Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 55
Capitulo 55 - O VENENO MAIS FORTE


Notas iniciais do capítulo

Aqui, fixar quero meu eterno repouso,
e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.
Olhos, vê-de mais uma vez.
Braços, permiti-vos o último abraço.
E lábios,vós que sois a porta do hálito com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante.
William Shakespeare - Romeu Julieta



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Temor...

Os olhos de Milley já tinham visto todo o horror daquela guerra. Mas sua mente ainda não tinha absorvido todo o impacto da devastação que estava por toda a parte. Subindo as montanhas com os refugiados Quileutes, por vezes ela olhava para trás, na esperança de ver alguém mais.Talvez Edmond, mesmo em sua forma animalesca. Mas nada vinha, além da fumaça e do fogo que se estendia por toda a ilha...

– Milley!

A voz de Emily vinha aos gritos, pelo morro abaixo, onde eles subiam. Vinha desbravando o povo atrás de Milley. Quando seus olhos encontrarão Milley mais abaixo da colina, a Quileute correu até ela.

Milley foi ao encontro dela.

– Tenho algo para você.

Emily entregou a Milley, um ramo de alguma erva desconhecida. Milley não entendeu. Achou que era algum remédio para o seu tornozelo torcido. Ia replicar que a dor tinha sido esquecida, devido aos acontecimentos. Mas Emily negava com a cabeça .

– Não é para a dor. Precisa mastigar bem e engolir o sugo. Tem um gosto amargo, nada bom. Mas tente engolir tudo.

– O que é isso?

– Uma erva antiga... Claire me ensinou a usa-la como um último recurso. Ela talvez soubesse o que ainda teríamos que enfrentar...

O olhar de Emily caiu sobre a misteriosa planta.

– É um veneno, Milley. Envenena o sangue. Contamina as células. Os vampiros não suportam o veneno dela. Se chama Cicuta.

... Uma vez que seu veneno está na corrente sanguínea, se algum vampiro te morder, ele morre junto com você.

– O que está dizendo? É como uma pílula suicida?

– Não! Você não morre ,se não for mordida vai ficar muito mal , mas não morrera . A química mortal da planta só funciona quando encontra o veneno do vampiro. Você só morre se for mordida.

Milley pegou a planta que Emily estendia tão cuidadosamente para ela. Uma planta. Algo tão simples, que a natureza tinha feito com esse propósito?

– É o último recurso, Milley. Mas a escolha é sua. Para nós Quileutes, não há escolha a ser feita. Morremos como somos. Guerreiro Quileutes, com sangue de lobos. Não vamos ser mortos por vampiros sem lutar. Sermos transformados, tão pouco. E o mesmo pra nós.

– Por que agora, e não antes?

– O conselho estava tentando não tomar essa descisão. Mas estamos ficando sem opções.

Os olhos de Emily se voltaram para baixo, onde o fogo vermelho ainda consumia tudo.

Milley pegou a pequena planta em ramo. E guardou no bolso de seu casaco. Continuou caminhando com os Quileutes, subindo para as montanhas. Percebeu os pequenos ramos de Cicuta nas mãos de todos os Quileutes. Até mesmo as crianças seguravam seu raminho de morte.

Os refugiados caminharam até o alto das montanhas da ilha Ataroc. Lá do alto, a imagem da devastação era surpreendente, ainda. O dia tinha se transformado em noite de novo. Fogueiras foram acendidas no acampamento improvisado do alto da montanha.

Mas a falta de notícias da batalha, deixava o coração de Milley inquieto. Então ela resolve caminhar para dentro da floresta, no alto da montanha, onde a noite ainda não tinha caído completamente. Alguns fios de luz ainda iluminavam as últimas árvores. O alvorecer das montanhas. A última luz do crepúsculo.

O silêncio era absoluto ali. Milley acompanhou calada, o último pôr do sol...

Senta em um oco tronco de árvore. Não percebia a aproximação de passos leves sobre a névoa seca da mata.

A figura de um dos monstros de Volterra. Um desgarrado, seguindo o cheiro do vasto e fresco sangue, veio até as montanhas...

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Sarah .

