The Dark Side Of The Sun escrita por gabe ferreira


Capítulo 2
Capítulo #1


Notas iniciais do capítulo

Postando apenas pela Miss Little Dream, que é uma diva u.u ÇLASDKÇSALDÇK



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Desci do trem depois de horas de viagem e andei pouco até localizar um homem de idade avançada segurando um cartaz com o meu nome – ou o nome do meu irmão, como preferir – e mais dois outros nomes desconhecidos por mim.

Andei até ele e apontei para o nome no cartaz.

- Senhor Goodwin? – Concordei. – Espere-me nesta sala, por favor. Mais alguns minutos e partiremos. – Indicou com a cabeça uma sala de vidro atrás de seu corpo esguio.

Não disse nada, apenas fiz meu caminho até a sala.

Havia um garoto sentado em um dos cantos. Seus cabelos loiros caíam sobre seu rosto, formando uma cortina. Ele balançava as pernas e batia as mãos nas coxas, o pequeno chiado que tomava conta da minúscula sala indicava que estava escutando música, eliminando a teoria de que aquele ser era um perturbado qualquer. Logo outro garoto entrou na sala de vidro e não pude deixar de ficar admirada com sua beleza. Tinha uma beleza típica californiana.

Se todos os garotos da Dover forem assim eu estou fodida para manter meu segredo.

- Senhores Wright, Goodwin e Lloyd, me acompanhem, por favor. – O senhor mal havia adentrado a sala e já estava caminhando pelo saguão. Onde é que essa terceira idade de hoje em dia arruma tanta disposição?

Peguei minha mala e levantei-me da cadeira desconfortável de plástico. Caminhei rapidamente até alcançar o velho, que já havia parado na frente de uma mini van verde escura com o logo da Dover pintado em preto. Como fui a primeira a chegar, sentei-me na última fileira de bancos e joguei minha mala no porta-malas atrás de mim.

Logo os outros dois garotos chegaram e pareciam ter se enturmado, pois estavam tendo uma conversa animada sobre algo que eu não fazia a mínima questão de saber o que era.

- Hey, qual é seu nome? – O garoto de cabelos castanhos perguntou e eu olhei para frente, onde ele e o loiro – que, por sinal, era muito bonito também – estavam me encarando com curiosidade.

- Travis. – Respondi e voltei a olhar pela janela.

 - Eu sou Frank e esse é o William. – O loiro – Frank – disse e concordei com a cabeça sem desviar o olhar da janela. Esses moleques não vão desistir?

- Não parece feliz em estar aqui. – William disse e eu virei para encará-lo. É obvio que eu não estou feliz, se não tivessem matado meu pai eu não estaria aqui, idiota.

- Não estou. – Fiquei encarando o moreno que desviou o olhar e voltou a se sentar ereto no banco da frente. Meu pai havia me ensinado que quando você não quer uma pessoa por perto basta encará-la daquele jeito e ela vai embora para nunca mais voltar. Parece que meu velho estava certo mais uma vez.

Senti o nó subir pela minha garganta e fechei os olhos, encostei minha cabeça na janela e assim fui a viagem toda até a Dover.

- Chegamos, senhores. – A voz falha do senhor Bash – havia descoberto o nome dele graças ao loiro que não calava a boca – ecoou e eu me inclinei para o porta-malas, pegando minha mala.

Fui a última a descer do carro e quando olhei para frente pude sentir meu queixo cair. Aquele lugar era majestoso. Um verdadeiro castelo.

Um não, dois castelos. Um a minha direta e outro a frente. Ambos construídos de tijolinhos e grandes vitrais. As portas de madeira branca chamava a atenção em ambas as construções. Os telhados cinza quebravam um pouco o marrom daquela construção magnífica.

 A ligação entre os dois castelos era feita por um túnel negro, que mais parecia uma casa graças ao seu formato. Não havia gramas nem arbustos onde estávamos. Mais ao longe podia ver o alto muro de tijolinhos, dizendo os limites dos alunos. Era melancólico, sombrio; encantador.

