Então ali estava eu, no meio de um corredor escuro, iluminado apenas por fracas tochas, sendo beijada por Draco Malfoy, sem entender nada, só querendo aproveitar o momento.

-Draco... Eu... Eu não entendi. Alguns dias atrás você estava bravo comigo, e agora está aqui, me beijando. Eu disse separando meus lábios dos dele.

-Bravo? Você não me conhece mesmo né?... Estou confuso, e ainda quero respostas, mas não agora. O expresso de Hogwarts chega amanhã, e eu não quero passar as férias sem sentir o gosto do seu beijo mais uma vez. Eu senti meu rosto corando...

Eu provavelmente estava mais vermelha do que um tomate, e ele percebeu isso, pois deu um sorriso de lado e me deu um beijo na bochecha.

-Boa Noite, senhorita envergonhada. Ele foi embora, para o lado contrario que eu ia.

Quando eu tive certeza que ele tinha sumido, eu encostei na parede e deslizei de costas até o chão, com um sorriso enorme. Talvez o maior sorriso que eu ja tinha dado. Com aquele mesmo sorriso, eu fui até a passagem para a sala de Dumbledore.

-Gota de Limão

Uma grande águia começou a girar, dando passagem a uma escada. Subindo lá a porta já estava aberta, então eu resolvi entrar.

-Com licença professor... A porta estava aberta, então eu imaginei que eu pudesse entrar.

-Sim, sim. -ele respondeu se levantando da cadeira e ficando de pé, em frente a sua mesa- Eu imaginei que você viria. É muito bom poder conversar com pessoas que estão em momentos felizes.

-Desculpe, eu... Eu não entendi o que o senhor quis dizer.

-É claro ver quando a felicidade estampa o rosto de uma jovem menina... O seu batom também demonstra a sua felicidade. Ele disse com uma risada abafada, apontando para um espelho a minha frente.

Quando eu me olhei no espelho, eu me deparei com a minha boca levemente borrada de batom, por conta do beijo que Draco tinha me dado.

-Mas que droga. Eu resmunguei bem baixinho, limpando o batom da minha boca.

-Enfim... Imaginei que a senhorita gostaria de falar comigo.

-Ah! Sim, sim... Professor eu...

-Você estava se sentindo prejudicada com o seu segredo, não foi?

-Eu estava ficando louca. Eu precisava ter alguém para poder contar... Alguém com que eu pudesse confiar.

-Então, prevejo que tenha contado a senhorita Granger, estou certo?

-Como o senhor sabe?

-Eu vejo vocês sempre juntas... Eu simplesmente deduzi.

-E o fato de eu ter contado para ela, atrapalha alguma coisa?

-Claro que não. É bom sempre estabelecermos laços de confiança com alguém. Se contar para ela, te deixa mais calma, não vejo problema algum. Isso só não pode virar assunto em Hogwarts... É algo muito pessoal.

-Com certeza professor. Só a Hermione vai saber... Bem, acho que era só isso. Boa noite professor. Eu disse com um mínimo sorriso, e fui embora.

-------------------------------------------------------------------------------------------------- Já eram uma hora da tarde e eu continuaria a dormir, se eu não recebesse um belo ataque de cócegas no pé.

-Acorda preguiçosa!

-Para Hermione!

-Não vou parar até você se levantar.

-Para Hermione!

-Você vai perder a hora. O expresso de Hogwarts sai em duas horas e você ainda não arrumou seu malão

-Para Hermione! Eu ja arrumei ontem a noite...

-Mesmo assim levanta! Eu não vou parar de te fazer cócegas até você levantar...

-PARA HERMIONE! QUE MERDA! -eu disse, chutando o ar, para tentar me soltar dela, até que eu dou um belo de um chute no nariz dela- Hermione... Me desculpa

-Não tem problema não, nervosinha!

-Ta sangrando?

-Não...

-QUE PENA!

-SUA...IDIOTA! LEVANTA AGORA SUA PREGUIÇOSA DOS INFERNOS!

-Ok, Ok...

Eu me levantei, me troquei, e desci, com a cara meio inchada de sono.

-Eu ouvi os berros... Eu apostei dez galões que alguma de vocês ia sair sangrando. Disse um menino alto de cabelos ruivos, encostado na parede com os braços cruzados.

-Cala a boca Fred! -retruquei-...Ou Jorge... Sei lá, vocês são tão iguais

-Não me compare com esse idiota... Francamente, nos conhecemos a quatro anos, e você ainda não sabe que eu sou o mais bonito? Reclamou o outro ruivo.

-Sem querer interromper a discussão -disse Harry- mas já passou da hora de a gente ir, não acham?

-Claro...

Eu, Harry, Hermione, Rony, Fred e Jorge conjuramos um feitiço, e nossas malas flutuaram atrás de nós, nos seguindo até a entrada principal de Hogwarts, até sermos interrompidos por Draco e seus capangas.

-Ora, ora, ora. Se não são os nossos queridos membros da Grifinória, usando magia enquanto podem...

-Como assim enquanto podem Malfoy? Reclamou Hermione.

-Vocês não podem usar magia fora de Hogwarts lembram? Ele respondeu com deboche, o que deixou Harry muito bravo e fez com que ele avançasse e falasse:

-Acho que você é um quartanista, assim como eu, Casey, Hermione e Rony. Se você não sabe, você também não pode.

-Ora cicatriz... Considerando quem eu sou, acho que eu posso fazer coisas que você nem sonha em fazer. Ele respondeu olhando discretamente para mim....POR QUE ELE OLHOU PARA MIM QUANDO DISSE ISSO?

-Bruxos de verdade, não precisam pagar para ter privilégios Malfoy. Disse Rony com uma sobrancelha arqueada.

-Que seja... Tchau cicatriz, sabe-tudo e Weasley's

-Acho que eu ainda estou aqui Malfoy. Eu disse me aproximando dele.

-E eu acho que você é um caso a parte. Ele respondeu dando uma picadinha para mim e indo embora, me fazendo corar.

-Vamos embora logo... Vamos perder as carruagens.

Corremos, alcançamos as carruagens e fomos levados para o trem. Jogamos conversa fora e comemos muitas bobagens durante algumas horas, até o trem chegar a estação King's Cross.

-Eu vou combinar com meus pais, para chamar vocês para passarem um tempo lá em casa. Disse Rony empurrando o carrinho com as bagagens.

Atravessamos a barreira e nos olhamos.

-Eu quero que vocês me enviem cartas... Eu juro que se eu não receber nenhuma carta, ano que vem eu mato cada um de vocês -retruquei dando uma risada de canto-. Então... Até o ano que vem.

Eu fui para aonde a minha prima estava e lhe dei um abraço bem apertado, que começou a reclamar:

-Eu ainda quero explicações sobre o Natal, mocinha! Estou muitíssimo chateada!

-Eu também te amo Susan