Sempre grudada e agarrada ao braço de Yusuke, Harumi junto com o grupo, saíram nas movimentadas ruas de Tokyo. Vez ou outra alguém esbarrava na garota devido à pressa ou a distração causada pelo celular, ou os dois ao mesmo tempo e até outro motivo. Depois de pegarem o metrô, eles chegaram a Harajuku e Maisha foi logo exclamando toda feliz.

– Ok!! Hora comprar roupa nova!! – disse ela alegremente – Comprar roupa bonita, de marca e cara.

– Você não sabe pensar em outra coisa além de roupa? – resmungou Yusuke revirando os olhos.

– Mas Harajuku ser centro da beleza e moda da Japão...

– Um monte de gente com roupa estranha, isso sim. – disse Yusuke olhando com cara feia para um ser estranho que passava por ali com extravagantes roupas de mais cores do que o garoto conseguia contar e um cabelo roxo berrante.

– Harumi querer roupas novas também? – disse Maisha agarrando-se ao braço livre dela já que o outro braço da japonesa estava agarrado ao braço de Yusuke.

– A-Ahm... Não sei... Não trouxe dinheiro para comprar roupa – disse ela baixinho.

– Eu pagar! – disse Maisha.

– M-Mas...

– Ver quem conseguir ficar mais bonita pro Yusuke? – completou Maisha com um enorme sorriso

– VOCÊS VÃO O QUE?!! – exclamou Yusuke.

Maisha saiu puxando Harumi, mas esta não largava Yusuke por nada no mundo então acabaram sendo os dois puxados pela russa que parecia ter se esquecido de tudo pelo simples fato de ter roupas envolvidas no assunto. Eles entraram na primeira loja que viram e Maisha logo começou a pegar trocentas roupas e jogar as de Harumi para ela, mas Yusuke quem acabava pegando. Maisha parecia ligada na bateria, ia de um lado da loja para o outro em questão de segundos.

Yusuke estava de saco cheio de tudo aquilo, se não tivesse que ficar ajudando Harumi, pois não confiava em Maisha, ele teria se jogado em alguma poltrona e ficado lá mofando o resto da tarde. Os dois guarda-costas não expressavam emoção alguma, mas Yusuke duvidava que eles estivessem gostando, ao menos, dava para se falar que algumas pessoas se afastavam só de ver eles.

Num momento de calmaria, Maisha foi namorar o mostruário de maquiagens da loja e Harumi, não gostando muito do assunto e já se sentindo meio cansada, ficou sentada numa das poltronas que havia na loja colocadas lá para os maridos, pais e namorados esperarem as mulheres fazerem as compras. Como Harumi estava sentada, Yusuke pediu para ela esperar um pouco enquanto ele via uma coisa. Ele havia visto um lindo vestido vermelho e pensou em dar para ela de aniversário, natal ou simplesmente porque queria dar. Nesse breve momento de distração, Maisha puxou Harumi apressadamente para o provador.

– Vem aproveitar que ele não olhar! –dizia Maisha puxando a garota levando consigo as roupas que havia escolhido para Harumi.

Rapidamente, Maisha entrou no provador com Harumi e começou a ajudar ela a tirar as roupas e a colocar as que havia escolhido apesar dos protestos de Harumi.

– M-Maisha... E-eu sei trocar de roupa! – dizia ela.

– Mas ter que fazer rápido... Antes que ele notar sua falta. – disse a loira apressadamente.

De fato, não demorou muito para Yusuke notar a falta de Harumi. Ele voltou apressado para onde havia deixado à garota e olhou desesperado ao redor sem conseguir encontra-la tendo então que perguntar desesperado para os guarda costas que se contentaram em apontar a direção. Como ainda era bem desconfiado de Maisha, ele foi desesperado na direção ignorando uma empregada da loja dizendo que era o provador feminino, na verdade ele nem a ouviu ou processou que ali era o provador. Foi apressado até onde ouviu a voz de Maisha e abriu a cortininha do provador de uma vez e ficou todo vermelho com o que viu ali... Harumi só de sutiã e calcinha. Mesmo que já tivesse visto Harumi sem nada e... Feito coisas... Com ela, ele realmente não esperava por isso.

– Ei!! – exclamou Maisha logo xingando alguma coisa em russo – quem deixou você entrar aqui Yusuke!?!

– Y-Yusuke? – disse Harumi toda vermelha ficando encolhida enquanto Yusuke, todo sem graça, fechava a cortininha do provador e ia embora envergonhado com um monte de gente olhando para ele e os guarda-costas rindo dele.

– Calados! – resmungou Yusuke irritado para eles com uma cara de muito mau humor que usava para esconder o tanto que estava sem graça.

O passeio até que se seguiu sem grandes problemas, depois de comprar meio mundo de roupa que Maisha pedia, umas até para Harumi, o grupo foi comer no Mc Donald's e ainda teve direito a parque de diversões, embora que por pouco tempo e Harumi adorou ir na roda gigante e no carrinho de bate bate.

Harumi não havia mostrado o tal vestido que comprara junto com Maisha, diziam que era surpresa. Yusuke ainda não conseguia entender como do nada elas até pareciam grandes amigas. Eles então voltaram para Osaka do mesmo modo como haviam ido para Tokyo mais cedo chegando então na casa de Yusuke todos exaustos. Mas logo Yusuke notou algo estranho, o clima em sua casa estava bem diferente, meio tenso e silencioso de mais.

– Tem cara de que aconteceu alguma coisa... – disse um dos guarda costas expressando o que Yusuke pensava nesse exato momento.

– Não se solte de mim Haru... – disse Yusuke.

– N-Não precisava nem pedir... – disse ela segurando mais forte no braço dele.

Eles foram entrando silenciosamente na casa, Maisha apesar da cara de patricinha, parecia corajosa e pronta para brigar com o primeiro que tentasse ir para cima dela. Até que um dos homens com maior patente lá estava passando no corredor com cara meio cabisbaixa e alguns machucados e foi pego de surpresa pelo grupo.

– Yusuke... – disse o homem – disseram que você havia saído.

– Takemura... Você não estava com meu pai fora do país? – perguntou Yusuke preocupado estranhando aquilo e acima de tudo, os machucados.

Takemura ficou com cara de dor e suspirou.

– Não te contaram então..? – perguntou Takemura.

– Contaram o que?! –perguntou Yusuke com a voz alarmada e cheia de preocupação.

– Bem... Yusuke... – disse Takemura enrolando e evitando fazer contato visual com o garoto.

– Pare de enrolar e conte logo! – insistiu o garoto.

– Yusuke... Seu pai está morto.