O Último Natal escrita por Fenix


Capítulo 6
Sobrevivência




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Carol e Ana Beatriz chegam a estrada, as duas param de correr ao chegarem no centro da pista, assustadas, olham ao redor, observam a neve caindo com suavidade e os cantos da pista já com acumulo de neve que crescia com o tempo.

- Droga... Como vamos pedir ajuda? Isso está completamente deserto – Diz Ana, aproximando-se de Carol.

- Não podemos voltar no posto, o garoto sabe da gente e está junto com o velho do carro – Diz Carol, ela passa a mão na cabeça e respira fundo – Não sei o que vamos fazer!

- Estamos perdidas...! – Diz Ana.

Carol pega o celular em seu bolso e o abre, não havia sinal, irritada, ela o fecha e guarda. Ana fecha o zíper do casaco que estava usando e põe o capuz, ela leva seu olhar a Carol.

- Não podemos ficar paradas! – Diz Ana.

- Para onde vamos?

- Eu não sei, mas não podemos ficar aqui, esperando que aqueles caras cheguem...

Carol pensa por alguns segundos antes de pronunciar qualquer coisa, ela encara a mata fechada que as cercava.

- Eu vi uma casa a alguns kilometros – Comenta Carol seu tom de desanimo consistia.

Ana segue seu olhar, ela vira-se para Carol novamente.

- Não temos muita opção!

- É muito longe! – Diz Carol.

- Precisamos tentar!

Ana caminha pela estrada, Carol olha o local ao seu redor, respira fundo e segue Ana, as duas caminham apressadas pelo canto da estrada.

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Seus olhos castanhos são abertos devagar, Bárbara os fecha com força e os abre em seguida, logo põe a mão na cabeça um pouco dolorida, ergue o tronco do corpo com os braços, analisa o local onde estava, encontrando-se no mesmo quarto.

- Não... – Sua voz fraqueja no final.

Bárbara prepara-se para ergue-se completamente, ao apoiar-se nas pernas, sente uma forte dor e cai novamente ao chão.

- AAAAHHH – Ela diz ao cair.

Bárbara desce o olhar e avista sua perna enfaixada, ela senta-se ao chão e nota seu tornozelo preso por uma corrente ao pé da cama, Bárbara começa a ficar agitada, ela segura a corrente e tenta puxá-la, usa toda sua força, mas cai para trás.

Seus olhos ficam com lágrimas, ela ergue-se novamente e tenta levar a cama, porém era pesada demais para que só ela pudesse fazer isso, então com sua tentativa falida, encosta-se a cama e passa a chorar.

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Carol e Ana Beatriz caminham ao canto da pista, as duas com os braços cruzados, nariz vermelho e lábio roxo, seus passos já estão mais lentos, as duas esgotadas, completamente cansadas.

Um farol ilumina a estrada, as duas param de caminhar e viram-se com as mãos sobre o rosto.

- É um carro... – Diz Ana – Vamos pedir ajuda! – Ela caminha para o centro da estrada sinalizando com os braços – PARA... PARA!!

Carol anda devagar até ela sem tirar sua atenção do carro que não reduzia a velocidade.

- PARA... PARAAA... PRECISAMOS DE AJUDA, POR FAVOR... – Grita Ana, ainda sinalizando.

O carro aumenta a velocidade, Ana continua parada sinalizando, Carol arregala os olhos e corre em sua direção, próxima, salta e cai com Ana para o lado, no mesmo instante o carro passa por elas, Ana fica assustada, as duas erguem-se e observa o carro que logo após havia feito uma freada brusca, a marca dos pneus ficaram manchadas no chão.

- SEU MALUCO! – Grita Ana, irritada.

Elas levantam-se, as duas ficam paradas esperando alguma reação, o farol é apagado, assim avistam a cor da caminhonete.

- Droga... Ana, é a caminhonete do posto! – Diz Carol, arregalando os olhos.

- Merda!

