Blind And Dangerous Love escrita por kagomechan


Capítulo 38
XXXVII - Are you ok?


Notas iniciais do capítulo

meu presente de Natal atrasado para vocês!!
espero que gostem e boa leitura



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– O que?!? – exclamou Yusuke tentando manter a voz baixa para não alertar Harumi ou preocupa-la – mas você disse que se ela descansasse durante a gravidez ia dar tudo certo! – reclamou ele.

– Sei o que disse, eu me lembro bem disso. Ainda acho que vai dá, tenho fé na garota, ela é forte.

– Você acreditar ou não nela não muda as chances de ela sobreviver!

– Tem razão. O que muda é ela acreditar nela mesma. Sei bastante da complicada cirurgia que ela fez quando tinha 8 anos devido à doença. Muitas pessoas não resistem... Mas mesmo assim, ela, como uma garotinha de 8 anos, resistiu. É pensando nisso que acredito que ela vá conseguir.

Yusuke bufou. A preocupação com a amada estava estampada em seu rosto. Não é que não acreditasse na força dela, mas mesmo assim, não conseguia parar de se preocupar. Yusuke então lentamente no quarto de Harumi olhando para ela com um olhar apaixonado, mas também muito preocupado. Ele se aproximou da cama onde agora ela estava confortavelmente deitada depois de a enfermeira arrumar o encosto de um jeitinho que ela ficasse mais confortável e então ele puxou uma cadeira para poder se sentar pertinho dela.

– Como se sente Haru? – perguntou ele olhando-a.

– Estou bem. – disse ela o fazendo abrir um sorriso de canto, não por saber que ela estava bem, mas sim pelo fato de ela querer mostrar que estava, pois embora ela dissesse que estava bem, não era essa a impressão que se dava quando Yusuke ou qualquer outra pessoa a olhava. A garota estava evidentemente muito fraca.

O rapaz aproximou delicadamente a mão do rostinho dela e fez um leve carinho em sua bochecha. Fracamente, ela levantou uma das mãos e segurou a mão dele. A mão da garota estava tremendo de fraqueza e estava fria como gelo. Ao notar isso, Yusuke segurou a mão dela com as duas mãos a levando até sua testa e então dando um delicado beijo em sua mão.

– Você sabe que eu te amo né Haru? – perguntou ele.

– É claro que eu sei bobo – disse ela com um sorriso claro – Assim como você sabe que eu te amo muito também né?

– Aham – disse ele sem conseguir evitar um pequeno sorriso com a fofura da noiva.

Enquanto a enfermeira colocava em Harumi o aparelho para acompanhar o batimento cardíaco da garota, eis que outra pessoa igualmente preocupada com ela entra no quarto.

O pai dela.

– Harumi... – disse o pai dela com o tom de aflição na voz. Ele sabia que era uma boa não fazer muito alarde ou barulho, então tentou conter ao máximo sua preocupação ao chegar pertinho da filha e segurar na outra mão dela. – Você está bem? Como está se sentindo? Sente dor em algum lugar? Está se alimentando direito? Está descansando bem? Dormindo bastante?

– Eu to bem papai. – disse ela abrindo o mesmo fraco sorriso de antes – Só estou meio fraca mesmo... Não se preocupe. Logo você vai ter seu netinho ou netinha pra segurar no colo.

– Mas também quero ter minha filha para abraçar. Então por favor... Não exagere e não seja tão teimosa com o médico... – pediu ele dando um suspiro.

– E-Eu não sou teimosa com o médico... – resmungou ela com um biquinho.

– Harumi... Eu te conheço bem. – disse o pai dela – sei que tem a mania de dizer que está tudo bem mesmo quando não está às vezes. Se preocupa demais em preocupar os outros e acaba os preocupando mais ainda por causa disso. Por favor, minha filha, diga a verdade sobre como está se sentindo ok? – pediu ele tentando arranjar um tom o mais carinhoso possível apesar da semi-bronca que dava na filha.

– Ok... Ok pai... – disse ela abrindo um sorrisinho fraco de canto.

