Quando O Amor E A Morte Se Encontram escrita por Lia Reis


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

N/A: Gente, novamente eu citei um texto que não é de minha autoria. O texto em itálico é de Fernanda Bertaco (:



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Escuridão. Era em tudo o que eu me resumi. Não havia nada em mim alem de uma tenebrosa escuridão. Não me lembro do momento exato em que apaguei. Só que estava sendo induzida a um sono profundo aos poucos, tudo era tão claro que era difícil de enxergar com exatidão. O rapaz a minha frente tomava uma forma diferente, seus cabelos claros se transformavam em castanhos. Os olhos escuros tão expressivos tornaram-se azuis. As formas se misturavam, o que antes eram dois rapazes, agora era um só.

Depois o clarão se tornou obscuro. Como se eu estivesse em uma terra de sombras, mais sombrio do que meus dias negros. Não havia nada. Sentimento, pensamentos, culpa. O tempo em que permaneci naquele estado me era oculto. Não tinha noção de nada.

Abri os olhos vagarosamente, a luz me incomodava. O corpo todo doía, como se eu tivesse levado uma surra. Tentei olhar ao meu redor, as paredes todas brancas eram-me estranhas. Por um momento fiquei assustada, não sabia onde estava. Por que estava naquele lugar desconhecido. Não lembrava nada nem ninguém. Tentei me mover, minha mão esquerda estava presa a algo que ao meu movimento contraiu-se a um aperto leve. Olhei pra ver o que me prendia e encontrei um par de olhos escuros assustados e preocupados.

Ele segurava minha mão como se quisesse me proteger de algo ou me impedir de ir a algum lugar. Ele não se intimidou com meu olhar, pelo contrario. Tentei encontrar minha voz que saiu quase num sussurro.

- Jesse.

- Sam. –ele se levantou rapidamente e depositou um beijo em minha testa.

- Não sabe como eu me sinto em ver novamente esses olhos azuis. –ele colou seu rosto no meu. – Nunca. Mais. Faça isso.

Eu apenas o olhava confusa. Ele percebeu. 

- A sua mãe está lá fora. Ela vai gostar de ti ver acordada. –ele saiu sem nem mesmo me deixar responder. Logo depois a porta se abriu novamente, dessa vez só minha mãe entrou. O rosto estava abatido e preocupado.

- Filha... –ela se aproximou da cama já com lagrimas nos olhos. O que me fez querer chorar também.

- Me perdoa mamãe. –balbuciei as palavras por entre o choro abortado

- Shii... Fique quietinha meu amor. –ela acariciou meu rosto.

- Perdoe-me por não ter escutado... Todo esse tempo. Você estava pedindo socorro e não te ouvi.

- Mamãe... –ela me abraçou e as nossas lagrimas se confundiam umas com as outras.

- Se não fosse pelo Jesse... –ela não completou a frase. – Sabe, ele não saiu de perto de você nem um minuto. Dormiu aqui. Esse rapaz gosta muito de você. –eu apenas assentia em silencio. Eu era orgulhosa demais pra admitir tal coisa em voz alta. Mesmo eu estando lhe devendo a vida. 

- Como você se sente? –ele me perguntou cauteloso.

- Não sei. –eu olhava pra parede sem emoção alguma.

- Olhe pra mim, por favor. –virei meu rosto devagar até encontrar seu olhar, confesso que me fez sentir melhor e pior. Uma felicidade e uma tristeza enorme me invadiram que eu não pude conter as lágrimas.

- Ei... Não chore. –Jesse me envolveu em seus braços. Eu pude ouvir seu coração bater frenético. O que me fez chorar mais. Eu agarrei as mangas de sua camisa como uma criança. Puxando-o para mais perto e prendendo-o em mim.

- Está tudo bem agora.

- Não... Não está.

Ele me olhou nos olhos e segurou meu rosto, enxugando uma lagrima que havia escapado.

- Você está viva. Isso que importa.

- Por que importa tanto? –ele deu um sorriso triste.

- Você não sabe? Por que eu não ligo se você não ligar, por que eu não brilho se você não brilhar.

- Obrigada. –saiu quase num sussurro.

- eu que agradeço por você estar aqui.

- não estaria se não fosse por você. –nesse momento Jesse não disse nada. Apenas encostou de leve seus lábios nos meus. 