Elas viram-se e afastam-se correndo, a porta do motorista é aberta, um jovem sai e a bate com força, em sua mão havia um arpão, ele da uma risada, cospe para o lado e caminha seguindo as duas.

Carol e Ana não param de correr, elas viram a esquina e deparam-se com outro rapaz de boné no centro da estrada, logo param ao vê-lo.

- O QUE VOCÊS FIZERAM COM NOSSOS AMIGOS? – Grita Ana.

Carol gira seu olhar para trás e avista o outro rapaz se aproximar.

- Temos que sair daqui! – Diz Carol – Temos sair daqui, anda, vamos logo – Carol a puxa pelo braço e juntas entram correndo na mata.

O rapaz em frente a elas, dispara a escopeta, no entanto acerta no chão.

- VAI ATRÁS DELAS! – Grita Freddy.

O rapaz de boné as segue, as duas correm desesperadamente pela mata, durante a corrida, desviam de galhos e raízes que havia no chão.

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Jonathan chega à cozinha e observa sua mãe diante da mesa com diversos ingredientes.

- Como está o rapaz? – Pergunta Viviane, sem tirar sua atenção da faca que picava o tomate.

- Ele está mais calmo depois do tranquilizante – Responde Jonathan, se aproximando da mesa.

- Seus irmãos foram atrás das duas garotas – Comenta Viviane, quando termina de picar o tomate, põe os pedaços numa tigela, ela vira-se e caminha até a geladeira que estava um pouco longe a sua esquerda.

- Eu gostei da loirinha – Jonathan da um sorriso tímido.

Viviane para de andar e o encara com um sorriso.

- Sério?

- Aham! – Ele confirma – Ela é bonita!

- Você... A deseja?

- ... Hm... – Ele se intimida.

Viviane se aproxima e ergue seu rosto com a mão no queixo.

- Você é um menino muito bonito... Tente ser gentil... E depois mostra seu potencial! – Viviane o beija na bochecha e volta em direção a geladeira.

Jonathan analisa a mesa com os ingredientes.

- O que vamos comer?

- Não seja curioso! – Viviane retira uma panela da geladeira e a fecha com o cotovelo, então caminha até a mesa, põe a panela e tira a tampa.

Jonathan se aproxima e observa, havia uma enorme quantidade de sangue, a tripa boiando e outros órgãos.

- Não quero você provando antes de estar pronto! – Diz Viviane.

De repente ouvem o grito de Felipe, os dois olham para cima.

- Da logo um jeito naquele garoto, eu não consigo cozinhar com gente gritando!

- Já vou mamãe! – Jonathan retira-se da cozinha rapidamente.

Ele chega ao corredor e sobe correndo a escada.

- SOCORROOO... ALGUEM ME AJUDAAA – Grita Felipe, puxando os braços na tentativa de soltar os punhos.

Jonathan abre a porta devagar e o obseva, Felipe para de gritar ao avistá-lo.

- Porque está fazendo isso comigo?

Jonathan se aproxima devagar.

- VAI SE FERRAR, ME TIRA DAQUI!

Jonathan respira fundo, ele caminha até Felipe e o observa com um olhar frio.

- Por favor... Me tire daqui... Eu não conto pra ninguém, eu juro... Por favor... – Suplica Felipe, chorando de dor no ombro.

- Você devia melhorar mais o seu discurso – Diz Jonathan, ele retira o pano no ombro de Felipe e observa o ferimento da bala ainda sangrando – Vai precisar de ponto!

Felipe ergue sua visão a Jonathan com seus olhos arregalados.

- O que?!

Jonathan caminha até o armário ao lado e o abre, assim retira uma agulha e outros instrumentos cirúrgico, ele volta para cama e senta na ponta.

- Desculpe, não tenho temos anestesia... – Diz Jonathan, ele junta a pele do ferimento.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grite Felipe, contorcendo-se na cama de tanta dor.

Jonathan perfura sua pele com a agulha, o sangue passa a escorrer com frequência.

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Felipe.

