Ele mantinha o corpo coberto de tecido negro encostado na árvore a frente de sua casa, despreocupado ele parecia. Mas em seus olhos uma fúria negra resplandecia. E esta fúria é destinada a uma única pessoa, a Sophia é claro.

Não respondeu a surpresa de Sophia, apenas fitou-a paralisando qualquer movimento dela. Sua razão gritou fuja! Corra! Mas ela não conseguia.

Damon aproximou-se devagar fazendo-a recuar. Sabia exatamente com o que estava lidando, pode sentir pela densa e escura aura ao seu entorno. Gritava morte.

-Não gostei da fuga, não. -Sua voz sedutora atingiu-a assim como sua mão colocou uma mecha solta de seu cabelo atrás de sua orelha.

-O que você quer? -Ela o fitou seriamente bloqueando quais quer resquício de sombras que emana dele. Ele riu mostrando todos os perfeitos dentes.

-Hum... quem sabe um lanchinho. Ou uma resposta, quem é você? -Sua resposta foi respondida com uma que arrepiou todos os pelos de seu corpo.

-Acho que não é da sua conta. Seu sugador de sangue alheio. -Ela lhe respondeu com toda a coragem que tinha, não seria ele a intimidar.

Seus pais a preveniram bem, lhe ensinaram muito bem. Porque teria medo de uma criatura que facilmente pode ser morta por madeira?

-Atrevida. Podia cortar sua garganta. Te ver agonizar... -Ele enumerava se gabando. Enchendo-a de nojo.

-Sim, poderia. Mas você é apenas um cão que ladra, mas não morde. -Ela lhe deu as costas entrando em casa onde ele não podia entrar sem ser convidado.

Sentada em sua cama segurando um retrato seu com seus amados pais Christophe e Louise, olhou para o horizonte sobre as casa um crepúsculo que se instala. E as lembranças voltam...

O cheiro de café recém passado tomou conta de seu sentidos. Seu pais estava sentado na ponta da mesa folheando um velho livro, enquanto sua mãe tirava um forma de biscoitos do forno.

-Que tanto você olha neste livro papai? -Lhe perguntou com um meio sorriso. Sabia que ram arqueólogos de paranormalidade. Viveu toda a vida escutando sobre isso.

-Ah, são alguns registros de Fells Church de antigas famílias... -Ele fechou o livro lhe dando um sorriso, o quão ela adorava aquele sorriso.

-Querida precisamos conversar seriamente com você. -Louise sentou a sua frente na mesa, cruzando as mãos, algo que fazia sempre que falava seriamente de um assunto importante.

-Pois falem -Ela bebericou do café fitando os rostos de seus pais.

-Essa cidade, a cidade que nascemos, que você nasceu tem um passado. Neste passado muitos fatos horrendos marcaram aquela terra. E para todo horror a algo escapatório... -Iniciou sua mãe, que olhou para seu pai dando incentivo para que ele continuasse.

-Esse ponto escapatório tem haver com todas as famílias fundadoras, com suas linhagens... O mal só será desfeito se as raízes retornarmos.

Sophia tem a certeza de que Damon não é o grande mal, pode ser apenas parte. Pode sentir-se no ar, no chão por onde se pisa, tudo emana a ela certa maldade. Só poderá acabar com o mal se as raízes retornar... Só se ao passado voltar, mas isso é impossível, ninguém volta ao passado.

Mas pessoas deste passado ainda vivem, ela pode reencontrar parte do passado, para reescrever o futuro.

Quer entender qual sua ligação. Quer entender esta cidade. Quer viver em paz.

Para começar precisaria se entregar a seu passado, se entregar a fato dela não ser totalmente humana. Porque humanos não curam com o toque de seus dedos, não veem auras, não tem poderes psíquicos.

Teria de quebrar sua promessa de nunca mexer neste poder que ganhara, não foi um presente abençoado, mas sim um presente para lembrar de suas tolices, de que não podemos fugir do destino sem sofrer graves consequências.

Com novos olhos e novos sentidos abriu-se a esfera que a rodeia, analisou e gravou cada pedaço desta cidade. Cada ser, cada alma.

Notou que tem um anjo, vampiros, lobisomem, bruxa e muitos fantasmas. Agora que aceitara quem ela é de verdade poderia entender e desvendar completamente tudo.

Começando pela Família Salvatore.