O Último Natal escrita por Fenix
Bárbara está sentada com as costas apoiada na cama e os joelhos próximos ao peito, o medo tomava conta da situação. Naquele instante a maçaneta da porta passa a mexer, Bárbara leva seu olhar para o lado, a porta abre-se e Cláudio adentra no quarto, Bárbara recua até a corrente de seu tornozelo esticar-se por completa.
- Por favor, não me machuque... Não me machuque...! – Ela diz, protegendo o rosto com as mãos.
Cláudio solta a corrente do pé da cama. Quando sente a corrente folgar-se, Bárbara levanta-se numa incrível velocidade e corre em direção a porta, ao passar por Cláudio, ele a segura pela blusa e a puxa para trás com força, Bárbara cai de costas no chão e contorce-se com a dor.
- Você não pode ficar assim o dia todo... – Diz Cláudio – Venha comigo!
Ele a pega e a põe no ombro.
- SOCORROOOOOO... ALGUÉM ME AJUDAAAA – Grita Bárbara, desesperadamente e batendo nas costas de Cláudio.
Passando pelo arco da porta, Cláudio a bate com as costas na parede e a faz desmaiar, então continua seu caminho pelo corredor.
-------------------------------------
A caminhonete para em frente à casa que estava com o telhado coberto pela nevasca, o chão da larga varanda e a cercada de madeira com uma leve camada de neve. A casa de três andares, continha uma chaminé no topo que saia fumaça, a luz dos pisca-piscas iluminam o local a fora. A pintura das paredes era branca e o chão de toda a varanda de madeira em perfeito estado, por mais que seja difícil de visualizar com um pouco de neve por cima. Uma argola de natal enfeita a porta branca central da casa.
Um grito abafado era ouvido dentro da caminhonete, quando a porta se abre, uma bota preta de plástico apoia-se ao chão, em seguida o corpo e Carol cai ao seu lado, a mão de Freddy a segurava pelo cabelo. Carol amordaçada e com os braços e pernas amarrados, se debate gritando sem parar. O sangue de seu braço escorre com frequência que já havia formado uma pequena poça ao lado dela.
Freddy a puxa em direção a casa, Nathan os segue com a escopeta em mão e com o cabo em seu ombro.
A porta central da casa é aberta, Viviane aparece no arco de acesso a cozinha no final do corredor, ela observa os meninos com a garota loira no chão debatendo-se.
- Seus idiotas, essa vadia está sujando o meu chão! – Viviane caminha em direção a eles, limpando as mãos num pano de prato.
- Desculpa mãe! – Lamenta Freddy – Iremos levá-la para o quarto!
Viviane observa bem o rosto de Carol e da um sorriso.
- Ora vejam só... É a menina de quem Jonathan falou... – Viviane agacha ao seu lado analisando cada traço do rosto de Carol – É uma menina muito bela... Ela terá tratamento especial!
Carol vira o rosto para o lado e fecha os olhos, sua respiração continua ofegante.
- De um jeito nesse braço e depois dê um banho nela... Eu tenho uma roupa perfeita! – Diz Viviane, ela levanta-se – A ceia de natal já está quase pronta... Vão se arrumar!
- Está bem! – Nathan afasta-se.
Freddy continua parado com Carol em frente à porta central.
- Leve-a para o quarto, eu irei lá mais tarde para arrumá-la... Enquanto isso você vai se aprontar! – Diz Viviane, ela vira-se e retornar para cozinha.
Freddy acentua com a cabeça e puxa Carol pela escada, ela se debate rapidamente e volta a tentar gritar, lágrimas não paravam de escorrer por seus olhos.
------------------------------------
Seus passos quebram alguns galhos jogados no chão, Ana desvia de alguns galhos de árvore que saltavam dos troncos, ela chega novamente à estrada, ela para ofegante, o medo e terror eram expressos por seus olhos arregalados.
- Droga... Droga... – Ela repete olhando para os lados.
Ana passa a mão na cabeça chorando de medo, ela caminha com passos rápidos pela estrada escura e deserta, alguns pontos eram visíveis pela luz da lua.
O vento bate contra seu corpo, Ana fecha os olhos, a brisa era fria feito gelo, a neve que ia contra seu rosto, a fazia sentir cada vez mais frio, o vento balança seus fios de cabelos laterais. Ana com os braços cruzados, continuar a caminhar atentamente pela estrada.
--------------------------------------
Cláudio entra no banheiro e põe Bárbara na banheira, ele volta sua atenção para porta. A mão de Bárbara vai tateando a lateral da banheira até segurar uma tesoura, logo a trás para perto e abaixa sua mão na banheira vazia. Ele fecha a porta com calma e a tranca, em seguida vira-se para Bárbara e a observa largada na banheira.
- Sabe menina... – Ele dizia dando-se conta de que ela estava desmaiada – Você tem um corpinho lindo...
Cláudio aproxima-se da banheira e remove a camisa, ele vai até a bica da banheira, Bárbara abre os olhos naquele instante, quando Cláudio inclina-se para abri-la, Bárbara ergue-se com um grito e enfia a tesoura no ombro de Cláudio.
- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH – Ele grita com a dor, logo vira-se com o braço aberto, a acerta no rosto e a faz cair no chão do banheiro.
