Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 38
Capítulo 38 - PERSEGUINDO SOMBRAS


Notas iniciais do capítulo

Não vá você levar um farol a um mundo de sombras.
No máximo, lance por lá um pouco de luz,
e quem quiser luz seguirá rumo ao farol.
Atentai, pois, que existem mundos de sombras
porque existem pessoas que gostam de mundos de sombras.
Augusto Branco



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(LUCIAN )


Eu não sabia o que eu perseguia... Mas seja o que for, estava ferido, sangrando e carregava outro com ele, que também estava ferido. Era um humano. O cheiro não deixava dúvidas. Mas o outro aroma ainda era um mistério. Não era difícil de seguir aquele rastro. Na verdade, eu era atraído para ele, de forma hipnótica.

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(LEAH )


Cruz sangrava muito. Eu tinha a clara noção de que não estávamos sozinhas. A presença estranha estava nos seguindo, e eu já estava ficando sem opções. Na minha forma humana, eu não sou muito rápida, e ainda tem os machucados, que apesar de já estarem cicatrizando, ainda me incomodavam. Minhas costelas também tinham recebidos duros golpes e doíam. Meu ombro estava fora do lugar e eu precisava conseguir coloca-lo de volta, antes de me curar completamente. Cruz ainda estava desacordada, e isso era bom. Ela estaria se contorcendo em dores, se estivesse acordada. Eu a apoiava em meu ombro bom , segurando firme em sua cintura. Tive que vestir o sobretudo da maldita vampira, ou estaria nua, andando pelas ruas, que mesmo desertas, não seria muito agradável andar nua por ai ,ainda carregando outro parecendo bêbado ou desmaiado para olhos menos atentos . Tinha caminhado até a rua principal, onde carros estavam estacionados na calçada. Precisava pegar um e levar Cruz para o hospital. Esse era o plano brilhante que eu tinha em mente. Mas tudo tinha que ser feito rápido. Seja o que for, que estivesse vindo atrás de nós, estava cada vez mais perto.

– Preciso que fique aqui, amiga.

Disse, deixando Cruz desacordada em uma parada de ônibus. Deitei seu corpo sobre os acentos e corri pela rua, olhando dentro das janelas dos carros, procurando algum sem alarme. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu ia cometer um crime de furto. Mas eu não tinha tempo para ficar pensando muito sobre isso e nas implicações que isso me custaria. Encontrei um Nissan Versa, e quebrei o vidro com um soco, que fez os ossos das minha mão estalarem. Mas isso eu me preocuparia depois também. Tinha um alarme no maldito o sedã. Eu demorei alguns segundos para entender os fios certos, para silenciar o alarme e fazer a ligação direta. O dia que eu aprendi a fazer isso me veio de forma tão clara, em frações de segundos, como se estivesse esperando a sua chance de utilidade. Seth e Embry, na oficina de Forks. Eles discutindo, de como fazer o motor ligar sem as chaves e como o alarme seria desligado. Aqueles garotos sabem como mexer em carros. Eu me divertia com eles, sem ter noção de como os ensinamentos, que no dia, me pareceram inúteis, iram salvar minha vida e de minha amiga também .

Dirigi até onde tinha deixado Cruz. Saí do carro, e o cheiro da criatura se intensificava casa vez mais. Pequei Cruz no colo, a colocando no banco de trás, deitada. Entrei e acelerei até o final da rua. Um estridente uivo de lobo me fez frear bruscamente.

“Um lobo.”

Meus olhos não estavam vendo ele ainda, mas já podia ouvir suas patas batendo violentamente no solo. Sim, eram patas pesadas, que começavam a vir mais rápido, como se notassem que estivéssemos escampando...

Cruz gemeu no banco de trás. Meu corpo começava tremer de novo. Eu não podia me transformar. Não ali. Mas e o lobo? Como tinha um lobo ali?!


Outro gemido de Cruz...


Ali parada, com o pé na embreagem do carro e o freio de mão puxado, a minha vida parecia ter congelado por alguns segundos. Meu coração parecia um tambor, que era batido com socos ferozes. “Quem estava vindo?” Aquela presença perturbadora era um lobo.

