Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 45
Capítulo 45 - ELA ME FAZ TÃO BEM


Notas iniciais do capítulo

Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Eu experimentei uma sensação
Que até então não conhecia
De se querer bem
De se querer quem se tem...

E ela me faz tão bem
E ela me faz tão bem
Que eu também quero
Fazer isso por ela...



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(Edmond)


As rondas estavam cada dia mais extensas, abrangido vários perímetros. Tia Alice e tio Jasper tinham ido para o Canadá. Ela afirmava que suas visões poderiam ser ativadas de novo, para Volterra, já que Jason estava aqui. Antes ela não conseguia ver a cidade dos vampiros, porque ele obstruía suas visões, estando lá. Agora tudo poderia estar claro para ela. Mas ela precisava estar afastada de La Push, para poder tentar algo. Somos muitos lobos, para ela poder ter uma visão, com tantos ali interferindo involuntariamente. Era perigoso deixar eles irem. Uma discussão ferrenha tinha sido formada na sala de casa. Mas por fim, a vontade de Alice sempre prevalecia. Ninguém poderia com a pequena vampira. Ela e meu tio, então se despediram e foram, prometendo sempre manter contato a cada hora. E essa condição não foi negociável, pois Esme tinha colocado ela, e minha doce bisavó, poucas vezes tinha sido concisa em uma decisão, mas foi dessa vez, devido a gravidade que tudo estava até agora. Minha mente estava focada ali, naqueles planos e mais planos. Estratégias e até mesmo uma possível fuga foi considerada. Mas deixar La Push sem segurança, a mercê dos vampiros, era inaceitável, tanto para meu pai, quanto para nós mesmos. Mas todos concordavam, que Sarah poderia ir. O que a deixou irritada, como se ela estivesse sido arrancada de um bosque cheio de borboletas. Ela se recusava veementemente a se separar de Jason ou de Seth. Ela não me incluiu na lista de favoritos dela, mas senti seu olhar sobre mim quando ela, ainda bicuda, argumentava que não ia a lugar algum.


Meu avô Edward começava a falar, mas minha mente se afastou dali por segundos…

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(Milley )


Duas semanas. Duas semanas era tudo que eu poderia suportar, e ele nem mesmo tinha se dado ao trabalho de inventar uma desculpa. Simplesmente sumiu. Muito bem Milley... É isso que você ganha, por se deixar envolver por um garoto. Um fedelho sem noção de compromisso, amor ou qualquer coisa!


Eu tinha que dar um basta nisso, ou ia enlouquecer. Ele tinha me deixado? Tinha sido um adeus, a nossa última conversa? Mas como adeus termina com eu te amarei para sempre?... E todas as outras coisas lindas que ele tinha dito, afinal…

Eu estava dirigindo como uma louca, pela maldita estrada que me deixaria em Forks. Eu só poderia estar louca, quando sai de N.Y. e peguei o primeiro avião para Seattle. Mas aquele silêncio dele estava me matando. Eu sabia que não poderia chegar na casa dele aquela hora. Olhei para o relógio do carro, só para confirmar. Já passava de meia noite, e mesmo àquela velocidade inconsequente que eu corria, não chegaria na casa dele antes das duas da madrugada…

Mas ele são vampiros, não? Ou lobos...Que se dane!
Balancei a cabeça, para tentar colocar um pouco de ordem na minha mente. Eu só conseguia pensar em um problema por vez. E a falta de Edmond, já estava começando me afetar fisicamente.

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(Edmond )

– Isso não seria nada bom, Edmond.

– Ela não faria isso, faria?

Fiz a pergunta, mas para mim mesmo, do que para ele, ao meu lado.

Mas ele não me respondeu. Estava ouvindo além...

– É! Ela faria...

Eu disse, já pulando para a frente da casa, onde um Toyota estacionava, e de dentro saia uma linda e furiosa Milley Moreno. Ela bateu a porta do carro com violência, e vinha pisando firme, com seus saltos altos, na grama da frente. Tudo que eu podia pensar, era no perigo que ela corria estando ali, exatamente naquele momento. Minha raiva e preocupação foi tão grande, que eu nem tinha percebido que toda a minha família estava na varanda essa hora, olhando pra gente.

– O quê você está fazendo aqui?

Perguntei de uma única vez.

