– HARUMI! - gritou Yusuke desesperado indo até a garota apressadamente a pegando delicadamente nos braços. Harumi não deu qualquer sinal de ter ouvido o grito dele, apenas continuou pendendo mole e desacordada nos braços do amado. – Acorda! Por favor! Acorda! – repetia Yusuke em completo desespero.

O grito que ele havia dado antes atraiu duas pessoas que estavam por ali perto e ele sem pestanejar, gritou com elas.

– LIGUEM PARA A AMBULÂNCIA! RÁPIDO! - gritou ele raivoso e desesperado sentindo as lágrimas encherem seus olhos enquanto lutava para segura-las.

Com muito cuidado, ele pegou a garota nos braços delicadamente como se ela fosse uma cara boneca de porcelana. Yusuke respirava fundo tentando conter a vontade que tinha não só de gritar, mas de abraçar ela fortemente e fazer de tudo para que ela acordasse. Como não sabia o motivo, sabia que o melhor a fazer era deixa-la quietinha. Ele a colocou sobre a cama com cuidado e ao deixa-la confortavelmente deitada na cama, ele desabou ficando de joelhos no chão sem saber o que fazer. Estava pálido e desesperado quando colocou a mão sobre o rosto dela que estava triplamente mais pálido que o dele. Acariciou o rosto dela levemente com as mãos tremendo desejando que ela acordasse e estivesse bem.

– A ambulância já está a caminho. – disse uma das pessoas que haviam recebido o grito de Yusuke de antes.

– hum... – resmungou Yusuke em estado de completo desamparo. Sentia-se perdido enquanto sentia as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Ele tremia enquanto apertava a mão dela firmemente a levando até a testa.

Os minutos que a ambulância levou para chegar mais pareceram séculos para ele. Rapidamente os paramédicos colocaram Harumi dentro da ambulância e Yusuke fez questão de entrar junto na ambulância também.

– E-Ela vai ficar bem não vai?! – perguntava ele desesperado a um dos médicos.

– Tenha calma senhor, ainda não sabemos a causa do desmaio, mas faremos de tudo para que ela acorde bem – disse um paramédico com uma calma surpreendente que muito se constratava com a pressa das suas mãos e de seus parceiros que mediam a temperatura e a pressão de Harumi e colocavam uma máscara de oxigênio nela. O percurso até o hospital foi rápido, Yusuke só conseguia olhar para o rosto da amada deixando as lágrimas escorrerem sem controle por seu rosto enquanto apertava a própria mão com uma força tremenda.

No hospital, fizeram diversos exames com Harumi e deixaram-na quietinha na maca desacordada com a máscara no rosto enquanto Yusuke sentava-se ao seu lado segurando firmemente sua mão junto ao rosto chorando sem parar deixando seus olhos completamente vermelhos. Por vezes, tinha forças de dar leves beijinhos na mão de Harumi que ainda permanecia desacordada. Silenciosamente, um médico abriu a porta e olhou de Yusuke para Harumi enquanto Yusuke mal pareceu notar a presença do médico.

– O senhor gostaria de algum calmante? Ou quem sabe um copo d’água? – perguntou o médico gentilmente para Yusuke que se sobressaltou ao ouvir a voz do médico como se fosse tirado de um transe.

– N-Não... obrigado... já descobriu o que ela tem? – perguntou Yusuke preocupado sem ousar soltar a mão de Harumi.

– A pressão dela abaixou de mais. Já administramos alguns medicamentos leves que podem fazê-la subir levemente. Talvez não a ponto de fazer com que ela acorde, mas o suficiente para que sua situação fique mais estável.

– Porque não dá algo que a faça subir logo de uma vez para um patamar normal? – perguntou Yusuke um tanto estressado já julgando o médico como um idiota.

– Porque dependendo de o que levou a pressão baixa, pode não ser uma boa ideia. Estamos esperando o exame de sangue ficar pronto para sabermos melhor o que fazer.

– M-Mas... n-não é nada de mais né? – perguntou Yusuke temeroso.

– Acredito que não. Pode ser alguma reação aos remédios controlados que ela toma ou até relacionado à fragilidade de seu corpo.

– Quanto tempo mais até o exame de sangue ficar pronto?

– Alguns minutos. – disse o médico checando no relógio – fique ao lado dela, tem alguma chance de ela acordar, mesmo que seja num estado muito debilitado energeticamente.