Quando uma pessoa que você ama muito morre, é como se cada pedaço de você se rasgasse, é como se cada lembrança fosse a pior tortura do mundo e ao mesmo tempo seu melhor presente. A dor é intensa demais para você falar, agir ou respirar. É como se tivessem arrancado seus pulmões, ou como se alguém estivesse furando seu coração. Isso é, se ainda sobrou algo de seu coração, a não ser aquele abismo, o mais fundo de todos. Você tenta acordar inúmeras vezes, como se desse para acordar da realidade. Você desaba, chora dias e noites, mas nada cicatriza. Na verdade, não há como cicatrizar, nem amenizar. Você simplesmente vai se acostumando com essa dor. Você agoniza noites, procurando uma resposta para tanta dor. Aliás, você tenta entender o porque daquela morte. Se havia tanto amor, porque a pessoa tinha que partir? Não há uma resposta. O que deixa seu vazio cheio de dor. E por mais que você tente entender, não há uma resposta, não há uma fórmula para amenizar a dor, não há nada que te faça melhor. E somente o que resta são as lembranças, que por mais felizes que sejam, você vai chorar de dor, saudade, e de amor. Um amor que partiu, partiu para outra realidade, e simplesmente se foi, deixando um abismo na sua vida, no qual você sempre estará pronto para pular, tentando amenizar o que um dia foi amor, o que ainda é amor, e o que para sempre será amor, mesmo em meio a tanta dor.

Desde que acordei no hospital passei a ter o acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Poderia haver uma possível internação, mas o psiquiatra garantiu a minha mãe que nesses casos o melhor a se fazer é tratar o paciente em casa, auxiliado por remédios.

Confesso que não estava me sentindo melhor, os remédios me deixavam dopada, por ser tarja preta. Mesmo que tomados em pequenas quantidades. Mas como eu bem sabia, o inicio da medicação é sempre difícil. Parece que nada muda e nada vai melhorar, temos até a sensação de estar pior...

- Amanhã você terá alta. –anunciou Jesse.

- Uhum.

- você vai ficar bem.

- Uhum.

- Ok... Você quer ficar um pouco sozinha? –eu encontrei seus olhos, mas não disse nada. Voltei-me a posição anterior. Jesse entendeu o recado. Em parte eu me sentia culpada por trata-lo daquela forma, mas eu nada podia fazer. Ou talvez pudesse, mas não conseguisse. Toda essa preocupação dele comigo ainda é algo que não consigo compreender, é total perda de tempo.

Por que ele iria querer uma garota dependente de remédios, que tinha oscilações de humor constantes e uma depressão profunda? Não fazia sentido. Eu o mataria junto comigo. Não seria justo com ele.

Finalmente o dia tão esperado chegou. O dia em que poderia voltar para casa, minha mãe estava assinando uns papeis enquanto eu me preparava pra ir embora. Amarrei os cabelos em um coque frouxo, coloquei o casaco preto e peguei a bolsa. Esperei minha mãe no quarto, ela não demorou muito.

- Enfim, vamos pra casa. – Casa. Essa palavra me causou um tremor, era o que eu mais queria, entretanto era o lugar onde as minhas piores lembranças habitavam.

- Vamos. –tentei sorrir.

Enquanto saiamos dos domínios do hospital, certo rapaz de cabelos claros e desgrenhados me veio em mente. Não pude deixar de perguntar.

- Hm... E o Jesse?

- Ele queria vir, querida. Mas não pode. Escola.

- Ah! –tentei disfarçar a decepção.

Chegando a casa fui direto para o meu quarto. Estava exatamente do mesmo jeito em que eu o havia deixado desde o incidente. Até minha bolsa jogada no chão continuava lá. A coloquei em cima da cômoda. Não me demorei muito lá dentro, logo desci para a cozinha onde minha mãe estava.

- Vou fazer uma comida pra você. O medico disse pra você se alimentar melhor.

- Está bem.

- Você pode ligar para o Jesse. Vocês almoçam juntos.

- Não. –respondi de imediato. – Não precisa.

- Tudo bem. Se você prefere assim.

- É.

Durante o tempo que cheguei não sai de casa, fiquei na sala de estar assistindo TV. Esperando as horas passarem, logo anoitecera e minha mãe se preparava para dormir. Mas antes me inspecionou tomar o antidepressivo que o psiquiatra havia receitado e depois o guardou em seu armário trancado a chave.

Agora nenhum remédio ficava exposto, todos os do armário do meu banheiro foram tirados. Não havia mais nada a meu alcance. Foi uma recomendação do médico que minha mãe seguiu a risca.

Coloquei uma camisa preta bem maior que eu para dormir, em mim parecia um vestido e meias que iam até os joelhos, estavam um pouco frio. Assim que me deitei meu celular toca. Numero desconhecido.

- Alo.

- Pensei que estivesse dormindo. Ufa!

- Eu estava. Não acha meio tarde?

- Desculpe por te-la acordado então. Você poderia abrir a janela, por favor!?

- Hã? Por que?