Ela estreitou os olhos. O que fez seu rosto lindo se enrugar um pouco, e seus batimentos cardíacos ficarem mais acelerados. Eu me amaldiçoei veementemente, porque sabia que tinha sido uma pergunta grosseira. Mas ela não recuou e veio para cima de mim.

– Você é um moleque! Eu não sei onde estava com a cabeça, de me deixar ser seduzida por você, garoto. Eu só posso ter algum problema mental, ou coisa assim...

Minha boca já estava aberta nessa hora, e eu tremia de leve. Mas já podia ter uma noção da confusão que tinha se armado ao nosso redor...

– E nós, aqui, com medo dos Volturi...

Ainda pude ouvir Emmet falar isso, e entrar com Rose e Aurora para casa. Mas só eles entraram. O resto da minha família continuava ali, assistindo a cena.

– Milley... Muita coisa aconteceu. Eu ia te ligar, assim que fosse possível. Eu juro.

Ela cruzou os braços e olhou para a varanda. Seu rosto não poderia estar mais vermelho. Mas ainda assim, ela estava linda como da última vez que eu a vi, me dando adeus no aeroporto de N.Y.. Lágrimas dançavam, querendo cair de seus olhos. Mas ela as secou, antes delas escorrerem.

– Duas semanas sem notícias suas, Edmod. Sabe o que passei?

Sua voz, agora era quase um sussurro. Eu queria abraça-la e conforta-la. Cheguei a esticar os braços, de forma a que ela entendesse que eu queria me aproximar, mas ela não se moveu.

Abaixei os braços e olhei para trás, num pedido de "Caiam fora daqui, seus incheridos!", que deixei gritando na minha mente. Edward incentivou todos a entrarem e nos deixar em paz.

Milley parecia aliviada com isso, mas eu não. Porque sabia que mesmo lá dentro, eles podiam muito bem ouvir nossa primeira e estúpida briga.

– Eu não sei como me desculpar, Milley. Eu sinto tanto... Me sinto estúpido demais agora. Mas você não pode ficar aqui agora. Não é seguro...

Ela ia caminhar até o carro, depois de ter lançado para mim, o olhar mais triste que eu já tinha visto em seu rosto. Ela achava que eu estava dispensando? Meu Deus... Como as mulheres podem ser tão complicadas?...

Me projetei em sua frente rápido demais. Ela se assustou. Ela ainda não tinha se acostumado com isso. Não tivemos tempo. Tive que segura-la, ou ela cairia com o susto.

– Me solte, Edmond.

Ela pediu e eu obedeci, a soltando devagar.

– Isso não é um adeus... Eu queria poder ficar com você e deixar tudo isso para trás, Milley. Mas eu não posso te manter segura agora. Tenho que mante-la longe dessa loucura toda.

Ela levantou seu rosto, me olhando agora. Pude sentir que ela estava tentando entender o que eu dizia.

– Seu irmão voltou? Aquele que estava na Itália?

Confirmei com a cabeça, e me arrisquei a me aproximar mais dela. Ela não se afastou. Então eu a abracei, sentido seu perfume. Me afogando nele, pra ser mais exato. Fechei os olhos, só para me concentrar mais nisso.

– Edmond!

A voz de Jason nos fez separarmos um do outro. Eu olhei para a direção que ele me chamava. Milley também olhava para ele, com a boca meio aberta agora, de surpresa.

– Chame sua amiga para entrar, Ed. Não precisa ser assim, garoto.

Ele disse muito sério. Eu queria muito que fosse verdade isso. Que eu pudesse ficar com Milley. Ela me faz tão bem , que eu me sinto estranho sem ela ... Como andar sem uma parte do meu próprio corpo, como estar incompleto .Sozinho , mesmo numa casa cheia de gente .

Eu peguei a mão de Milley, e fomos para dentro. Ela não disse nada quando passamos pela muralha, que é meu irmão. Mas ela se encolheu um pouco para mim, como se estivesse meio intimidada. Mas ela não teve como não tremer de medo, quando viu o resto da família. Mas de forma muito charmosa, ela se deixou ser apresentada para todos, mas sem desgrudar da minha mão. Eu sentia o suor de seu calor, que vinha para mim, de forma a demostrar o quanto ela estava nervosa.