Dentro do profundo verde do olhar de Sarah, as cenas da destruição se desvaneciam. Toda sua família estava em forte ataque dentro daquela massa de corpos e fogo. Sarah tentou manter a mente focada na luta. Mas estava em desespero... Dentro de sua mente, ecoavam os gritos dos lobos e de todos de sua família. Dentro da sua mente, ela tentava localizar todos. Mas isso era uma tarefa difícil. Os vampiros de Volterra eram uma massa dominante de força sem fim. Uma onda que nunca terminava. A cada inimigo enfrentado, vinha mais na retaguarda. E cada vez se tornava mais difícil, a mente de Sarah se focar.

"Estou ficando cansada..." Sarah correu para dentro do acampamento. Sua mente conectada com Edmond...

– Vá para as montanhas, Sarah... Corra! Encontre Milley e se refugie lá...

Edmond falou através do elo mental deles, ainda em sua forma de lobo, defendendo o cerco de onde tinham saído os refugiados para as montanhas.

Sarah correu para lá, com toda a força que lhe restara, escalando o monte e as pedras...

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Nessie começava a despertar. Deitada no chão, ela sacudiu o corpo. Assim que viu Jacob lutando ferozmente com Aro, ela correu até eles vindo com toda a sua força, desferindo golpes de perna e braço em cima de Aro. Jacob tinha sido arremeçado em cima de uma árvore. E a luta seguia de todos os lados...

Jason Black tinha uma enorme pilha de corpos de gelo ao lado de seu corpo de lobo. Do outro lado, Alec vinha com sua nuvem de escuridão, devastando vários vampiros...

Edmond vinha controlando uma enorme quantidade de vampiros. Fazendo uns lutarem com os outros, e se destruindo mutuamente...

Mas vindo de trás da nuvem negra de Alec, uma espada reluzente e negra riscou o céu. Vinda como uma flecha traiçoeira, lançada de mãos hábeis e mortais. A espada negra era destinada a um lobo, e vinha em sua direção de forma furiosa. Jason Black nunca teria visto de onde ela vinha, ou que era direcionada unicamente para ele, para cravar bem fundo em seu coração. A lâmina envenenada não encontrou seu destino. Ela cravou o corpo de pedra maciça, que se prostrou de frente ao alvo primário. Vinda do meio da batalha, desgrenhada e ferida, Jane Volture foi o escudo que reteve a lâmina. O corpo de encontro ao aço da morte. O diamante do centro da espada reluziu lindamente, como se regojizando do seu alvo. Uma vez que a lâmina negra foi feita para isso. Para dar fim àqueles sem alma. Aos vampiros. A espada negra enfim reconhecia seu propósito... Matar vampiros...

O corpo de Jane foi caindo, como uma pena negra caindo no ar lentamente. Como se a gravidade não existice. Mas antes de seu corpo maciço encontrar a terra dura, foi amortecido por mãos quentes e acolhedoras. Mãos preciosas para ela. Mãos amadas e olhos cinzentos... Os olhos de Jason, que tinha voltado a sua forma humada, devido ao choque da imagem. Jane salvara sua vida. Deu a sua, em troca da dele. Como Constantine. Uma vida, pela outra.

Ainda com a espada cravada em seu corpo, Jane pode ter a última imagem. A de Jason segurando seu corpo, a olhando com preocupação.

– Na batalha não me procurou...

Ela disse, com voz baixa.Em tom de censura falsa .

– Nunca fui bom em lutar com você, Jane...

Um sorriso fraco surgiu no rosto da vampira, enquanto ela estendia a mão para o último toque, no mais belo rosto que conhecia.

– Claro que não... Mas foi bom ... E isso nos separou.

Jason segurou a mão de Jane a tirando do seu rosto, beijando a palma de sua mão. Enquanto Alec vinha se juntar a ele, se ajoelhando ao lado do corpo de Jane, que se desfazia em pó corroído pelo aço da espada negra. E tão rápido como um sopro de vento gelado, somente a espada ficou ali. Caida com seu rubi relusente. A assassina negra...

