Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 11
Capítulo 11 - ÁGUAS CLARAS


Notas iniciais do capítulo

MEUS AGRADECIMENTOS ESPECIAIS PARA O MEU MAS NOVO LEITOR KIILLERQUEEN QUE FOI MUITO GENEROSO RECOMENDOU A PRIMEIRA E A SEGUNDA TEMPORADA E AINDA DEU UM APELIDO FOFO QUE EU AMEI A NOSSA PEQUENA SAGA RSRSRS M.A.I.2 OBRIGADO PELO CARINHO ESSE CAPITULO DEDICO A VOCÊ !!!!
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Nós não somos o que gostaríamos de ser.
Nós não somos o que ainda iremos ser.
Mas, graças a Deus,
Não somos mais quem nós éramos.
Martin Luther King
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PDV - Seth - (Sarah. Segunda parte )





– Seth! Seth !!



A voz de Embry me despertou. Olhei pra ele confuso e meio tonto.

– O que foi, Embry?

– Cara, eu tô te chamando ha um tempão. Onde você tava com a sua cabeça?

Eu bem que queria responder, mas isso só ia fazer ele me encher com suas piadinhas sem noção.

– O que você quer, Embry ?

Perguntei de má vontade.

– Nossa! Você tá azedo, Seth. Eu quero saber quando as peças do Camaro dos Werds vão chegar. Faz uma semana hoje. Você não esqueceu de encomendar? Não diga isso! A mulher é maluca, Seth. Ela liga todo dia pra saber desse carro.

– Tá! Eu não esqueci. Elas devem estar a caminho. Eu já encomendei, mas elas vem de fora. Explique isso a ela. Demora, mesmo.

– Droga! Não vejo a hora de me livrar dessa maluca, e você ainda me fala que vai demorar. Seth!! Seth!!Tá me ouvindo??

Olhava o nada. Eu não tava nada bem. Alguma coisa estava errada. Minha mente não conseguia se focar ali. Olhei Embry nos olhos. Ele falava alguma coisa, mas eu não sei o que era. Levantei da mesa, pegando minha jaqueta, nas costas da cadeira. Embry me olhava sem entender nada. Não era um bom dia a oficina cheia de carros , era péssima ideia sair e deixar Embry na furada , mas meu coração estava sendo esmagado por mãos de gelo .

– Vou sair! Eu já volto, Embry.

Subi na moto , indo até La Push. Parei em frente a casa de Jake. Ele não estava lá. Devia estar em uma das oficinas de Seattle ou Port Angeles, mas não era ele que eu precisava ver. Era minha garotinha, que na última noite não me parecia nada bem.

( Relembrando:)

Jacob já tinha me dito antes de chegarmos na casa, que ela tinha tido um surto de crescimento e estava toda triste com isso, se achando feia e esquisita, como se isso fosse possível. Fomos pra casa dele, como sempre fazíamos depois do trabalho. Já é uma rotina. Ficava com Sarah até ela dormir, depois ia pra casa. Era o nosso momento. Fazíamos o que ela queria. Histórias, desenhos, brincadeira, qualquer coisa. Mas aquele dia, eu não sabia o que esperar . Quando chegamos, Edmond correu para Jake e eu já estranhei ela não vir também para abraça-lo. Eles sempre disputam, pra ver quem abraça o pai primeiro, quando ele chega. Depois, ela vinha toda sorridente me abraçar também. Mas aquele dia, só Edmond veio e eu olhei desconfiado para a janela de seu quarto. Havia um vulto na cortina, mas eu deixei passar, entrando com Jake e Edmond na casa. Ainda nada de ver minha menininha. Não estava na sala assistindo desenhos, nem na sua cadeirinha que estava estranhamente empurrada em um canto da sala de jantar. Olhei desconfiado, sentindo seu cheirinho de morangos e framboesa, que vinha lá de cima. Mas por que ela não descia? Jake as chamou. Nessie desceu, se jogando nos braços de Jake, dando um beijo nada discreto em sua boca. Olhei para Edmond, que colocava o dedo na boca, como se fosse vomitar e eu acompanhei ele com o mesmo gesto.

– Onde está Sarah?