Minha mãe como sempre, a abraçou, fazendo-a se sentir mais a vontade. Senti os olhos de Jason em mim, como se me avaliando. Mas ele sentia com Sarah. Sentia a forte ligação que eu tinha com Milley. Ele me olhava, como se esperasse ver algo mais, ou além. Eu não sabia o que ele queria. Mas era nítido que algo o incomodava. Até que ele falou.

– Não é justo que fique sem... Sua amiga por causa do seu irmão, Ed.

Todos olharam para ele. Mas foi meu pai, quem falou o real sentimento que imperava ali.

– Não é essa a questão, Jason. Ed está preocupado com a segurança de Milley. Ela é humana. Um ponto fraco. Pode ser usada contra nós.

Jason olhou para ele, concordando com a cabeça.

– Por isso também, ela deve ficar aqui conosco. Em outro lugar, pode ser usada com trunfo, ela não pode voltar mais. Nós devemos nos preocupar, em como ele passou por todas as patrulhas sem ser notada, só quando estava a poucos metros daqui e que percebemos sua presença.

– Ela é humana, Jason. Os lobos estão procurando vampiros, não humanos.

Jason levantou a sobrancelha para Edward, como se ele tivesse falando a maior bobagem de todas. Mas foi Carlisle, quem entendeu o raciocínio do meu irmão.

– Mas há humanos que trabalham para os Volture.

Carlise disse, enfim.

– E muitos fiéis e prontos para o sacrifício, em nome da vida eterna. Não se engane, Jacob. Ela estará mais protegida conosco. E diga para os lobos estarem em alerta, mesmo nas formas humanas. Eles podem vir de todos os lugares.

Jason disse isso, deixando todos ali com um frio na barriga, e saiu da sala. Todos sabiam onde meu irmão, com olhar obscuro ia. Ele iria procurar sua loba, que estava na ronda esta noite...

– Acham que devo ficar, então?

Milley perguntou. Sua voz saiu tão baixa, que eu sorri para ela, a abraçando. Ela estava amedrontada, com todos ali a olhando.

– Sim! Deve ficar, querida. Vamos ajeitar as coisas da melhor maneira para você... Venha!

Minha mãe a arrastou consigo, para o quarto de hóspedes. Mas eu ia ter uma conversa muito séria com minha mãe sobre isso. Porque não queria ficar longe de Milley, já que ela estava ali a poucas portas de mim.

– Vá pegar as malas dela, Edmond.

Minha mãe falou, do andar de cima. Eu fui, mais que rapidamente fazer isso. Mas uma mãozinha me segurou no caminho antes, e Sarah me chamou.

– Não deveria ter deixado ela ficar, Ed.

Olhei confuso para Sarah. Do que ela estava falando?

– Para, Sarah! Essa sua implicância com Milley já foi longe demais.

Ela balançou a cabeça, me olhando, com mãos tão juntas uma na outra, que parecia querer se fundir. Ela estava nervosa, mas por quê?

– Não é mais implicância. Sei que ela ama você. Posso ver em seus olhos e nos dela também. Só não quero que ela se machuque, meu irmão. Sei que você sofreria muito com isso e se culparia pelo resto de sua existência. Eu o amo, Ed... E vê-lo sofrer, me mataria aos poucos.

– Sarah, não diga isso. Nada vai acontecer com Milley...

Eu disse, tentando ser forte e não demostrar que o medo também era meu conhecido, quando se tratava de Milley.

Sarah me deu um sorriso fraco, e foi comigo até o carro, me ajudando com as malas...

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( Piazza Navona, Roma, Itália. Meio-dia, do mesmo dia. )


– Obrigado pelas informações, Pierre. Não se preocupe, o pagamento será feito em euros, conforme combinado. Me mande as fotos agora!


A voz de Nahuel se alterou no final. Ele olhava para o celular, numa expectativa quase frenética, se concentrando para não esmagar o aparelho com as mãos. Tão logo as fotos foram postadas, com a rapidez de coisas modernas, ele meio que parou de respirar, em meio a Navona. Naquele café ao ar livre, com pessoas passando, que pareciam muito entretidas com suas vidas, para notar a torrente de sentimentos que invadiam aquele ser imortal sentado ali. Ele que via as fotos que Pierre lhe enviou. Primeiro fotos de uma mulher desconhecida. Depois, de pessoas desconhecidas. Um ou outro ele conhecia. Eram os lobos de La Push. Mas uma em especial, fez seu coração parar e queimar como o fogo do próprio inferno.

