Fogo Contra Fogo escrita por Moon and Stars


Capítulo 10
Caminhos cruzados


Notas iniciais do capítulo

Galera, vocês estão me largando! Não vi ninguém sugerindo título nenhum para o capítulo 9, ninguém mandando reviews. Estou me sentindo só... Estou carente de atenção, viu? E isso me deixa muito desmotivada. Espero ver vocês por aqui com mais frequência, não me abandonem, sim? ):



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*Ponto de vista do agente Rod Dawes

"Acho que é ali." disse Tyler apontando para algum lugar atrás da nuvem de poeira levantada pelo vento e também pelo meu carro.

"Estou vendo." eu disse me esforçando ao máximo para conseguir ver de fato as luzes das viaturas da polícia do estado de West Virginia. Conforme nos aproximamos, pude enxergar as coisas com mais clareza e também pude ouvir as vozes dos policiais junto às palavras chiadas que saíam do rádio da polícia.

Saí do carro deixando meu terno para trás. Ergui as mangas da minha camisa social até a altura dos cotovelos sem conseguir ignorar o calor que me cercava.

O lugar era praticamente deserto. Tudo o que eu via era uma enorme e antiga fábrica de biscoitos, uma estrada de terra, duas viaturas da polícia e o carro da ambulância. Ah! E o cadáver, é claro.

Um dos oficiais pediu para que eu me aproximasse e assim eu fiz.

"É esse o homem?" perguntou ele a mim sobre o homem morto que estava estirado sobre o chão empoeirado.

"Sim." confirmei. "Vê que falta a mão esquerda? É o mesmo homem."

"Então este caso pertence inteiramente ao estado de Ohio." declarou o oficial com certo alívio na voz. Concordei com a cabeça.

"Rod?" ouvi Tyler me chamar. "A vítima não deveria estar em observação justamente para evitar que algo assim acontecesse?"

"Sim, Tyler, mas isso é opcional." expliquei. "E infelizmente ele foi insensato e recusou."

Tyler balançou a cabeça em silêncio e de repente adquiriu um olhar pensativo e distante.

"Alguma informação?" perguntei rispidamente arrancando-o de seu devaneio.

"Ah, sim. Claro." gaguejou ele. "O legista afirmou que a vítima tem marcas nos braços e no pescoço que indicam que ele ficou amarrado durante um bom tempo antes de morrer. Há sinais de espancamento por diversas partes do corpo e uma delas, inclusive, foi a causa da morte. Uma pancada muito forte na parte de trás da cabeça que provocou o rompimento da articulação atlanto-occipital..."

Assenti com a cabeça enquanto ouvia as informações que Tyler trazia.

"Então ele levou um golpe que desconectou a cabeça da coluna vertebral?" perguntei retoricamente.

"Sim, senhor." respondeu ele. "Posso prosseguir?"

"Sim, claro." afirmei ainda mantendo uma linha de raciocínio em minha mente.

"De acordo com o legista, o homem não foi morto aqui, apenas desovado. E parece que ele morreu há aproximadamente quatro dias..."

"Tyler, peça para que mandem o corpo para os laboratórios da cidade de Columbus. Depois venha comigo, nós vamos investigar por aqui." eu disse rapidamente.

Tyler apenas fez um aceno com a cabeça e foi cumprir seu trabalho.

–--

"Rod?" Tyler me chamou. "Já que estamos aqui no centro da cidade, podemos dar uma passada no mercado? Eu gostaria de comprar umas coisas."

"Nós estamos em serviço, Tyler." Eu disse friamente.

"Estamos trabalhando há quase quatorze horas e sem pausas!" insistiu ele.

Suspirei e revirei os olhos.

"Tudo bem, Tyler." Cedi. "Mas, por favor, não tome muito tempo. Quero ir para casa antes da semana que vem."