– Leah...

Cruz gemeu meu nome, no banco de trás. E isso, despertou minha mente da paralisia.

Eu precisava levar Cruz para o hospital. Ela estava despertando. Me concentrei, usando todo o meu autocontrole. Pisei fundo no acelerador. Os pneus soltaram fumaça, e o cheiro da borracha queimada estava subindo pelo ar. O hospital ficava no centro de Gerona.


Olhei pelo retrovisor do carro, para tentar ver nosso perseguidor. Tentar ver se ele ainda nos seguia. No íntimo, dentro do fundo da minha alma, eu queria que sim. Que ele estivesse bem atrás de nós... Quem era a criatura? Porque andava entre vampiros e híbridos?


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( Lucian )


– Não, não, não!!! O desespero começava a vir. Me vi em fúria, ainda na minha forma de lobo , mas eu não podia mais continuar assim. O rastro tinha ficado mais fraco, se afastando rápido demais. O cheiro de borracha queimada estava ali, no meio da rua deserta. Eles seguiram de carro... Mas para onde? Droga ! Eu estava perseguindo sombras ...

Comecei a andar de um lado para o outro, depois em círculos, farejando diversos odores estranhos, que se misturavam, me confundindo. Abaixei, desolado. Meu corpo parecia ter sofrido golpes violentos, como se alguém estivesse me batendo com murros bem no peito. O cheiro estava se esvaindo nas partículas do ar. E logo, não estaria mais ali.

Eu poucas vezes, tinha me permitido chorar, na minha curta vida imortal. Mas o desespero que me abatia no momento, eram ondas violentas. Meus olhos ficaram pesados e molhados. Eu estava na minha forma de lobo ainda, mas podia sentir o bolo que se formava no meu estômago. Me encolho em meio ao escuro da rua, onde nem mesmo a claridade da lua podia me iluminar. Inerte, vazio, incompleto... O lobo foi embora, e minha forma humana já era presente . Ficou muito pior assim. Sentir essa tormenta na, forma humana, é massacrante demais. As lágrimas que eu reprimia, vieram, lavando meu rosto. Me sentia fraco. Mutilado. Nas sombras escuras da rua, me encolho abraçando meus joelhos, sem entender o que me acometia todo aquele desespero... O cheiro, eu tinha perdido...

Me sentia tão desesperado, que soltei um berro furioso, em meio às lágrimas insanas, que ainda caiam... Eu estava enlouquecendo? Minha vontade de correr e devastar toda aquela cidade era muito forte... Nada parecia muito coerente naquele momento, mas a certeza que eu precisava encontrar de novo o rastro, era a única coisa que mantinha minha sanidade.

– Lucian!

A voz de Jane saiu das sombras, vindo rápido em minha direção, mas eu não conseguia vê-la claramente. As lágrimas não deixavam, e trouxe uma raiva quase cega.

– Me deixe em paz!

Rugi, praticamente. Ela não se deteve com isso. Agarrou meu rosto em concha com sua mãos frias.

– O que ouve? O que aconteceu com você? Fale comigo, Lucian. Por que está chorando desse jeito? Está ferido?

Me soltei bruscamente dela. Eu não queria isso. Eu não queria consolo. Eu não queria ficar perto de ninguém... Ninguém tinha que me ver daquele jeito. Parecia um maluco desesperado. Eu não estou em condições de falar ou discutir. Minha alma, parecia que tinha abandonado meu corpo...

Jane cobriu meu corpo com sua capa, e aos poucos me deixei ser levado por ela, dali. Eu percebia fracamente, que a noite já tinha perdido muito de suas horas. Logo amanheceria...

E minha busca recomeçaria...


Eu não tinha desistido.


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( Leah )

Sentada na sala de espera do hospital central de Gerona, minha mente estava caótica. Mas tentava focar minha atenção em Cruz, que estava sendo medicada na sala ao lado. Ela tinha despertado e estava gritando em dores. Eu nada podia fazer para aliviar isso dela.