– RENESMEE.

Ele disse alto demais, e algumas pessoas se voltaram para ele. Nahuel segurou o celular na mão, encostando ele nos lábios, como se pudesse sentir o cheiro dela, através da tela do objeto inanimado.

– Meu amor! Eu sabia que voltaria para mim, minha querida...

Seus olhos fecharam-se, enquanto ele murmurava consigo mesmo, palavras frenéticas em suspiros, de uma demência sobre-humana.

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Na casa do Black, tudo parecia estabelecer uma certa ordem...



(Edmond )



Alice voltou depois de quatro semanas, desanimada. Ela muito pouco conseguia ver. Parecia que a presença de Jason não era o único fator que impedia as visões de Alice. Mas isso não tinha feito eles acreditarem que estavam em segurança. Não ver, era uma desvantagem. Mas não tinham como ficarem todos trancados dentro de casa por mais tempo. Logo, os Cullen voltaram para mansão deles, e o novo perímetro de vigia foi estabelecido, abrangendo toda Forks também, já que Charlie e Sue estavam fora da reserva, e se recusaram a mudar suas rotinas por causa de um possível ataque, deixando Bella e Leah loucas, com os dois.


– Eles estão certos. Não tem que mudar suas vidas por isso.

Jason disse,enquanto se inclinava, para encaçapar mais uma bola, na mesa de sinuca da garagem, comigo e Maki de adversários. Mas na verdade, estávamos fazendo figuração, porque ele tirava toda a graça do negócio, em não errar nada. Makilan já começava a bocejar com sono, com o taco de bilhar servindo de apoio de corpo. E eu começava a questionar a sanidade do meu irmão, quando ele dizia essas coisas, de forma despreocupada. Girei meu taco, no melhor estilo samurai, mas parei perguntando.

– O que faz você não ter medo de um ataque, Jason?

Resolvi perguntar, já que ninguém compartilhava com ele, essa tranquilidade do meu irmãozão.

Ele suspirou, parecendo que eu tinha feito uma pergunta boba e meio óbvia. Seus olhos corriam sobre o caminho que a bola vermelha fazia, ao encaçapar a verde, e era o fim. Só a preta tinha ficado no veludo verde.

– Nós vamos saber quando ele vierem, Ed. Não se preocupe. Eles virão... É inevitável. Mas não dessa forma sorrateira, como vindo roubar frutas no quintal do vizinho. Eles virão com seus exércitos e aliados, e toda pompa e circunstâncias. Eles não poderão me enfrentar de frente. Por isso, vão tentar me convencer, de que fui enganado pela minha família. De que isso tudo é um teatro como antes, e ele me aceitam de volta, junto com meus primorosos irmãos talentosos. Mas que todo o resto, terá que morrer, para que a lei e a ordem seja estabelecida, e o caos não seja instalado nos mundos dos vampiros, e blá, blá, blá...

Ok! Com isso, Makilam despertou do sono. Eu abaixei a minha espada samurai fictícia, e meu pai tinha ouvido isso muito bem, quando esticou o pescoço de dentro do motor do carro, limpado as mãos na estopa.

– O que está dizendo, Jason?

Ele perguntou calmamente a Jason, que ainda se mostrava arisco com nossos pais. Não como se os odiasse, mas como se não soubesse como lidar com eles. Mas aos poucos eles iam se conhecendo. E Jason tinha muito dos Black. Mais até do que eu, devo admitir. Mas ele tinha esse ar misterioso e perigoso, que eu tenho certeza que foi com vampirada italiana que ele aprendeu a ser assim...

– Eu os conheço muito bem. Sei suas estratégias, Jacob.

Jacob. Olhei para meu pai nessa hora, e vi a linha se seus lábios se prenderem, como sempre acontecia quando Jason falava o nome dele assim,sem um pai na frente ainda.

– Eles podem não saber de tudo. Mas com toda a certeza, já sabem de algumas coisas. Eles devem estar obtendo informações, colhendo de todos os lados. Levantando provas e contatando os membros dos conselhos. Logo receberemos um visita de mensageiros cordiais e tudo. Só lenga, lenga...