Comecei a dirigir prestando mais atenção à cidade procurando por um mercado. Por fim achei um numa avenida. Deixei o carro no estacionamento ao ar livre e apressei o Tyler novamente demonstrando mais impaciência do que realmente possuía. Logo eu o vi desaparecer mercado adentro após passar pela porta automática.

Dei um longo suspiro cansado e recostei-me no banco do carro com uma das mãos na testa e a outra pousada sobre o volante. Ainda estava sentindo muito calor, então resolvi sair do carro.

Caminhei durante alguns minutos ali mesmo, apenas prestando atenção à movimentação da cidade. Parei na calçada do mercado, próximo a uma das saídas e encostei-me à parede do enorme bloco ao lado de um banco de madeira. Estive sentado dirigindo o dia inteiro, e por isso não me incomodei em ficar de pé. Após pouco tempo, alguém se aproximou. Uma jovem de aparência desleixada e um tanto crítica.

Seu cabelo castanho estava despenteado, a maquiagem pesada e borrada em volta dos olhos deixavam seus olhos caídos e ao mesmo tempo bem vívidos. Suas roupas revelavam um estado deplorável, seu rosto estava inchado, mas por trás de tudo aquilo, eu vi uma beleza rara. Suas feições finas e perfeitamente delineadas, os olhos redondos, os lábios fartos, sem muita forma, mas naturalmente avermelhados sobre a pele clara. Ela carregava duas sacolas de papel e jogou as duas sobre o banco de madeira deixando cair algumas latas. Cerveja e comida enlatada.

Logo em seguida, ela se sentou, remexeu em sua jaqueta e retirou de um dos bolsos um cigarro e depois um isqueiro prateado com as iniciais "A H" cravadas sobre o metal. Ela tentou acender seu cigarro pelo menos cinco vezes consecutivas e não obteve êxito. Frustrada, soltou um grunhido seguido por um palavrão rude demais para uma mulher e jogou o isqueiro de metal contra o chão com força, para longe de si.

Aproximei-me dela, retirei meu próprio isqueiro do meu bolso e ofereci a ela. Ela levantou os olhos para mim, reparando em minha presença pela primeira vez. Ainda com o cigarro preso entre os lábios, ela o estendeu para mim para que eu o acendesse. Assim eu o fiz. Ela deu uma boa tragada, soltou o ar lentamente pela boca e um pouco pelo nariz.

"Obrigada." Ela disse com a voz mais doce do que eu pude julgar.

"Disponha." Respondi. "Está sozinha?" perguntei por curiosidade.

Ela se acomodou no banco de madeira esticando um dos braços ao longo do encosto enquanto o outro segurava o cigarro e deu de ombros para mim, o que eu considerei como a resposta sim.

"Precisa de alguma coisa?" perguntei com uma cortesia sincera.

"Quem não precisa?" retrucou ela. Fiquei em silêncio, sem saber se eu deveria fazer mais perguntas, ou simplesmente deixá-la em paz. Devia haver algo em meu rosto que a fez pensar no efeito que ela havia me feito. "Desculpe-me. Tive uma semana ruim. Não quis ser rude." Declarou ela.

"Está tudo bem. Não é da minha conta. Eu não devia ter feito perguntas." Eu disse para me redimir. "Deve ser um hábito ruim que adquiri no trabalho."

Ela sorriu para mim. Aquele sorriso mudou completamente seu semblante. Pude ver seu verdadeiro rosto por baixo de todo aquele desleixo.

"Eu sou Rodney Dawes. Pode me chamar de Rod." Eu disse estendendo minha mão para ela.

Ela inclinou o rosto um pouco para o lado, o sorriso reduzido a um sorriso de canto. Por fim, ela esticou sua mão pressionando-a contra a minha.

"Prazer. Lori."



























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Notas finais do capítulo

Então, peço desculpas pela falta de tempo. Não posso cobrar atenção de vocês se eu mesma estou um pouco sumida, mas por favor, quero meus leitores de volta, quero meus reviews ): prometo me esforçar para recompensar o tempo em que me ausentei, ok? Um beijo, pra vocês.



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