Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 56
Capitulo - 56 THE SCIENTIST


Notas iniciais do capítulo

Se puderem, leiam a parte de Edmond ouvindo "The Scientist
Coldplay" tem tudo a ver com que ele esta sentindo :)


Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito
Vim para te encontrar, te dizer que estou arrependido

Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito
Você não sabe o quão amável você
Tenho que lhe achar, dizer que preciso de você

E te dizer que eu escolhi você

Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas
Me conte seus segredos e me pergunte suas dúvidas

Oh, vamos voltar pro começo
Correndo em círculos, perseguindo a cauda
Cabeças num silêncio à parte

Ninguém disse que era fácil
É uma pena nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh, me leve de volta ao começo

Eu só estava pensando em números e figuras
Rejeitando seus quebra-cabeças
Questões da ciência, ciência e progresso
Não falam tão alto quanto meu coração
Diga-me que me ama, volte e me assombre
Oh, quando eu corro pro começo
Correndo em círculos, perseguindo nossas caudas
Voltando a ser como éramos

Ninguém disse que era fácil
É uma pena nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Eu estou indo de volta para o começo

Oh


Link: http://www.vagalume.com.br/coldplay/the-scientist-traducao.



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( Sarah )

– NÃO!!!

Sarah despertou com a negação, em um pranto alto. Soltou um grito de terror, de quem acorda de um pesadelo terrível. Sua respiração acelerada, atropelando uma na outra, sem pausa. Cabelos grudados da testa e pescoço suada . Mas antes dela se desesperar perdida, mãos gentis a afagam, em um abraço protetor.

– Ei... Shiii, Sarah! Tudo bem, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem...

Sarah abre os olhos confusa, tentando se lembrar onde está. Olha em volta e reconhece o quarto de Alice, na mansão dos Cullen. Ela está deitada na cama. O perfume de jasmim e cítrico de Jasper e Alice estão por toda parte. Mãos suaves afastam os cabelos de seu rosto e enxugam sua testa, com uma toalha úmida, com um forte cheiro de alfazema.

– Seth...

Sarah fala soprado. E ele sorri para ela sem mostrar os dentes.

A porta se abre, e Rosalie entra com uma bandeja farta de frutas e água.

– Pesadelos?

Rose pergunta mais para Seth, do que para Sarah, quando vê a menina se recostando na cama e apertando os olhos com força.

– Parece que sim... Já é a segunda vez que ela acorda gritando.

Segunda vez? Sarah tenta organizar a mente. Não lembra de ter acordado antes. Nem mesmo lembra de ter chegado até ali. Tenta organizar seus pensamentos, e passa as mãos sobre a cabeça, sendo detida por Seth.

– Ei! Cuidado, mocinha. Tem um curativo bem aí, que não pode tirar ainda.

Sarah se desespera, quando percebe uma bandagem cobrindo quase toda a sua cabeça.

Abre os olhos, e olha para Rose aterrorizada.

– Um espelho, tia Rose... Por favor, um espelho.

Rose corre para o banheiro e volta com um espelho de mão.

– Não é nada de mais, Sarah! É apenas um curativo. Carlisle falou que em uma semana ou menos, você já pode tirar.

Seth diz, tentando tranquiliza-la. Mas Sarah está perdida em pensamentos, olhando seu reflexo no espelho.

Sua mente volta para o pesadelo que teve, de um a criatura atacando Milley e ela nos braços de Edmond...

– Onde está Milley?

Sarah pergunta, mesmo temendo a resposta... O silêncio de Seth e Rose são absolutos, e então Sarah sabe que de não foi um pesadelo... Milley estava mesmo morta.

– Eu não consegui salva-la...

Sarah choraminga, e é acolhida por Seth, que a embala em seus braços. Rose sai do quarto quando percebe o choro de Sarah, sabendo que ninguém poderia consolar ela melhor que Seth...

Sarah fica ali por alguns minutos, deixando o pranto descer como uma torrente infinita. Primeiro em desespero absoluto, depois em soluços. As mãos de Seth fazendo afagos em seus cabelos. Sarah se sente tão vazia e oca. Nunca tinha enfrentado a morte. E agora ela sabia que ela existia, mesmo em sua família. Mesmo que a morte seja inevitável para todo mundo, para Sarah sempre pareceu algo tão distante. Mas era real. A morte de Milley era real. Não só a morte dela, como a de tantos outros, naquela batalha...

Sarah para de chorar, secando as últimas lágrimas. Aqueles últimos dias tinham sido só de choro, sangue e luta. Se sentia tão cansada, que parecia estar doente.

