Te Esperaré escrita por Gabs
Notas iniciais do capítulo
Essa semana, vou tentar postar um capítulo novo todos os dias. Pois a partir da próxima minhas aulas vão começar e não terei mais tanto tempo para escrever, hihi. Mas não se preocupem, pois continuarei postando do mesmo jeito.
— Como assim estamos trancados? — Ela estava mais branca que um fantasma.
— É isso mesmo. A porta emperrou e é muito pesada pra mim. — afirmei, sentando-me ao lado dela no chão.
— E o que vamos fazer agora? — O tom de voz dela revelava o completo desespero que estava sentindo.
— Já sei! — exclamei, pegando o celular em meu bolso. — Vou ligar pro Maxi. Ah... Merda!
— O que houve?
— Está sem sinal.
— Era de se esperar, amor. Estamos no subsolo. — Ela rolou os olhos e deu uma risadinha fraca, melhorando bastante o clima.
Pus meus braços em volta de seus ombros, e ela encostou a cabeça em meu peito. A perna dela estava horrível, precisava levá-la no hospital com urgência. Porém, estava sem sinal e a porta era muito pesada.
Eu era um inútil, deveria ter pedido a ajuda de alguém para segurar a porta ou algo do tipo. Deveria ter imaginado que essas coisas poderiam acontecer, afinal, já é clássico.
Violetta respirava uniformemente e aquilo me acalmava, me deixava mais sereno. Fiquei afagando seus cabelos com leveza.
— O que vamos fazer? — perguntou com a voz ainda fraca.
— Tenho certeza que logo vão vir atrás de nós e abrirão a porta. — Tranquilizei-a, abraçando-a com mais força.
— Eu ainda não entendo. — falou ainda mais baixo, em um tom choroso.
— O que?
— O porquê de Ludmila me odiar tanto. Ela sempre implicou comigo e eu jamais fiz nada para ela.
Suspirei e senti uma fúria ainda maior de Ludmila. Um dia, ela pagaria por tudo aquilo que estava fazendo e que já havia feito.
Para falar a verdade, eu também não entendia. Talvez fosse inveja ou algo do gênero. Ludmila sempre quis passar uma imagem de diva confiante, mas a verdade é que ela tinha medo de ser passada para trás. Ela sabia muito bem que Violetta era bem mais talentosa e bonita que ela, e isso a assustava.
— Inveja. — falei simplesmente, depositando um beijo na testa dela.
— A ponto de querer me matar? — Engoli em seco ao ouvir aquilo.
— Às vezes ela vai aos extremos. Mas vamos parar de pensar nisso, o que importa é que você está viva. Ludmila ainda terá o que ela merece. — Aquela ideia de morte já estava me deixando nervoso.
— Eu só queria que ela fosse feliz. — disse ela e lancei-lhe um olhar perplexo. — Se ela fosse feliz, com certeza seria uma pessoa melhor e não faria essas maldades.
— Violetta, você é muito humilde. Você incrível. — disse-lhe.
Aquele sorriso que eu tanto amava se formou em seus lábios. Aproximei meu rosto do dela e demos um beijo longo e apaixonado. Por mais complicada que fosse a nossa situação, eu estava feliz por estar ali com ela.
Sabia que ainda corríamos um grande perigo, mas me concentrei em pensar apenas nas partes boas e beijá-la como se não houvesse amanhã.
Quando enfim separávamos os lábios, já sem fôlego, ela pôs a cabeça novamente em meu peito e logo adormeceu.
POV Maxi.
Eu andava de um lado para o outro na pequena recepção. A recepcionista, que agora estava em seu lugar atrás do balcão, às vezes me seguia com olhar. Mas sabia que sua concentração estava na revista que segurava nas mãos.
O tal homem que havia nos informado o despencamento do elevador tinha saído há uns minutos atrás, para resolver os problemas com a eletricidade, danos, essas coisas.
Fazia hora desde que León fora procurar por Violetta e eu estava extremamente preocupado com os dois. Não sabia o estado de Violetta e também não sabia o que ocorrera com León depois de ter ido a sua busca.
Tinha vontade de ir atrás deles, mas estava à espera do tal homem, para ver se o problema ia ser realmente resolvido.
Tentei ligar para o celular de León, mas o mesmo não saía da caixa postal. Se não fossem as leis da física.
— Por que não se senta? — A recepcionista loira gesticulou para um pequeno e aconchegante sofá no canto da sala, sem olhar para mim de fato. — Vai acabar fazendo um buraco no chão de tanto dar voltas.
Apenas sacudi a cabeça, em negação.