Jacob perguntou em seguida, quando Nessie o soltou. Ela só apontou o dedo pro andar de cima e ele subiu a escada de dois e dois. Nessie me olhava, e eu só acompanhava Jake sumir para o andar de cima, louco de vontade de subir também. Mas eu não podia! Não podia invadir assim, a privacidade da minha princesa. Se ela não desceu, é porque não quer me ver ainda.

– Ela está bem, Seth. Só um pouco envergonhada com seu novo aspecto.

Olhei agradecido para Nessie. Ela sempre me entendia e era a que me tranquilizava, quando minha cabeça viajava em preocupações por Sarah. Ela me pegou pela mão e fomos para mesa jantar. Edmond, como sempre, com seus comentários inteligentes nos fazia rir de um documentário que ele tinha assistido, que estava cheio de erros. O garoto é um Nerd, mas sem cara de Nerd. Ele tem cara desses surfistas. Está crescendo rápido.

Ouvimos Jake descer. Não olhei de imediato para ela. Ela estava nervosa, eu podia sentir. Agi de forma natural, mas percebi que ela continuava parada como uma estátua na porta. Me virei para olhar pra ela, mas a única coisa que eu vi, foram seus olhos tristes. Seus olhos verdes, como um mar furioso, tristes e apreensivos. Dei o meu melhor sorriso pra ela. O sorriso que eu só dou pra ela. Para minha menininha.

– O que foi, princesa? Não vai me dar um abraço?

Ela correu, me apertando em um abraço firme, com um sorriso lindo no lábios. Coloquei ela no meu colo e ela me olhava estranho, me analisando, e eu só conseguia me prender mais em seus olhos. Por fim, sorriu satisfeita com alguma coisa que eu não sei o que era. Nessie a mandou sentar, e ela olhou triste para sua cadeirinha. Mas ficou toda feliz, quando Jake a colocou do seu lado. Provocou Edmond e já sorria feliz de novo. O meu coração parecia mais leve, só de vê-la assim, sorrindo de novo.

Eu e Jake lavamos a louça. Nessie jogava gamão com Edmond na sala. Jake se juntou a eles quando terminamos e eu fui procurar Sarah. Encontrei ela no quintal dos fundos, sentada no balanço que eu fiz pra ela assim que eles vieram para a casa de La Push. Ela foi toda triste em deixar o chalé. Ela amava o chalé, e ficar longe de Alice e dos outros, a deixava cheia de saudades. Fiz o balanço para animá-la com a casa nova. Agora, eu percebia que seus pezinhos descalços estavam com a ponta dos dedos encostados no chão. É! Ela cresceu um pouco. Ela olhava o horizonte distraída. Nem percebeu quando me aproximei. Ela cantarolava uma musiquinha infantil. Lógico que só podia ser a da borboletinha. Eu completei a música, cantando com ela, puxando o balanço para pegar impulso.

– Pare, Seth! Não precisa mais me empurrar. Eu já consigo sozinha. Não vê? Meus pés já alcançam o chão. Pelo menos a ponta deles.

– Estou vendo. Mas ainda posso empurra-la mais alto e mais alto.

Ela ria nervosamente, na expectativa. Eu segurava o balanço quase na minha altura. Ela foi bem alto, mas eu a agarrei na volta, pela cintura. Morri de medo dela cair. Ela ria ainda mais e eu ria junto com ela. Ela é tão pequena, que eu podia carrega-la em um braço, sem a menor dificuldade. Mas ela parou de rir no meu colo, me olhando muito fundo. Ouvi seu coração batendo muito rápido, e isso começava a me preocupar mais. Ela me encarava, e eu estava preso ali, sem poder me mexer. Alisou meu rosto com a ponta dos dedos, em um carinho. Seus olhos começaram a me perturbar, como se quisessem invadir minha mente .

– O que foi, Sarah? Está me assustando, me olhando assim. Está tentando ler minha mente, por acaso?

Ela parecia assustada, como se tivesse sido despertada de algum sonho bom.

– NÃO! Claro que não! Eu só fiquei confusa, eu não sei. Você não disse nada de mim, como eu estou diferente. Não percebeu?

Eu a coloquei no chão, me abaixando para ficar na sua altura, e disse com toda a sinceridade da minha alma, que não me permite mentir pra ela.