Solta-se dos braços de Seth, para olhar para ele.

Ele tinha uma faixa na perna e muitas pelos braços e corpo, até onde Sarah podia ver. Onde a roupa não tampava.

– Você está muito ferido, Seth?

Sarah começava a explorar o corpo dele, apalpando o peito sobre a camisa...

– Ai... Calma, Sarah. Ainda vou precisar de uns dias. Mas estou bem... Vou ficar bem. Foram só ferimentos superficiais...

Sarah buscou a verdade em suas palavras, e se acalmou quando percebeu que ele não mentia sobre estar bem.

– Há quanto tempo estou dormindo?

– Um dia. Só dormiu por um dia, Sarah...

– O que eu perdi? ...Edmond?

– Ele não está bem. Ainda vai levar muito tempo para que alguém possa dizer que está bem de verdade... Pais perderam filhos. Esposas, maridos, amigos, primos, irmãos... Vai demorar, Sarah... Bem mais que a sua pancada na cabeça, ou minhas feridas no corpo...

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(Sarah)

Seth me contou da cerimônia na ilha Akalat. O conselho fez uma cerimônia fúnebre para todas as famílias. Mesmo o corpo de Milley, ficou lá.

Eu lamentava não poder ter estado lá. Não posso imaginar Edmond passando por isso...

Mas minha família é unida o suficiente, para eu saber que ele estava sendo confortado, o tanto quanto isso fosse possível.

Respirei fundo, deitada ali na cama. Tendo recusado a farta bandeja de café da manhã que tia Rose tinha deixado, e Seth tentava me empurrar.

– Não quero, Seth. Sinto um nó na garganta.

Disse, empurrando a bandeja para longe.

Seth a pegou antes que eu a derrubasse da cama. Eu estava sendo uma péssima doente. Mas nada parecia real naquele momento. Comer, beber, falar... Continuar a vida, parecia algo impossível.

– Precisa comer um pouco, Sarah. Se não, não terá forças para levantar dessa cama. Precisam de você lá na sua casa...

Seth falava parecendo escolher as palavras. Mas eu sentia que tinha mais alguma coisa incomodando ele. Então eu esperei até ele desistir de me fazer comer e desembuchar tudo de uma vez. Ele se levanta da cama, parecendo incomodado.

– Makilam pergunta por você, de meia em meia hora. Eu realmente estou no limite da minha paciência com aquele moleque...

Maki... Meu coração deu um sobressalto. A última vez que eu o vi, ele estava muito machucado.

– Como ele está?

Perguntei, com a mão no peito, sentido uma angústia atroz.

Seth soltou um bufo de desânimo e se deitou na cama, ao meu lado, parecendo muito cansado.

– Ele está bem, Sarah. Se machucou muito também, mas já está bem o suficiente para usar o celular e me ligar de meia em meia hora perguntando sobre você...

Não pude deixar de dar um sorriso triste para Seth. Ele estava com ciúmes...

– O que é isso, Seth? Maki salvou minha vida. Ele foi um herói. Seguramos todos aqueles vampiros, até vocês chegarem com reforços...

– Não disse que ele não era. Eu o ajudei também, quando ele estava cercado. Não está me entendendo. Eu só não entendo porque ele não percebe, que é impossível...

– Do que está falando, Seth?

Balancei a cabeça, ainda mais confusa.

– Não estou querendo falar disso agora, Sarah. Não é a hora...

Seth ia sair da cama e escapar, como ele sempre faz, quando a conversa ia por esse caminho. Mas eu estava farta demais. Desgastada demais, e aquela pequena discussão começava a ficar interessante. Pelo menos, para mim...

Segurei seu braço com força. Ele ficou parado, como se eu o paralisasse com o meu poder. Mas não era isso. Seus músculos estavam tensos, e eu pude ver a veia do seu pescoço acelerada e pulsando forte.

– O que é impossível, Seth?

Ele não me olhava. Mas falou num jato de palavras...

– Ele é um lobo, Sarah... Sabe do imprinting. Sabe que isso é para sempre... E tenta...

– O quê?

Perguntei, tentando impulsioná-lo a prosseguir. Mas ele, mas uma vez, empacava.

Mas antes que eu desistisse, ele se virou para mim, e em seus olhos eu vi uma pequena centelha que eu poderia confundir com fúria. Mas eu não saberia por que. Nunca, antes, eu pude imaginar Seth tendo raiva ou fúria de alguém.