— Desesperar-se não vai ajudar. — afirmou, voltando a sua atenção para uma revista.
— Como vocês não estão se preocupando com isso? Faz uma hora que meu amigo foi atrás da namorada e não voltou. Não acham isso suspeito? — Estava indignado.
— O elevador apenas despencou, não proporciona nenhum risco ao seu amigo, pois este mesmo não estava no elevador quando o incidente ocorreu. — falou com a voz entediada.
— Mas e minha amiga? Ela estava no elevador.
— Ainda estamos resolvendo isso.
Cerrei os punhos diante da indiferença da mulher, desejando socar algo. Como podia ser tão estúpida e insensível?
E afinal, que tipo de espelunca é aquela? Não tinha estruturas o suficiente. Se tivesse, o elevador não teria caído assim, do nada.
Meu celular tocou e uma pontada de esperança me atingiu. Porém, quando olhei no visor, vi que era Napo.
— Oi. — falei em um tom de irritação.
— Cadê a Violetta? Vocês conseguiram impedi-la? — perguntou.
— Não, foi tudo mal. — Minha voz soava ainda mais desesperada.
— O que houve? — O tom de voz dele de repente pareceu apreensivo.
— O elevador despencou enquanto Violetta estava nele.
— O QUE? — Napo gritou. — Ela está bem?
— Não sei, cara, não sei. León foi atrás dela...
— Ele foi atrás dela? Como?
— Parece que foi até o poço do elevador, algo assim.
— E onde ele está? — Era uma enxurrada de perguntas. Sabia que Napo também se preocupava com Violetta, afinal, também eram amigos.
Escutei vozes ao fundo igualmente preocupadas. Provavelmente eram Broduey e André.
— Não sei, ele não voltou até agora. Eu até iria até ele, mas estou esperando o cara da manutenção, ele vai solucionar o problema. — expliquei.
— Cara, e a Violetta? O que pode ter acontecido com ela?
— Como já disse: Não sei. — Finalmente me sentei no sofá, já cansado. — Acredite, também estou muito preocupado.
— Estamos indo até aí. Qual é o endereço?
— Estamos? — questionei, não deixando de reparar no plural.
— Sim, eu e os meninos.
— Ah!
Instrui-o corretamente e o mesmo disse que viriam o mais rápido possível, e os conhecendo, sabia que chegariam aqui em menos de 20 minutos.
Pus as mãos no rosto. Só esperava que Violetta estivesse sã e salva. Sabia que León estaria bem, mas não fazia a mínima ideia do que teria acontecido com minha amiga.
Meus olhos ficaram marejados ao sequer pensar na possibilidade de perdê-la. Expulsei essa ideia da cabeça de imediato, tinha que ser positivo e acima de tudo, manter a calma.
-25 minutos depois-
Napo, André e Broduey adentraram a recepção alvoroçados, batendo a porta com brutalidade na parede e atraindo um olhar irritado da recepcionista. Ao verem meu semblante preocupado, tiveram a expressão desmoronada.
Broduey se sentou ao meu lado.
— Nada ainda? — perguntou.
— Nada. — Minha voz saiu entrecortada.
— Vai ficar tudo bem.
— Quero acreditar nisso. — disse-lhe. — León ainda não voltou e isso é o que mais me preocupa.
Até André, que sempre teve aquele jeito meio insano e sem noção de ser, parecia bastante abalado e preocupado com tudo aquilo.
— Vocês não contaram para mais ninguém, não é? — perguntei, temendo que a resposta fosse sim.
— Não, claro que não! — Isso me aliviou um pouco.
— Mas por que não podemos contar? Isso não ajudaria? — André perguntou, parecendo confuso.
— Só pioraria a situação. — afirmei, me levantando do sofá. — Se as meninas ou qualquer outro souber, não vão manter a boca fechada e isso vai acabar chegando aos ouvidos do Sr. Germán. Se isso chegar aos ouvidos dele, haverá uma completa confusão e não queremos isso.
— Mas ele vai ter que saber em algum momento, principalmente se Violetta... — Napo não completou a frase e eu sabia exatamente o que ele ia dizer. Meus olhos mais uma vez ficaram marejados.
— Não vamos pensar nisso, certo? Vamos pensar no melhor. — disse-lhe, pondo uma das mãos na nuca.
— Eu vou atrás deles! — Broduey exclamou, se levantando do sofá e indo em direção ao corredor.
— Também vou. — Napo afirmou, o seguindo.
— Vou esperar o cara da manutenção aqui. — disse-lhes.