Jason disse, como se já tivesse visto isso acontecer um porrada de vezes...

– O que sugere que façamos?

Eu e Makilan nos olhamos nessa hora, porque nunca tínhamos visto meu pai pedir conselhos, sem ser para Sam, ou para meu avô Edward.

– Nada. Não podemos fazer nada, a não ser nos preparar para o inevitável. E que tem fé, que reze. Porque eu não vou voltar. Nem mesmo vou permitir que levem alguém daqui com eles. Para mim, essa merda acaba aqui. Vivendo ou não, eu só quero liberdade.

Meu pai ponderava sobre isso, sem nem mesmo ter se preocupado com o palavão no meio da frase. Isso ia ficar feio, se minha mãe tivesse ouvido. Na verdade, ela ia parar de ouvir a frase eloquente do Jason, quando o merda foi adicionado...

Mas eu ia ficar para sempre com essa frase na minha mente. Porque eu me senti muito poderoso de estar do lado de Jason, e não contra ele. Ele é uma força a ser considerada, sem dúvidas. Mas logo, logo, saberíamos se isso seria o suficiente para deter a fúria italiana.

Ouvimos minha mãe se aproximando, e ela vinha muito séria, com uma jarra de suco e copos empilhados um dentro do outro. Eu sabia que ela tinha ouvido nossa pequena conversa de embate, quando seus olhos cobriram muito séria, os de Jason. Ele não pôde encara-la por muito tempo. Era aquele olhar, sabe... Aquele do esporro, que vinha em seguida. E Jason, mesmo nunca tendo recebido aquele olhar antes, sabia que tava meio encrencado. E aquela coragem toda, que ele falava dos Volturi, cadê?

Minha mãe distribuía os copos. Primeiro para Maki, porque ele era um puxa saco dela. Na verdade, ele tinha meio que medo dela. Ele já tinha me confessado isso antes, e logo ele estava ajudando ela com os copos. O que ela estava longe de precisar, mas ele fazia mesmo assim. Ela agradecia toda sorridente para ele. Mas quando ela ia entregar o copo para Jason, já cheio, ela segurou por um tempo, com ele tentando pegar. Eles se olharam firme, como em um duelo sem palavas. Vi minha mãe franzir o centro dos olhos, e Jason meio que espremer os lábios, sem saber o que fazer, com a olhar de morte certa, dela.

– No futuro, espero que possa me dizer quem ensinou você a ser tão boca suja assim, Jason. Porque tenho certeza, que Alec não foi. Porque ele é um cavalheiro. Mas eu poderia apostar algumas notas, se não foi o indecente do Felix.

Jason ia falar alguma coisa. Eu tenho certeza que sim. Mas ele foi prudente, em olhar antes pra mim e meu pai, que já negávamos com a cabeça, para ele não falar nada. Pelo menos, não agora, que ela estava ainda dando o primeiro aviso.

Ele apenas prendeu a boca com os próprios lábios, e minha mãe soltou o copo, para ele beber o suco de limão, que desceria mais amargo agora, para o meu mais não tão valante irmãozão.

Minha mãe saiu, e seu perfume de flores ainda pairava no ar. Meu pai meio que queria sorrir, mas saiu voltando para seu motor do carro. Maki parecia respirar, como se tivesse prendido a respiração todo o tempo que minha mãe esteve ali.

– É por isso que tenho medo da sua mãe... É isso... Ela me dá medo, cara... Não fique bolado, Jason. Eu me sinto com três anos, quando ela me olha assim, e corro para casa... Mas você não pode correr, cara. Ela ia ficar mais bolada ainda...

– Cala a boca, Maki. Você é um lobo, cara... Que vergonha para a matilha...

Pedi, antes que ele fosse correr realmente para casa, como um coelho assustado.

Jason riu e tomou o suco num gole só, catando os copos e a jarra, indo para dentro da casa. Pensei se ele iria enfrentar a fera. Mas sua cara era amistosa. Então concluí que ele catava os copos e a jarra em um pedido de desculpas, pela sua total falta de jeito com a palavras. Dei mais uns golpes imaginários, com minha espada taco de samurai, e bati de leve na cabeça de Maki. Ele ia protestar, mas eu já corria pra casa, subindo as escadas bem devagar, para pega-la num susto, que ela odiava, mas eu não resistia em fazer isso. Ela ficava muito linda assustada. O barulho do chuveiro me fez parar na porta do quarto dela. Olhei para o andar de baixo e vi Jason e minha mãe em uma conversa monossilábica, e meu pai ainda estava lá fora com Maki e o motor da Ranger. Sarah ouvia música no quarto. Todos distraídos em seus afazeres. Eu não teria outra chance como esta. Abri a porta bem lentamente...

