-Como um carro pode ser roubado de uma garagem. COMO???-disse, encarando as marcas de pneu no chão da garagem.

- Não sei, mas quem quer que seja não pegou nada lá de dentro. A porta ainda está trancada.- Rachel disse, indo para o meu lado.

-Não ligo.

-Nossa , que amor.

-Pegaram a Rutsy , Rach.- choraminguei.

Rachel colocou a mão no meu ombro, e seu celular tocou.

-Oi Conor-ela disse, sorrindo.

Revirei os olhos. Não era hora para papo meloso.

Porém, sua expressão logo ficou séria.

-Suas chaves de casa sumiram?-ela disse, e eu a encarei.- Tudo bem, acho que já sei.Obrigada por avisar, Conor.Te ligo depois. – colocou o telefone no bolso.

Continuei a encarando.

- Riley, entra no carro.- ela disse, em quase um rosnado.

Obedeci.

-Para onde vamos?- perguntei enquanto ela batia a porta.

-Para a sua casa.....

X-X-X

-Hum....Rach, a gente tem um plano?- eu disse, enquanto ela estacionava na frente de minha casa.

Ela ficou em silêncio.

- Sério? Você estava toda “Vamos para sua casa Riley” e quando nós chegamos, VOCÊ NÃO INFORMA UM MALDITO PLANO??- levantei a voz mais do que desejava.

Ela me encarou. Depois arriscou uma resposta.

-Aaan....que tal, você......Fazer o que der na telha?-tentou sorrir.

-Fazer o que der na telha?Ok, eu vou “fazer o que der na telha.” Obrigada pela a ajuda.- sai do carro e bati a porta com toda a minha força.

Rachel gemeu com o impacto.

- R-riley?

Me virei.

- O que?

- Tenta entrar pela garagem. –ela disse, antes de levar o carro para algum local escondido.

Marchei até a lateral da casa, um atalho até a garagem, que se encontrava na parte de trás.

X-X-X

-Não acredito nisso. – disse , me aproximando de meu carro.

Rutsy continuava a mesma, sem nenhum arranhão-ótimo, pois se estivesse, iria rolar sangue -  mas ainda não entendi porque estava aqui.  Ok, não o porque exatamente, mas como saiu da garagem de Rachel.

Ouvi o barulho de chaves e me virei bruscamente, batendo meu quadril na lateral do carro.

-Ora, ora , ora. Imaginei que seria assim tão fácil fazer você retornar a sua casa, Riley.-  Díonisio riu, se colocando em uma posição de super vilão.

Decidi fazer o joguinho dele.

- Fazer o meu carro de refém realmente é muito adulto, Díonisio.-sorri diabólicamente.

-Forjar um casamento só para conseguir dinheiro realmente é muito adulto, Riley.

Isso me pegou de surpresa.

Estava bolando uma resposta inteligente quando Travis entrou na garagem.

- Foi você? – rosnei.

- Eu só quero seu bem, Rih.

- Só quer o meu bem? Eu sei me cuidar sozinha, Travis.

-  Não arriscando sua cadeia, não é mesmo?- Díonisio interrompeu. – Você já é fichada, se a delegacia souber disso, quem sabe qual será sua pena?

- E por que a casa não está cheia de policiais, se querem me prender?- rosnei.

- Não temos prova concreta, você não deixou nenhum contato oficial no anúncio, e Travis- ele o fuzilou com o olhar. – Não pensou em gravar o encontro.

Travis abaixou a cabeça.

- Mas o que estamos fazendo agora, é dando a você mais uma chance Riley. Pare com esse joguinho. Você conseguirá sua fortuna eventualmente, quando se apaixonar de verdade.-ele sorriu. – Mas até lá, quem cuida do dinheiro sou eu.

- E se eu me recusar?- tentei acalmar minha voz.

Ele continuou a sorrir.

- Se você for burra assim. Uma hora o dinheiro faltará. E você terá que vender seu precioso carro, que ficará conosco até você ceder.

Coloquei a mão no capô de Rutsy por instinto. Até que arranjei forças para tirá- la.

Me aproximei o máximo que pude de Díonisio.

- Você realmente acha que eu vou deixar você vencer?- sorri, o encarando. Olho por olho.

- Então que seja guerra, querida. – ele sorriu, retribuindo o olhar.

Me virei para Travis.

- Eu confiava em você- repremi um rosnado.

- Você está fazendo uma escolha errada, Rih.

- Vai se foder. Agora, me deem licença.

Os dois abriram caminho, e eu marchei pra fora da casa.

X-X-X

-“ Fazer o que der na telha” não funcionou?-Rachel choramingou enquanto eu fechava a porta do carro.- Por que você não está feliz com a Rutsy de volta?

Expliquei tudo que aconteceu, enquanto Rachel me encarava com a mesma expressão que não conseguia identificar.

- Então, a gente desiste?- ela perguntou depois que eu acabei.

- Claro que não. – sorri, colocando o telefone na orelha.

Um toque.

Dois toques

Três toques.

-O número que você discou não pode atender no momento, deixe um recado após o sinal, que ele retornará a ligação assim que possível.

Bip.

 - Oi, Luke? É a Riley. Que tal você me dar uma carona amanhã para o trabalho? A gente tem uns assuntos para combinar, eu suponho.-ri um pouco. – Me liga para nós combinarmos? Obrigada. – desliguei .

Me virei para a Rachel.

- È claro que nós não desistimos. È agora que a guerra começa.