Do outro lado da batalha nada distante dali, uma loba cinza tinha assistido toda a comovente cena. E sentia em seu interior, uma forte dor. Uma dor desconhecida. Mas que Leah não demorou a entender que não era a sua dor nem a dos irmãos caídos. Era a dor de Jason, pela morte de Jane. Ela sentia na carne a dor dele, como se fosse a sua. Sem conseguir dominar seu corpo, a loba uivou alto. E seguida dela, vieram tantos outros uivos, que era quase ensurdecedor. Mas dentro dessa dor, vinha uma força não humana. Vinha a dor da fúria pelas mortes. Pelas perdas e dores. E todos os lobos restantes ganharam força extra, unindo-se a Leah... Buscando a força do bando. Fundindo-se a esse uivo de força, veio o de Jacob Black. Reinante, trazendo toda a sua força restante para reunir a matilha, para o ataque final...

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No alto da colina, subindo incessantemente, Sarah sentiu essa mesma vibração de força e parou olhando a guerra aos seus pés. E um sorriso de esperaça brilhou em seu rosto... Mas logo o seu sorriso murchou, quando ouviu do alto um grito de socorro. Ela conhecia aquela voz...

– Milley!

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Milley não pensou duas vezes assim que a criatura voou para cima dela. Ela pegou a Cicuta do seu bolso. Mastigou com pressa, a planta. Se a criatura a mordesse, ela o levaria junto com ela...

O monstro não era um vampiro, e se movimentava de forma desengonçada, como se não tivesse equilíbrio. Milley foi jogada de encontro ao chão. Mas se levantou o mais rápido que pode. Mas a criatura era forte e segurou seus braços. Ela tentava golpea-lo com suas pernas. Mas a criatura não parecia sentir nenhum golpe dela. Em resposta, Milley começou a gritar desesperadamente. Em um movimento rápido, a criatura foi ao chão, golpeada com força por um porrete de madeira improvisado, direto em sua cabeça. A figura pequena de Sarah surgiu valente, segurando a madeira, desferindo outro golpe na criatura, que mesmo assim não soltou os braços de Milley.

– Solte ela, sua múmia vampira!!!

Mais golpes... E num gesto de fúria, a criatura solta um dos braços de Milley e bate contra Sarah, jogando-a de encontro a uma parede de rochas maciça. Sem defesa, Milley chama a criatura para si, vendo Sarah cair desacorda e ferida.

– Venha, fera! Me sugue... Não é sangue que quer? Venha beber...

Milley arranhou seu próprio braço, com toda a força que tinha. Três linha finas de sangue começaram a escorrer. A besta lambeu esfomeada as feridas. Ávida e sedenta... Logo deu várias mordidas ali, também sugando o sangue de Milley...

A dor ardia... Era como fogo em sua veias. Fogo frio, que consome e mata. E depois da dor ardente ouve o silencio mais profundo , Milley deixou os olhos se fecharem sua cabeça pendeu para os céus , as escuras copas das arvores , as primeiras estrelas apontando o céu... O frio .

A canção da morte tocava de novo. Mas era suave e doce, como uma melodia de amor a que chama. Uma linda nuvem de névoa brilhante cobriu os olhos de Milley. Ela não sentia mais dor. Um alívio imenso dominava seu corpo. Uma sensação de leveza estava invadindo tudo. Milley jurou ter ouvido Edmond chamar seu nome em um grito de agonia. Mas ela estava em brancas nuvens brilhantes, macias e leves. Ouvindo a agradável melodia.

Milley ouviu seu nome de novo. E agora de forma muito nítida. Era a voz de Edmond. Ele estava chamando, desesperado, segurando o corpo de alguém nos braços. Milley se desesperou pensando em Sarah... Mas o corpo era maior. E como Edmond tinha chegado ali tão rápido?

Milley se ajoelhou ao lado de Edmond. Tentou segurar seu ombro e ampara-lo. Mas deteve-se, quando percebeu que o corpo que Edmond embalava era o seu...

– NÃO!!! NÃO!!! POR FAVOR, FALA COMIGO, MILLEY. Meu amor... Por favor...

Era uma agonia ver Edmond assim, com lágrimas incessantes. Agarrado a um corpo sem vida e ensanguentado.

Milley queria chorar a dor de Edmond. Ela gritou seu nome. Ela tentou tocar nele. Mas ele não a via. Ele não podia ouvi-la.

– Milley...

A voz vinha, como vinda de um sonho. Uma luz vinha em volta dela. Uma mulher com tranças longas e de pele morena, como a dos Quileutes.