— Eu vou com vocês! — gritou André.
— Não, fica aí com o Maxi. — Broduey rolou os olhos.
— Mas por quê?
— Você mais atrapalha do que ajuda. — Napo disse, fazendo um muxoxo de impaciência.
Os dois desapareceram de nossas vistas.
POV Violetta.
Não consegui dormir por muito tempo, a dor em minha perna era imensa e aquilo me fazia gemer de dor a cada instante. Tinha certeza de que estava quebrada.
Escutar os batimentos cardíacos de León, ritmados e tranquilos, me acalmava um pouco. Ele afagava o meu cabelo de forma carinhosa e aquilo era gostoso.
Apesar de estarmos trancados e eu estar completamente machucada, me sentia bem por estar ao lado dele. Sentia-me segura.
Olhei para ele com um sorriso no rosto, ele retribui o sorriso e me deu um beijo.
— Como se sente? — perguntou, acariciando de leve minha bochecha. — Ah, como eu sou idiota, é óbvio que não está se sentindo bem. — Ele deu um tapa na própria testa, estalando a língua em desaprovação.
— Pra falar a verdade estou bem. — disse-lhe e isso atraiu um olhar questionante. — Você está aqui, comigo. Isso é o que importa.
— Fico feliz que pense assim. — disse-me. — Também gosto de estar com você, mas não queria assim, nessas circunstâncias. Quero você segura, longe de perigo.
— Estou segura. Com você, me sinto segura.
— Sentir-se é uma coisa, estar é outra. Sou um idiota, nunca devia ter permitido que você viesse para cá e...
— Eu insisti. — Interrompi-o.
— Mesmo assim, fui estúpido. — Ele parecia agoniado.
— Pare de culpar a si mesmo! — falei, já ficando irritada. — Você não tem culpa, então pare de dizer isso, por favor. — Abracei-o com força e dei um beijo em sua bochecha.
— Tem razão. — Sorriu e me deu mais um beijo.
Escutei murmúrios por trás da porta de ferro, e posteriormente, batidas impacientes. Meus olhos se iluminaram e a esperança tomou conta de mim, e aparentemente tomou conta de León também.
— Quem está aí? — León gritou.
— León? — Uma voz conhecida gritou de volta. — Sou eu, Broduey. Você está bem?
León se levantou no mesmo instante e ficou atrás da porta, colando o ouvido na mesma.
— Sou eu sim, cara.
— Cadê a Violetta? — Ouvi outra voz conhecida perguntar. Não pude identificar muito bem, estava bastante abafada.
— Está um pouco ferida, mas está bem. Vocês precisam nos ajudar!
— Como? — Os meninos perguntaram.
— A porta está emperrada. Então, puxem do lado de vocês e eu empurro desse lado. Quem sabe funcione. — León instruiu e assim fizeram.
Ele empurravam de um lado e os meninos puxavam do outro. Exigia bastante força e a princípio, pensei que não funcionaria. Afinal, era uma porta de metal muito grossa. Era bastante pesada.
Porém, os esforços compensaram. A porta foi aberta, derrubando León e os outros pois todos estavam colocando força total. O barulho da porta batendo na parede foi ensurdecedor, mas trouxe-me um enorme alívio.
León e os outros se levantaram do chão subitamente e vieram até a mim.
— Vocês conseguiram! — exclamei com um sorriso no rosto.
— Claro que sim! — Napo estufou o peito, presunçoso. Arrancou-me algumas risadas.
— Agora vamos ao hospital. — disse León, pegando-me em seus braços com determinação e perseverança.
— Não será necessário. — afirmei de imediato. Sempre me sentira um tanto receosa em relação a hospitais.
— Amor, olha sua perna! — Ele apontou para minha perna. — Precisamos ir. — falou em um tom autoritário, já caminhando pelo corredor.
— É, Violetta. — Broduey concordou. — Você precisar ir, isso é sério.
Suspirei derrotada, e simplesmente permiti que me carregasse, sem sequer pestanejar.
Estava completamente cansada e dessa vez a dor em minha perna não me impediria de dormir. Fechei os olhos e mais uma vez a inconsciência tomou conta de mim.
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Ficou grande, hahaha. Esse capítulo ficou sem o meu famoso "suspense no final", só para acalmar um pouco os nervos. heuhuehehue. Gostaram?
Sei que já disse isso várias vezes, mas vai de novo: Muito obrigada às minhas lindas leitoras, por sempre deixarem os reviews. Um grande agradecimento também à todas que favoritaram e deixaram as recomendações. Vocês são todas umas lindas! ♥