Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui está o tão esperado capítulo de vocês!



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Angie's POV

Não consegui dizer nada, só o abracei. O abracei como nunca havia abraçado antes. 

Palavras não podem explicar a saudade que estava sentindo dele. Do seu rosto, do seu cheiro... De tudo. Foram duas semanas de sufoco e angústia, e agora eu finalmente estava de novo em seus braços. 

Estava, mas não poderia desfrutar daquele momento por muito tempo, tínhamos que agir. Tentei me recompor, mas as lágrimas ainda escorriam com rapidez pelo meu rosto e eu soluçava muito. 

— Angie, o que houve? — Ele perguntou, desfazendo o abraço e segurando meu rosto. 

Respirei fundo e tentei me concentrar. Quando por fim minha respiração se estabilizou e parei de chorar, olhei no fundo de seus olhos e me lembrei do que acontecera algumas horas atrás. 

-LEMBRANÇA ON

Escutamos um gemido gutural de dor vindo do andar de cima e passos apressados. Depois, um suspiro. O que acontecera? Vilu me fitava completamente assustada. Provavelmente não se recuperara do fato de ter me visto, depois de duas semanas. E agora, tínhamos escutado isso. 

— Que barulho é esse? — perguntou, aterrorizada.

— Shhhh. — falei.

Escutamos algo ser arrastado e passos cada vez mais próximos de nós. O ranger nas tábuas do assoalho era evidente, então não tinha a possibilidade do sujeito ser sutil. 

Não queria que Violetta estivesse ali. Ela não precisava sofrer comigo. Eu passara duas semanas completas em atordoação. Ela não precisava passar o mesmo que eu, ela não merecia. 

Enfim, o ranger das tábuas cessou. E então, as tábuas da escada do porão começaram a ranger. O sujeito estava descendo as escadas e vindo para cá. 

Lancei um olhar tranquilizador para Vilu, tentando acalmá-la. Mas é claro que não funcionou de forma alguma. 

Matias apareceu no nosso campo de visão, arrastando um corpo conhecido. A pessoa que ele carregava não estava morta, simplesmente desmaiada. 

Semicerrei os olhos, tentando identificá-la. Vilu fez o mesmo. Quando reconheceu, um grito fraco e agudo saiu por sua boca.

— León! — exclamou, e lágrimas começaram a descer por sua face.

— Cala a boca, pirralha. — Matias a repreendeu, colocando o corpo desmaiado de León ao lado da cadeira de Vilu. 

— O que você fez com ele? — perguntou. 

— Ele só está desmaiado, não morto. — explicou. — Ô, garota, me ajuda a amarrar ele. 

Então, uma loira sádica desceu as escadas em passos leves, com uma corda em suas mãos. Mas uma vez, Violetta teve um estalo ao reconhecer a figura. Ludmila. 

Eu não estava surpresa, já sabia que Ludmila estava envolvida nisso. 

— Como você pode? — perguntou, com a voz entrecortada.

— Oi, Vilu! Nossa, você está horrível. Mas se bem que isso não é uma novidade. — A loira deu uma risadinha irônica e entregou a corda para Matias. 

— Você é ridícula. — falei entredentes. Não me importava com o que eles faziam comigo, mas eu não admitiria que maltratassem Violetta. 

— Você também está horrível, queridinha. Não é atoa que são da mesma família. 

Eles amarraram León e saíram do porão, deixando-nos a sós. Violetta chorava compulsivamente, enquanto via o namorado inconsciente no chão. Realmente, era uma imagem terrível.

Quis abraçá-la, mas estávamos amarradas. 

— Por que eles fazem isso, Angie? Por quê?

— Meu amor, vai dar tudo certo. Vamos ficar bem. 

Recostei a cabeça na cadeira, ela estava latejando. Não aguentava mais aquela situação. 

De repente, escutamos novamente o ranger das tábuas da escada. O que Matias queria agora? 

Surpreendi-me ao ver o indivíduo. Não era Matias, não era Jade, não era Ludmila. 

— Maxi! — Violetta gritou. 

— Shhhh! — Ele pôs o dedo na boca, pedindo silêncio. 

— Como você conseguiu passar despercebido? 

— Assim que eles deram uma pancada no León, eu corri bem rápido e me escondi. — explicou. 

Ele olhava furtivamente para trás a cada instante. Lembrei-me de quanto escutamos o gemido vindo do andar de cima, percebi que havia mais do que duas pessoas ali. 

Como ele conseguira passar despercebido?