– Certo... – disse ele respirando fundo tentando recobrar a calma.

– Sabe se ela teve algum abalo emocional recentemente?

– N-Não... não que eu saiba pelo menos. Ela pareceu bem normal para mim ultimamente.

– Certo... Qualquer coisa tem uma enfermeira aqui fora. Volto quando os exames estiverem prontos.

O médico então saiu para cuidar dos outros pacientes que tinha e assim, Yusuke ficou lá esperando sem tirar os olhos de Harumi e segurando sua mão firmemente como se tivesse medo que ela sumisse se ele solta-se a mão dela.

– Harumi... – disse ele docemente olhando com tristeza para o rosto dela – por favor, não me deixe, você é tudo que tenho.

Ao dizer essas palavras, ele deu um leve beijinho na testa de Harumi acariciando levemente sua cabeça. A partir dai, não demorou muito para lentamente Harumi começar a abrir os olhos. Ainda estava bem pálida e fraca, mal conseguiu abrir os olhos os deixado apenas entreabertos.

– Haru! – exclamou Yusuke meio alto de mais e depois pensando que talvez o tom alto fosse ser desconfortável para ela naquele estado tão fraco, ele logo começou a falar numa voz baixa e doce – Harumi, meu amor... você está bem?

– Y-Yusuke...? – disse a garota com a voz bem fraca enquanto ele apertava sua mão.

– Sim... sou eu. – disse ele sorrindo levemente feliz por ela ter acordado enquanto dava um leve beijinho na testa dela – o que está sentindo?

– E-Eu... ah... cabeça... doendo muito. Antes estava doendo mais.

– SSh... agora vai ficar tudo bem. Ok? Descanse... não se preocupe com nada agora.

– Estamos no hospital? – perguntou ela depois de alguns segundos de silêncio.

– Sim. – respondeu ele acariciando levemente os cabelos dela – você desmaiou. Me deu um baita de um susto. Mas vai ficar tudo bem agora, estamos só esperando o resultado do exame de sangue... humm... e sua pressão abaixou muito pelo visto também. Logo logo estaremos em casa de novo.

– Hai – disse ela abrindo um fraco sorriso – desculpa ter te dado tanto trabalho.

– Não precisa pedir desculpa Haru. – disse ele docemente levando a mão mole dela até seu rosto fazendo com que ela pousasse sobre sua bochecha e assim ele pudesse acariciar a mão dela.

– Estava chorando? – perguntou ela preocupada ao sentir as lágrimas no rosto ainda molhado dele.

– ... – sem saber o que responder, Yusuke soltou um suspiro e logo voltou a olhar para ela – você é muito especial para mim. Fiquei desesperado quando pensei que poderia te perder.

Ela abriu um sorrisinho ficando coradinha fazendo com que a cor lentamente voltasse ao seu rosto. Não conseguia acreditar em como aquele rapaz conseguia ser tão perfeito. Ela amava ele, muito e do fundo do coração, e sabia muito bem disso.

Pouco depois, o médico voltou com um envelope em mãos, envelope o qual ainda estava abrindo.

– Vejo que acordou – disse o médico com um sorriso e a voz com alegria e alívio – bem, os exames de sangue estão prontos. Logo você poderá ir para casa.

O médico então abria o envelope e corria os olhos pelas informações que o exame de sangue revelou. No meio de tantos números, nomes e termos médicos, no geral tudo parecia de certo modo normal mesmo considerando qualquer problema de alimentação ou a doença de Harumi. Yusuke prestava muita atenção na fisionomia do médico enquanto tentava, em meio ao silêncio, perceber se tinha alguma coisa de errada. O rosto do médico pareceu bem calmo e inexpressivo até que ele chegou num determinado hormônio que o número ao redor dele não só fez ele descobrir o que havia levado a dor de cabeça e a pressão baixa e então desmaio de Harumi, como seus olhos deixaram bem claro que havia descoberto o problema.

– E então? – perguntou Yusuke ansioso apertando a mão de Harumi mais forte – o que ela tem?

De um modo um tanto misterioso, o médico abaixou o papel e olhou de Harumi para Yusuke duas vezes até que com um sorriso de canto, ele revelou o que o exame de sangue havia contado para ele.

– Ela está grávida.