Ele me segurou pelos braços, me firmando em sua direção.

– Roubar você de mim, Sarah. É isso que seu amigo tenta fazer. Ele nem se importa mais em segurar aquela cabeça dele. Deixa os pensamentos fluirem soltos, como uma música de banda. O seu beijo com ele na floresta me atormentou por semanas, Sarah. Eu vi cada detalhe daquela cena, na mente daquele fedelho. E sei que ele fez de propósito!

– O que? Não... Claro que ele não fez de propósito, Seth. Ele me prometeu que não faria.

Seth parecia impaciente.

– Lembranças que são muito mais forte que promessas, Sarah... E ele queria que eu visse.

– Você não conhece Maki. Ele não faria nada que me magoasse. Ele sabe que se isso afastaria você de mim, e...

Seth negava com a cabeça e segurou meu rosto, me impedido de prosseguir com as palavras.

– Nada, Sarah, nem ninguém, me afastaria de você. A não ser você mesma. Por mais tortura que aquele fedelho tenha me imposto revendo aquela cena, eu não iria a lugar nenhum... Enfrentamos a morte, Sarah. Vi como é simples se perder quem se ama. O quanto somos frágeis nas mãos da morte.

Seu polegar deslizou para meus lábios e eu estremeci.

– Makilam roubou o seu primeiro beijo, Sarah. Mas todos os outros serão meus...

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( Edmond )

Mãos tocaram meus ombros em uma fila silenciosa de lamentação. Eu queria virar e ver o rosto de quem passava por mim e tentava, silenciosamente, dizer algo. Mas meu corpo permaneceu estático, olhando para o fundo da cova, enquanto a terra era jogada em cima do caixão.

Queimar o corpo de Milley em uma cerimônia Quileute me pareceu impraticável. Ver sua pele retorce-se em carne até os ossos virarem pó, era uma visão que eu não poderia suportar.

No instante, eu via imagens nossas juntos. Entrelaçados... Unidos como um só. Eu beijando sua pele, sentindo seu perfume. O fogo não consumiria sua carne. Eu não permitiria.

Mesmo Sam, meu pai e todo o conselho Quileute dizendo que ela poderia ter um enterro como os outros, sendo ela minha companheira, eu não pude permitir...

Toda a cerimônia que se estendeu por dois dias, foi feita na própria ilha de Atarock. “Aqui morrem os guerreiros. Aqui descansam os bravos.” Eu saberia que essa luta viraria mais uma historia a ser contada em volta da fogueira na praia de La Push. Os mortos nunca serão esquecidos. Sua coragem será lembrada de geração a geração, e a ilha Atarock seria agora, mais um local sagrado para os poucos Quileutes que restaram...

Os pais de Milley vieram para a cerimônia. Eu nunca tinha os conhecidos, ou falado com eles. Mas via Milley ligando quase diariamente para a mãe. Tive que usar meus poderes de persuasão sobre eles, para que as suas inúmeras perguntas não nos levassem a falar demais.

Para todos os efeitos, a Ilha de La Push tinha sofrido uma forte epidemia de meningite, e o diagnóstico tinha sido encoberto por uma forte gripe. A notícia iria afastar os turistas por um longo tempo. Mas nenhuma das famílias parecia se importar. Pareciam gratas, por poderem ter seu tempo de luto.

Olhar para os pais de Milley era doloroso. Principalmente para mãe, que era como um foto de Milley entalhada no tempo. “Ela seria assim. Ela ficaria assim.” Milley tinha os mesmos olhos de Marta Moreno. Seus cabelos já estavam com alguns fios grisalhos, que ela por algum motivo, não tentava esconder. Mas seu rosto ainda era belo e tinha a linha do tempo gravadas em cada expressão de dor que ela usou quando recebeu a notícia. Por vezes, percebia seu olhar sobre mim, pela minha visão periférica. Sr. Phillip Moreno era tudo o que um empresário poderia ser. Ele amparava sua esposa pelo braço, mas mesmo assim, era difícil pensar o que estava em sua cabeça, já que ele não deixava transparecer nada. Edward talvez soubesse, mas eu não queria saber. Na verdade, tinha medo que ele soubesse. Mesmo tendo usado meu dom sobre eles, a minha culpa me envergonhava. Eu matei a filha deles. Deveria ter uma cova bem ao lado dessa, para mim.