– Hora de ir, Milley. Não deve ficar vendo isso.

– Não posso ir. Ele esta sofrendo muito.

A mulher tocou o ombro de Milley, obrigando-a a se levantar. A abandonar Edmond em seu desespero.

– É hora de ir, querida... Eu disse que viria, meu bem. "Você estava vivendo na escuridão." Lembra? Eu cantei pra você. Eu disse que viria, querida. A canção! A canção da morte...

– Por quê?

Foi a pergunta sem lógica de Milley.

– Porque é a hora, querida. Vou permitir um último olhar para ele, e depois adeus.

Milley olha para Edmond ainda agarrado, em prantos, com seu corpo. Mas ele não está mais sozinho. Outros estão com ele. Mas Milley não consegue mais ver. Eram só borrões no escuro, se desvanecendo. Somente em Edmond, mantinha o foco...

– Eu o amo demais. Por que não podemos ficar juntos?

As mãos de Milley foram para sua cabeça em uma confusão de sentidos e coisas perdidas.

– Ainda não é a hora, Milley...

Foi tudo que ela disse, olhando para Milley, e depois para um desesperado Edmond. E num feixe de luz, elas sumiram...

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Edmond

Não havia mais respiração, nem um bater de coração. O seu corpo jazia tão frio como a noite que caia. Ensanguentada e vazia...

Minha Milley tinha ido, como um sopro de inverno triste. Meu coração tinha parado de bater. Ele só sangrava e ardia, com um buraco aberto e vazio. Tirava o cabelo do seu rosto. Ele ainda tinha seu cheiro. O cheiro de sua pele. Beijei seus lábios e eles não me responderam pela primeira vez. Mas eles ainda estavam macios. Eu queria morde-la. Traze-la de volta pra mim. Mas em agonia fui impedido.

– Ela já está alem disso Edmond.

Carlisle tinha dito .

Tudo que eu tinha, já não importava mais. A guerra ganha. A minha própria existência. Tudo parecia uma maldição sem sentido. Se o meu preço é tão alto, eu não devia sobreviver a isso...

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Renesmee

Minha dívida tinha que ser paga. Aro estava finalmente bem seguro pelos braços de Jason e Jacob. Eu pude enfim usar meu dom sobre ele, e dar a Marcus enfim suas respostas. Dentro das lembranças de Aro, eu vi a morte de Didine. Morta por Caius e Aro, para ter controle sobre Marcus, o verdadeiro rei. A verdade foi mostrada a ele e o rei de Volterra teve enfim sua vingança. Ele se aproximou de Aro, e com uma força que nunca demostrara, arrancou sua cabeça do corpo, sem nem ao menos mover um único músculo de seu rosto...

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Caius também teve seu fim. Mas esse veio pelas mãos de Chelsea, que tinha contas antigas para acertar com ele. Por conta de um lobisomem, o qual Caius traiu e usou.

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Mas o fim, mesmo que próximo, ainda não tinha seu desfecho. Nahuel veio com sua sede de vingança, partindo ferozmente para cima de nós, com a última horda de vampiros. Ele vinha em minha direção, com ódio nos olhos. Mas antes de chegar até mim, um vulto vermelho o derrubou no chão. Ambos rolaram em uma luta confusa. Jacob estava em ruínas. Mas Nahuel não estava melhor. Aquela guerra cobrava seu preço em nossas próprias carnes. Eu estava furiosa e fraca. Mas tudo que eu pude ver na minha frente, foi o brilho de uma espada caída no chão, aos pés de Jason, com seu rubi reluzente. Parecia me chamar. Eu a tirei do chão, caminhei a passos longos e decisivos, a frente do embate de Jacob e Nahuel. E antes que o maldito desse mais qualquer golpe no meu lobo, eu cravei em seu peito, a minha lança da vingança.

– Morra desgraçado!!! Morrra!!!

Os olhos cor de terra de Nahuel se arregalaram primeiro em surpresa. Depois em terror. Eu retirei com violência, a espada de seu peito, para ver ele caindo ensanguentado. Seus olhos não fecharam, nem mesmo em sua morte. Eles permaneceram abertos, me olhando. Me olhando, mesmo no fim...


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Notas finais do capítulo

* Cicuta , e uma planta tóxica , seu veneno e mortal, para os humanos .