?

– Não 100% mas... melhor.

Yusuke então se lembrou do outro remédio que ele vira.

– Tinha outro remédio na bolsinha... um de tarja preta. Você t-

– Por favor, não pergunte sobre isso! - disse ela rapidamente o cortando.

– Ok... não perguntarei.

Ele continuou fazendo carinho nela até ela adormecer novamente, o que infelizmente não aconteceu. Quando deu 5:47AM ela já havia desistido de dormir e sentou-se na cama. Seu rosto estava vermelho de tanto chorar aquela noite. Yusuke passou delicadamente a mão em seu rosto e lhe deu um selinho.

– Seu rosto tá todo vermelho Haru. Quer que eu te leve no banheiro para lavar ele... ou quem sabe tomar um banho?

– Hai.

Ele pegou a mão dela a guiando para o banheiro desviando das coisas da mochila ainda esparramada. Ele a botou de frente para a pia e colocou uma mão dela ao lado da pia.

– Aqui é a pia - disse ele - e se você vier mais pra cá... - continuou a levando para o fundo do banheiro e colocando a mão dela em cima da banheira - você encontra a banheira. Qualquer coisa me chame ok? Pode usar meu xampu, condicionador e eu vou deixar um sabonete na pia para você.

– Deixe na borda da banheira mesmo.

– Ok.

Ele fez o que ela pediu e ligou a banheira para já ir enchendo e então a deixou no banheiro. Harumi sentou-se na borda da banheira, tirou suas roupas e entrou na banheira. Quando achou que a água estava numa altura boa, ela tateou ao redor da banheira até achar a torneira para então desligar. Harumi ficou alguns minutos lá aproveitando a água quente e tentando relaxar enquanto do lado de fora, Yusuke arrumava as coisas que estavam jogadas depois de sua desesperada procura na mochila da garota atrás dos remédios.

Depois de arrumar a bagunça, ele se sentou no chão ao lado da porta do banheiro e começou a ler qualquer coisa que pudesse dar uma pista sobres os remédios em suas caixinhas. Entre as palavras complicadas, ele certificou-se que o de dor de cabeça era realmente bem forte e quanto ao de tarja preta, descobriu que era um remédio controlado e que podia causar muitos efeitos colaterais, entre eles baixa imunidade.

Quando Harumi se levantava para sair do banheiro, ela se lembrou de uma coisa que faltava e começou a apalpar qualquer coisa que conseguisse alcançar no momento mais nada que ela tocou pareceu-lhe na textura daquilo que procurava. Ela sentou-se na banheira novamente toda encolhida e corada, teria que pedir para Yusuke.

– Y-Yusuke! - chamou ela.

– Sim? O que foi Haru? - disse Yusuke ficando atrás da porta.

– E-erm... toalha... onde está a toalha?

Dizer que Yusuke ficou da cor de um tomate não é o suficiente para explicar o quanto ficou vermelho.

– E-Eu vou entrar para pegar ok? - perguntou ele.

– C-Certo.

Yusuke abriu a porta lentamente enquanto tentava não olhar para Harumi na banheira, mas não conseguiu evitar. Deu uma olhadinha para ela e a viu toda encolhida e vermelha sentada na banheira com a água até o pescoço. Ele desviou o olhar meio sem graça e abriu o armário embaixo da pia para pegar uma toalha novinha para ela. Meio acanhado e ainda vermelho, ele foi até perto da banheira e abriu a toalha.

– L-Levanta... - disse ele dando olhadelas para ela - e-eu te enrolo.

– E-Eu consigo me enrolar na toalha sozinha! - disse ela ficando mais vermelha e virando o rosto.

– M-Mas você vai ter que levantar ou a toalha ficará toda molhada na banheira.

– Essa sua desculpa não é muito boa.

– V-Vai... e-eu prometo que não vou te olhar.

– Yusuke...

– P-Pra que essa vergonha toda? ... N-Não teremos que fazer um bebê? - disse ele ainda mais corado do que antes sem coragem de olhar para ela.

Primeiramente ela nada respondeu enquanto pensava nisso. Harumi estava vermelha, envergonhada e apesar de tudo era geralmente bem tímida. Ela analisou a oferta dele e apesar da vergonha... parecia que uma parte bem dentro dela queria se levantar. Arrumando muita coragem, ela ficou de pé na banheira e tentou usar os próprios braços para esconder os seios e a intimidade.

Yusuke ainda estava corado, mas isso o fez corar ainda mais até que ele por fim enrolou a garota na toalha super envergonhado e a ajudou a ir de volta para a cama. Ela se sentou na cama encolhida e ele ao lado dela, ambos estavam corados sem saber como agir agora.