Ela tinha acabado de sair do chuveiro e se enrolava na toalha. Muito rápido, eu a abracei por trás, beijando sua nuca. Ela estremeceu em meus braços, quando um suspiro saiu por sua boca, e eu abafei com a mão. Enquanto ainda beijava seu pescoço, ela se virou pra mim, com os lábios semiabertos. Tentadores demais, para eu sequer tentar resistir aquela oferta doce. A contornei com meus braços, a trazendo para meu corpo. Ela gemeu em um protesto nada muito convincente, e eu me aprofundei mais em seus lábios, que estavam com gotas da água do banho, que iam se secando com o meu calor. A toalha caiu no chão, e isso era muito providencial...

Não a soltei dos meus lábios, mesmo sentindo seu corpo nu em mim, me aquecendo mais ainda.

– Minha toalha, Edmo...

Ela tentou falar em meio ao beijo. Mas eu não estava pronto pra solta-la. Ainda saboreava seu gosto, na minha boca.

– Eu seco você, Milley.

Eu disse, a puxando mais, a levantando até que suas pernas estivessem enroscadas em minha cintura, me deixando meio selvagem nessa hora. Porque eu a queria desde que ela chegou, e ninguém tinha dado uma folga pra gente. Meu pedido de deixar ela no meu quarto foi negado veementemente por dona Renesmee, porque Sarah ainda era pequena para ouvir certas coisas. Mal sabe minha mãe, sobre as perguntas que a fedelha enxerida andava me fazendo.

– Edmond, seus pais...

Milley olhou para a porta, assustada. Eu só queria que ela olhasse pra mim...

– Eles estão ocupados. Eu escuto bem. Se eles se aproximarem, eu ouvirei. Só tem que ficar bem quietinha, amor. Não faz ideia como eu senti sua falta ...

Mais uma vez, eu me afundava em seus lábios. Ela apenas respirava mais rápido, tentando controlar os gemidos...


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( Jason )

Coloquei os copos na pia, junto com a jara de suco. Ela parecia distraída, com uma massa de um bolo, que parecia estar crescendo, conforme ela ia afofando com a mão. Decidi começar a me mostrar útil, e lavei a pequena louça na pia. Mas ela não parecia me dar atenção e continuava a afofar a massa com suas mãos pequenas.

– O que é isso?

Decidi perguntar, já que ela parecia decidida a me dar um gelo. Ela me olhou e sorriu.

– Massa de pizza. Vou fazer para nós, à noite. Chamei Leah e Seth para jantarmos pizza. Você gosta?

Tá! Ela sabia mesmo como me agradar. Eu comeria prego se dissesse que Leah e jantar, na mesma frase. Mas pizza era bem melhor, é claro.

– Gosto muito.

Ela riu mais.

– Da pizza, ou da Leah?

Minha cara devia estar me denunciando, ou não sei o quê... Mas eu sorri meio sem graça, sentando no balcão da pia.

– Dos dois.

– Há... Espero que um, mais que o outro...

– Sim.

– Isso assusta você Jason?

– Não.

Respondi francamente. Na verdade, não me assustava em nada. Eu sempre tive medo de algo assim, e fugiria como um doido, se alguém me dissesse que isso podeira ser assim tão forte. Tão intenso... Mas pensando em tudo agora, em como eu me sentia com Leah por perto. De como eu a queria, só para estar perto, sem força-la a nada. Porque sentia nela, barreiras ainda profundas, como uma cerca que ela tinha, tão severamente, colocado em volta de si. Como um medo de alguma coisa que eu não sabia o que era, mas eu não tinha pressa. Eu sou manso como um cordeiro, com ela. Como se nada fosse mais importante ou urgente. E isso me dava uma paz sublime, como encontrar terra depois de nadar por anos em alto mar. Ela era minha casa. Meu abrigo das noites mais tempestuosas. E isso não era em nada assustador. Era encorajador. Era sentir-me o mais forte e melhor homem por ela, e para ela.

