Naquele instante eu percebi que Hermione estava de boca aberta, esperando alguma coisa aparecer para ela falar 

-Mas Casey o destino pode mudar não pode? O futuro é uma coisa muito improvável.

-Talvez... Se por algum milagre Voldemort não querer atacar e se vingar de Harry, a minha vida vai estar "livre" desse juramento. Mas você viu que o Harry voltou a ter sonhos estranhos? Que a cicatriz dele dói todos os dias? Que Dumbledore está mais preocupado do que o normal? Alguma coisa muito estranha está acontecendo.

-Mas talvez Voldemort tenha realmente morrido naquela noite que ele tentou matar o Harry.

-Hermione... Eu sei de coisas que você nem imagina.

Para a minha surpresa, ela não queria saber sobre essas "coisas" que eu sabia. Ela tinha um olhar triste para mim, como se ela sentisse pena de mim. Ela simplesmente levantou da cadeira e me abraçou.

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Na manhã seguinte eu estava arrumando as minhas coisas, e colocando tudo no meu malão, já que no dia seguinte, as pessoas que não iriam passar o Natal em Hogwarts, teriam que ir para casa. Já estava tudo pronto quando Hermione entrou no quarto e fez uma cara de surpresa enquanto me perguntava:

-O que você está fazendo? 

-Eu estou construindo uma casa -respondi irônica-

-Nossa, como você é engraçada! Eu estou morrendo de rir -ela deu uma gargalhada estranha, e eu percebi que ela também estava respondendo com ironia- É serio... Por que você está arrumando suas coisas?

-Porque o expresso de Hogwarts vai levar os alunos para casa hoje... Ou você se esqueceu?

Ela não respondeu nada. Simplesmente balançou a varinha e todas as coisas que eu tinha arrumado dentro do malão, voltaram para seus lugares ali no quarto.

-Posso saber por que a senhorita fez isso?

-Porque você vai ficar... Você vai passar o Natal em Hogwarts aqui comigo -ela respondeu com um sorriso tão grande que chegava a ser assustador.

-Hermione, eu te amo, mas sou eu quem faço as minhas decisões. Eu ja avisei minha prima que ia passar o Natal com ela, e ela está me esperando.

-É só mandar uma coruja para ela, dizendo que você mudou de ideia.

-E por que, exatamente eu faria isso?

-Porque você tem assuntos pendentes aqui, e eu não vou deixar você voltar o ano que vem em Hogwarts, com essa sua briguinha idiota com o Harry e com o Rony.

-Alguma ideia brilhante, senhorita gênia?

-Até parece que você não me conhece... É obvio que eu tenho.

-Hermione... Eu não sei não...

-Sabe sim... Se não, eu mesma mando uma carta para a sua prima, me passando por você.

-Ok, senhorita mandona.

Então eu tive que mandar uma carta super educada para a minha prima, porque ela é meio explosiva, e as chances dela ficar nervosa comigo eram de 100%.

"Oi Susan... Eu ja disse que você é a melhor prima do mundo? Você é super educada, gentil, calma, e é por isso que eu te amo. Enfim... Aconteceu um imprevisto aqui, e eu vou passar o Natal aqui...de novo! Olha que legal, você vai poder ficar sozinha com o seu namorado... Com amor, Casey"

Eu acho que quando ela leu, ela não gostou nem um pouquinho porque a resposta foi meio mal-educada:

"CLARO! É SEMPRE ASSIM! Me avisa sempre na última hora... Já estava tudo pronto para a sua chegada, mas é claro que os amigos tem que vir em primeiro lugar, não é verdade?"

Em algumas semanas, ela ia esquecer disso e tudo estaria bem. Susan é muito legal, só é um pouco estressada.

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Os dias foram se passando, e estava tudo na mesma coisa, Harry olhava triste para mim, Rony olhava desconfiado, e Hermione ficava comigo todos os dias, repetindo qual seria o "plano" para Harry e Rony voltarem a falar comigo

No caso de Harry, ele que tinha que pedir desculpas para mim, porque era ele que tinha me magoado, e ele sabia disso, só não tinha coragem de vir falar comigo. No caso de Rony, eu que tinha que inventar uma desculpa para ele me achar menos estranha e misteriosa.