— Eu vou soltar vocês. — disse determinado e veio em minha direção.

— Maxi, eles vão nos pegar. — alertei.

— Não vão.

— Vão sim! Se formos todos de uma vez, eles vão perceber a aglomeração e vão nos alcançar, não vai dar certo.

Eu deveria ser positiva, mas depois de passar duas semanas como refém, minhas esperanças se extirparam completamente. 

— Você quer continuar aqui? — Ergueu a sobrancelha. 

— Não quero, óbvio que não! Mas eles vão perceber. Solte a Violetta, ela vai pedir por ajuda.

— Não, Angie. Vá você. Quero ficar com León. — disse, ainda observando-o. 

— Eles vão perceber minha ausência e vão vir atrás de mim. Vão achar que consegui me soltar.

— Eu fico aqui e assumo toda a culpa! Eles vão querer ir atrás de você, mas vão perder um tempo lidando comigo. Vá, Angie. — Maxi disse, meio temeroso, mas determinado. 

— Angie, vá para casa e conte tudo para o papai, ele vai nos ajudar. — Violetta completou. 

Por fim, assenti. Maxi me soltou e eu saí correndo em desespero, deixando-os para trás. Não olhei para trás em nenhum momento, com medo de que visse Matias ou qualquer outro vindo atrás de mim. 

Por pura sorte, eles não me pegaram. Peguei um taxi.

-LEMBRANÇA OFF

Após me lembrar de tudo, reorganizei minha mente, tentando estabilizá-la. 

Contei tudo para Germán, detalhadamente. Ele se desesperou ao saber que Violetta estava lá, presa, e no mesmo instante se exaltou. 

Abracei-o novamente. Por mais que minha sobrinha estivesse em perigo, necessitava abraçá-lo. Nunca estive tão distante dele. Nem sabia se iria voltar. E agora que voltei, podia desfrutar ao menos um pouco de sua presença.

Ele me abraçou de volta e me deu beijo rápido. 

— Chame a polícia! — pedi.

— Não. — falou simplesmente.

— Como é? — Ramalho e eu questionamos, em uníssono.

— Vou lá eu mesmo. 

— Germán, é perigoso. 

— Ela tem razão, Germán. — Ramalho concordou comigo.

— O Matias? Perigoso? — Ele deu uma risadinha de escárnio. Realmente não parecia estar muito preocupado com Matias ou qualquer outro. — Vamos, Ramalho. 

— Eu vou também! — disse-lhe.

— Angie, você fica. — ordenou.

— Não, ela é minha sobrinha. Eu vou. 

— Nesse estado? — Ele gesticulou para mim. Olhei para a mesa de vidro e vi meu reflexo. Minha aparência realmente não estava muito boa, mas não me importava. 

— Sua filha está sendo feita de refém e você está preocupado com minha aparência? Inacreditável. — Revirei os olhos.

Retirei-me da sala e fui diretamente para a garagem. Escutei passos vindo atrás de mim e sabia que eram eles. 

— Ramalho, por favor, não vá! — Escutei Olga gritando, vindo em nossa direção.

— É uma situação crítica, Olga. — disse em sua voz grave, libertando-se dos braços da mulher. 

— Tome cuidado, Ramalho! — Ela o abraçou novamente.

— Espaço pessoal. 

Com isso, Ramalho entrou no carro e deu partida. Germán pegou minha mão e me puxou para o lado de fora, esperaríamos ele aquecer o carro e colocá-lo para fora da garagem.

Antes que o carro fosse retirado, Germán me abraçou novamente. 

— Que bom que está bem. — sussurrou. — Você não tem ideia do quanto eu estava preocupado. 

— Violetta me disse. — murmurei. — Senti sua falta. 

Ele aproximou seu rosto do meu, mas no mesmo instante, Ramalho retirou o carro e buzinou, acabando completamente com o clima. 

Entramos e nos acomodamos. 

— Bem, agora vamos resgatar a Violetta.

León's POV

Tive certa dificuldade para abrir os olhos. Estavam incomumente pesados. Meu raciocínio estava lento e uma dor aguda atingia minha nuca. 

Também estava com uma leve dor de cabeça, mas até que suportável. 

A primeira coisa que vi foi o teto branco e só então me dei conta de que estava deitado no chão... E todo amarrado. Olhei para os lados, desorientado, e vi Violetta na cadeira ao lado, também amarrada com cordas que pareciam ser muito fortes. 

— Você acordou. — falou com uma voz cansada, e ao mesmo tempo carinhosa.

