Bella Cullen

Tudo parecia exatamente certo naquele momento. Uma família ao lado de Edward, nossas vidas finalmente entrando em ritmo “normal”... Se é que algum dia alguma coisa normal fosse acontecer em nossas vidas. E eu tinha uma melhor amiga agora. Não que Alice não o fosse antes, mas achei alguém que realmente me compreendia. Mesmo que ela se mantivesse um pouco distante às vezes, sempre tão reclusa, sempre se sentindo tão culpada e intrusa, – muito ao contrário do que ela significava pra mim – mesmo assim, ela me compreendia só com o olhar. Eu só tinha pena da Amélia, em vez da raiva que eu deveria sentir. A ex-noiva do meu marido, agora mãe da minha filha por acidente. Mas não era nem um pouco assim que eu a via. Muito pelo contrário, eu podia sentir a dor e o pesar dela, por apenas imaginar que eu pudesse me incomodar com essa situação. Eu sentia que ela queria estar perto, mas sentia-se culpada por interferir em nossas vidas; ela não entendia que já fazia parte delas agora. Ao invés disso, eu via-a como uma grande amiga.

Edward havia me prometido que iria contar o que estava acontecendo de tão estranho em torno do tal Matt, naquela tarde. Porque não precisava ser um gênio, para perceber que havia algo estranho ocorrendo ali. Mas eu, particularmente, não mantinha muito interesse nisso. A perspectiva de que Jake passaria a tarde com Renesmee, me fez planejar outras ocupações para a minha tarde com Edward. Eu sorri com a minha própria lembrança de uma tarde perfeita que eu pretendia repetir. Tive que me concentrar para não me descontrolar com as imagens que vinham á minha mente. Por mais que eu tivesse Edward para mim todas as noites, às vezes não me parecia o suficiente. Eu me perguntava quanto tempo essa vontade enlouquecida de estar com ele ainda me dominaria. Me perguntava também, se seria da mesma forma para ele. Talvez sim, a julgar pelo seu comportamento, sempre tão gentil, tão amoroso e tão... solícito aos meus desejos tão repentinos. Eu tentei controlar os meus impulsos e pensamentos até que não aguentei mais. Levantei-me do sofá e puxei Edward pela mão. Dei um olhar significativo para ele e ele pareceu entender na hora, seu sorriso cheio de malícia.

        -Até mais tarde! – ele disse para todos, me empurrando pela cintura até a porta. Eu só pude ouvir as risadinhas insinuativas de Emmett, antes de sair da sala. Ele gritou de lá:

        -Querem uma placa de ‘não perturbe’ emprestada? – ele riu alto.

        -Não. Eu tenho uma. – Edward revidou.

        -Só não ponham a casa abaixo, hein?

        -Cala a boca, Emmett! – eu falei, em tom de brincadeira, mas com um pouco de represália na voz. Afinal, porque ele ainda insistia em suas piadinhas constrangedoras?

Eu tinha mais coisas com o que me preocupar. Nós atravessamos em poucos segundos o caminho até em casa. Seu toque agora, já não tão frio como antes, mas na mesma temperatura da minha pele. Sua respiração ofegante, seu sorriso perfeito estaria em seu rosto, eu nem precisava virar par me certificar. Seria uma tarde memorável. Eu sorri com o pensamento, me controlando para que Edward chegasse em casa com suas roupas inteiras, pelo menos até a porta, porque depois dela, já não seriam mais necessárias.

(...)