- COMO ASSIM ESCOLHER UMA NOIVA?! - gritava Yusuke com seu pai.

O pai de Yusuke revirou os olhos e acendeu seu cigarro colocando-o tranquilamente na boca. Não se surpreendia com essa reação do filho, o conhecia muito bem.

- Faz parte da tradição e você sabe disso - explicou ele - tem que escolher uma noiva de família influente e então gerar um descendente. Essas foram suas candidatas. A ruiva é Stacy Blacksmith de uma gang americana, a loira é Maisha Kozhakhmetova ela é d-

- Coça o que? - interrompeu Yusuke.

- Kozhakhmetova!! - falou o seu pai já ficando irritado começando a massagear as temporas - como eu falava... Ela é de uma gang russa altamente ligada com a máfia. A última é Xing Yen, assim como as outras é de uma gang e sua família é muito rica. Escolha uma das três.

- M-Ma-

- Sem mais!! Vou te dar um mês apartir de agora para escolher uma das três e então avisar para o pai delas.

- EU AINDA VOU TER QUE AVISAR ELES?! MAS PAI.. EU.. Eu... ARGH!!

Ele se levantou irado abrindo a porta com raiva e a fechando com um estrondo indo direto para seu quarto. O seu pai gritava chamando sua atenção pedindo para que ele voltasse, mas Yusuke ignorou completamente até que se trancou no próprio quarto. Alguns segundos depois ele escutou batidas na porta dele, não era seu pai, e sim uma das empregadas da família. Ele ignorou as batidas totalmente e então tomou uma decisão, já estava de noite, então ele vestiu um casaco, abriu a janela do quarto e a pulou indo para o lado de fora.

Ele se escondeu atrás de uma árvore e viu os seguranças noturnos da família e tentou arrumar um jeito de sair do lugar sem ser notado. Era treinado então por sorte conseguiu sair, se alguém o viu provavelmente não foi atrás dele achando que era ele simplesmente saindo de casa como qualquer dia e não saindo escondido.

Não teve dúvidas sobre para onde iria agora, ele saiu correndo para a casa de Harumi. Chegou a casa dela meio ofegante e quem abriu a porta para ele, foi o pai da garota.

- Ah... Você... - disse o pai de Harumi, Yoshihito. Obviamente ele não gostava muito de Yusuke.

- Oi. A Harumi está? - perguntou Yusuke.

- Lógico que está... O que você veio fazer aqui tão tarde?

- Yusuke? - disse Harumi se aproximando da porta com a mão na parede.

Yusuke entrou se espremendo entre a porta e Yoshihito, foi até Harumi e a abraçou com força colocando a mão sobre a cabeça dela de forma protetora. O pai de Harumi suspirou e revirou os olhos.

- O que veio fazer aqui Yusuke? - perguntou Yoshihito.

- É que... Aconteceu umas coisas em casa... Posso passar a noite aqui? - disse ele.

- Você não tem nenhum amigo delinquente pra passar a noite na casa? - perguntou Yoshihito.

- PAI! - repreendeu Harumi - pode sim Yusuke... Estávamos jantando, podemos fazer um prato pra você.

Segurando a mão do garoto, Harumi foi indo até a pequena cozinha da casa e falou para Yusuke que ele poderia ficar a vontade e fazer um prato com comida. Yusuke não estava com muita fome, pegou uns três onigiris e um pouco de chá e ficou sentado com Harumi na frente da televisão que estava num canal de música.

- Eu estou indo dormir... - disse Yoshihito - tenho que sair para trabalhar cedo amanhã. Se comportem... SE COMPORTEM!

Yoshihito encarou Yusuke sério como se tentasse meter medo no garoto, mas simplesmente o fez soltar uma pequena risada.

- Porque seu pai não gosta de mim? - perguntou Yusuke depois que o homem foi dormir.

- É porque ele é meio super protetor...

- Deve ser porque eu tenho cara de mal - disse ele brincando soltando uma risada.

- Você? - disse ela rindo - Cara de mal?

- É sim.

Ele pegou as mãos dela e colocou cada uma em uma bochecha dele e deu um leve beijinho em uma delas. Essa atitude fez a garota corar muito.

- Quer ver minha cara de mal Haru? - perguntou ele.

A voz dele estava bem calma apesar de que por dentro ele estava um pouco nervoso e as mãos dela tremiam enquanto ele tentava deixar as mãos firmes. Ela, mesmo que corada, começou a passar delicadamente as mãos pelo rosto dele sentindo-o. Yusuke ficou quieto e tirou as próprias mãos a deixando sentir o rosto dele sozinha. Yusuke então acariciou o rosto dela carinhosamente com um doce sorriso.

- Você é tão linda. - disse ele fazendo a garota corar e tirar as mãos do rosto dele lentamente.

- V-Você também é... Intuição feminina - disse ela corada dando uma risadinha.

Ele deu uma risadinha também e então deu um beijinho na testa dela o que a fez voltar a corar.

- P-Porque você tá assim? - perguntou Harumi.

- Eim?

- V-Você hoje... Você tá mais...

Ele entendeu o que ela quis dizer mas não completou a frase, e nem mesmo ela. Sempre havia feito alguma coisinha que deixava ela corada, mas era apenas uma vez ou outra e não toda hora como estava fazendo agora. Yusuke parou um pouco para pensar sobre isso e principalmente sobre a conversa que teve com o pai. Não sabia o que ia fazer, podia tentar apresentar Harumi dizendo que queria ela mas duvidava que seu pai cabeça dura fosse aceitar então decidiu que enquanto não pensasse em algo, ia aproveitar o tempo que tinha com Harumi.

- Bem... - disse ele - porque eu quero aproveitar que estou aqui com você Haru.

Ele abriu um sorriso que se ela pudesse ver, ficaria mais corada do que já havia ficado. Eles ficaram sentados no chão apoiados na parede conversando e rindo enquanto a televisão continuava no canal de músicas. Como estavam bem juntinhos, Yusuke passou o braço por trás de Harumi e a puxou para perto, assim que ele fez isso, Harumi parou instantaneamente de falar e ficou toda corada sem saber o que fazer ou como reagir.

- Y-Yus-

- HEY! - gritou de repente o pai de Harumi abrindo a porta do quarto do nada fazendo os dois se sobressaltarem e se separassem. - CHEGA! HORA DE DORMIR!

Yoshihito foi até Harumi, pegou ela pelo braço e a levantou a levando para o quarto.

- P-PAI!! - gritava ela ao ser puxada.

- E você... - disse ele da porta do quarto - sofá.

- Tsc. - resmungou Yusuke quando estava já sozinho. - Eu não ia fazer nada com ela.