Meus ouvidos supersensíveis, não me poupavam de ouvir sua agonia.

Em um certo momento, ela parou. Deve ter sido medicada. Seus braços estavam quebrados e ela tinha sofrido vários ferimentos, que estavam sendo tratados pelos médicos. Ofereci-me em ajuda. Eu estava no último ano de enfermagem, mas fui dispensada pelos médicos espanhóis, e eu tinha a clara impressão, que devia ser por causa da minha aparência horripilante. Descalça e com o sobretudo fedorento da vampira. Eu devo estar uma bagunça. Passei a mão pelo cabelo, tentando diminuir a bagunça, mas acabei desistindo. Nada ia adiantar. Eu estava descalça e cheia de manchas de sangue seco pelo corpo.

– Você está bem?

O homem parou na minha frente, e de princípio, eu não tinha entendido sua pergunta, que foi feita em espanhol. Ele deve ter notado minha confusão, e começou a falar em inglês, com um sotaque carregado.

Confirmei que estava e perguntei de Cruz.

Ele disse que ela ficaria bem, mas precisavam dos responsáveis dela ali. Ela ainda é considerada menor de idade. Tinha dado a desculpa da briga na praça e na hora foi tudo que tinha me ocorrido. Notei ele ligando para polícia assim que terminou com as perguntas.

Droga! Eu tenho que sair daqui. Ainda tinha um carro furtado, parado bem na porta do hospital. Notei os seguranças, meio que de olho em mim. A certa altura, dei um sorriso falso para eles, tentando passar uma falsa tranquilidade e fui saindo em direção ao banheiro do hospital.

Tinha que sair logo dali. Eles tinham chamado a merda da polícia. Olhei ao redor, e a única opção que tinha para minha fuga era um pequeno basculante, que eu tive que tirar do lugar, amassando as grades de proteção. Passei espremida, e tive que me equilibrar no meio fio do prédio, a altura era de três andares. Nada demais! Mas já estava amanhecendo, e logo, alguém poderia ver uma louca saltando no meio da rua. Me esgueirei pelo meio fio ainda e fui até o telhado da construção vizinha, só para ter a visão da viatura de polícia parando bem na porta do hospital. Saí dali e fui até a próxima construção, me esgueirando com cuidado, para não ser vista em uma casa. Saltei para a rua, depois de ter conseguido uma certa distância do hospital.

De volta ai hostel, eu não tinha tempo a perder. Peguei minha mala e enfiei tudo que eu tinha, nela. Um banho rápido, foi tudo que me permiti, e uma carta longa para Cruz, onde eu prometia entrar em contato e rezava por ela, para que ficasse bem. Eu não sabia o quanto Cruz tinha visto. Se isso ia deixar a pobre menina traumatizada, ou com algum tipo de sequela. Eu não tinha tempo, nem para pensar. Deixei o bilhete bem à vista, no espelho do quarto que dividíamos. Encostei no batente da porta, só para fazer uma última coisa... Uma porrada, no ombro, para que ele voltasse ao lugar. Caí de joelhos, quase desmaiada. A dor foi brutal, mas eu, estranhamente, agradeci por isso. Era melhor a dor física, do que a outra. A outra estranha dor, que eu estava tentando não pensar. A dor, de parecer, que alguma coisa estava me faltando, me chamando para outro lugar. O uivo do lobo veio tão claro na minha mente, nessa hora. Um lobo nos seguia. Mas ele não estava sozinho. Tinha vampiro com ele...


Levantei do chão, pegando minha mochila. Dei uma última olhada no quarto e sai, rumo ao aeroporto, pegar o primeiro avião para casa.



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(Lucian )

– Posso ajuda-lo senhor?

O rapaz do balcão me olhava desconfiado. Eu apenas observava o hospital, tentando me encontrar. Me localizar. Sim! Estava ali! O cheiro ainda estava ali. Fraco... Quase nada, agora.

Eu apenas me permiti tomar um banho e vestir roupas no hotel. Jane ainda tentou me seguir, mas eu quase a joguei pelas escadas do prédio a baixo. Eu não a queria perto de mim. Eu não a queria perto de nada que eu estava procurando.