O sol brilhava no céu, mas não esquentava nossos corpos. Olhei para o lado, William e Frank ainda babavam na nossa nova casa enquanto Bash carregava um sorriso confiante nos lábios rachados. Aquele homem amava aquele lugar, não era difícil de perceber isso.

- Vou guiá-los ao dormitório de vocês. Peço para que depois passem na secretária, que fica no prédio principal – Apontou para o prédio maior, a minha frente. – E peguem seus horários. As aulas começam na segunda feira. – Concordamos e caminhamos atrás de Bash que nos levou ao prédio menor, onde subimos dois lances de escada até um corredor longo e bem iluminado pela luz que adentrava os vitrais.

- Os senhores iram dividir o mesmo quarto. Número 67. – Apontou para trás de nós, uma parte escondida do corredor. Essa parte era mal iluminada, já que ficava escondida atrás da escada e não possuía vitrais naquela parte. Só uma porta de madeira com pequenos vitrais no fim do corredor.  – Suas coisas já foram devidamente arrumadas nas cômodas e no closet, cada cama contém uma placa com o nome de seu proprietário. O quarto de vocês possui um banheiro e um frigobar. Em cima de cada cama existe também uma pasta, contendo as regras do colégio. – Entregou a chave na mão de Frank e sorriu. – Sejam bem vindos à Dover, meus rapazes.

Caminhamos pelo lado corredor lado a lado até acharmos o quarto número 67. Frank abriu a porta e correu para dentro do quarto e antes que eu pudesse entrar no mesmo escutei o loiro gritar “Caralho” e entendi sua reação assim que entrei depois de William.

Três camas de solteiro tomavam conta de uma parede, todas cobertas por colchas brancas aparentemente macias. Ao lado de cada cama havia um criado-mudo, que já estava enfeitado com nossos objetos pessoais. Na parede oposta a das camas havia três escrivaninhas negras, que já carregavam os nossos livros didáticos e notebooks novos.  Em baixo da escada caracol e ao lado da porta estava o frigobar vermelho com pernas altas. Subindo as escadas havia duas portas: Closet e banheiro. A grande janela que havia na parede oposta a da escada possuía grandes cortinas negras, que claramente impediam totalmente a entrada do sol. O quarto não era enorme, mas tinha o tamanho exato para abrigar três pessoas.

- A minha é essa aqui. – Frank se jogou na cama ao lado da janela.

- E a minha essa. – William jogou a mochila na cama e pegou a pasta com as regras.

Ótimo, vou dormir no meio.

Me arrastei até a cama e joguei minha mala e minha mochila nos pés da mesma. Me joguei na cama e quase suspirei quando senti a maciez da mesma. Peguei a pasta em baixo de mim e comecei a ler as regras.

Coisas simples como o uso do uniforme, horários das refeições, o que é e o que não é permitido... Mas uma regra me chamou bastante atenção.

- Proibido qualquer contato físico afetuoso entre os alunos? – Li em voz alta sem querer. Logo Frank e William riram.

- Dizem que você passa tanto tempo só com homens que você acaba tendo que descontar a frustração neles mesmo. – William enrugou o nariz e eu ri baixinho. – Essa regra foi criada depois que muitos pais começaram a reclamar que o filho virou homossexual na instituição. – Engrossou a voz nas últimas palavras e eu fui obrigada a rir mais alto, junto com Frank. Talvez meus colegas de quarto não fossem tão inaturáveis assim.

- Só espero que eu não tenha que chegar a essa ponto. – Frank disse e eu concordei com a cabeça enquanto ainda ria.

- O almoço já passou, mas o lanche da tarde é daqui a 40 minutos. Vocês querem ir? – Perguntei e os dois já se colocaram de pé.

- Vamos sair agora. Ai a gente dá uma volta pra conhecer o lugar e já passa na secretaria também. – Frank disse enquanto calçava o tênis novamente.

- Por mim, tudo bem. E você, Travis? – Dei de ombros antes de responder.

- Também. – Saímos em seguida em meio a risadas e brincadeiras. Quem sabe minha estadia aqui acabe sendo mais do que procura por vingança. 


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Notas finais do capítulo

Reviews? hahah xx



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