Bárbara leva a cabeça rapidamente ao ouvir os gritos de Felipe.

- Ai meu deus... – Ela diz, surpresa.

Ela apoia suas mãos na cama e ergue o corpo, sentando na beirada.

- Felipe! – Ela diz, completamente surpresa.

Jonathan continua a costurar sua pele.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Felipe fecha os olhos com a dor.

Jonathan seca o sangue que escorre pelo braço de Felipe, ele retorna sua atenção aos pontos.

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH...

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Carol corre desesperadamente pela floresta escura e deserta, Ana a segue sem saber ao certo onde toda corria iria dar.

Carol para exausta, ela vira-se e tenta observa o local escuro, porém o breu que estava e a neve caindo, dificulta saber ao certo sobre os homens e as árvores. Ana para ao lado de Carol, as duas ficam tentando achá-los.

- Acho que despistamos eles? – Pergunta Ana, ofegante.

- Não sei, mas eu acho que não! – Responde Carol.

Elas ficam paradas, controlam a respiração, atentas a tudo ao seu redor. Carol e Ana ficam com as costas unidas, analisando cada pedaço da floresta que era visível pela luz da lua.

As mãos de Carol estão tremulas, com muito medo continua parada no local, cautelosamente gira a cabeça para o lado, não conseguia visualizar nada a muita distancia. Ana respira fundo, ficando atenta a qualquer barulho que ocorresse.

O silencio prevalece, as duas ficam paradas, sem terem ideia de onde os rapazes teriam ido.

- Estou com medo! – Murmura Ana.

- Eu também...! – Responde Carol, ao mesmo tom.

De repente o arpão sai da escuridão e acerta o braço de Ana.

- AAAAAAAAHHHHHH – Ela é jogada de costas no chão.

Rapidamente Carol vira-se e ajoelha ao seu lado, Ana põe a mão no braço, Carol olha para o chão e observa o arpão fincado a terra, levando seu olhar à Ana, observa o corte e o sangue escorrendo.

- Pressiona! – Diz Carol.

Ana chora olhando para cima e fechando os olhos, o sangue escorre por entre seus dedos.

- Calma... Calma... – Carol passa a ficar nervosa, agitada, querendo ajudar.

- Já estamos indo meninas! – Diz Freddy.

Carol olha para trás e depois para Ana.

- Ana, me escuta... – Diz Carol – Você precisa se levantar, temos que sair daqui!

- Ta doendo muito! – Ana chora com a mão no braço um pouco abaixo do ombro.

- Por favor, Ana... Você precisa ser forte, temos que sair daqui! – Carol a ajuda levantar.

Ana sente dor no braço, no entanto consegue conter o grito.

- Vamos! - Carol a puxa para o lado.

As duas correm rapidamente por entre as árvores. Carol leva sua visão por cima dos ombros e observa os dois rapazes se aproximando correndo.

- Droga... Não para...

Ela volta sua atenção para frente, naquele instante cai num enorme buraco.

- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH – Grita Carol.

Ana para de correr naquele instante e vira-se, ela observa a armadilha no chão e corre até o buraco.

- NÃÃÃÃO... CAROOOL... – Grita Ana.

Carol ergue a cabeça gritando de dor, no fundo do buraco, havia alguns espinhos de madeira bem grossos, um deles atravessa seu antebraço.

- AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Carol, chorando horrores.

Ela respira ofegante, segura seu braço e tenta puxá-lo.

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Ana olha para frente e os observa se aproximar, rapidamente levanta-se e afasta-se correndo dali.

O sangue do antebraço de Carol escorre com frequência, ela chora sem parar, ao tentar novamente puxar seu braço, ela grita pela dor insuportável.

- Não... Não... – Ela diz, negando a cabeça chorando sem parar.

Freddy e Nathan param em frente ao buraco e observa Carol no fundo, eles a ilumina com a lanterna, Carol ergue seu olhar.

- Olá loirinha..! – Diz Nathan.

Carol não podia acreditar.


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