Me aproximei do balcão e tentei sorrir para o rapaz, que tinha me questionado.

– Preciso saber quem deu entrada no hospital na madrugada de ontem. Duas pessoas.

O homem me olhou desconfiado, mas foi até o computador.

– O senhor é parente? Qual o nome da pessoa que procura?

– Minha irmã.

Disse, sem pestanejar, da forma mais firme que consegui.

Eu não sabia se eu estava no caminho certo, mas tinha que seguir minha intuição. Algo no meu íntimo, dizia que eu estava perto da loba cinza, do meu sonho. O cheiro era praticamente o mesmo. Era uma mulher. Tinha que ser ela...

– Qual o nome da sua irmã?

– Jane Kilt.

Droga! De onde eu tinha tirado isso?

O Homem digitou o nome no computador, e eu comecei a ficar impaciente. Sabia que ele não ia achar Jane nenhuma...

– Não foi dada a entrada de nenhuma Jane aqui... Mas tem uma moça, ainda não identificada. Outra moça a trouxe de madrugada. Pode ser sua irmã...

Eu quase pulei o balcão, para tirar aquele homem da minha frente. Mas eu tinha que me controlar.

– Onde ela está?

– Quarto 202. Está se recuperando. Quebrou os braços e uma das costelas. Ela chegou muito machucada. A outra moça, disse que foi a confusão na praça e eu chamei a polícia. Mas a moça desapareceu depois disso.

– Por favor, deixe-me ver a moça. Preciso saber se é minha irmã.

– Claro! Pode ir. É só seguir o corredor da direita...

Sai dali. Ele me chamou algumas vezes, pedindo meu nome, mas eu estava nervoso demais para me importar com isso. Quarto 202. Olhei, conferindo o número na porta. Entrei...




A menina adormecida, tinha a aparecia de uma criança ainda. Não era ela. Não era a loba. Mas o cheiro dela era o mesmo que estava na rua, misturado com a canela, que eu tanto procurava.




– É sua irmã?

A voz do homem vinha de traz dos meus ombros, enquanto eu ainda encarava a menina desacorda no leito .

– Não! Mas eu conheço ela. Pode nos dar licença, só um instante?

O cara tinha dúvidas. Ele parecia ponderar em me deixar ali com a garota.

– QUEM É VOCÊ?

A voz da menina chamou nossa atenção. Eu olhei para ela, que tinha aberto os olhos e me olhava com curiosidade.


– Meu nome é Lucian, e procuro alguém que estava com você naquela praça, garota... Quem é a garota que estava com você, e onde ela está?


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( La Push )

– Nessie!

A voz de Jacob me fez desviar os olhos, que eu tinha mantido firme no mar. Quanto tempo eu estava ali na praia, olhando a linha do horizonte? Não sei! Meus pés já estavam fundos na areia, mas eu me sentia muito bem, como não me sentia há dias, ou semanas. Como se um peso tivesse sido removido de cima do meu corpo.

Jacob me abraçou pela cintura, com o queixo na minha cabeça.

– O que está olhando?

Sorri com a pergunta dele. Eu olhava o horizonte. Numa atitude insana , tentando ver a Itália.

– Ele ainda está lá, Jacob.

– Por pouco tempo, amor, já disse. Vamos traze-lo de volta. Eu e seu pai, já estamos com tudo programado, Nessie. Eu...

Balancei a cabeça, sorrindo para ele. Me virei, e vi a clara confusão nos olhos do meu marido.

– Não! Nós não vamos! Ninguém vai mais a lugar nenhum, Jake! Meu filho está voltando...



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Notas finais do capítulo

Me matem agora , eu sei que mereço,,. Mas antes umas palavras em minha defesa ...Eu não escrevo em ordem , eu escrevo de forma caótica , acreditem , mas agora acabou o choro e a vela vou logo dar o nome do próximo capitulo e vocês terão uma clara definição do que vira por ai ... CAPITULO 39 - DE LUCIAN A JASON.
Bjs



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