– Não vejo nada de diferente em você, princesa. Está linda como sempre, com esses olhos, que parecem guardar os segredos do mundo.

Ela se afastou, e meu peito se apertou nessa hora. Vê-la fugir de mim, me olhando estranho, foi devastador.

– Eu não guando os segredos do mundo. Só os do meu coração.

Ela correu pra dentro da casa, me deixando ali parado, com cara de paspalho, sem entender nada. Mas alguma coisa preocupava minha pequenininha, e eu tinha que saber o que era. Entrei na casa. Jacob me olhava contrariado, já pensando que eu tinha falado besteira pra ela. Fiz que não com a cabeça e ele subiu. Dessa vez eu não ia esperar. Tava agoniado demais. Edmond entrou na nossa frente, Jake em seguida. Eu fique como um paspalho, parado na porta do quarto dela. Nessie a consolava. Ela estava chorando. Mas por que ela estava chorando? Eu fiz alguma coisa? Tentei me lembrar de ter dito algo errado, mas nada me ocorria. Ela pareceu se encolher mais quando me viu, o que me fez me sentir um merda. Ela tava assim por culpa minha.

– Edmond, diga para ela se acalmar. Ela está ficando muito quente.

Ouvi Nessie dizer, e Edmond a olhava sem acreditar. Eu me apavorei na mesma hora.

– Não mãe! Não! Eu estou bem.

Sarah pediu em uma voz ainda chorosa. Eu a ajudei, suplicando também à Nessie. Dando um passo à frente, fechando a mão em punho, já tentando controlar os tremores que vinham.

– Não, Nessie! Não precisa.

– Então tente se acalmar, Sarah, para podermos conversar com calma, sem que você fique neste estado, meu amor.

Sarah tentava se recompor da melhor maneira, ajeitando os cabelos e secando as lágrimas.

– Estou calma agora. Pode falar, mãe.

Todo mundo parecia relaxar. Mas eu sabia que ela estava nervosa, ainda tentando se segurar para não cair no pranto de novo.

– Seth, você quer falar com a Sarah à sós?

A minha boca ficou seca nessa hora. Eu não tava acreditando. Eu não me preparei pra isso. Ouvi Sarah gritar desesperada. Ela nunca grita. Vê-la assim, estava me deixando doente.

– Não! Não, mãe!

– Calma, Sarah! É melhor, amor. É ele quem deve te contar.

Jake suspirou pesado, batendo com o pé no chão. Se tinha alguém mais contrariado que eu, com aquela situação, era ele com certeza. O que Nessie estava tentando fazer? Ela é um criança. Não vai entender nada. Vai ficar apavorada e fugir de mim, como se eu fosse um tarado maluco. Mas se era para acabar com o sofrimento dela, eu falaria. E seja o que tiver de ser. Se ela estava assim por causa de alguma coisa que eu tinha feito, mesmo sem querer, eu tinha que tentar consertar.

– Não precisam sair. Fiquem! Sarah se sente melhor com vocês aqui. Não saiam!

Eu falei, mesmo com meu coração, que parecia querer se derreter dentro de mim. Ela nem mesmo me olhava e começava a chorar de novo. Eu comecei a falar meio vacilante. Eu não sei porque, mas sentia que esse não era o momento dela saber. Não assim, como se fosse a pior notícia do mundo. Mas eu não podia vê-la assim. Era doloroso demais.

– Sarah... Voc

Nessi me interrompeu. Ela nem mesmo me olhou. Ela e Sarah estavam em uma conversa mental. Eu me vi excluído de repente. Um intruso! Não só eu. Jacob e Edmond também estavam fora do papinho delas. Eles entendiam menos que eu, o que tinha acontecido.

– Depois, Seth! Agora não. Não é o momento! Saim todos! Vão! Saiam! Sarah e eu vamos conversar sozinhas. Edmond, já pra cama. Está tarde.

– Ah, mãe. Seja...

– Nada de ah, mãe. Jake, saia com Seth. Vão tomar uma cerveja, jogar basquete na garagem. Não sei. Saiam daqui. Nada de ficar escutando nossa conversa.

– Vamos logo, Seth!

