Meia-noite e quarenta e oito. Minha mãe está aqui ao meu lado, preparando um lanche, e eu estou tentando esfriar a caneca de leite com Nescau que acabei de preparar. É bom tomar leite com Nescau de madrugada, sei lá.

Amanhã eu irei acordar mais cedo do que de costume. Cerca de nove, nove e meia. É, depois de um ano, eu irei viajar.

Pensando bem, a  viagem que fiz no início de 2012 não foi realmente uma viagem. É que meu pai tem uns terrenos em Ilha Comprida e nós tentamos achar esses terrenos, mas o mato não deixou. Ficamos cerca de algumas horas lá.

A última viagem de verdade que fiz aconteceu em julho de 2011, e foi para o Guarujá. Sinto saudades daquela terrinha, sabe. É que eu adoro praia. Sinto-me bem lá.

Viagens me deixam feliz, desde que elas sejam curtas e eu esteja com meus pais. Essa viagem que farei é totalmente o oposto das tais “boas viagens”. Viajarei com sete amigos meus e nenhum responsável que realmente conheçamos, e ficarei cinco dias por lá.

Eu vou sentir muita falta de tudo. Sentirei saudades de meu creme para pentear que tem cheiro de morango, sentirei falta dos meus bichos de pelúcia (em especial de Polenta, meu cachorro, e Rita, minha rã), sentirei falta de meu travesseiro, sentirei falta de meu notebook, sentirei falta de meu porta retrato do Simple Plan, sentirei falta das broncas que levo de meus pais (ou não), sentirei falta da madrugada gelada e relaxante de São Paulo.

Mas o mais especial, eu sentirei falta de ler e escrever.

Não que eu não tenha me prevenido, é claro. Já separei alguns livros para ler lá, caso fique acordada de madrugada. “O Pequeno Príncipe”, “Amor e Cuba Libre” e “O Rock das Estrelas” serão meus melhores amigos nesse meio tempo, enquanto todos estiverem dormindo. E como uma boa escritora, colocarei um ou dois cadernos e canetas em minha mochila, também.

Mas num hotel fazenda, você não tem tempo pra relaxar, realmente. São atividades, mergulhos na piscina, festas, e depois você chega a seu dormitório pensando em arrancar a roupa, botar um pijama e ir dormir logo. Portanto, dificilmente arranjarei tempo para ler.

Mas para escrever, não.

Posso me considerar, nesse site, mais uma escritora do que uma leitora, por mais que o número de fanfics que acompanho seja superior a vinte, e o número das que escrevo, são apenas três. Talvez seja essa a sensação que todos os ficwriters sentem, sabe? Sei lá.

Preciso confessar de que não sou a maior fã de livros. Prefiro o mundo informal das fanfics, não sei. É divertido ver as pessoas usando palavras nada coloquiais, com uma dose de safadezas escritas e palavrões. Dificilmente você encontrará isso na ditadura dos livros corretos, a menos que você pesquise bem. É uma questão de ética, em minha opinião. Ética que os meus queridos ficwriters não fazem nem um pouco de questão de seguir. Mágico.

Pois bem, eu prometo que escreverei algumas pérolas da viagem. Como disse há uns dois textos atrás, eu não sei se irei publica-los. Mas só de fazer o ato de botar tudo que penso e sinto no papel durante algo que era pra ser, no mínimo, divertido, já é algo nobre. Quem sabe vai parar na minha biografia, quando eu for uma pessoa famosa e bem sucedida? Erm... Não.

Eu acho que consigo estar um pouco animada com a viagem. E Deus, esse leite com Nescau está me deixando eufórica e rápida para digitar! Faz 16 minutos que comecei a escrever esse texto e apenas parei para dar goles de meu Nescau (na qual ainda estou na primeira xícara) e para comer um pouco de pão com mortadela. Sou paulistana, né?

Acho melhor eu parar de escrever, pelo menos escrever esse texto. Já estou com algumas ideias na cabeça para uma nova história, que também não sei se publicarei. Sei lá, sei lá...

Por mais que eu precise acordar daqui cerca de 8 horas, eu estou com pique para uma pessoa que dormirá as quatro e acordará apenas às duas.

E é assim que finalizo meu texto. Não se esqueçam: nunca bebam leite com Nescau doze horas antes de fazerem uma viagem de uma hora.

É, eu tenho certeza de que essa viagem vai estragar minha criatividade. Adeus, ideias boas...

Aproveitem bem a semana. Na quarta-feira de madrugada estarei de volta, para mais um texto maluco, isso se eu não tiver um bloqueio criativo. Até.

PS: rezem por mim, para não arranjar nenhum ficante ou namorado por lá. Por mais que meu coração, meu cérebro e minha alma gritem não, eu não confio em meu próprio corpo. E é ele que comanda essa merda toda. Eu, na verdade, não confio em mim mesma. Mas isso é assunto pra outro texto.