- Por que eu to congelando. –num salto eu desci da cama e fui em direção à janela, não acreditei no que via. Um loiro pendurado em uma arvore a centímetros de distancia do meu quarto.

- Você é louco? –desliguei o telefone e abri a janela.

- Perdão. Não consegui vir mais cedo.

- Não podia ter esperado amanhecer?

- Não queria correr o risco de não te ver respirando. –suspirei pesadamente. Por mais que ele estivesse sendo sarcástico, senti um pingo de verdade em suas palavras.

- Não estou com um humor muito agradável hoje Jesse.

- Eu percebi, mas tudo bem.

- Você já me viu. Eu respiro. Agora pode ir.

- Tá louca? Como você quer que eu faça isso? Voando?

- Você subiu. Pode muito bem descer.

- Mas é diferente.

Afundei na cama derrotada.

- Estou com sono Jesse. Esses remédios acabam comigo.

- É só no começo... Você vai ficar bem.

- Rum.

- o que você fez hoje? Sem querer ser intromedito.

- Nada. Só assisti um pouco de TV.

- O dia estava lindo hoje, deveria ter respirado um pouco de ar puro.

- Nossa. Ar puro em Nova York. Avise-me quando isso for real. 

- Para de ser tão irônica garota chata. –brincou Jesse. – Vem.

Ele me puxou até a varanda do meu quarto.

- Veja como o céu está estrelado.

- Que lindo.

Ficamos um tempo em silencio, nós dois observávamos o céu com interesse. Eu tentava desvendar algum mistério que se escondia por trás das estrelas. Inútil.

- Coloca o casaco. Tá frio. –Jesse tirou-me de meus devaneios, só então percebi que ele estava com o seu casaco nas mãos.

- Vai cuidar da sua vida. –respondi rabugenta.

- Eu to tentando. Mas ela é teimosa.

Olhei para baixo, desarmada. Jesse colocou o casaco por cima dos meus ombros e passou a mão pela minha cintura em um abraço. Eu não consegui protestar. Seu abraço era tão envolvente que por um momento pude esquecer o mundo.

- Está tarde. Até amanhã. –Jesse beijou minha bochecha. Eu não lhe respondi, apenas o observava. Que desceu com habilidade a minha varanda. Como se fizesse isso há tempos. Eu ri em silencio. Mentiroso. Ele viu e deu uma piscadela pra mim.

Voltei para o quarto e só então me dei conta de que o casaco dele ainda estava comigo. Sorri em segredo.

O sol brilhava majestoso através da minha janela, os raios incandescentes iluminavam todo o quarto fazendo-me despertar. Realmente estava um dia lindo, lindo demais pra ficar em casa.

- Bom dia, mãe!

- Bom dia, querida! O café está na mesa. –torci o nariz, mas fui obrigada a comer alguma coisa. Eu sabia que não poderia continuar assim, mas eu simplesmente não tinha vontade de comer.

- Estou indo pra escola! –anunciei enquanto abria a porta e pegava um casaco leve.

- Ei espere aí mocinha!

- Mãe, eu estou bem. Me sinto ótima.

- Tem certeza? Ainda é tão recente...

- Eu passei muito tempo naquele hospital. Quero ver meus amigos, respirar ar puro. Rir um pouco.

- Tudo bem, você tem razão. Comporte-se. –minha mãe me deu um beijo na testa e voltou para seus afazeres.

Está certo que eu tinha saído do hospital há apenas um dia e não estava me sentindo completamente ótima. Meu humor ainda estava um pouco irritadiço, mas eu realmente queria ver meus amigos e tentar me divertir pra variar.

Eu tinha a sensação de que passara anos sem colocar os pés naquele colégio, como a vez em que fiquei com uma depressão tão profunda que passei meses em casa, mas dessa vez ninguém sabia o real motivo.

Avistei Maria de longe, conversando animadamente com o nosso habitual grupo de amigos, só que a única diferença era certo rapaz incluído no grupo. No meu grupo! Me aproximei deles.

- Olá pessoal!

- Sam!! –gritaram em uníssono.

- O que aconteceu com você? –perguntou jenny.

- É... –ela havia-me pego de surpresa, de repente me vi ali totalmente desarmada sem nenhum argumento plausível.

- Ela estava doente. Eu disse isso pra vocês. Uma daquelas gripes que derrubam qualquer um. –troquei um olhar com Jesse que respondeu no meu lugar.

- Isso.

- Ah! É mesmo...

- Eu só queria saber... Como o Jesse soube disso e a sua melhor amiga não?! –fuzilou-me Maria.

- E-eu...

- Ei, ei deixem a minha Sam em paz. Ela ainda está se recuperando. –Jesse pegou-me pela cintura.