Senti as mãos suaves da minha mãe sobre minhas costas. Ela tentava me embalar em seus braços. Mas eu apenas me afastei disso, me agachando sobre a borda da cova. Vendo as pétalas sobre a tampa..." Diga que me ama de novo meu amor, volte pra mim e me assombre se preciso , mas volte pra mim " ...Fechei os olhos em quanto rezava meu desespero.

Minha mãe foi a única contra deixar Milley ali. Ela insistiu por um tempo, que deveríamos acionar os pais dela e deixar que eles levassem o corpo para Nova York. Isso me irritou como o inferno. Mas eu entendi depois, quando Jason me fez ver as coisas por outra perspectiva. “Ela só não quer que você fique vindo aqui, Ed. Ela não quer que se martirize mais com isso.”

Eles não entendiam... Ninguém de minha família poderia entender... Mas os outros Quileutes, sim. Os mesmos, que como eu, hoje queimavam algum corpo...

Queria cuspir essas palavras na cara de Jason. Mas eu sabia que era minha vida que estava acabando. Não adiantaria cuspir o meu ódio na cara dele.

– Vamos trazer algo para colocar na lápide de Milley, Edmond...

Marta me disse antes de partir para sua casa, com o marido...

Não era como se ela tivesse me pedindo algo. Mas ela fez assim mesmo. E em menos de uma semana, não tinha chegado a Forks uma lápide. Mas uma gigantesca escultura de mármore de um anjo com uma espada cravada no coração de uma jovem. A imagem era chocante, mas eu entendi o recado muito bem. Marta Moreno sabia. Mesmo com o meu poder encobrindo. Mesmo com um monte de mentiras que minha família tinha tão bem elaborado. Marta Moreno via com olhos crus e humanos, o que estava nas minhas entranhas “Eu a matei!”

Matei quando não a deixei partir. Matei quando a não mantive segura... Rosali abandonou a luta para ficar com Aurora. Ela estabeleceu sua prioridade. Por que eu não pude fazer o mesmo?...

– Isso foi cruel da parte dela. Não precisa colocar lá, Edmond.

Minha mãe tinha dito assim que desembalamos a caixa de madeira em que veio a estátua.

– Não... É exatamente o que é.

Eu disse. Precisei da ajuda de meu pai e Jason para levarmos a estátua até a lápide de Milley. Minha mãe insistiu em vir conosco, e eu não queria que ela me olhasse daquela maneira que vinha me olhando por meses.

– Não vou me matar ou algo assim, mãe. Por favor, me deixe em paz.

E depois de um silêncio completo, nós levamos a imagem e cravamos no chão, perto da lápide de Milley, onde tinha uma placa de mármore entalhada com o nome dela e uma frase.

“Aos que virem ao mundo com amor, mesmo quando os deixam, é por amor.”

Lendo aquilo que Carlisle tinha talhado, e olhando para o anjo e sua espada, senti que o amor não era algo tão bom. Ele nos embriaga. Nos deixa cegos e egoístas...

Fui cego quando não percebi o perigo que era para Milley viver no nosso mundo. Fui egoísta pelo mesmo motivo. Por amor...

Minha mãe pairava sobre mim. Jason e meu pai nos esperavam no barco que tinha nos trago. Eu queria ficar sozinho. Por que ela não entendia...

– Mãe, vá embora!

Ela se ajoelhou ao meu lado. Eu nem mesmo tinha percebido que eu estava naquela posição, quase deitado no chão onde estava a lápide.

– Não posso deixá-lo assim, Edmond...

– Não há nada que possa fazer, mãe. Só me deixe...

– Nunca, meu querido! Nunca vou deixar você. Ainda mais assim...

Me virei para olhar para ela quando com suas mãos no meu rosto, exigiam isso.

– Não pode prometer isso, mãe. As pessoas vão embora de um jeito, ou de outro. Levados por alguém, ou pela morte.

Ela prendeu seus lábios um contra o outro, e vi pequenos diamantes saltarem de seus olhos. Ela chorava por mim. E eu não conseguia nem mais isso. É como se minhas lágrimas tivessem ido embora com Milley. Ela tinha levado meu coração e tudo que era humano em mim.

Me afastei dela. Ela ainda tentou me segurar, mas eu fui brusco, derrubando-a. Explodi em minha forma de lobo, sumindo pela mata, ainda queimada, da ilha de Atarock...

Ainda ouvi minha mãe me chamar por alguns minutos, mas apaguei o som de sua voz, correndo com toda a minha velocidade até o alto da colina, onde eu estaria completamente sozinho, que é como eu estava verdadeiramente me sentindo...


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