Harumi estava toda encolhida e corada sentada na cama do garoto só de toalha, não conseguia parar de se perguntar se por acaso ele estava a olhando só de toalha e isso a deixava ainda mais envergonhada. Yusuke estava igualmente envergonhado enquanto olhava para o outro lado completamente sem graça sem saber o que fazer. Os dois permaneceram no completo silêncio até que Harumi quebrou o silêncio falando:

– a-ah... Y-Yusuke... t-tem como você pegar minhas roupas?

– h-hai.

O garoto se levantou apressado e foi até a bolsa que sabia que estava as roupas de Harumi.

– Q-Quais você quer que eu pegue?

– Pode escolher.

Ele então pegou uma blusa branca e um short rosa escuro, mas ao separar os dois para entregar para ela, lembrou-se que tinha que pegar a calcinha e o sutiã também. Super corado e sem graça, ele pegou também a roupa intima e colocou no colo da garota.

– E-erm... - começou ele - p-pode se vestir... eu não vou olhar.

– Promete?

– Prometo. Vou ficar encarando a beleza da parede e contando quantos pingos de tinta foram necessários para pinta-la.

Harumi deu uma pequena risada com esse comentário dele e ao ver o sorriso dela, Yusuke abriu um delicado sorriso. O garoto começou a pensar em coisas do tipo "Como ela é linda sorrindo. Quero poder fazer ela sempre sorrir porque tenho a impressão de que quando ela sorri tudo está bem e tudo ficará bem. Não gosto de vê-la chorando, quero vê-la assim... espalhando alegria".

Depois de entregar as roupas para ela, Yusuke se sentou em uma cadeira daquelas de computador que tinha no quarto dele de costas para ela, pegou um mangá, Death Note, e começou a ler enquanto a garota se vestia.

Depois de certificar-se do lado certo de cada roupa apalpando levemente cada peça e procurando a etiqueta, Harumi se vestiu. Obviamente demorou mais do que outras pessoas, mas ela não ligava para isso. Sem avisar ao garoto que já tinha terminado de se vestir, ela se levantou da cama e foi andando lentamente com os braços esticados até onde lembrava que haviam deixado suas coisas. Ela se ajoelhou no chão e começou a o apalpar atrás da mochila e depois de procurar dentro dela o que precisava, pegou o remédio de tarja preta na bolsinha.

– Yusuke... - disse ela - onde está o copo d'água?

– O deixei em cima da escrivaninha perto das suas bolsas... já terminou de se vestir?

– Já. - disse ela enquanto procurava a escrivaninha.

– Quer que eu te ajude? - perguntou ele virando-se para ela e já se levantando da cadeira.

Antes mesmo que ela respondesse, ele entregou o copo de água para ela e ela tomou o remédio de uma vez. Ele achou melhor não perguntar sobre o remédio já que da ultima vez ela pediu para que não perguntasse. Imaginou que ela não se sentisse bem contando sobre ele, então decidiu deixar pra lá e simplesmente trocar o pijama por uma roupa qualquer.

Depois de vestido, Yusuke pegou delicadamente no braço dela e a levantou e então deu um beijinho na bochecha dela fazendo a menina corar.

– Ainda está bem cedo para tomarmos café da manhã... - disse ele - nem deve ter nada ainda e talvez os cozinheiros nem estão acordados. Quer ir para o jardim para eu te mostrar uma coisa?

– Pode ser.

O garoto pegou a mão de Harumi e foi a guiando até o jardim. O sol já dava sinais de que começava a nascer e aquela parte do jardim a garota acharia linda se pudesse enxergar. Era uma parte só para os membros da família então, sem guardas. Tinha duas lindas cerejeiras, uma grande e outra pequena, vários arbustos com frutinhas e um laguinho de água cristalina perto da cerejeira maior onde haviam alguns peixes. Devido à hora em que iam para lá, eles podiam ouvir o canto dos pássaros que começavam a despertar, era um lugar bem calmante.

Ele a ajudou a se sentar na grama ao lado do laguinho e pegou a mão dela delicadamente para tocar a água do lago.

– Não é fresquinha? - perguntou ele.

– É sim.

– Se quiser pode colocar a perna na água. Não tem problema, é bem limpinha.

– Tem certeza que pode?

– Claro que sim - disse o menino já levantando a perna da calça para colocar a perna dentro.

Como Harumi estava de short, ela simplesmente foi colocando a perna dentro d'água e logo abriu um sorriso quando o fez. Era bem relaxante e fresquinho e os peixes passando ali perto davam uma sensação divertida. Ao ver o sorriso da garota, Yusuke abriu um pequeno sorriso e passou o braço ao redor da cintura dela a puxando para mais perto.

Harumi corou, mas logo abriu novamente o sorriso sem deixar de lado o rubor em sua face e então deitou a cabeça no ombro de Yusuke.

– Ter que vir morar aqui pode ter muitos lados ruins... - disse Yusuke - mas também tem alguns bons. E também... não se preocupe Haru, eu vou cuidar de você e te proteger custe o que custar.

Aquilo fez Harumi corar ainda mais, ele então com a mão livre pegou uma das mãos dela e deu um delicado beijinho em sua mão.

– Eu te amo Haru - disse ele.

– Eu também te amo Yusuke.

– Ah! Mais uma coisa... coincidentemente hoje foi o dia de o meu pai viajar para resolver uma coisas. Então... hoje eu vou te apresentar algumas pessoas daqui que são legais e também vou dar um jeito de nos divertimos. É um terreno bem grande, podemos arrumar várias coisas para fazer.

– Ótima ideia. Vou querer te mostrar uma coisa também. - disse ela ficando corada e se encolhendo sem graça.

Ver ela daquele jeitinho fez o garoto se perguntar o que exatamente a garota queria lhe mostrar, mas ele simplesmente abriu um sorriso, pegou a mão dela que até pouco havia beijado e colocou em sua própria bochecha para que ela pudesse sentir o rosto dele. Yusuke então chegou bem perto do rosto dela e usando a outra mão, a fez virar o rosto para ele. Ele encostou os dois narizes mantendo um doce sorriso e fazendo a garota corar.

– Mal posso esperar Haru. - disse ele.

Ele então se aproximou lentamente e deu um carinhoso beijo nela. Primeiramente era só um beijinho, mas logo depois ele pediu passagem para a língua e começou a beija-la apaixonantemente e ela retribuiu o beijo. As mãos do garoto desceram para a cintura dela e a abraçaram puxando para o mais perto possível dele. Queria tê-la para sempre em seus braços só para ele. Se pudesse, queria ficar a sós o resto do dia ali no jardim com ela, mas sabia que viriam atrás deles cedo ou tarde então por enquanto... eles aproveitariam o momento.