Na manhã da véspera de Natal eu resolvi falar com Rony que obviamente estava do lado de Harry. O nosso salão comunal estava vazio. Aparentemente, só nós quatro da Grifinória, passariam o Natal ali. 

-Rony... Eu tenho que falar com você

Ele olhou discretamente para Harry, que deu de ombros.

-Fala ... Ele respondeu se levantando e vindo na minha direção

-Rony eu... Eu queria entender... Por que você está me ignorando?

-Você fica aí no seu canto, cheia de segredos, culpando o Harry e fazendo ele ficar completamente diferente. Antes daquela noite em Hogsmeade, eu até concordo, que você estava certa, e que o Harry estava sendo infantil, mas depois você simplesmente salva ele, e não quer explicar o que aconteceu, e começa a ficar sozinha, e isso é muito estranho Casey.

-Rony. Me desculpa. Sinceramente... Acho que foi instinto de amizade. Eu sempre fui quieta na minha e você sabe disso. Enfim... Sua amizade é muito importante para mim Ronald Weasleu... Saiba sempre disso.

Eu sempre convencia as pessoas com essa papo de amizade importante e blá blá blá, mas era verdade.

Como eu sou muito orgulhosa, eu não fui pedir desculpas para Harry, que estava logo atrás de Rony. Eu simplesmente dei um sorrisinho para o Rony, que retribuiu com um abraço e com um sussurro:

-Ele ta muito mal viu?

Eu o soltei, dei outro sorriso e me virei para ir embora quando uma voz baixa me chamou

-Casey... Deixa eu falar com você.

Rony e Hermione se entreolharam e saíram do salão comunal deixando eu e Harry ali sozinhos. Eu só fiquei olhando para ele com uma sobrancelha arqueada, esperando ele falar alguma coisa.

-Escuta Casey, eu não deveria ter deixado uma paquera, interferir na nossa amizade. Você é e sempre foi minha melhor amiga, e eu deixei a confiança que você tinha em mim, escapar das minhas mãos. E admito que fiquei com ciúmes do Malfoy, mas eu acho que é por causa da rixa que eu tenho com ele. Eu só achei que ele não fosse o suficiente para você. Nossa amizade vai vir sempre em primeiro lugar. Me perdoa.

Eu senti meus olhos enchendo de lágrimas, mas eu não ia ser fraca ( eu ja disse que eu sou muito orgulhosa?). Infelizmente eu tive que ceder... Aquilo era muito fofo. Eu simplesmente pulei no colo dele, e nós dois caímos no chão e começamos a gargalhar.

Ja estava ficando de noite, então ele me ajudou a levantar, e nós dois fomos para o salão comunal, para poder fazer parte da ceia de Natal, e Hermione e Rony ja estavam lá.

Quando nos sentamos a mesa, comemos, brincamos e rimos muito, até um comentário do Rony, fazer eu focar na mesa dos Sonserinos

-Ironia mesmo, é o Malfoy passar o Natal longe dos pais.

Naquela hora eu virei minha cabeça para trás, num movimento violento e me deparei com Draco Malfoy conversando com os seus capangas e com a cara de buldogue, simplesmente fingindo que eu não estava ali.

Eu me virei de volta para a minha comida, e fiz de pouco caso.

Quando a ceia acabou, todos estavam voltando para seus dormitórios, e eu decidi ir falar com Dumbledore. Eu iria falar que eu tinha contado a verdade para Hermione.

-Vocês três podem ir na frente... Eu vou logo em seguida.

-Ok, não demora... Já está tarde.

Quando eu estava chegando na passagem que dava para a sala de Dumbledore, eu ouvi uma voz misteriosa e séria bem perto da minha orelha... Mas muito perto MESMO.

-Olá...

Quando eu me virei para ver quem era, eu só tive tempo de ver os olhos gélidos de Draco Malfoy me encarando, com a testa colada na minha.

Quando eu ia falar alguma coisa, ele me puxou pela cintura, para mais perto dele e me deu um beijo. Um beijo violento. Naquele momento eu comecei a pensar:

"Ele não estava bravo comigo? Não estava me ignorando? Ele não me fez de idiota? Por que ele ta me beijando?"

Mas eu só queria aproveitar aquele beijo perfeito.

Quando ambos estávamos sem ar, nos separamos um do outro e ele simplesmente sussurrou roçando seu lábios nos meus:

-Feliz Natal, Casey