Blind And Dangerous Love escrita por kagomechan
Notas iniciais do capítulo
sem notas pq não estou emocionalmente bem.
boa leitura
– MORTO? COMO ASSIM? EXPLIQUE DIREITO! - gritava Yusuke irado. O garoto havia largado Harumi que ficou sozinha na escuridão imaginando a cena que se desenrolava ali, mas não imaginava ela que seu amado estaria segurando o homem que dera notícia pelo colarinho com uma expressão de raiva e ao mesmo tempo desespero.
O homem que havia dado a notícia, assustado e sem saber como reagir, levantava ambas as mãos em sinal de rendição com um olhar de desespero e preocupação se perguntando o que o garoto iria fazer.
– T-Tivemos que ir para o i-interior da China n-numa missão... - dizia o homem - e-era uma emboscada... Um clã inimigo nos atacou... O nosso n-número era muito menor. O chefe não aguentou...
– QUAL FOI? DIGA QUAL FOI O CLÃ DESGRAÇADO QUE FEZ IS-
– YUSUKE NÃO! - gritou Harumi interrompendo ele - Não... Não faça isso. Não seja guiado por algo tão feio quanto vingança.
A garota estava abraçando o próprio corpo com uma expressão de medo no rosto quando Yusuke se virara para olhar para ela. Aquele olhar de Harumi desarmou completamente o coração dele que lentamente soltou o homem assustado que ao voltar para a posição normal, se afastou alguns passos do rapaz.
Harumi estava com medo, preocupada e triste. Sabia que não gostava muito do pai do namorado, noivo ou sei lá e pelo pouco que via, tinha certeza que Yusuke também tinha uns problemas com o pai. Mas isso não significava que ele não sentisse algo por ele, afinal o homem o criara e provavelmente Yusuke tinha ao menos algumas memórias preciosas da infância com o pai, ou ao menos era isso que Harumi esperava que fosse, de toda forma, só sabia que aquela morte com certeza tinha afetado o rapaz.
Yusuke suspirou e respirou fundo tentando se controlar enquanto sua mão se fechava fortemente em um punho a ponto de a mão ficar vermelha e machucar levemente a pele.
O clima ficou verdadeiramente pesado, ninguém sabia bem o que fazer como agir ou o que falar. Harumi ficava toda encolhidinha em seu canto enquanto os guarda costas e Maisha ficavam olhando sem saber o que fazer para Yusuke e para o homem que ainda não havia tido coragem de sair dali. Timidamente, Maisha se aproximou de Harumi e colocou delicadamente a mão no ombro da garota que se sobressaltou de leve. A russa abriu a boca diversas vezes tentando arrumar alguma coisa para falar e só depois de vários minutos conseguiu arrumar alguma coisa.
– B-Bem... Achar melhor Maisha ir para quarto – disse a loira olhando para os guarda costas – os dois também.
Maisha então pegou as sacolas das compras bem timidamente e então sussurrou no ouvido de Harumi.
– Qualquer coisa, se precisar de mim.... – disse Maisha – estar no quarto. Procurar Maisha lá. Harumi cuidar de Yusuke.
– T-Tá... – disse Harumi timidamente afirmando brevemente com a cabeça enquanto Maisha e os dois brutamontes iam embora deixando Yusuke, o homem e Harumi ali sozinhos. O homem olhava ao redor querendo ir embora também e Harumi permanecia encolhidinha.
Yusuke, que até então fitava o chão, levantou o olhar para o homem permanecendo sério, mas até que mais calmo.
– Não é mentira é? – perguntou o garoto.
– Não! N-Não! – exclamou o homem negando veementemente com a cabeça – pode perguntar para qualquer um e... Logo o corpo deve chegar senhor. Transportar corpos é mais caro e complicado, então ainda não deu tempo.
Yusuke ficou em silêncio sozinho com sua raiva mordendo o lábio com força até que Harumi abriu a boca timidamente para falar.
– Yusuke... – disse ela timidamente parada, pois não conseguiria achar ele sem no mínimo esbarrar ou algo do tipo e estava meio assustada – se acalme... Respire fundo... Sei que deve ser difícil, mas... Não deixe à ira e esses sentimentos ruins tomarem conta de você...
O garoto olhou para ela ouvindo calmamente suas palavras notando então como ela estava encolhida. Ele se sentiu culpado. Com um suspiro triste ele se aproximou da garota e lhe abraçou lenta e delicadamente.
– Me... Desculpe-me Haru – disse ele a abraçando enquanto ela lentamente retribuía o abraço.
– S-Senhor... – disse o homem como se fosse dizer algo.
– Mande cuidarem do que tiverem de cuidar ainda... Eu... Eu... – disse Yusuke sem saber bem o que falar e então puxando Harumi sem parar para o quarto dele.
O rapaz bateu a porta do quarto deixando ele e a garota sozinhos dentro dele.
– Yus- - começou a falar Harumi, mas foi interrompida pelo barulho de ele deslizando na porta até o chão e lá se sentando todo cabisbaixo.
– Estávamos brigados... – murmurou Yusuke do chão com uma voz apática e deprimida que demonstrava toda sua tristeza – Não nos dávamos bem todos os dias, mas... Ele se foi... Enquanto estávamos brigados...
A garota se abaixou até o chão e com cuidado tocou no ombro de Yusuke e então lhe deu um tímido e delicado abraço. Yusuke forçava seus sentimentos para dentro de si tentando se fizer de forte, mas a cada segundo que passava se quebrava mais se lembrando dos momentos bons e ruins que tivera com o pai mesmo que eles não tivessem sido muitos já que o pai era muito ocupado.
– É minha culpa por vocês estarem brigados né? – perguntou Harumi timidamente.
– Não! De jeito nenhum! – disse Yusuke segurando o rosto dela delicadamente – Isso já era de antes de tudo aquilo de quando ele conheceu você Haru.
– Yusuke... – disse ela levando delicadamente as mãos para o rosto dele e então sentindo uma pequena lágrima que começava a sair de seus olhos. Ela limpou-a delicadamente e lhe deu um pequeno selinho – Chore... Deixe as mágoas irem embora com as lágrimas... Mas não se deprima. Acho que seu pai não ia gostar. – disse ela o abraçando novamente, dessa vez com força – Seu pai iria gostar de ver você sendo forte não é?
As palavras dela de certo modo acalmaram o coração do rapaz que, todo trêmulo, abraçou fortemente a garota de volta escondendo seu rosto no ombro dela. Harumi sentia lágrimas quentes caírem sobre seu ombro e sentia o amado tremendo em seus braços que o apertavam forte querendo que o abraço levasse a tristeza para longe.
Harumi podia não entender muito desse assunto de máfias, clãs e sucessões... Mas tinha certeza que daquele momento em diante as coisas iam mudar muito. Não sabia ainda se eram para melhor ou para pior, só sabia que naquele momento, a coisa que era mais queria era que seu amado que agora deixava as mágoas escorrerem e estava dividindo o calor consigo, conseguisse superar aquela perda.
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