Fomos expulsos do quarto. Jake me empurrava pra fora. Edmond foi resmungando pro quarto. Jake me levou pra cozinha. Pegou duas cervejas. Me jogou uma e fomos pra frente da garagem.

– Você entendeu alguma coisa do que aconteceu lá dentro, Jake?

Ele colocou a garrafa de cerveja no chão, pegando a bola de basquete, enfiando na cesta, sem a menor dificuldade. Bufou e me olhou com desgosto, pegando a bola e quicando no chão.

– Pro seu bem, eu espero que seja um dessas crises de adolescência chegando, ou que ela esteja assustada com seu crescimento de um dia para o outro.

Olhei intrigado pra ele, sem entender. Ele me jogou a bola com uma força desnecessária, ao meu ver. O que me fez curvar sobre a barriga, quando ela chegou em mim, mesmo eu a pegando.

– Por que pro meu bem? Eu não fiz nada, Jake. Eu...

As palavras morreram na minha boca. Eu encarei Jake, assustado.

– Será que ela sabe, Jake? Ela descobriu? Alguém falou pra ela?

Ele me olhava pensando.

– Não! Ninguém contaria isso pra ela. Nós não falamos isso aqui em casa. Nem Edmond sabe, Seth.

Jake falou da forma mais tranquila, o que fez eu me acalmar um pouco. Ele me olhava com pena agora, vendo a agonia em que eu estava.

– Calma, amigo! Ela está passando por mudanças, Seth. Deve estar confusa e se sentindo estranha. Tenha paciência. Logo passa.

Olhei esperançoso pra ele, mirando no aro, fazendo a cesta. Ele riu, pegando a bola no ar, se desviando da minha tentativa de pega-la de volta.

– Desiste, Seth. Você é muito lento.

Nessie me chamou, acabando com nossa disputa amistosa.

– Ela tá te chamando, Seth.

Nem esperei ela falar duas vezes. Corri para o quarto dela. Ela estava la cheia de bichinhos de pelúcia em volta. Só via seu rosto. Seus olhos fechados, mas eu sabia que ela não estava dormindo. Seu coração batia muito rápido. Dei um beijo em sua testa e ia me afastando, mas ela abriu os olhos e me deu um sorriso tímido. Dei um sorriso pra ela, já tentando me afastar. Não queria perturba-la mais. Eu sentia que ela estava assim por minha culpa, mesmo não sabendo o que era.

– Eu sinto muito, Seth, pelo meu comportamento descontrolado de hoje. Sei que tem algo importante pra me dizer. Pode falar agora. Eu estou mais calma.

Ela pediu. Mas eu sabia que ela, no fundo, não queria saber. Ela não estava pronta pra saber isso.

– Agora não! Outro dia! Eu prometo. Agora durma, meu anjo. Foi um dia muito cansativo pra você, bebê. Está tudo bem.

– Obrigada, Seth. Eu... Eu... Eu amo você.

Ela sempre me dizia isso, e meu coração se enxia de alegria em ouvir,. Mas hoje foi diferente. Ela parecia vacilante e indecisa, como se dizer aquilo não fosse correto. Fosse algo ruim.

– Também te amo, bebê.

Saí do quarto, e ela já se alinhava de novo na cama, abraçando seus ursinhos. Olhei para o lado e vi sua casinha toda destruída, como se alguém tivesse sido jogado em cima dela. Eu sabia o quanto ela amava aquele brinquedo. Charlie deu a ela. Amava brincar com ela. Olhei para ela de novo, que parecia já mergulhar em sono profundo. Sai do quarto, sem fazer barulho.


(Voltando :)



Continuei ali parado. A casa estava quieta demais. Desci da moto, batendo na porta. Ninguém atendeu. Contornei a casa. Nessie estava no jardim, falando ao telefone. Acenou pra mim, para que eu fosse até ela.


– Mãe, eles saíram faz uns dez minutos. Devem chegar aí daqui à pouco. Me avise quando eles chegarem. Edmond está com aquele skate. Odeio aquele troço. Devia ter quebrado ele na cabeça do tio Emmet, assim que ele deu isso pro meu filho. Sarah está com ele. Ela quer ver Carlisle. Não! Não tem nada de errado com ela. Ela só esta meio confusa e...