– Vim assim que você me ligou... – disse o pai dela olhando para Yusuke – Quanto tempo ela vai ficar aqui?

– Até o bebê nascer... Já falou com o médico? – perguntou Yusuke olhando para ele com um olhar preocupado.

– Apenas rapidamente. Uma enfermeira chegou o chamando para uma emergência no meio da conversa. – disse o pai dela retribuindo o olhar. Foi como se silenciosamente eles informassem um ao outro que estavam cientes do aviso do médico.

Assim, o resto do dia se decorreu com eles preocupados com Harumi até que os dois foram expulsos pela enfermeira que alegava que Harumi precisava descansar e eles estavam interrompendo isso. Os dias seguintes se passaram mais ou menos na mesma calmaria com exceção de alguns. Mesmo com acompanhamento médico, Harumi foi ficando a cada dia pior. Encontrar ar e forças para respirar já era demais para ela quando estava no 9º mês de gravidez. Isso fez com que ela ficasse constantemente com uma máscara de oxigênio.

Um dia, quando Harumi estava sozinha visto que não estava em horário de visitas e os únicos que estavam no quarto dela eram os guarda-costas que Yusuke tanto insistiu em colocar, a garota sentia uma dor aguda em suas costas. Ela se remexia fracamente na cama tentando achar uma posição mais confortável apesar dessa dor que ela não via como nada demais visto que vira e mexe as costas dela começavam a doer mesmo. Em uma dessas remexidas tentando se arrumar na cama, ela sentiu uma dor forte na barriga. Ela fez cara de dor segurando a volumosa barriga e então começando a respirar lenta e profundamente assim como lhe ensinaram caso não estivesse bem.

– A senhorita está bem? Quer que eu chame uma enfermeira? – perguntou o guarda-costas que estava em seu quarto se aproximando um pouco da cama dela.

Ela respirou fundo antes de responder.

– N-Não... N-n.. –ela nem conseguiu terminar de responder, pois pode sentir outra dor na barriga – Chame... Chame uma... enfer... meira... por favor. – pediu ela se encolhendo toda na cama.

O guarda-costas afirmou com a cabeça e apressadamente apertou o botão que chamaria uma das enfermeiras e avisou apressadamente o parceiro que ficava do lado de fora do quarto que uma enfermeira estaria vindo visto que Harumi não estava se sentindo bem. O parceiro que estava do lado de fora ligou imediatamente para Yusuke já que ele tinha mandado eles ligarem caso Harumi apresentasse qualquer mudança, boa ou má.

Uma enfermeira entrou apressada no quarto enquanto Harumi respirava profundamente, mas com certa dificuldade, os batimentos da garota ficavam cada vez mais acelerados enquanto a enfermeira chegava pra ajudar ela, olhava o que mostrava no monitor dos batimentos e fazia algumas perguntas para a garota.

– Calma... vai ficar tudo bem... – dizia a enfermeira tentando tranquilizar Harumi enquanto pegava um pouco de sangue para análise. A enfermeira continuava a conversar com ela tanto para acalma-la quanto para fazer perguntas até que a enfermeira olhou para o guarda-costas que estava dentro do quarto – chame outra enfermeira para mim por favor? Ela está tendo contrações. Acho que o bebê está querendo nascer uns dias antes do programado. E leve isso para elas e peça uma análise da ocitocina.

O guarda costa afirmou com a cabeça e foi correndo fazer o que ela mandou até que voltou logo com mais duas enfermeiras tendo o frasquinho de sangue já seguido para a análise. As enfermeiras, juntas, começaram a tentar ajudar Harumi, faze-la relaxar enquanto os dois guarda-costas cochichavam sobre como Yusuke não atendia o celular!!

Outra enfermeira então chegou com os resultados dela.

– Os níveis de ocitocina dela estão muito altos. O bebê vai nascer. – disse ela.

