- Vamos? – Paulo pergunta aparecendo na porta.

- Claro – Concordei seguida de Ma.

Fomos em direção aos seus pais e despedimo-nos de tia Márcia, a mãe deles, já que quem iria nos levar é o pai deles.

- Boa festa! Aproveitem! – Tia Márcia acena.

Sorrimos para a mesma. O caminho para a festa durou poucos minutos, estávamos agitados, eu não conseguia parar de checar meu celular, caso recebesse alguma mensagem.

Saímos do carro e estava rolando alta a música, entramos acompanhados de Paulo e logo avistamos Math e Thur.

É relevante dizer que havia várias garotas ao redor deles, eles estavam sentados no bar, de costas para onde nós estávamos. Olhei para Ma que também estava olhando para lá.

Fomos até lá e toquei gentilmente no ombro dele que virou de imediato, com um sorriso nos lábios, me analisando da cabeça até o pé.

- Você está linda –Ele diz me dando um selinho – Só não gosto desses caras te olhando –Ele murmura com a boca encostada na minha, dificultando totalmente meu entendimento.

Mas ri quando entendi.

- Você sabe que eu sou sua – Eu digo passando minhas mãos pela sua nuca.

Ele sorri colocando a mão em minha cintura.

O nosso beijo poderia ser facilmente comparado à explosão, uma explosão de sentimentos, de novas sensações. Minha pele é meio fria a dele é fervendo, minha língua se movimenta devagar, timidamente dentro a sua boca e a dele explora a minha sem restar nada. Eu tinha todo o cuidado de entrelaçar minhas mãos ao seu cabelo, ele cola a mão na minha cintura de forma enlouquecedora de tão boa que é.

Uma coisa inegável, a pegada desse garoto, eu definitivamente entendo todos os  motivos de garotas caírem aos seus pés, ele é tão perfeito.

Nas imperfeições parecia que ele se torna mais perfeito. Não sei como explicar, meu Deus do céu, eu to muito apaixonada por esse menino, o que ele fez comigo?

Separamo-nos ofegantes. Sorrimos uma para o outro, como sempre.

Era como se fosse uma confirmação da nossa felicidade, não sei.

- Oi, para você também senhorita – Sinto um cutucão e dou de cara com o Thur dizendo isso.

- E aí? – Abraço ele.

- Pensei que não ia mais lembrar do amigo aqui – Ele revira os olhos dramaticamente.

- Deixa de ser fresco – Eu digo rindo.

Ficamos conversando e dançando sem sair de perto do bar, quando olho para o lado não acredito quem eu encontro.

Uma chance, isso mesmo, Vitor Delícia.

Aproximo-me dele e falo perto do seu ouvido para ele entender, mesmo com o barulho da música.

- E aí Vitor Delícia – Riu.

Ele se vira assustado e sorri quando me vê.

- E aí Larissa Linda – Ele diz rindo.

Sinto o olhar dos três pesando sobre nós.

- Quem diria que eu iria vê-lo novamente – Falo cordialmente rindo.

- Prefiro você dançando, dá mais certo – Riu concordando. – Parece que nosso circuito social é parecido, então ainda vamos nos ver muito do jeito que eu gosto de uma boa festa e uma boa balada – Ele diz.

- Pois é, até a próxima – Me despeço dele que se aproxima parar me dar um beijo na bochecha e logo desparece no meio de tantas pessoas.

- Quem é aquele? – Ma pergunta.

- O Vitor – Digo simplesmente.

- Ou como eu gosto de chamar aquele lá – Math diz irônico.

Ele lembra quem é assim complica.

- To saindo – Ma diz arrastando Thur.

- Não acredito nisso – Falo para ele.

- O cara está me provocando não é possível – Ele diz tentando se defender.

- Você me vê surtando porque a Clarisse quase esfrega o decote na sua cara e usa um short na educação física que não faria diferença se ela usasse uma cueca box – Digo.

- Desculpa – Ele pede baixinho, só consegui entender porque estava muito concentrada nos lábios dele.

- Tudo bem – Digo maneando a cabeça.

- Sem brigas, sem discussões, apenas eu e você – Ele diz se aproximando.

- Sem brigas, sem discussões, apenas eu e você – Repeti a sua fala.

Fomos para o meio da pista dançar, tocava She Wolf. Eu surtei, as pessoas pulavam e gritavam a letra da música contagiante.

Eu sentia o chão tremer pelo fato das pessoas estarem pulando e berrando, mas era uma sensação incrível, a luz negra que ao mesmo tempo dificultava nossa vista, fazia as pessoas se soltarem mais pelo fato de que não dava para reconhecer quem era depois.

Eu dançava essa música livremente, até Math puxar delicadamente meu pulso, fazendo-me colar nele, começamos a nos beijar e pelo fato de toda energia que eu estava sentindo, e olha que eu não estava nem bêbada, comecei a passar a mão pela sua barriga, que logo pôde sentir seu tanquinho e sorri, ele era todo meu. Não sei como, não sei o que ele viu em mim, mas não quero que ele se afaste nunca mais.

O beijo estava ousado, eu estava tomada pela vibe da música, nossas línguas travavam uma leve batalha de quem comandaria o beijo, minha cabeça estava a mil por hora.

Mas, eu tenho certeza dos meus limites e nunca passaria disso, nem tão cedo, só espero que ele entenda.

- La, por favor, vamos para por aqui – Ele diz ofegante, puxando o ar. – Se não eu posso não ter todo esse autocontrole mais – Ele diz quase suplicando

Sorri por ele pensar em mim e conhecer meus limites.

Continuamos juntos lá no meio da multidão, no nosso mundo.

Podia parecer uma das coisas mais idiotas que já viram ou ouviram, até então, eu que não conhecia o sentimento do amor, sendo totalmente vívido estava tendo a minha chance, sinceramente de tanto ouvir coisas sobre esse sentimento eu entendia porque as pessoas tinham medo dele, medo de se entregar a ele.

Comigo não é diferente, tudo parece estar exatamente no seu lugar, como se as coisas brilhassem mais, como se as coisas se encaixassem mais sem nenhum motivo aparente, como se tudo fizesse mais sentido agora, enquanto nós estivéssemos no nosso mundo, nada poderia me entristecer.

Sem brigas, sem discussões. Apenas eu e você, no nosso mundo.