Nessie me olhava. Me senti mal por estar escultando sua conversa, mas era inevitável. Não tinha como não ouvir.

– Depois eu te falo melhor. Só me avise quando chegarem e quando saírem. E por favor, veja se eles estão de capacete, mãe. Eles não me enganam. Estes pestinhas jogam o capacete fora e pegam depois. Me avise! Nada de protegê-los. Tá! Também te amo! Mande beijos a todos. Diga que eu os amo. Tchau.

Ela sorria, me fazendo sentar na mesinha do quintal. Tinha uma jarra de suco lá. Ela me serviu e colocou pra si.

– Viagem perdida, Seth. Ela saiu. Está na mansão com Edmond.

– É! Eu ouvi. Eles jogam mesmo o capacete na floresta?

Nessie riu, colocando a mão no queixo, confirmando com a cabeça.

– Eles são terríveis. Pensam que eu não sei. Tenho certeza, que se eu procurar, vou achar dos capacetes. Um rosa e um vermelho, jogados em alguma moita da estrada. O que vou fazer? Me preocupo! Sei que são quase indestrutíveis, mas é mais forte que eu. Preciso protege-los, ou ao menos tentar, quando eles permitem.

Rimos juntos deles. Me lembrei da casa de boneca de Sarah.

– Nessie ,se importa se eu subir e consertar a casa de boneca de Sarah?

Ela me olhou agradecida, afagando meu ombro.

– Claro que não, meu amigo. Por favor! Ia pedir ao Jake, mas acabei me esquecendo completamente. Pegue as ferramentas na garagem. Você sabe onde está. Mas vou deixar você aí. Vou no mercado, comprar algumas coisas. Tudo bem?

– Claro, Nessie! Vai lá!


Consertei a casinha de Sarah e voltei para oficina. Já me sentia mais calmo, mas mesmo assim, minha mente não conseguia se focar. A tarde passou lenta e chata. Nada estava conseguindo, realmente me prender ali. Olhei impaciente o relógio. Faltava umas duas horas para o Jake aparecer, para irmos embora. Pequei meu celular, enviando a ele uma mensagem.



(( Desculpa Irmão. Não deu pra esperar. A gente se encontra lá. ))


Pequei a moto, correndo demais. Eu me sentia fraco e angustiado. Meu coração começava a bater de forma muito estranha no meu peito. Forcei mais a moto, e cheguei à praia. Tinham algumas pessoas na areia e elas olhavam para o mar e apontavam. Estava a poucos metros da casa de Jake. Vi a prancha de Edmond jogada de qualquer jeito na areia, o que me fez olhar pro mar. Meu peito se apertou ainda mais. Vi Nessie nadando, puxando Edmond pelo braço. Tinha outro menino lá. Era o filho de Sam. Tirei a blusa e joguei de qualquer jeito. Meus sapatos voaram para qualquer lugar da areia. Nadei como um louco. Já podia ouvir os gritos de Nessie, que parecia desesperada. Nadei até ela. Ela me olhou com desespero, segurando Edmond firme, pelo braço. O garoto tentava se soltar dela. Queria nadar, mas já estava quase desfalecido em seu braço.

– Lá, Seth!

Ela apontou para onde o outro menino estava. Ele mergulhava, como se procurando alguém submerso.

– Sarah, Seth... A correnteza está puxando ela. Vá busca-la pra mim.

Nessie dizia em meio às lágrimas, e meu peito parecia que estava se rasgando. Os tremores tentaram me alcançar, mas um lobo ali no meio do mar não ia me servir de nada. E como um comando instintivo, eles pararam. Eu mergulhei, como se fosse arrancar a areia do fundo daquele mar. Meu olhos brigavam com o sal, que tentava queima-los. Mas meu corpo resistiu. Vi minha criança. Ela caía desacordada, na imensidão do mar. O menino tentava pega-la, mas a correnteza ali era feroz e a puxava mais para dentro do grande mar . Forcei mais minhas braçadas. Meu corpo submerso brigava, querendo a superfície. Querendo ar. Mas eu só ia sair dali, quando o mar me devolvesse o que ele tentava me tirar. Minha menina. Só subiria com ela, ou não subiria mais. O menino subiu, provavelmente sem ar. Eu finalmente já conseguia pega-la por seus braços. Mas o mar parecia decidido em nos manter bem ali com ele. Me abracei à Sarah, puxando- a pra cima, com toda minha força. Cheguei à superfície com ela. Meu peito parecia que ia explodir. O menino nadou até nós, me olhando assustado.

