O Tutor escrita por Ester Liveranni


Capítulo 3
Capítulo 3 - A regra da casa


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei muito. me perdoem por isso, mas eu estava com um pouco de dificuldade de visualizar a casa do snape... Em fim, problema resolvido.
Espero que gostem.
Boa leitura



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Droga será que ele ficou bravo? Talvez seja melhor me desculpar antes que ele a arranque junto com a minha cabeça.

- Eu não...

- A presilha era da minha mãe. Não a estrague!

- Tá eu...não, não está bravo? Eu posso usa-la?

- Sim senhorita Lestrange. A senhorita pode usa-la, só faça o favor de tomar cuidado.

- Está bem, pode deixar, vou cuidar como se fosse minha, prometo.

Falei e ele continuou me ignorando enquanto tirava mais algumas coisas da tal sacola que parecia não ter fundo. E eu, é claro, fiquei tão feliz por ele não ter se zangado comigo que nem me importei, pois só pensava nas coisas boas que ele havia me feito em tão pouco tempo, ciente de que ninguém até o momento havia feito se quer a metade. De qualquer forma algo ainda incomodava meus pensamentos, e achei por bem me explicar mesmo estando agora muito envergonhada, pela minha atitude no dia anterior.

- Er, sobre ontem...

- Não aconteceu! E nós não falamos do passado nessa casa!

- Mas eu só queria que soubesse que...

- Você passou por coisas ruins, eu vi coisas terríveis, mas não vou falar sobre isso, por que não interessa! Se quiser se lamentar pode passar o dia no seu quarto, mas eu não quero saber. Estamos entendidos?

- Sim.

Continuei arrumando a dispensa, só que ao invés da animação no meu peito agora tinha um imenso nó em minha garganta, por acreditar que o fato dele não ter o menor interesse em mim ou no meu passado só demonstrava o quanto eu estava enganada ao seu respeito. Poxa eu só queria me desculpar, dizer que estava envergonhada, que não era uma vagabunda, que eu não me oferecia assim pra todo mundo. Custava ele me ouvir pelo menos?

O resto da arrumação terminou em silêncio, ele me explicou como lhe enviar uma coruja no caso de emergência e depois eu voltei ao meu quarto. Não queria mais vê-lo. Ainda era grata, mas estava chateada demais com seus modos para continuar no mesmo ambiente. Na verdade ainda não sabia o que me prendia ali ou o porquê de não pegar as minhas coisas e ir embora de uma vez.

Soltei o cabelo, deitei de costas para a porta e fiquei olhando a presilha entre minhas mãos. Enquanto os pensamentos ferviam em minha cabeça. Que tipo de pessoa a mãe dele seria? Será que ele era rude assim com todo mundo?

- Grosso! – vociferei jogando-a de qualquer jeito na cama.

Já estava quase dormindo, quando ele bateu na porta. Levantei-me em um pulo e encostei o ouvido na mesma.

- Sim? – tentei soar indiferente.

- Estou indo.

Alguns segundos se passaram e eu não sabia o que dizer, a um tempo atrás lhe desejaria boa viagem, mas agora eu estava zangada demais pra querer que ele se divertisse. Foi quando ouvi seus passos se afastando, pouco antes de eu perceber que havia perdido a minha chance.

Caminhei até a janela na tentativa de vê-lo partir, mas ele já havia desaparecido. A rua estava cheia de gente e a água da chuva formava algumas poças que cobriam as calçadas. Eu não tinha vontade de sair, nem de falar com ninguém, então fui até a cozinha comer alguma coisa.

- Dia difícil?

- Oi Ayla.

- Que foi menina?

- Nada, só não quero conversa. – falei pegando pão.

Ela deu a volta no balcão que ficava no meio da cozinha e subiu em um banquinho de madeira que ficava na minha frente.

- E tortinhas de abobora com chantilly a menina quer?

Essa Ayla era terrível, não havia como esconder nada dela.

- Você me conhece, eu sempre quero uma tortinha de abóbora.

Ela sorriu, antes de pegar os ingredientes e me presentear com um dos poucos prazeres que tenho na vida.

            Depois de nos entupir de torta Ayla foi cochilar e eu fui procurar algo pra ler. Sim eu sei fazer isso, e ainda me lembro das aulas particulares que tive com tia Narcisa. Naquela época era tudo tão tranquilo, tão natural. Cheguei a morar com meus tios até me tornar adolescente, e mesmo não podendo ir ao colégio, devido a minha deficiência mágica, eu tinha o mesmo tratamento recebido pelo meu primo Draco, o problema foi crescer, me disseram que foram meus modos que me fizeram deixar de ser boa o bastante para conviver com a família Malfoy. Mas isso não fazia sentido, pois nós nos dávamos tão bem, não que meus tios fossem um poço de carinho e dedicação, mas eles eram ao seu modo, bons pra mim.

O que não fazia diferença, já que a companhia de meu primo sempre foi um balsamo de felicidade. Ele sempre me trazia novidades da escola, como doces e livros. E com ele não existiam diferenças e o fato de não ter desenvolvido magia não era um problema.

Então nós fomos crescendo e pensando que tudo bem se nos amássemos, se eu fosse sua confidente, sua amiga e amante com uma única condição. A de que eu continuasse em segredo.

Entretanto as suas promessas não tardaram em se dissipar com a constatação de um simples fato. Draco era um fraco! E eu jamais vou perdoá-lo por ter deixado que me levassem.

- Tia eu não quero ir!

- Ela é sua mãe e quer que você vá!

- Ela nem liga pra mim! Por que eu deveria obedecê-la?

- Por que ELE a quer... e você não tem querer.

- Mas ele nunca me viu. Eu nem tenho magia!

- Eu sei, mas sua mãe e ELE têm planos para você. Isso é tudo que eu sei...

- Não, eu não quero!- falei correndo para o quarto de meu primo.

- Ella, o que foi?

- Eles vão me levar, não deixa, por favor!- falei me jogando em seus braços.

- Por quê? Eu não entendo. - disse acariciando meus cabelos.

- Não tia! – gritei quando me puxou pelo braço.

- Eles chegaram.

-Não, não!!!

Meus próprios gritos ecoavam em minha mente. Na verdade ainda me lembro da cena como se estivesse acontecendo à outra pessoa.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Espero que sim.
Nesse cap. deu pra conhecer um pouco mais da Elladora... Ainda que não graças ao Snape.
Vejo vcs em breve, pois vou tentar atualizar minha outra fic.
Bjox