Rapidamente as enfermeiras foram de um lado para o outro arrumando as coisas, levando Harumi para um quarto mais equipado, chamando o médico dela e tudo mais enquanto os guarda-costas tentavam todo tipo de comunicação que viesse a suas cabeças tentando contatar Yusuke.

Já no quarto melhor equipado e com seu médico, Harumi respirava de modo tenso segurando muito forte a mão de uma das enfermeiras.

– C-Cadê... o Yusuke... – pedia ela quase sem forças para falar.

– Ele está vindo... – disse uma das enfermeiras enquanto via os guarda-costas finalmente conseguindo falar com Yusuke através do vidro da sala.

Não demorou muito para as contrações ficarem mais fortes e mais frequentes fazendo a garota começar a gritar. Também não demorou muito para Yusuke chegar correndo desesperado.

– Harumi! – disse ele um tanto alto mas ninguém o repreendeu visto que o médico e enfermeiras estavam bem ocupados tentando cuidar de Harumi. Yusuke se aproximou e segurou fortemente na mão da garota.

– Yusuke... P-por que... d-demorou... t-tanto? – perguntava ela abrindo um sorriso fraco.

– Desculpe meu amor... – disse ele passando a mão delicadamente no rostinho dela.

– Desculpe interromper mas... Vamos dar uma anestesia geral nela para começar a cesariana. Ela dormirá e então acordará depois que o bebê nascer. – disse o médico para os dois.

Confirmando com a cabeça, Yusuke então olhou para Harumi com muito carinho e então deu um selinho em seus lábios.

– Não saia do meu lado... – pediu ela fracamente enquanto eles colocavam a anestesia nela.

– Nunca sonharia com isso. Estarei aqui segurando sua mão até você acordar meu amor.

Sentindo o sono chegar com força, a garota abriu um fraco sorriso até adormecer.

Sem desperdiçar um segundo se quer, o médico começou todos os procedimentos do parto cesariano. Abriu a barriga dela cortando tecido após tecido enquanto um enfermeiro ficava constantemente olhando o aparelho que acompanhava os batimentos cardíacos de Harumi que haviam diminuído com o uso da anestesia. Ele mal piscava, assim como Yusuke cujo olhar alternava entre o rosto da amada e a tela do aparelho sentindo sua mão suar frio.

O procedimento, como um todo, foi bem delicado e de certa forma, trabalhoso.

– Doutor... os batimentos dela estão muito baixos – disse o enfermeiro que fitava o aparelho.

– Estamos quase... – insistia o médico que também suava muito.

Poucos minutos depois, Yusuke pode ver a cabecinha de seu filho ou filha embora olhar para Harumi toda aberta daquele jeito o deixasse com estomago embrulhado. Com rapidez mas cuidado, o médico tirou o bebê de dentro de Harumi enquanto o enfermeiro do aparelho falava constantemente o nível de batimentos por minuto de Harumi que só iam diminuindo cada vez mais. Para a alegria de Yusuke e de todos na sala, o bebê começou a chorar, um choro forte, um menino forte. O doutor entregou para uma das enfermeiras que rapidamente se encarregou de embrulhar a criança e então limpa-la.

A atenção do médico se voltou então para Harumi novamente, tinha que se apressar em fechar ela. Os batimentos iam diminuindo cada vez mais não importava o que os enfermeiros e enfermeiras fizessem. O barulho do aparelho que media os batimentos era como uma música de fundo macabra visto que o barulho ficava cada vez mais lento. O doutor fechava Harumi com rapidez e habilidade fazendo ponto atrás de ponto, Yusuke segurava a mão da amada com força sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto enquanto o bebê já estava tranquilo em um bercinho do hospital.

Quase ao mesmo tempo em que o médico terminou o ultimo ponto, um barulho insistente saia do aparelho de batimentos. Um “piii” constante, sem picos, sem pausas, uma linha reta contínua exibida na tela sobre o número 0 mostrava que o coração da garota havia parado.


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Notas finais do capítulo

podem me xingar... eu deixo o/
próximo capitulo é o ultimo.
não parem de ler só por causa desse final de capítulo gente ;~; por favor...
Be strong!!



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