Cláudio grita levando as mãos para as costas na tentativa de pegar a tesoura fincada em seu ombro. Bárbara levanta-se rapidamente e corre em direção a porta, ao chegar tenta abri-la, ela gira a maçaneta desesperadamente.
- SOCORROOOOOO – Grita Bárbara, batendo na porta com a mão ao perceber que a mesma estava trancada com chave.
Bárbara vira-se para Cláudio e segura um vidro de perfume, ela o encara.
- Mas que barulheira é essa?- Viviane diz para si, olhando para cima.
Bárbara lança o vidro de perfume em Cláudio, o vidro quebra-se e o corta no rosto, Cláudio segura a tesoura e a remove.
- Sua vadia desgraçada! – Cláudio avança em cima dela com os braços erguidos.
Assim lhe agarra pela garganta, ele a faz ajoelhar, Bárbara segura seus punhos tentando fazer soltá-la, Cláudio a estrangula com a raiva que sentida no momento, ele a levanta e a lança na banheira, Bárbara bate com a cabeça na parede, com a colisão, o sangue escorre por seu ombro.
- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH – Ela grita, com a mão na cabeça.
Cláudio vira-se para ela, segura a tesoura fortemente com a mão, observa Bárbara chorando e encarando-o, ele segura sua cabeça com a mão e rapidamente enfia a tesoura em sua testa, Bárbara para de se mover. Cláudio a larga e anda até a porta, ele a destranca e retira-se do banheiro. O sangue de Bárbara escorre pela banheira até o ralo.
---------------------------------------
Ana Beatriz avista uma casa simples a alguns kilometros, ela corre em sua direção. Ao chegar, sobe a pequena varanda e bate na porta desesperadamente.
- Me ajudem... Por favor, me ajudem... – Diz Ana, batendo na porta.
Uma mulher a abre, Ana da dois passos para trás com o susto, elas se encaram por alguns segundos.
- O que houve minha jovem? – Pergunta a mulher.
- Tão querendo me matar... Por favor, me ajuda! – Suplica Ana, seu choro desesperado mostra à senhora que não estava mentindo.
- Ora, entre, entre... – A mulher afasta-se e a deixa adentrar na casa.
- Eu preciso de um telefone!
- Sim, eu irei buscá-lo... Espere aqui um segundo! – A mulher segue até a cozinha.
Ana fica parada ao meio da sala de estar, ela observa os móveis em perfeito estado, os dois sofás encostados as paredes, ambos tinham cores claras, um tapete vinho cobria o chão do cômodo e uma lareira ilumina o local.
Ana olha ao redor a procura de uma televisão, no entanto não a avista em canto algum.
- Quer água? – Ela ouve a voz da mulher ecoar pelo silencio que estava.
Ana Beatriz vira-se em direção a cozinha.
- Não obrigada! – Ela diz, um pouco se jeito, porém não conseguia acalmar-se.
O nervosismo toma conta de seu corpo, inquieta, decidi vasculhar o local, Ana caminha em direção ao corredor, que ao adentrar observa seus acessos a outros cômodos, Ana segue o corredor e abre a primeira porta.
- Nossa.
Deparando-se com um quarto luxuoso, Ana adentra no quarto, ela gira sua visão para o lado e avista uma mesa com fotos, bem curiosa, ela aproxima-se para poder vê-las.
- Ai meu deus... – Ela diz, sua mão sobe ao seu peito, sua respiração fica mais forte, os olhos arregalam-se.
Ana da alguns passos para trás sem tirar seu olhar fixo amedrontado na foto, onde havia Cláudio e outro senhor juntos com roupa de pesca.
- O que está fazendo aqui? – Pergunta a mulher parada na porta.
- AAHH! – Ana vira-se num pulo – Eu... Estava procurando o banheiro!
- Bem... Isso aqui não está me parecendo o banheiro!
Ana avista o facão na mão da mulher, ela não consegue tirar seu olhar dali.
- Me desculpa, eu não queria atrapalhar! – Diz Ana.
- Está assustada... Não devia ficar andando por ai sozinha!
- Eu vou ficar bem! – Ela enfim consegue levantar seu olhar e muito mal consegue disfarçar seu medo.
Ana aproxima-se da mesa de retratos sem que a mulher percebesse.
- Você não quer comer alguma coisa? Parece assustada!
A mão de Ana vai por trás de suas costas e segura um porta-retratos.
- VAI SE FERRAR! – Ana lança o porta-retratos em direção à mulher, e assim a acerta na testa.
Ana corre em sua direção, lhe acerta um soco no rosto e a faz cair no chão, ela rapidamente vira o corredor e afasta-se correndo. A mulher põe a mão no rosto e sua expressão muda de repente.
Ana chega à porta central desesperada, ela tenta a abrir, mas não consegue pois estava trancada com chave.
- Merda! – Ana corre até a janela e puxa os pinos a abrindo.
- VOLTA SUA VADIA! – A mulher corre pelo corredor.
Ana passa pela janela e cai de lado no chão da varanda, assustada, ela levanta-se e apressa-se afastando da casa. A mulher abre a porta com o facão em mão.
Ana não olha para trás e continua a correr, ela sobe um pequeno barranco até chegar à estrada, ao vira-se, um carro a atropela. O veículo gira na rua e para próximo a algumas pedras, o senhor sai de dentro do carro, ele observa Ana lançada na estrada com a testa sangrando e o seus braços ralados.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!