— Onde estamos? — perguntei, sem qualquer noção de espaço ou tempo.

— No porão da casa do Matias. Ele nos prendeu aqui. 

— Com que intuito? 

— Ainda não descobri. — disse e deu um leve suspiro, seu rosto estava angustiado e senti vontade de abraçá-la, dizer que tudo se resolveria. Mas eu não podia fazê-lo.

— Você está bem? — perguntei, tentando ficar sentado. 

— Sim. 

— Fico feliz que ao menos esteja bem. 

— E você? Está bem? — perguntou. Vi que tentava estender a mão para mim. Mas não dava, estávamos presos. 

— Um pouco zonzo. Violetta, você não deveria ter vindo sozinha... — comecei mas fui interrompido.

— Agora já está feito, amor. E obrigada por tentar me salvar. 

— Era o mínimo que eu podia fazer. — Dei um sorriso fraco. — Eu te amo.

— Eu te amo mais. 

Escutei um pigarro alto e olhei para frente. Dei de cara com Maxi, também amarrado, olhando para nós com certo desconforto.

— Você também foi preso? — perguntei, surpreso.

— Não, cara, imagina! É que eu gosto de ficar amarrado. — falou em um tom irônico. Rosnei. 

— Cadê a Angie? Ela não estava aqui?

— Estava, mas Maxi a soltou e ela foi pedir por ajuda. — Violetta tratou de explicar. — Devem estar chegando. 

— Como fomos parar aqui? — perguntei retoricamente. 

Era vergonhoso. Ambos fomos idiotas. Violetta não deveria ter vindo sozinha, ou melhor, nem deveria ter vindo. Sei que é a tia dela e que ela a ama muito, mas se submeter a esse risco é inadmissível. 

E Maxi e eu deveríamos ter pedido por ajuda, e não simplesmente aparecer aqui e tentar salvá-las por contra própria. 

Com minha indignação, forcei à corda e para a minha surpresa, consegui me soltar. Fiquei olhando, perplexo, para minhas mãos soltas e logo me levantei.

— Como você conseguiu? — perguntaram, tão estáticos como eu. 

— Não sei! Anda, vamos sair daqui. — falei, já me agachando para soltar Vilu.

— Eles vão perceber. E além do mais, a Angie já foi procurar por ajuda. — Vilu disse, nervosa. 

— Eu não estou mais afim de continuar aqui. É um risco. Vamos! 

Soltei Violetta e logo após isso, soltei Maxi. Eles se levantaram e puseram-se ao meu lado, ainda descrentes com a liberdade súbita. 

— Eles vão nos pegar! — Maxi disse.

— Para de ser pessimista e medroso. — afirmei, pegando na mão de Violetta e puxando-a para as escadas.

Maxi nos seguiu. Tentamos ser sutis ao máximo, e até que as tábuas rangeram pouco. Quando chegamos ao topo, corremos para fora como nunca havíamos corrido antes. 

Foi um verdadeiro milagre ninguém ter nos visto. 

— Para onde vamos agora? — Minha namorada perguntou, ainda com seus dedos entrelaçados nos meus. 

Antes que eu pudesse responder, escutei passos vindos de dentro da casa. Alguém se aproximava da porta. Íamos ser pegos! 

— Pra floresta, rápido! — ordenei, gesticulando para uma floresta um pouco atrás da casa.

— Está louco? — Maxi questionou. — Quer que nos percamos no meio do mato?

— Tem ideia melhor? — Ergui a sobrancelha. 

Os passos estavam ficando cada vez mais próximos. Sem esperar respostas vindas de Maxi, puxei Violetta em direção às plantas. 

Adentramos a floresta e corremos, sem nos importar para onde estávamos indo. 




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Notas finais do capítulo

Ana e Duda, não teve taaaaanto Germangie como eu havia prometido, mas teve um pouquinho, haha. Prometo que no próximo terá mais.
Desculpem se houver algum erro. Eu não reli o capítulo antes de postar, até porque estou morrendo de preguiça - e sono.
E então: O que será que o Germán e a Angie farão quando chegarem lá, e os meninos não estiverem mais? O que Matias fará quando descobrir a fuga? Por que ele os prendeu e por quê Ludmila ajudou? O que acontecerá na floresta? Sexta no Globo Repórter. hueheuhehue
Não se esqueçam de ir lá no ask: http://ask.fm/TeEsperareGR perguntem o que quiser. Sou todo ouvidos - ou olhos, no caso - hahaha