- Hein? Perdão, eu ouvi um pronome possessivo aí?

- Ele não está falando sério Maria.

- Então você não estava doente? –Lucas ficou confuso.

- Não. Estava. Eu quis dizer sobre o... Pronome possessivo.

- Iiihh... Alguém aqui ficou sem jeito.

- Lucas, você é uma criaturinha detestável sabia disso?

- E você é um amor. Um anjo sem asas que caiu na minha vida, que me aguenta todos os dias por quatro anos.

- Palhaço. –todos riram. – Estava com saudades de vocês.

- Nós sabemos. Por isso você vai com a gente ver a banda do Louis tocar hoje a noite no bar do Marcus .

- Hahaha. Desculpe querida, mas não posso.

- Também acho, a Sam tem que repousar.

- Você não acha nada Jesse. Eu vou com vocês.

- Assim que se fala garota! –vibrou Maria.

- Garota chata! –implicou Jesse.

- Chata é a tua vida! –respondi mal humorada.

- Ai gente, hoje a Sam acordou com o pé esquerdo.

- Engano seu Jenny, eu estou ótima.

- Tudo bem, vamos pra aula.

Todos nós seguimos para a sala de aula, Jesse parecia um cão de guarda, não desgrudava de mim. Aquilo já estava me deixando incomodada.

- Jesse, pare de agir como se fosse... Como se fosse meu namorado.

- Ei, calminha aí garota. Eu não estou fazendo nada demais. –continuei andando, Jesse me parou no meio do caminho.

- Olhe pra mim!

- Tá, já to olhando.

- Oi, tudo bem?

- O que você está fazendo Jesse? –ri. – Você me tira do sério, sabia.

- Te tiro do sério, te tiro de tédio... Faço até você sorrir.

- Ok. Eu estou bem e você.

- Melhor agora. Vamos.

As aulas foram até interessantes. Ninguém sabia o que realmente havia ocorrido comigo e claro, algumas pessoas estranharam a proximidade repentina de Jesse, mas não falavam nada. Era como se pela primeira vez eu fosse uma garota comum, com problemas comuns e tristezas comuns.

Logo o sinal para o almoço tocou, todos se levantaram subitamente, sem esperar nem o professor dizer “até a próxima aula”. Encontrei Jesse na porta a minha espera com seu sorriso de canto habitual.

- Vamos comer alguma coisa.

- Não estou com fome, obrigada.

- Eu não perguntei nada. Eu anunciei.

- Oh, desculpe. Eu não percebi. –respondi irônica.

Chegamos ao refeitório, nossos amigos já estavam todos lá. Conversando enquanto comiam.

- O que você quer? –perguntou-me Jesse.

- Nada. –ele me olhou feio. – O que? Eu disse que não estava com fome, você que está me obrigando!

- Você vai ficar doente desse jeito.

- Não sei se você percebeu, mas eu já estou doente. –dei um sorriso triste.

- Vai passar, você vai ver.

- Haha. Te mandam ser forte, dizem que tudo vai passar, que tudo é uma questão de tempo […] E enquanto esse tempo não passa? E essa felicidade não chega? […] é fácil dizer que tudo vai passar que tudo vai melhorar difícil é aguentar, suportar tanta tristeza, tanto acumulo de choro. E essa agonia, esse aperto no peito e essa vontade de sumir? Sumir pra nunca mais voltar.

- Acredite. Você vai ter a mesma felicidade de antes.

- Mas o Jack não está aqui. Não vou conseguir ser totalmente feliz como antes.

- Mas... Eu estou aqui.

- Me desculpa por ser sempre tão complicada.

- Tudo bem. Eu te entendo.

- Me entende?

- É. Eu sei como se sente. Sei por que é fria e seca na maioria das vezes. Ta sempre na defensiva, com uma resposta curta e grossa pra qualquer pergunta. 

- Duvido que realmente me entenda, eu sou complicada demais.

- Você se tornou isso meio que por obrigação né?! A vida foi dura demais com uma garota frágil.

- Como sabe disso?

- Eu já passei por isso. Algo parecido.  Fingir sorrisos e risadas. Não confiar em ninguém. Chorar ate dormir. Mas isso não é um problema, todo mundo encontra alguém no final que nos faça sorrir.

- Eu não. Acho que nasci pra ficar sozinha.

- Não nasceu não. Você vai encontrar alguém mais complicado que você mesma, e que te entenda.

- Não acho que essa pessoa exista.

- Existe sim. Eu...

- Você está mesmo disposto a me entender? A ficar comigo?

- Sim. Eu vou te ajudar. Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Eaí? O que acharam??!!! *-* Comenteeeeem!!!



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