– Você conseguiu. Você a pegou, Seth. Temos que voltar.

Ele tentou me ajudar com ela, mas eu a segurava firme. Não permiti que ele a pegasse de mim. Ele não insistiu e nadou na frente. Eu nadei com Sarah. Quando já podia pisar com minha pernas no fundo, eu a carreguei no colo. Nessie veio até mim chorosa e desesperada. Coloquei Sarah na areia. Edmond estava se tremendo, enrolado em uma toalha. Eu sabia que aquele tremor não era frio, mas eu estava focado na minha menina. Nessie começava a fazer respiração boca a boca nela, e foi desesperador ver a quantidade de água que minha menina começava a botar pra fora. Eu virei seu corpinho frágil, para ajudar a colocar tudo pra fora. Depois de um tempo, eu achei que o mundo tinha se congelado,. Porque não via nada, só Sarah ali deitada inerte, com uma cor arroxeada. Nessie agora tentava massagem cardíaca. Alternando com respiração. Para o alívio da minha alma, ela já começava a tossir e a tentar respirar com dificuldade. Meu coração, parecia finalmente bater, como se ele tivesse parado quando o dela estava quase parando também.

– Seth!

Ela falou devagar, em meio a respiração pesada.

– Oi, bebê. Eu tô aqui.

Disse, a pegando nos braços. Nessie foi na frente, levando Edmond. Ela olhou para trás, chamando por alguém, que eu não vi quem era. Subi, levando Sarah para seu quarto. Ela se encolhia toda em meus braços.

– Frio, Seth. Estou com frio.

– Calma! Já vai passar.

Coloquei ela na cama. Ela segurava meu braço, não querendo soltar. Eu me deitei ao seu lado, esquentando-a, que começava a ficar em sua temperatura normal.

Nessie entrou no quarto e pegou uma toalha. Eu tinha que sair dali, para deixar Nessie cuidar dela, mas meu corpo não conseguia se mover para longe dela. Com muito esforço, eu levantei deixando elas sozinhas. Quando Nessie me lançou um olhar, me tranquilizando. Desci e encontrei Edmond sentado no sofá. Ele tremia. O filho de Sam estava com ele e tentava acalma-lo. Mas era inútil, pois ele tremia também. Os dois iam se transformar, mas o filho de Sam me olhava, entendendo exatamente o que estava acontecendo.

– Garoto, tente se acalmar.

Falei o mais firme que eu pude. Ele me olhou com raiva, e isso não era nada bom.

– Meu nome e Makilam.

Ele disse entre dentes.

– Eu sei! Agora, sai. Vá lá pra fora, agora mesmo!

Ele me obedeceu, correndo como um foguete. Edmond me olhava sem entender nada, mas ainda tremia. Nessa hora, Jake entrou nos olhando. Seus olhos quase saltaram quando viu o estado de Edmond.

– Vai acontecer, Jake. O filho de Sam está lá na floresta. Fique com Edmond. Vou atrás dele.

– Vamos todos. Venha, Edmond!

Jake deu o comando, e corremos rumo à floresta. Seguimos o cheiro de Makilam, que estava à poucos metros. Já estava transformado. Sua forma de lobo lembrava muito a de Sam. Menos por suas manchas marrons na pata. Era óbvio que não era a primeira vez que aquele menino se transformava. Olhei pra Jake, e ele pensava o mesmo. Pude ver isso em seus olhos. Mas ele estava mais concentrado em Edmond, que ainda tremia.

– O que aconteceu, Edmond?

Jake perguntou, e o menino tremeu ainda mais, indo para trás, de cabeça baixa, sem olhar pra ele. Parecia envergonhado.

– Eu... Eu... provoquei Sarah com uma brincadeira. Ela se aborreceu.