Renesmee me olhava, e eu nem notei que ela agora abria a massa com um rolo. Eu nunca tinha ido a cozinha em Volterra. Mas ela, definitivamente, tem talento para cozinhar. E eu não saberia fritar um ovo, sem talvez tacar fogo em tudo.

– Quer ajuda, para fazer isso?

Perguntei. Mas eu não sei, se eu saberia fazer o que ela fazia. Mas parecia simples, então...

– Quer me ajudar?

Fiz que sim com os ombros. Não era nada de mais, era?

– Seus irmãos nunca me ajudaram a cozinhar, sem eu ter que obriga-los a isso... Venha... É só esticar a massa assim e deixa-la bem lisa. Não coloque muita força. Só um pouco...

Ela ia me falando, e eu ia fazendo. Enquanto ela ia jogando mais do pó branco na massa, que eu vim a saber que era farinha, pelo cheiro.

– Perfeito, Jason. Vamos abrir outras. Temos que fazer muitas. Vocês comem.demais... Então teremos mais umas cinco massas como essa, para fazer.

– Vou lá em cima chamar Sarah para me ajudar com o molho...

– Não precisa. Já estou aqui!!!

Sarah já descia as escadas, um pouco esbaforida, como se estivesse correndo. E estava mesmo, pelo jeito que suas bochechas estavam vermelhas.

– Ótimo! Meus filhotinhos na cozinha. Mas cadê Edmond? Vou chamar o Ed...

Minha mãe já arrancava o avental, e vi os olhos de Sarah quase saltarem do rosto nessa hora, e ela começava a fazer sinais estranhos pra mim, por trás da minha mãe, com a mão aberta, passando pelo pescoço, em sinal de alguém morrendo enforcado. O quê?...

Ela apontava freneticamente lá pra cima, e Renesmee ia subindo as escadas. Então, num ato desesperado, Sarah derruba a massa no chão, com farinha voando para todos os lados. Nessie para assustada, olhando para ela e para mim, no meio do monte de farinha, e para a névoa branca que se formou... Eu me senti uma toupeira. Sarah não queria que minha mãe subisse. Edmond estava lá em cima com Milley. Ah, que droga!!!

– Vai limpar isso mocinha. O que deu em você, Sarah?

Sarah já estava branca, com a farinha no rosto. Mas achei que ela, fosse desfalecer, quando viu seu arranjo falhar vergonhosamente.

– Mãe!

Sim! As palavras saíram da minha boca tão inesperadas, que eu me assombrei e tremi de leve. Mas mentalmente, foi como tirar um peso enorme das costas. Eu, mentalmente já a chamava de mãe, não é mesmo? Pra que bancar o revoltado ainda.

Ela parou, me encarando, meio sem jeito, como se esperasse eu falar de novo. Porque tinha me arrependido.

– Mãe, preciso de ajuda. Acho que a massa já era...

Ela veio descendo a metade da escada, me olhando emocionada, com um sorriso lindo nos lábios. O qual, eu me sentia sem escrúpulos, porque era meio que uma confusão armada naquela cozinha. Ela gentilmente pegou a massa e salvou ela do desastre. Eu me vi gesticulando para Sarah nessa hora, com uma cara de culpa absurda, enquanto ela dava risinhos mudos, tampando a boca com mão e eu balançava a cabeça em sinal de que aquilo tinha sido errado.

– Sarah, pegue balde e pano, para limpar sua sujeira. E não vai pensando que vai se livrar de me ajudar com o molho...

Minha mãe já estabelecia a ordem, e Edmond foi devidamente deixado de lado das tarefas culinárias, já que estava muito ocupado lá em cima. Eu meio que comecei a achar graça daquela bagunça tão família, e deixei me entreter com Sarah e minha mãe, em sua carinhosa bronca pela sujeira de Sarah,e me sorrindo secretamente por eu ter chamado ela finalmente de mãe... E isso era viver em família então. Eu tinha percorrido um longo caminho para descobrir o que era isso. Mas no final, tudo parecia valer à pena, e eu ainda tinha uma batalha para vencer. E por eles, valeria à pena vencer. Valeria à pena, até morrer...


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