Jake me olhou, e eu disse que estava tudo bem agora, com a cabeça.

– Edmond também me olhou nessa hora. Mas seu chocolate que era a cor natural de seus olhos não estavam mais lá. Era de um dourado forte, como a íris dos olhos dos Cullen.

– Conte a ele o que eu fiz, Seth!!!

Ele me olhava de forma assustadora agora, e eu me sentia estranho.

– Diga ao meu pai o que eu fiz, Seth!!!

– Você não fez nada. Ela está bem, Edmond.

Tentei falar de forma mais tranquila possível. Mas ele ainda me olhava com aqueles olhos assustadores e tremendo todo.

– Diga!

– Sarah quase morreu afogada com a brincadeira sem graça de Edmond. Ela poderia ter morrido se eu não a tirasse de lá.

Essas palavras foram ditas por mim, eu sei. Mas não fui eu quem as disse. Edmond jogou isso na minha boca, usando seu dom. Olhei desesperado para Jake, que olhava o filho com desapontamento visível.

– Essa é a verdade, pai. Quase matei minha irmã.

Mais tremores. Eu não sei como aquele garoto não explodia logo em lobo. Só seus olhos eram de uma fera. Seu corpo tremia, e era visível que estava fervendo, pela febre. Mas mesmo assim, ele não se transformara ainda. Jake abaixou a cabeça, como se estivesse pensando no que fazer. Edmond continuou a falar.

– Olhe pra mim, pai. Eu sei! Talvez, agora você esteja se perguntando por que não mandei Edmond no lugar de Jason, meu filho bom e amado.

Edmond estava irreconhecível. Jacob o olhava assombrado e ele agora ria, de forma muito sinistra.

– Fale, pai. Talvez deva falar por si mesmo. Ou quer um incentivo?

Outra risada sinistra, acompanhada de uma sorrisinho nada legal. Jacob olhou firme para o filho, o pegando pelos ombros, sacudindo ele com força. Parecia que ia desmonta-lo.

– Acha que eu queria mandar algum de meus filhos para aquele lugar, Edmond? Acha que era uma questão de escolha? Que eu poderia fazer essa escolha? Eu iria no lugar de qualquer um de vocês, meu filho. Eu iria. Nunca foi uma escolha. Não tivemos escolha.

Edmond se afastou dele com força. Jake o soltou e ele caiu com os braços no chão. Um grito estridente saiu de dentro do garoto, e um grande lobo cor acinzentado com algumas rajadas de cobre, que lembra os pêlos de Jake. Era grande. O maior lobo que eu já tinha visto. É maior que Jake. De nada lembrava que era um lobo de menino. Rosnou para nós. Jake explodiu em lobo e eu também, para conectarmos nossas mentes.

– Então é isso?

– É, FILHO! MAS NÃO PRECISAVA TER SIDO ASSIM.

Edmond abaixou a cabeça pela voz de alpha, que o pai lhe falou. Jake olhou para Makilan, que tinha assistido a tudo sem falar nada.

– E você, garoto? Seu pai sabe que já se transforma?

A mente do garoto nos encheu de informações. Ele brigando com Sam . Ele na floresta com... Sarah? Olhei pra ele furiosamente e ele rosnou pra mim. Mas que moleque atrevido.

– Tá maluco, garoto? Para com isso, ou sua mãe vai ter um tapete novo na sala, com pele de lobo.

Ele rosnou ainda mais pra mim, e eu avancei em sua direção. Ele estava me desafiando. Era isso mesmo? Mas aí eu vi o motivo. Ele deixou escapar, meio sem querer, se assustou quando vimos isso e correu pra longe da gente, como se isso fosse adiantar. Sua mente gritava o nome de Sarah. Aquele pirralho, filhote de lobo gosta da minha criança. O que ele tá pensando?

– Deixe-o, Seth. Vamos pra casa ver Sarah, depois eu falo com Sam. Ele saberá o que fazer com seu filho.

Bufei indignado, seguindo eles pra casa.



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Notas finais do capítulo

OI MENINAS E MENINOS ESTAREI POSTANDO MAIS UM CAPITULO AMANHÃ DIGAMOS QUE E UM BONUS !!! Então até a amanhã]
bjs



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